Como se sabe, existem na maçonaria algumas formas de identificação e de
reconhecimento que às vezes, apenas servem para tais finalidades, quando, no
seu sentido abrangente, poderiam representar muito mais.
Quando um maçom quer saber se outro indivíduo também o é, ao invés do
sinal ou do toque convencionais, usa a seguinte pergunta na segunda pessoa do
plural: S.´.M.`.?
Como aquele que é assim interpelado já tenha passado pelas provas de uma
iniciação maçônica e, tenha realmente visto a luz, sua resposta invariavelmente
será: M..I..C..T..M.`.R..´.
Aqui é que surge a nossa grande dúvida, porque estamos querendo saber não
somente se os irmãos o reconhecem.´. e sim, se ele é realmente um verdadeiro
maçom. Uma coisa é o irmão reconhecê-lo como maçom de direito; outra coisa é
reconhecê-lo de fato e de direito.`.
O que seria um maçom de direito ou um maçom de fato e de direito? No
primeiro caso, basta que seja iniciado e mantenha atualizadas suas obrigações
legais para com a sua Loja. No segundo caso, além de também estar de acordo com
as exigências anteriores, ele terá que congregar inúmeros outros requisitos.
No nosso modesto entendimento, não basta ser maçom para os outros, como
uma vitrine, ser visto na sociedade e por ela como mais um membro da Maçonaria
e sim, ser possuidor de todos aqueles requisitos morais e espirituais,
relegando até a planos inferiores, as necessidades materiais.
O maçom tem uma enorme responsabilidade quando responde M..I..C..T..M..
R.. Será que os irmãos o reconhecem realmente ou será que somente fazem uso de
uma resposta óbvia utilizada no meio maçom? Será que muitos daqueles irmãos que
você diz reconhecerem-no como tal, não gostariam de corrigir as suas respostas
e dizerem: “seus irmãos sentem-se envergonhados por assim reconhecê-lo”.
Muitas vezes eles não o fazem por questões outras e isso, a nosso ver é
prejudicial à Maçonaria, porque é nela e por meio dela que procuramos a verdade
no seu mais amplo sentido ético e filosófico.
Poderiam nos perguntar... o que é ser um verdadeiro maçom?
Apesar de não se ter uma receita para isto e, serem certos valores
discutíveis, poderíamos responder a tal pergunta com algumas outras, como por exemplo.
Sois bom filho? Sois bom pai e bom chefe de família? Sois um bom esposo?
Respeitais os vossos filhos e vossa esposa como gostaríeis de serdes
respeitado? Ajudais aos outros de forma desinteressada e procurais os vossos
irmãos maçons no infortúnio? Alguma vez, fizestes alguma coisa para minimizar o
sofrimento de uma viúva ou de um órfão? Procurais realmente, cavar masmorras ao
vício?
Será que diante de uma linda mulher ou mesmo pelo fato de terdes uma
oportunidade para uma aventura, ainda que discreta aos olhos dos outros,
seríeis um verdadeiro maçom ou faríeis como aquele que certa vez nos disse?
“Aqui eu não engano a minha esposa, este lugar é muito pequeno e todos poderiam
ficar sabendo. Eu levo a outra para Belo Horizonte, para Juiz de Fora ou para o
Rio de Janeiro”.
Será que este pseudo-maçom teria a capacidade de ir a Belo Horizonte ou a
qualquer outro lugar, satisfazer o seu e o desejo da outra e lá também deixar a
sua consciência? Achamos impossível pois, ainda que isto para muitos não tenha
sentido, a consciência é um duro e muitas vezes implacável juiz de nós mesmos;
ela em alguns casos chega a doer uma dor tão profunda que nenhum remédio poderá
a medicina jamais oferecer para minorá-la.
Assim, meus caríssimos irmãos, fizemos este apanhado de palavras que
poderão ou não vos atingir. Porém, ainda que não tenhais sido atingidos,
reflitais sobre vossos atos. Não estamos aqui querendo julgar irmãos. O que na
verdade gostaríamos de ouvir quando perguntarmos a alguém se S.. M.. é que nos
respondesse: M..I..C..T..M..R.. porque sou um verdadeiro maçom e não apenas
como tal...
Meus estimados irmãos, a Maçonaria em quase tudo, nas suas frases, nos
seus emblemas, símbolos e alegorias sempre estará nos conclamando à reflexão.
Reflitamos e sejamos um símbolo vivo dessa Ordem que nos dá força para
enfrentar um mundo às vezes, confuso e conturbado, onde os verdadeiros valores
estão sendo a todo momento questionados e colocados em dúvida.
Se quisermos uma força atuante, uma Maçonaria vibrante em todos os
sentidos, que procuremos ser, encontrar e conviver com verdadeiros maçons.
Adalberto Rigueira Viana
Ir.´. Adalberto Rigueira Viana, Membro correspondente da Loja Fraternidade
Brazileira
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