No REAA, “quem vem lá?” é uma pergunta que se repete por três vezes dentre outros tantos questionamentos, unicamente para saber que pessoa é, de corpo e alma, o candidato que nos procura e nos pede para recebê-lo. A maçonaria o indaga de todas as formas e ele, ora confuso, ora confiante, dá-lhe todas as respostas. Ela se satisfaz deixando de voltar seus holofotes ao outro lado do indivíduo, o do seu caráter. Isto porque não se dimensionou ainda a importância dessa necessidade que precisa ser sempre satisfeita.
É no mundo quase insondável das mentes humanas que está o nível de consciência e ele não é o mesmo em todas as pessoas. Essa desigualdade é que nos diferencia uns dos outros. É ela a causa das nossas reações diferentes, que não nos deixa pensar, entender e agir da mesma forma. É o nível de consciência desigual que faz surgir entre nós indivíduos sábios e indivíduos ignorantes, indivíduos fiéis e indivíduos traidores, indivíduos sinceros e indivíduos dissimulados, e assim por diante.
Todos os casos apresentam certo grau de dificuldade para serem esclarecidos. Mas o entrave maior em se conhecer por inteiro os traços psicológicos de que se reveste o caráter, está nos indivíduos portadores de transtorno mental, conhecido por bipolaridade, ou, dupla personalidade, uma, que converge ao exercício das ações, reações e emoções positivas e a outra (que pode permanecer inerte por muitos anos e aflorar a qualquer momento) que, ao contrário da primeira, é a das ações, reações e emoções negativas, ou seja, tendenciosamente inclinada à prática do mal. Só um psiquiatra ou um psicólogo, através de testes de maior profundidade (não se fala de simples atestado, mas de relatório), poderá determinar quem possui esse tipo de transtorno comportamental.
De algum tempo para cá, o rigor das nossas investigações no curso da instrução do processo de iniciação tem diminuído bastante, o que é um erro, permitindo que a maçonaria receba em seu seio indivíduos que ali jamais poderiam ser colocados, sendo o reflexo disso as constantes dissidências, as quebras de juramento e espúrios comportamentos frente aos nossos LANDMARKS, bem como a outros postulados, de indivíduos indignos de serem chamados de “maçom” que, em gestos de inominada traição e excessiva vaidade, afastam-se da maçonaria regular, fundam irregularmente Lojas, instituem a chamada maçonaria mista, entregam os segredos dos nossos rituais a quem está impedido de recebê-los, criam poderes centrais independentes por toda parte, tudo em flagrante desrespeito e afrontosa desobediência aos princípios e fundamentos que regem a universalmente conhecida e aceita Ordem Maçônica, chegando a ridículos extremos como a formalização de processos de admissão por meio da internet e ao descalabro de promoverem iniciações à distância como se a maçonaria fosse coisa banal.
Embora um tanto difícil, venhamos e convenhamos, relevante seria para a Ordem Maçônica, como já foi dito, sondar com mais profundidade não só aspectos superficiais como o perfil comportamental, a ação e a interação, mas também aquilo que a ela mais interessa que é o âmago da mente do indivíduo, ou seja, o seu caráter com tudo que o constitui.
Segundo o Dicionário Escolar da Academia Brasileira de Letras, o caráter se define como sendo o “conjunto de traços psicológicos e morais (positivos e negativos) que caracteriza uma pessoa ou um grupo.”
Em tais traços, que se associam dando conteúdo ao caráter do indivíduo, estão o gênio, o humor, a formação moral, a honestidade, a aparência, a feição etc.. Entre os vários tipos de caráter pode-se citar o dramático, o religioso, o especulativo, o desafiador, o covarde, o inconstante e outros.
Mas o caráter aqui enfocado é o que se conhece por índole, ou seja, propensão natural, modo de ser do indivíduo, seu temperamento, sua disposição no momento de agir. É uma condição que não se adquire, ela é inerente ao espírito humano, é congênita e varia de indivíduo para indivíduo, manifestando-se em conformidade com as circunstâncias envolventes de cada um.
Os moldes a que o ser
é submetido, como educação, adaptação às diferentes condições, venturas e
desventuras, apenas o levam à escolha do “o quê fazer” no momento em que as
decisões são tomadas (trabalhar, amar, estudar, relacionar-se socialmente,
construir amizades etc.).
Diante dos diversos comportamentos da mente humana, e das acentuadas diferenças desses comportamentos de um indivíduo para o outro, as vagas respostas a um simples questionário ou perguntas subjetivas, às vezes não respondidas a contento nos levam, pela nossa boa fé, a acreditarmos que diante de nós se encontre uma mente sã e que são procedentes as provas materiais apresentadas a respeito do conjunto das boas qualidades da pessoa interrogada.
Entretanto, conhecer apenas os valores extrínsecos de um candidato é pouco para recebê-lo, pois só com essa visão não se tem condições de se apurar do quê o mesmo é capaz, ou seja, se suportará o elevado encargo decorrente dos deveres maçônicos e se aceitará submeter-se a novos ensinamentos.
Diante dos diversos comportamentos da mente humana, e das acentuadas diferenças desses comportamentos de um indivíduo para o outro, as vagas respostas a um simples questionário ou perguntas subjetivas, às vezes não respondidas a contento nos levam, pela nossa boa fé, a acreditarmos que diante de nós se encontre uma mente sã e que são procedentes as provas materiais apresentadas a respeito do conjunto das boas qualidades da pessoa interrogada.
Entretanto, conhecer apenas os valores extrínsecos de um candidato é pouco para recebê-lo, pois só com essa visão não se tem condições de se apurar do quê o mesmo é capaz, ou seja, se suportará o elevado encargo decorrente dos deveres maçônicos e se aceitará submeter-se a novos ensinamentos.
Daí não ter a Ordem
Maçônica como deixar de conhecer quais são os traços psicológicos e morais de
quem a procura, pois são eles que respondem pelo nível da consciência e o
candidato ideal é o que porta esse nível em patamar aceitável capaz de garantir
à maçonaria a certeza de um inquebrantável propósito e a firmeza de vontade
quanto ao cumprimento do compromisso de fidelidade maçônica, sem o que o mesmo
não poderá ser iniciado.
Apenas por motivação exemplificativa, cita-se que, em épocas passadas não muito distantes, um incentivo foi planejado objetivando o incremento do número de obreiros na maçonaria brasileira. Tivemos Estados em que ela, mediante oferta de brindes, estimulou as Lojas a entrarem na disputa pelo primeiro lugar em iniciações, numa campanha que não tinha a preferência por quantidade, mas que assim acabou sendo, pois na busca pela ponta da escalada, em muitos Orientes “joio e trigo” se misturaram como se fossem uma coisa só e todos conseguiram um lugar entre nós.
O exemplo dado não foi para atribuir responsabilidade a ninguém, muito menos culpa. A razão do joio se passar por trigo está numa lacuna existente nas instruções do processo de admissão. Singela, mas que, se não for sanada, continuará levando a Ordem Maçônica a incorrer no repetido erro de, ao avaliar seus candidatos, não ter condições de distinguir os que são de bons costumes dos que têm transtorno de personalidade, dando vazão a que estes últimos também sejam aprovados, recebendo passaportes para desembarque onde nunca deveriam chegar.
Ante as evidências de um mal que cresce a cada dia, não resta outra alternativa à maçonaria senão a de se lançar contra o problema e tentar superá-lo. Para tanto, não há instrumento mais eficaz do que o da avaliação psicológica. Através da conclusão de um completo e minucioso relatório, a maçonaria terá a certeza de como funciona a mente do candidato, de como é a sua firmeza de vontade e qual é o seu verdadeiro caráter, tanto pelo lado bom quanto pelo lado ruim, sendo estes aspectos os de maior relevância no momento de se decidir pela aprovação ou não do mesmo.
Concluindo, lembremos atentamente da oportuna afirmação de Abraham Lincoln, nosso irmão: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o “caráter” de um homem, dê-lhe poder.”
Apenas por motivação exemplificativa, cita-se que, em épocas passadas não muito distantes, um incentivo foi planejado objetivando o incremento do número de obreiros na maçonaria brasileira. Tivemos Estados em que ela, mediante oferta de brindes, estimulou as Lojas a entrarem na disputa pelo primeiro lugar em iniciações, numa campanha que não tinha a preferência por quantidade, mas que assim acabou sendo, pois na busca pela ponta da escalada, em muitos Orientes “joio e trigo” se misturaram como se fossem uma coisa só e todos conseguiram um lugar entre nós.
O exemplo dado não foi para atribuir responsabilidade a ninguém, muito menos culpa. A razão do joio se passar por trigo está numa lacuna existente nas instruções do processo de admissão. Singela, mas que, se não for sanada, continuará levando a Ordem Maçônica a incorrer no repetido erro de, ao avaliar seus candidatos, não ter condições de distinguir os que são de bons costumes dos que têm transtorno de personalidade, dando vazão a que estes últimos também sejam aprovados, recebendo passaportes para desembarque onde nunca deveriam chegar.
Ante as evidências de um mal que cresce a cada dia, não resta outra alternativa à maçonaria senão a de se lançar contra o problema e tentar superá-lo. Para tanto, não há instrumento mais eficaz do que o da avaliação psicológica. Através da conclusão de um completo e minucioso relatório, a maçonaria terá a certeza de como funciona a mente do candidato, de como é a sua firmeza de vontade e qual é o seu verdadeiro caráter, tanto pelo lado bom quanto pelo lado ruim, sendo estes aspectos os de maior relevância no momento de se decidir pela aprovação ou não do mesmo.
Concluindo, lembremos atentamente da oportuna afirmação de Abraham Lincoln, nosso irmão: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o “caráter” de um homem, dê-lhe poder.”
FONTE: Samauma - Texto
de: Anestor Porfírio da Silva