No século XVII foi trazido para a América por lojas
maçônicas militares Escocesas, o Rito da Perfeição “primitivo ou selvagem”,
este rito possuía apenas dois graus, ou seja, o de A.’.M.’. e o de C.’.M.’.,
sendo que um dos Companheiros geralmente o mais velho era escolhido para ser o
Mestre daquela Loja. Salientamos que este rito foi a base para o
R.’.E.’.A.’.A.’. e o de Heredom, entre outros.
Este rito, bem como outros, são anteriores a formação da
Grande Loja Unida da Inglaterra, portanto neste ritual ao descrever a lenda de
Hiram Abif, o momento da descoberta do corpo as tentativas de levantar o corpo
era conhecido como os cinco pontos do Companheirismo.
Neste ritual e também no nosso esta passagem é descrita da
seguinte forma:
Mão com mão, pé com pé, joelho com joelho, peito com peito
tudo do lado direito e finalmente à mão esquerda sobre o ombro direito nas
costas.
Mas o que significa? No Rito Brasileiro e nos demais Ritos
praticados no G.’.O.’.B.’. esta passagem simbólica não nos é explicada. Mackey escreveu
que “a maçonaria é um sistema de moralidade desenvolvido e revelado pela
ciência do simbolismo”. Na maçonaria o simbolismo são os três primeiros graus
da escada de Jacó, aonde entramos como aprendizes maçom e evoluímos até
chegarmos a mestre maçom.
O Simbolismo transforma os fenômenos visíveis em uma ideia,
e a ideia em imagem, mas de tal forma que a ideia continua a agir na imagem, e
permanece, contudo, inacessível; e mesmo se for expressa em todas as línguas,
ela permanece inexprimível.
Então qual é o real significado destes cinco pontos hoje
conhecidos como da perfeição?
Podemos afirmar sucintamente que:
Mão com mão, eu o saúdo como Irmão. Pé com pé, eu o
apoiarei em suas atitudes louváveis e em sua jornada. Joelho com joelho, é a
postura das minhas súplicas diárias que me lembrarão de suas necessidades.
Peito com peito, seus segredos, quando passados a mim, serão mantidos como se
meus próprios. Mão nas costas, eu defenderei seu caráter em sua ausência como
em sua presença.
Como existe todo um contexto muito especial nas palavras
citadas acima, gostaria de exemplificar detalhadamente:
·
Mão com mão, quando as necessidades de um Ir.’. exigem
amparo, nós não poderemos volta-lhe as costas se estivermos lhe apertando a
mão, para lhe dar ajuda que pode salvá-lo de afundar, sabendo que este é
merecedor e que não trará qualquer demérito a nós ou aos nossos entes queridos.
·
Pé com pé, a indolência não pode fazer para a nossa
caminhada de nossos pés lado a lado e muito menos a cólera pode nos afastar os
nossos passos. É importante lembrar que o homem não nasceu para satisfazer-se
sozinho, mas para exercer benevolência, socorro e conceder assistência às
demais criaturas e especialmente aos IIr.’. Maçons.
·
Joelho com joelho, quando recomendamos o bem estar dos
nossos IIr.’. ao Supremo Arquiteto do Universo, devemos fazê-lo como se fosse
para nós, assim com certeza estaremos pedindo de um coração fervoroso, nossas
preces sendo reciprocamente requeridas, para o bem estar de um ou de outro,
manteremos o nosso espírito fraternal.
·
Peito com peito, um segredo licito de um Ir.’., quando
confiado a nós, deve ser mantido como fosse nosso, pois trair um segredo
depositado por um Ir.’. a outro deve ser a maior injúria que se poderia receber
em vida; mais ainda, seria como a vilania do assassino que encoberto pelas
sombras, esfaqueia o coração de seu adversário quando esse esta desarmado e sem
suspeitar o perigo.
·
Mão nas costas, o caráter e a reputação de um Ir.’. devem
ser defendidos em sua presença ou ausência; não devemos injuriá-lo, nem
permitir que o façam.
Portanto podemos afirmar que a fraternidade pelo os cinco
pontos que hoje conhecemos como os cinco pontos da perfeição, obrigaram-nos a
estarmos unidos em um sincero elo de afeição fraterna, que será suficiente para
nos distinguir daqueles que é de fora à nossa Ordem Maçônica e pode demonstrar
ao mundo em geral que a palavra Irmão entre os maçons é muito mais que apenas
uma palavra e possui um significado muito especial.
·
Glossário:
Vilania: Ato Vil ou vilão, mesquinhez.
·
Bibliografia e fontes de referencias:
O livro de Hiram, Christopher Knight e Robert Lomas,
impresso pela Editora Madras.
A Simbólica Maçônica, Jules Boucher (1996)
Ritual do 3º grau de Mestre do Rito Brasileiro – GOB 2009
"Oh, quão bom e
quão suave é que os irmãos vivam em união. É como óleo precioso sobre a cabeça,
que desce sobre a barba, a barba de Aarão e que desce a orla das suas vestes. É
como orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião, por que ali, o
Senhor ordena benção, e é vida para sempre”.
A.’.R.’.L.’.S.’. Arca
da Aliança 2489 - G.’.O.’.B.’.R.’.S.’.
Eduardo Bandeira Lecey
M.’.M.’. C.’.I.’.M.’. 250559 – I.’.R.’.B.’. 5399
Porto Alegre – RS
V/5771
Anno Mundi da V.’.L.’
07.07.2011
E.’.V.’.