A escolha do Venerável Mestre
para presidir e dirigir os destinos de uma Loja Maçônica deve recair, sempre
que possível sobre um Irmão com experiência, adquirida e demonstrada através do
exercício de, no mínimo, três cargos, preferencialmente: Mestre de Cerimônia,
Secretário e Vigilante.
A Legislação Maçônica atual não
faz essa exigência, mas a aceitação da recomendação acima é imprescindível para
que a Loja alcance o sucesso desejado e os Irmãos, o progresso harmonioso na
Maçonaria.
O Venerável Mestre de uma Loja
Maçônica não precisa ser perfeito, mas, não pode ser medíocre.
Ele não precisa ser Grau 33,
basta ser Mestre Maçom. Não precisa ser diferente, mas é muito importante que
ele seja um líder nato, sem jamais tentar impor sua vontade.
Não precisa ter grande cultura
profana, mas que seja tolerante e que tenha a clara noção do seu limite.
Precisa gostar de aprender e ter
imensa vocação para ensinar, principalmente através de seus bons exemplos.
Não precisa ser eloquente
tribuno, mas deve falar calar e agir corretamente e nos momentos certos.
Precisa saber sorrir e não ter
pudor de chorar pela infelicidade e a dor alheia. Deve conhecer e reconhecer
suas limitações e fazer de tudo para superá-las.
Um Venerável Mestre não pode ser
infiel, vazio e muito menos libertino, porém, deve prezar a liberdade com
responsabilidade. Deve gozar a vida com moderação e sem ostentações.
Deve ter infinita crença no
Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, devotamento à pátria e imenso amor à
família, aos Irmãos e à humanidade.
O Venerável Mestre precisa ter
disposição indomável para combater sem tréguas o vício, a corrupção, o crime, a
intolerância e suas próprias ambições pessoais.
Ele deve ser, sempre que necessário
encontrado ao lado dos enfermos, fracos e famintos de pão e de justiça. Deve
respeitar seu próximo independentemente de cor, posição social, credo ou
idealismo político, bem como à natureza e aos animais.
Precisamos de um Venerável
Mestre que saiba amparar e ouvir seus Irmãos, guardando como segredo de confissão
suas fraquezas e enaltecendo, para todos, suas virtudes.
Ele precisa gostar da filosofia
maçônica, conhecer profundamente sua liturgia e Ritualística, combatendo o
obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os preconceitos,
os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.
Precisamos de um Venerável
Mestre que faça pompas Fúnebres para os Irmãos que partirem para o Oriente
Eterno, que faça adoção de Lowtons, Consagração de casamento e Sessões Magnas
Cívicas com a presença de profanos a fim de difundir o ideal maçônico.
Um
Venerável Mestre deve respeitar a soberana decisão da Loja, bem como a dos
Altos Corpos Maçônicos.
Precisamos de um Venerável
Mestre que esteja despido de todas as vaidades. Que seja uma ponte de união
entre as Lojas, um verdadeiro maçom e nunca um espinho de discórdia. Pode já
ter sido enganado, mas, não pode nunca ter enganado. Deve saber perdoar e saber
pedir perdão.
Um Venerável Mestre não precisa
ser financeiramente rico, mas, não pode ser espiritualmente pobre. Precisa ser
puro de sentimentos e deve ter como grande ideal de vida os Princípios da
Maçonaria.
Deve prestar auxílio e socorro
aos Irmãos de sua Loja que o procurar, bem como tratar com o mesmo zelo e
atenção aos Irmãos visitantes que a si se dirigirem, a fim de que estes se
sintam como se estivessem em suas próprias Lojas.
Precisamos de um Venerável
Mestre que incentive a presença e o trabalho beneficente/ filantrópico das
Cunhadas e Sobrinhas, sempre que possível, através da Fraternidade Feminina.
Que se preocupe com a educação Profana e Maçônica dos Sobrinhos de hoje que
deverão ser os Maçons de amanhã.
Procuramos um Venerável Mestre
que não dê valor a paramentos luxuosos. Que goste mais de encargos do que de
cargos e pompas a ele impostos; que desempenhe com abnegação e fidelidade todos
os encargos, pois todos são nobres. Que ao término do seu mandato prefira ser
um simples colaborador em vez de Venerável de Honra. Que eleito pela primeira
vez, se admita sua reeleição, porém, que não tenha a sede de se perpetuar no
poder.
Precisamos de um Venerável que,
imitando o apóstolo Pedro, seja e ensine a seus Irmãos serem pescadores de
homens de bem no mundo Profano, isto é, homens livres e de bons costumes.
Precisamos de um Venerável que,
goste de ser chamado de Irmão e que realmente sinta em seu coração toda a
vibração e plenitude do que é ser um verdadeiro Maçom, líder e justo em toda
sua dimensão.
Precisamos de um Venerável que
não viva preso somente ao passado, aos Landmarks e a História da Maçonaria,
mas, que escreva as mais belas páginas da Maçonaria no presente, que é a porta
aberta para o nosso futuro, posto que estejam em uma Nova Era.
Finalmente, precisamos de um
Venerável que seja verdadeiro exemplo de conduta na Loja e fora dela, que nos
abrace fraternalmente por Três Vezes Três, sorrindo ou enxugando nossas
lágrimas para termos a inabalável certeza de que a Maçonaria é realmente
fraterna e iluminada, que eleva o homem da Pedra Bruta à presença do Grande
Arquiteto do Universo.
Não nos esqueçamos que, sempre
há tempo para mudar.
AILDO VIRGINIO CAROLINO
Secretário Estadual de Gabinete –
GOB-RJ