O povo brasileiro assiste atônito, à série de
desmandos e acordos políticos destinados, de um lado, a preservar o mandato da
atual presidente da República e, por outro, destituí-la do poder.
As estruturas dos poderes Legislativo e Executivo
nunca foram tão abaladas como nos últimos anos, dada a incrível e lúdica
sequência de escândalos que devastaram o resíduo confiança que havia em alguns
setores da política.
Máscaras caíram; o partido do governo, outrora
baluarte da decência e da moralidade na administração pública, após alguns anos
no poder, mostrou a podridão que permeava suas entranhas, com vários de seus
nomes ilustres sendo protagonistas dos mais tristes episódios de maltrato à
coisa pública já vistos nos país.
Se no aspecto político o país chafurda na lama, com
poucas esperanças, a economia reflete claramente o descaminho em que nos
encontramos, sem que ninguém saiba o que fazer e, mesmo sabendo, sem ter
credibilidade suficiente para mobilizar setores da sociedade para auxiliar em
um projeto de recuperação nacional.
Credibilidade: essa é a palavra-chave. Podemos
perder tudo, como já disse um ex-presidente da República, menos a
credibilidade. E foi justamente isso que aconteceu com o governo brasileiro.
Nesse cenário de incertezas e de vergonha interna e
externa, como ficam nossos jovens? Que tipo de cidadão nossa sociedade formará,
se não ficar evidente a repulsa por toda a bandalheira que assola a nação? Que
tipo de ética será transmitida aos mais novos, se as ações atuais não
convergirem para a aplicação plena da Lei, visando o ideário da Justiça, sem
tergiversações?
Esta preocupação aflige a todos, e a Maçonaria
brasileira não tem se furtado a debater e a procurar soluções para essa
problemática, afinal, também foi atingida por decepções internas.
Daí decorre a
intensificação, ao menos no âmbito do Estado de São Paulo, da busca pelo
resgate da ética na política, como tem feito o Grande Oriente de São Paulo –
GOSP, interagindo com a sociedade e promovendo, principalmente entre os jovens,
o apego aos ideais sublimes de Liberdade, com responsabilidade; Igualdade em
oportunidades; e Fraternidade com o ser humano, independente das diferenças que
o Criador nos impôs.
O interesse da
Maçonaria pelos jovens não é novo, mas se revigorou nestes tempos de profunda
confusão de valores e princípios.
Não basta dizer que os
jovens são a esperança do amanhã; isso é totalmente superado. Os jovens
necessitam ver, nos adultos de agora, algo que os inspire a crer que vale a
pena ser honesto, trabalhador e estudioso, o que é muito difícil em um país que
valoriza mais os profissionais do chamado “show business” do que um médico que
estuda sete anos ou mais para salvar vidas.
Como vários dizem e
poucos praticam: “as palavras inspiram; já os exemplos, estes arrastam.”.
Ciente disso, a
Maçonaria têm se engajado no trato aos jovens, seja por meio de ações sociais,
ou pela inserção em seus quadros dessas verdadeiras centelhas de vida e de
mudança social.
Nossas Lojas
Acadêmicas e Universitárias têm envidado esforços para maior integração com a
sociedade, visando oferecer aos mais novos ambientes sadios para desenvolver o
senso crítico, a consciência e a responsabilidade social, alicerces de uma
cidadania plena, ao mesmo tempo em que se dispõe a ser parceira dos
professores, por entender que, sem a participação deles, toda iniciativa em
formar ou conscientizar com qualidade é vã.
No dia 20/08/2015,
data em que se comemora, no território nacional, o “Dia do Maçom”, os maçons
brasileiros reiteram toda a sua indignação contra a corrupção desenfreada e o
trato pífio da Administração Pública, amplamente expostos pela imprensa,
reafirmando que a impunidade não pode perdurar, doa a quem doer.
Sob a égide da lei e
da ordem, como cidadãos conscientes, os maçons usam esta importante data para
reflexão e ação, ávidos por contribuir pelo bem da sociedade e a grandeza da
pátria! Avante, Maçons! Viva o Brasil!
Resp.’. Ir.’. José
Vieira da Silva Júnior é Coordenador Estadual das Fraternidades Acadêmicas e
Universitárias do Grande Oriente de São Paulo (GOSP).
Artigo publicado no
jornal Correio Popular, de Campinas
fonte GOSP