O uso de acender luzes nas
religiões e nas sociedades iniciáticas para clarear o local em que se realizam
tais cerimónias é antiguíssimo. É preciso, no entanto, não confundir a
iluminação geral, prática ou ornamental, com iluminação Litúrgica ou
mística.
Assim, enquanto a iluminação
normal pode ser elétrica ou de qualquer ordem, a litúrgica ou maçônica só pode
ser de Vela de cera branca, amarela ou na cor exigida pelo
cerimonial.
O número de velas a serem usadas
na Maçonaria, depende do grau em que se vá trabalhar.
No grau de APRENDIZ, o Venerável
Mestre e os dois Vigilantes deveriam ter cada um, um candelabro sobre o seu
altar. No grau de COMPANHEIRO, o orador e o secretário igualmente e no grau de
MESTRE, o tesoureiro e o chanceler também.
Antes da abertura dos trabalhos,
o Venerável Mestre deve ter a sua vela acesa para que no decorrer da abertura
dos trabalhos, ele “dê à luz aos Vigilantes”, que munidos das suas velas
juntamente com o Venerável Mestre vêm acender as do altar dos juramentos e os
que lhes são destinados numa ritualística toda especial.
Existem assim seis luzes dentro
do templo: três no mundo dos arquétipos e três no mundo realizado. Mas para
respeitar o simbolismo tradicional, deveriam ser acesas primeiro as velas do
altar dos juramentos, e que o Venerável Mestre e os Vigilantes viessem cada um
tomar a luz em candelabro respectivo, visto que serem estes oficiais, o reflexo
do mundo dos arquétipos.
Pela lógica, as velas do altar,
deveriam ser acesas antes dos Irmãos entrarem no templo e apagadas somente após
a saída deles, para que a energia que emana dos mesmos permanecesse ali todo o
tempo.
Seria desejável que todas as
Lojas compreendessem e adotassem este simbolismo, seria nitidamente acentuada a
transcendência do simbolismo maçónico.
Todas as Lojas deveriam usar
velas e não luz eléctrica, porque não produzem os mesmos efeitos; dão luz, mas
não FOGO (um dos quatro elementos simbolizado no signo de Áries- o jovem fogo)
que é o 4o elemento da natureza.
Compreende-se muito pouco o
significado do fogo nas cerimônias maçónicas. Uma vela acesa com ritualística
equivale a uma oração e atrai sempre do GADU fluxos de energia positiva.
Contudo a luz eléctrica é
admissível para a estrela Flamígera e a estrela de iniciação, cujo efeito e
simbolismo é somente “luz”, (que se lhe dê a luz)
Uma das razões pela qual os
antigos maçons usavam nas suas iniciações a vela de cera de abelhas é porque
simbolicamente a abelha se traduz por trabalho, justiça, atividade e esperança.
A vela também apresenta um
simbolismo ternário, qualificado pela igreja como sendo a Trindade:
Pai, Filho e Espírito Santo. Cera o Pai, pavio o Filho e a chama o Espírito
Santo ou a Sublimação espiritual: Corpo, Alma e Espírito.
A luz física é o emblema da luz
espiritual. A vela incandescente dos altares medievais e das antigas
corporações, têm a ideia de consagração e a de promover a guarda dos votos de
gratidão por graças recebidas; porque a chama da vela é viva e é ritual ao
passo que a luz elétrica tem sempre algo de artificial. Por esta razão o uso de
vela de cera na Maçonaria tem a sua origem nas antigas ordens iniciativas e de
alquimias.
Sabe-se, porém, que os Maçons
ingleses do século XVIII acendiam velas litúrgicas sobre grandes candelabros, e
os Maçons “modernos” da época consideravam-na as três grandes luzes da loja
porque mostravam as três principais posições do sol durante o seu percurso
diário. Já os antigos Maçons, admitiam as três velas apenas como as pequenas
luzes, isto é, o Venerável Mestre, 1o e 2o Vigilantes
e chamavam de grandes luzes o Livro Sagrado, o Esquadro e o Compasso.
Acredita-se que as velas foram
introduzidas na Maçonaria especulativa primitiva por Cabalistas. Sabe-se que
nunca era iniciada uma cerimônia cabalística sem o prévio acendimento de três
velas rituais.
Tomando-se em consideração o caráter
sagrado que a Maçonaria empresta às velas, pelo simbolismo transcendente com
que foram revestidas, existe uma ritualística tanto para acendê-las, como para
apagá-las.
Não é difícil manter esta
ritualística; é necessário apenas manter certos cuidados: Jamais acender as
velas, dentro de um templo, com isqueiro, fósforos ou com qualquer outra
substância que produza mau cheiro e fumaça com fuligem.
- a maneira correta é acender uma vela intermediária,
transmitindo o “fogo” com o seu auxílio (devendo a chama como a vela em si
mesma ser conservada PURA).
Da mesma forma toma-se necessário
tomar outras precauções quando se vai apagar as velas:
- Nunca se deve soprar a chama. Ela deve ser extinta com
um apagador próprio ou ser esmagada com o malhete, porque as velas dentro
de um Templo Maçônico não são um mero detalhe do ritual. Elas representam
o FOGO SAGRADO, símbolo do GADU, e para acendê-las, segue-se a uma
sequência ritualística e simbólica; acendendo-se primeiro a que representa
o Venerável Mestre, e seguir a correspondente ao 1o Vigilante
e finalmente a do 2o Vigilante e para apagá-las segue-se a
ordem inversa: 2o Vigilante, 1° Vigilante e por último
Venerável Mestre. E para que os fluidos benéficos advindos do GADU,
através do fogo da vela permaneça no templo, mantendo as irradiações
positivas até a próxima sessão.
Todos os Irmãos deverão deixar o
templo em silêncio absoluto, para não quebrar a Magia da Omnipresença Divina.
Anésio Tambosi – ARLS
Luz do Oriente – Itajaí-SC
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