UM ETERNO APRENDIZ, JAMAIS, DEVE SER CONFUNDIDO COM UM APRENDIZ ETERNO!



O Maçom, como um buscador da Verdade, em sua vereda iniciática, mesmo que já tenha galgado os mais altos graus de seu rito, jamais, poderá se considerar que absorveu todo o conhecimento. A busca da Verdade é um exercício diário e infinito na evolução do homem.

Encontrá-la seria a maior das utopias, pois quando nos certificarmos de algo, logo, um amplo terreno de dúvidas se abre a nossa frente. A palavra “Verdade” poderia se traduzir em “qualidade de ver”, estando, estritamente, condicionada ao estado de consciência de cada um, em relação a algo. Cada um de nós é o portador de sua Verdade.

 A Verdade Absoluta é a Divindade, o Grande Arquiteto do Universo. Como criaturas, e criados à imagem e à semelhança do Criador, somos partículas infinitesimais de Deus. A nossa Verdade se expande conforme se amplia a consciência da divindade dentro de nós.

Dizia o Mestre Jesus: “Eu Sou a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai, senão por Mim!” Sua origem transcende aos três tempos verbais, passado, presente e futuro. Haja vista que, tal palavra no grego, chama-se “aletheia”, referindo-se as coisas que são; no latim, chama-se “veritas”, e se refere aos fatos que foram; já no hebraico, chama-se “emunah”, com relação às coisas que serão. 

A cada vez que assistimos o ministrar das mesmas instruções maçônicas, a cada momento a interpretamos através de uma nova ótica, angariando um novo aprendizado.

Em verdade, não foi à instrução que se modificou, mas o nosso estado de consciência. A nossa Verdade que se expandiu com relação àquele ensinamento e passamos a enxergá-lo por outro prisma. Buscar a Verdade é buscar o nosso Deus Interno, a fagulha divina. É o despertar de nossa quintessência, o espírito.

Seu despertar é início do domínio do espírito sobre a matéria, sobre o quaternário dos elementos. Esse é o princípio do trabalho da Iniciação, ou seja, é o “início” da “ação”, ou a “ação de iniciar” uma caminhada, a guisa da parábola bíblica do “Filho Prodígio de Volta à Casa do Pai”, a fim de que a centelha (nós) se una, novamente, à Chama do Eterno. O trabalho é constante e requer do postulante à Iniciação, disciplina e dedicação, pois a busca é eterna, como é eterno o aprendizado.

 Ao nos considerarmos um eterno aprendiz, não estamos falando que estaremos limitados, para sempre, à condição de ser um Aprendiz Maçom, de ficarmos restritos ao aprendizado relativo ao Primeiro Grau Maçônico.

Em verdade, o Eterno Aprendiz é aquele que, independente do Grau já adquirido, coloca-se, incondicionalmente, receptivo a novos conhecimentos, permitindo que sua Verdade se expanda. O Teatro da Cerimônia de Iniciação, realizado quando ingressamos na Ordem, não nos concede o “status”, a partir de então, de nos considerarmos um iniciado.

O seu enredo é, tão somente, a trajetória iniciática que se espera que alcancemos um dia. Talvez, e muito provavelmente, tal conquista não se dará uma só vida! Portanto, devemos seguir, humildemente, nossa infinita caminhada, sem buscar atalhos, sem nos deixarmos desviar do verdadeiro caminho, devido ao iminente risco de sermos iludidos pelo falso brilho das alfaias, altos cargos e funções. 

O aprendizado é eterno, daí sermos eternos aprendizes em busca da Verdade Absoluta!

Esse é o verdadeiro caminho da Iniciação, cuja estrada não nos conduz para fora, mas sim, para dentro de nós mesmo!

Revista Arte Real

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