“Na dúvida aprendemos;
na certeza nem sempre”
Em todo mundo a
Maçonaria vive de Duas reuniões mensais, ou uma bimensal, e até uma trimestral,
como é na Inglaterra. Apesar de parecer pouco para nós brasileiros, eles são
atuantes e fazem sua parte em matéria de trabalho social, filantrópico, e de estudos.
Na França, Portugal,
Espanha, Nova Zelândia e Estados Unidos são duas sessões. Propor isso aqui causaria uma discussão
interminável, ou talvez nem discussão houvesse (deixa como está), pois nos
acostumamos com quatro e até cinco sessões mensais.
Depois de quase quatro
décadas na Ordem, senti um esgotamento por esse regime de trabalho sem descanso,
apesar de gostar da convivência em Loja com meus irmãos. Mas, e da família, não
gostamos também? Ficar mais tempo em casa é revigorante, além do que, pregamos
que a família está em primeiro lugar.
Buscando ajudar os
mais velhos, foi criada na Nova Zelândia, a Loja Daylight, que se reúne à luz
do dia, evitando o que aconteceu com o Senior Warden (primeiro vigilante) que
caiu no sono e roncou, em sessão noturna, como me relatou o irmão Timothy
Collier, da Loja Montrose 722 - SC, de Gisborne- New Zealand. Mais perto de
nós, tem a Loja Centenário em Porto Alegre, que trabalha à tarde, para atender
os irmãos em “idade respeitável”. Seguindo essa tendência, em Londrina, agora tem
a Loja François Voltaire que trabalha aos sábados de manhã.
Como é possível adotar
o sistema praticado no mundo, e manter a agenda de trabalho em ordem?
Bem, aí, depende dos Veneráveis
e das diretorias terem vontade para implementar essa mudança. Nas Lojas com
grande número de membros, o saco de proposições recolhe um elevado número de
pranchas, que para serem decifradas leva-se um tempão, consumindo boa parte das
duas horas de trabalho.
Peço mudanças, e
apresento uma sugestão: O remédio é a informatização parcial das atividades
maçônicas, apesar do perigo que poderia advir com isso, pelo vazamento aos
olhos e ouvidos profanos.
Vejamos: os pedidos de
informação de outras Lojas, sobre profanos à iniciação, podem ser via e-mail,
como já faz o Grande Oriente do Paraná e outras Potências.
Pranchas pedindo a
cessão do salão social, de ajuda de instituições, devem ser analisadas pela
diretoria, bem como os certificados de presença a outras Lojas podem ser
agrupados e anunciados em bloco, com um ganho de tempo.
As pranchas das
Corporações Filosóficas, com pedido de informação para a elevação de graus, não
precisam ser lidas “ipsis literis”, uma a uma, em sessão, e podem ser respondidas
administrativamente. Isso não vai afetar a excelente relação de cordialidade e
amizade que sempre existiu entre as Lojas Bases, e os Altos Corpos.
O secretário executivo
da Loja pode organizar tudo, e enviar via correio eletrônico, as informações a
quem de direito.
Não vamos imaginar que
a “A Palavra à bem da Ordem” deva ser encurtada. Porém é preciso que seja objetiva,
concisa, e sem delongas, sendo “À Bem da Ordem” mesmo, e nada mais.
Se no mundo inteiro é assim,
com DUAS sessões mensais, porque não pode ser da mesma forma entre nós?
A obrigatoriedade da
frequência maçônica, não é apenas na Loja Base/Mãe, é também na Loja de
Perfeição, no Capítulo, no Kadosch, no Consistório e nos Graus Administrativos.
Tem ainda as
organizações paramaçônicas juvenis que os pais precisam levar os filhos/as como,
a Ordem De Molay, as Filhas de Jó e a Arco Iris.
Num passar d´olhos no calendário,
vi que seriam 21 sessões ao ano, contra quase 45 no sistema atual. Um único
templo poderá acolher muitas Lojas, dez por mês.
Mais Lojas no mesmo
templo poderia baratear o aluguel para as Oficinas locadoras, que em alguns
casos tem dificuldade para pagar. Acredito mesmo, que o índice de frequência
aumentaria, e certas sessões hoje “vazias”, se tornariam mais vibrantes e
proveitosas, bem diferente de algumas situações, onde apenas meia dúzia de
“bodes pingados” se faz presente. Trabalhar do meio dia à meia noite, é apenas
uma simbologia.
Osni Adres Lopes -
Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil
Laurindo R. Gutierrez - Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil e
Loja de Pesq. Maç.´.
Francisco Xavier Ferreira - membro correspondente