segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO PELA MAÇONARIA?



“Entre o eixo e as pontas do compasso, meu Deus, que distância penosa, que giro difícil, que pesado manejo”. - Cecília Meireles

Com essa filosofia poética de Cecília Meireles inicio a composição desse artigo. Na iniciação o candidato recebe a Luz e torna-se um Maçom na categoria de Aprendiz. Inicia-se a o caminhar entre o eixo e as pontas do compasso.

Nesse caminho a escuridão é profunda, nada ou quase nada podemos fazer pela Maçonaria, a não ser cumprir nosso compromisso assumido de ser regular, ter a regularidade em nossos compromissos assumidos perante a Loja, que é: ser frequente, cumprir nossos compromissos pecuniários e respeitar as leis emanadas da Obediência/ Potência que a Loja é jurisdicionada.

O estado inicial de Aprendiz é de profunda busca pelo que é novo, pelo que é desconhecido e pelo que ao Aprendiz é facultado ser conhecedor.

Nessa etapa recebe-se, paulatinamente, através das instruções, das apresentações, de gestos e palavras, o alicerce para a construção moral do iniciado.

Essa construção é embasada em uma filosofia que se apresenta e se abstrai o conhecimento com alegorias e símbolos.

O Aprendiz começa a entender se for aplicado em suas leituras, em suas observações e nos exemplos transmitidos a ele, pelos irmãos Companheiros e, principalmente, pelos Mestres, o que pretende a Maçonaria com toda sua filosofia, com sua práxis epistemológica: torná-lo um ser humano melhor, para que possa, através de suas atitudes, tornar a sociedade e a humanidade mais feliz, pelo amor e pela prática das virtudes.

Continua-se a busca pelo conhecimento, pelo polimento das atitudes e ações através da elevação ao grau de Companheiro Maçom. A esse é dado à oportunidade de conhecer a Geometria e com ela medir as ações que este encetará dentro da ordem maçônica e, também, no seio da sociedade.

Medidas de cunho filosófico e tangível aos aspectos morais, que adquiridos com cristalinidade e sem sofismas, dentro dos princípios que norteiam a sublime ordem maçônica, restituirão a essa Ordem os valores absorvidos e norteará sua ação em benefício da sociedade profana e da iniciática.

Continua o Companheiro como caminhante em busca do conhecimento, utilizando em suas justas medidas os instrumentos universais acima declamados por Cecília Meireles, e que são representativos de nossa sociedade maçônica: o esquadro e o compasso.

 Essa atitude de busca ao imergir nos estudos dos sentidos e das ciências e, quando esses estudos são revertidos em ações e atitudes plenas dentro da ordem maçônica, estamos estabilizando o sentido de equilíbrio dentro da Loja, dentro da Maçonaria.

O tempo e a distância, entre o eixo e as pontas, são penosos. São duros, são de profunda provação para o Maçom. Várias situações de rupturas, de dissensões, de conflitos são colocados a nossa frente, tanto na vivência em Loja, como no estudo da historiografia da sociedade maçônica; fatos contrários ao que preconizam os regulamentos e leis oriundos da sublime ordem maçônica chocam-se, contrapõem-se ao que deveria ser uma visão cristalina e sem penumbras do desenvolvimento do ser humano, enquanto ser social e universal.

Como Companheiro Maçom tem um entendimento do que estamos fazendo dentro da Maçonaria e o que podemos fazer pela Maçonaria, porém dentro da ensinança, dentro do que se propõe o Companheiro, ainda, precisa, utilizando de seu aprendizado, desenvolver dentro de sua qualidade de membro de uma Loja, condições que possam firmar as bases dessa célula da sociedade maçônica, que é a Loja e, articular uma proposta de figurar em uma escala acima, para que possa ser definitivamente, uma pedra angular da Maçonaria. “... que pesado manejo” e com o peso da responsabilidade ocorre à exaltação ao grau de Mestre Maçom, último grau da Loja Simbólica.

Neste grau a proficiência em manejar o Esquadro e o Compasso em justa medida, em permanecer sendo constituinte do ponto dentro do círculo é de suprema dedicação a inigualável sociedade maçônica, que tem por finalidade tornar o ser humano livre e de bons costumes, per si, já estaria consumado a proposta da filosofia maçônica, inserindo na sociedade um ser humano melhorado, atendendo ao chamamento dos pares para um crescimento espiritual e compartilhamento com a sociedade, tanto profana quanto maçônica, de todos os princípios éticos e morais que esta sociedade, através dos séculos e com seus próceres, deixaram perpetuados para nós.

Possuidor do grau de Mestre Maçom, portando e manejando os símbolos e alegorias, somos convocados a desenvolver nosso labor em benefício da sociedade, da Loja e, concomitantemente, da Maçonaria.

O entendimento da práxis maçônica é próprio dos virtuosos e, como somos, sempre, uma Pedra Bruta a ser diuturnamente lapidada, aparando nossas arestas humanas constantemente, desenvolvemos as possibilidades de comprometimento em auxiliar a Maçonaria, contribuindo na implementação de suas propostas sociais, sendo uma Pedra a ser colocada na consolidação da sustentação daquilo que possui qualidade para não só a perpetuação à Ordem Maçônica, como também, de uma forma de inserção e atendimento ao chamamento, para a permanência vibrante das ordens para-maçônicas; De Molays, Filhas de Jó e outras.

O conjunto da obra é de difícil manejo. Não se constrói uma Loja maçônica, uma Obediência/Potência maçônica com atitudes rasas, com aviltamento dos princípios da moral e dos bons costumes, com o bramir das intolerâncias, exercitando a vaidade extrema, sendo ponto de inserção das rupturas e cisões.

A Maçonaria almeja justamente o contrário de tudo isso, a Maçonaria possui os instrumentos necessários ao crescimento do ser humano em todos os seus aspectos sociais e morais.

Vivemos hodiernamente os aspectos sociais de uma sociedade pós-moderna, onde o individualismo e o consumismo sobrepõem a todos os outros quesitos sociais.

A época atual da pós-modernidade coloca, para nós maçons, desafios constantes, principalmente o soterramento das metas-narrativas, não interessa os ideais iluministas que consolidaram como a base da Maçonaria, com o emprego do mote: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

O mundo pós-moderno desacredita nas sociedades formadas, independente de que sejam seus ideais, produz uma crise na filosofia como construtora da verdade, portanto, desafia a todos nós maçons a provar que nossa filosofia é construtora daquilo que, por princípio de convivência social, é correto e verdadeiro.

Enquanto Maçom, enquanto obreiro dessa sublime Ordem, enquanto respeitador das leis emanadas da Obediência/Potência que a Loja a que pertenço é jurisdicionada, enquanto defensor inconteste da tríade maçônica: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, estou sempre em movimento, estou sempre conduzindo o Esquadro e o Compasso, mesmo que a distância entre o eixo e as pontas sejam penosas; que o giro seja difícil; que o manejo seja pesado, não importa quais as premissas que se dispõem, eu, como Maçom, conduzo minha vida para que os irmãos, as autoridades dignamente constituídas, e a Maçonaria, tudo que se refere à Sublime Ordem Maçônica seja respeitada e, tenha sempre um lugar de destaque na sociedade hodierna.

Antônio Juliano Breyner

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