A denominação Grande Oriente e Grande Loja causam dúvidas já que
as diferenças não são claras e ao longo do tempo foram geradas ideias que nem
sempre são rigorosas.
GRANDE ORIENTE
A expressão “Grande
Oriente” era o nome dado ao lugar em que se realizava as convenções das Grandes
Lojas de um país. Para alguns, Grande Oriente é também sinônimo de Grande Loja,
pois, são ambos o topo de uma estrutura maçônica, que congrega todas as Lojas
da Obediência a que se encontram filiadas.
Pensa-se que a expressão Grande Oriente terá surgido por acaso,
em França, no ano de 1773, já que no dia marcado para a Instalação da Grande
Loja Nacional de França, os participantes resolveram que aquela instituição se
chamaria Grande Oriente de França, Um Grande Oriente é uma federação ou
confederação de, no mínimo, três Lojas Maçônicas.
Ao contrário das Grandes Lojas, estas três Lojas não necessitam
de trabalhar no mesmo rito, o que em princípio é exigido pelas Grandes Lojas.
GRANDE LOJA
A denominação Grande Loja remete-nos para a Idade Média, mais
precisamente para a Alemanha, ainda no período da Maçonaria Operativa, através
das Lojas dos Talhadores de Pedra que se foram formando por vários pontos
daquele território.
Em termos históricos, a Grande Loja Unida da Inglaterra é quem
detém a primazia de ser a Organização Maçônica mais antiga, fundada em 1717,
tendo comemorando 300 anos em Junho de 2017.
Uma Grande Loja é uma confederação composta, no mínimo, por três
Lojas Maçônicas que trabalham um mesmo Rito Maçônico.
Existem, no entanto, Grandes Lojas onde se congregam Lojas que
integram diversos Ritos.
O termo surgiu na Idade Média, na Alemanha. Eram confrarias,
onde os trabalhadores se reuniam, também conhecidas como corporação de ofícios,
steinmetzen, e serviam para regulamentar o processo produtivo artesanal nas
cidades que contavam com mais de 10 mil habitantes.
Estas unidades de
produção artesanal eram marcadas pela hierarquia (mestres, oficiais e
aprendizes) e pelo controle dos segredos das técnicas do oficio.
Como as Lojas de então eram muito dispersas, constatou-se a
necessidade de aproximá-las e organizar, criando-se um organismo agregador e
que, de alguma forma coordenava as Lojas dispersas pelo território, dando
origem à “Grande Loja”.
Instituiu-se assim uma loja que centralizava e unificava todas
as outras, tendo nascido a primeira Loja Principal, ou Grande Loja.
Esta tinha, entre outras atribuições, o dever de julgar as
divergências entre os Talhadores de Pedra, organizando e coordenando as suas
relações institucionais entre Lojas.
As Grandes Lojas terão sido, na sua origem, os principais
centros de maçons livres, os quais estavam associados às grandes obras de
arquitetura daquela época.
O crescimento continuou e a necessidade de mais organismos
centralizadores foi crescendo, pelo que, na Alemanha foram criadas mais cinco
Grandes Lojas: Colônia, Estrasburgo, Viena, Zurique e Magdeburgo.
Depois das Constituições de Anderson, estabeleceu-se que cada
região pode ter apenas uma Grande Loja. Hoje, para cada estado há uma Grande
Loja.
Será também de referir que, ao contrário dos dias de hoje, as
Grandes Lojas abrangiam um ou mais territórios ou países, pois, ainda não tinha
sido sistematizadas, o que só ocorreria em 1717, com a fundação da Grande Loja
Unida de Inglaterra.
Lembremo-nos que, até esse momento, a Maçonaria era considerada unicamente
operativa.
Concluindo: Em termos formais, a distinção parece estar na
existência ou não de diversos Ritos dentro de uma estrutura maçônica de topo.
Caso, só seja praticado um Rito, então temos uma Grande Loja;
caso na Obediência sejam praticados diversos Ritos, temos um Grande Oriente.
Se esta explicação parece ser simples e fazer sentido, então
como explicar todos os casos em que Grandes Lojas integram Lojas praticando
diversos Ritos, bem como o contrário – Grandes Orientes que praticam um único
Rito?
Fica a pergunta.
Irmão Antônio Jorge ARLS Mestre Affonso Domingues, nº5 – GLLP GLRP – Portugal Editor da página
Freemason.pt (www.freemason.pt)