Historicamente os
evangélicos e os maçons sempre tiveram uma relação estreita e pacífica.
Muitas vezes
trabalharam juntos na formação do homem virtuoso capaz de transformar a
sociedade. É inegável que a maçonaria moderna foi organizada sob a influência
Protestante.
Basta ver que James
Anderson autor da “Constituição de Anderson” era reverendo da Igreja
Presbiteriana inglesa. Também Jean Teophile Desaguliers tido como o patrono da
moderna Maçonaria Especulativa, era reverendo da Igreja Anglicana.
Ambos,
Anderson e Desaguliers, eram clérigos e maçons atuantes e que passados séculos,
ainda nos ensinam muito sobre nossa Ordem.
No Brasil, a boa
relação entre evangélicos e maçons, gerou a Loja George Washington, fundada em
10 de setembro de 1.871, na cidade paulista de Santa Barbara do Oeste, por oito
membros da Igreja Batista, comandados pelo pastor Richard Ratcliff, vindos de
Richmond, Virginia; nos Estados Unidos. Entre estes, cinco deles, maçons,
fundaram a primeira Igreja Batista no Brasil.
É sabido que os maçons
protegiam os protestantes que eram vitimas de perseguições e impedidos até de
terem propriedades para construções de seus templos. Sofriam ameaças graves, às
vezes eram agredidos por fanáticos católicos.
A religião, como sempre, era arma
para a intolerância.
Porém, de uns tempos
para cá, talvez três décadas, a situação entre evangélicos e maçons começou a
mudar, para pior. A intolerância e o preconceito contra a maçonaria começa a
fazer vítimas no mundo evangélico da maneira mais odiosa, a prática da delação
entre irmãos da própria igreja.
Se um evangélico
descobre que um membro de sua igreja é maçom, prontamente o delata aos
superiores hierárquicos, que vão atrás do “traidor da fé” e o colocam contra a
parede. Interrogado sobre sua vida na Ordem lhe é dado o cheque mate: ficar com
Deus ou com o Satanás.
Existem pastores que
afirma que a maçonaria vai destruir a religião e prega a expulsão dos fiéis da
igreja.
Parece que a prática
da delação não é mais patrimônio apenas dos regimes autoritários, onde a
liberdade de consciência e religiosa não existe.
Mau homem, péssimo
maçom, pior cristão ainda, que entrou para a religião para se locupletar.
Impressiona a falta de inteligência de antigos maçons que sabendo que a Ordem
não é religião a apresentam como tal, criando um clima de desavença.
Mentes tacanhas estão
comandando essa onda de perseguição interna nas igrejas, a serviço da
intolerância e do ódio.
Logo os evangélicos,
se tornam inimigos da maçonaria, esquecendo-se que quando começaram a chegar ao
Brasil um país eminentemente católico, os maçons os acolheram oferecendo suas
casas, salões e até templos maçônicos para suas reuniões.
Aos maçons mesquinhos
e intolerantes infiltrados nas igrejas, peço que estudem a história da Ordem e
sua relação com o protestantismo. Esses antigos fiéis, já naquela época, sabiam
que religião e maçonaria são distintas e que para o homem justo e bom, uma
complementa a outra.
Autor
Laurindo Roberto Gutierrez.
Laurindo Roberto Gutierrez.