Este pequeno trabalho
reúne alguns conceitos esotéricos que tratam da Beneficência.
Como eles norteiam os nossos procedimentos tanto no ambiente templário como no mundo profano, submeto estes princípios a sábia reflexão dos amados irmãos.
O que nos adiantaria ser um exemplo de sabedoria e força sem a beleza do sentimento da caridade?
Se a beneficência é a virtude moral que deve ornar o espírito e coração de qualquer ser humano.
Por isso a maçonaria nos encaminha à prática do bem, e nos instrui para o fazermos sem esperar nenhuma recompensa, agindo discretamente e de maneira que a mão esquerda não saiba o que faz a mão direita.
A nossa satisfação consistirá na DEFESA DO FRACO CONTRA O FORTE, uma vez que a Sabedoria não está em castigar os erros, mas em procurar-lhes as causas e afastá-las.
O Amor Universal nos impele a prática da solidariedade humana. Sendo que a CARIDADE é a essência da perfeição, porque implica na prática das demais virtudes.
A Caridade se manifesta no BEM pensar, no BEM agir e no BEM falar.
Todo maçom instruído sempre correrá no socorro aos aflitos, que sejam os deserdados pela fortuna ou os perseguidos pelos infortúnios.
Ora, conforme o Livro da Lei, quando formos prestar contas dos nossos atos ao GADU, não haveremos de ser julgados só pelo mal praticado, mas, também, por todo o BEM que deixamos de fazer!
A maçonaria prega que a caridade é a beleza que adorna o espírito e os corações bem formados, fazendo com que neles se abriguem os mais puros sentimentos humanos.
A filantropia é como o Sol, espalhando luz (ensino) e calor (conforto) por toda parte onde atingem seus raios vivificantes, não se limitando apenas a um círculo restrito de amigos ou afeiçoados, mas para todos àqueles que a necessitam e até onde a beneficência possa alcançar.
Portanto Caridade não é mera virtude simbólica e conceitual, mas é uma atividade que no dia-a-dia precisa se exercitar junto aos irmãos e as pessoas que precisam do nosso auxílio.
O Amor Fraterno é paciente, tolerante e, indistintamente, busca ouvir a todos que precisam da ajuda material e/ou espiritual.
Toda palavra de conforto é capaz de aliviar o fardo de quem está a ponto de sucumbir sob o peso da própria cruz. E esta é a caridade interagindo num plano mais elevado do Amor Fraterno.
O amor é pura caridade e a CARIDADE é de uma só vez, sentimento, virtude e dever!
O maçom terá que adquirir grande força moral sobre si mesmo, ser assíduo aos trabalhos da Loja, está em dia com suas obrigações financeiras, ser amigo dos seus irmãos, e portar-se como cidadão filantrópico que sabe que a beneficência é a virtude búdica por excelência.
Como nossa prioridade é com a família maçônica, nenhum trabalho sobre a caridade pode ser considerado completo sem explicar o porquê do TRONCO DE BENEFICÊNCIA; também chamado de "tronco das viúvas" e que, como o próprio nome explicita, tem por propósito socorrer as viúvas, que é a nossa mais sagrada obrigação.
O outro sagrado dever é cuidarmos melhor dos irmãos, quer sejam os que estão doentes ou necessitados de pagar a cirurgia de um ente querido, etc.
Portanto o Tronco de Beneficência, como não poderia deixar de ser, tem por prioridade o socorro às viúvas, os órfãos, os irmãos e as vítimas de calamidades.
Sendo que sua benfazeja ação deve-se processar sem alarde e, no silêncio do anonimato, inclusive, respeitando-se à autoestima das pessoas que merecem a nossa ajuda.
Mas só quando tudo está Justo e Perfeito é que, naturalmente, flui a beneficência maçônica! Pois a VIÚVA não é boba e, tranquilamente, sem a menor hesitação, ela retira os aventureiros dos seus generosos seios.
A nossa Ordem é composta por um grupo de homens sábios e de bons costumes, que não se deixam enganar pela infeliz ação dos profanos de aventais.
Como o maçom é um pedreiro, podemos intuir que a verdadeira obra da maçonaria é a construção moral do homem.
O ser humano é o Templo vivo onde habita a alma imortal. Sendo que a mesma, no perene lapidar da Pedra Bruta, labuta para que a pedra polida e sem arestas possa se encaixar com perfeição no Edifício Social.
Como o obreiro é o maior patrimônio de uma Loja, para o progresso e fortalecimento da própria Ordem, deve-se cuidar melhor do nível de instrução daqueles que são nossos semelhantes por afinidade de ideais, e em cujos ombros repousa o futuro da maçonaria.
A doutrina maçônica, como disse nosso Ir. Isaac Newton se apoia em dois sustentáculos extremamente simples: o amor a DEUS e o amor ao HOMEM, coroa da criação, que leva em si a Divindade e, inexoravelmente, caminha com ela para eternidade.
Manos, Deus é Amor e o Amor é doação perpétua! Assim, para a Caridade tenha um maior alcance, e seja mais significativa, precisamos cultivar o hábito de reforçar O TRONCO DE BENEFICÊNCIA, cujo produto jamais deverá ser desviado da sua sagrada finalidade.
É errado, ao colocar sua contribuição no Tronco, anunciar que se faz também por Irmãos ausentes, pois a contribuição é sempre pessoal e presencial.
A Ordem não recomenda a retirada de metais do Tronco durante a sua circulação.
O TRONCO deve é sempre ser engrossado e nunca esvaziado, nem diminuído por retiradas indevidas.
Portanto, precisamos é de fortalecer o Tronco, para através de doações mais generosas, permitir que a benfazeja ação da caridade maçônica, na nossa comunidade, alcance um continente maior de pessoas mais carentes.
Na prática do bem, coloca-se em movimentos às forças da alma, portanto toda omissão no TRONCO DA BENEFICÊNCIA, é um terrível desserviço aos desamparados pela sorte; e por se tratar de um ato dissimulado, não gera nenhum fluido positivo. O que pode mesmo, segundo os místicos, é criar um efeito negativo a quem se omitiu no socorro aos aflitos.
É através da beneficência maçônica, em sintonia com Amor Universal, que o maçom poderá atrair as benesses da EGRÉGORA.
O iniciado sabe que ao colocar sua mão vazia dentro do Saco de Solidariedade, jamais poderá almejar, com tudo justo e perfeito, os constantes benefícios oriundos da paz, saúde e prosperidade.
O incauto pode tentar mentir para Deus, talvez até engane o venerável e os irmãos da sua oficina, mas nunca enganará a si próprio.
E, imediatamente, será julgado e condenado pelo tribunal da sua consciência.
Ora, só pode receber os benefícios da Boa Obra, quem prática a máxima de que é dando que se recebe.
Pois, segundo diz a sabedoria ancestral, a quem realmente tem, muito mais lhe será acrescentado; mas a quem nada tem até mesmo o que aparenta ter lhe será tomado.
Portanto, para nos harmonizar com o sublime princípio do bem, precisamos cultivar o hábito de ter na carteira um pouco mais do precisamos no dia-a-dia, para que se possa colocar na Sacola de Beneficência, àquilo que nos dita o coração.
Contribuindo assim com o Tronco, em todas as reuniões, com o objetivo de ajudar os aflitos, os irmãos doentes, às vítimas do azar, os que foram abandonados pela família e/ou pelo poder público.
E, neste mister, como o omisso perdeu a sua oportunidade de semear o bem, também não receberá da Egrégora os fluidos positivos emanadas das boas ações!
E, conforme a lei de Causas e Efeitos, o que poderá acontecer àquela coluna quebrada, é que na época da colheita ele nada poderá colher, já que ele nunca semeou!
Oh! Pai Eterno, Trino e Uno, Fonte de Todo Bem, permite que os sinceros buscadores possam ver a luz que se irradia através dos símbolos gravados em nossos Templos, e entenderem que o aumento de salário do maçom deve ser pago na exata proporção daquilo que de fato corresponde ao trabalho de cada um.
TFA.
“A BENEFICÊNCIA é o amor
que a todos abraça e procura o bem em tudo”.
Gilson Azevedo
Lins