Amados Irmãos!
Trago nesse artigo, uma narrativa que ocorreu comigo no dia 25 de Julho de
2020, precisamente numa tarde de sábado. Essa narrativa foge do costume acerca
das minhas publicações nesse honroso jornal eletrônico maçônico “O Malhete”,
que são mais de caráter informativos, de esclarecimentos ou interpretativos, ou
seja, os artigos que tenho escrito têm como objetivo principal informar e
esclarecer o leitor sobre um determinado assunto, expondo e interpretando
as informações sobre um determinado tema.
Destarte, na tarde daquele sábado recebi um vídeo por meio do
whatsapp de um amigo que mora na Itália, cujo nome não irei citar. O que me
chamou a atenção para o vídeo foi seu título “De Maçom a Adventista
(Testemunho) Mistério 4 faces”.
Por curiosidade fui assistir ao vídeo e o que me chamou a
atenção foram às informações desse suposto ex-maçom dizendo que pertencia a
“maçonaria mista espírito com violino”.
Antes de qualquer introdução, informo que não conheço a loja maçônica
citada e acredito s.m.j. que a Obediência Maçônica: “Potência, GOB - Grande
Oriente do Brasil ou da Grande da Grande Loja, ou outro Título Familiar”,
também não a reconhece a citada maçonaria.
Dessa forma, trago alguns fragmentos que esse “suposto ex-maçom”
disse no início do seu vídeo: que ouvia “espírito com violinos”, “disse que os
espíritos falavam com ele em 4 vozes”, “ouvia coisas do mal”, “ficou rico e
“tinha muita fartura”, e que o “espírito apareceu com agulha” e outros.
O suposto ex-maçom ia à doutrina “Santo Daime” e que depois que
conheceu a igreja adventista, deixou a suposta maçonaria mista espírito com
violino, e nesse contexto, elevo meu respeito e admiração à doutrina religiosa
adventista e receba todo meu respeito e apreço, bem como a doutrina Santo
Daime, pois esse artigo não diz respeito a nenhuma doutrina.
Na verdade, não tenho nada contra quem pratica e acredita nas
práticas da suposta maçonaria mista espírito com violino, citadas acima pelo
suposto ex-maçom, mas a minha inquietação versa somente acerca da intenção do
vídeo enviado para mim.
Confesso aos Irmãos que não sou de responder ou discutir sobre a
nossa ordem com quem não a conhece nada sabe sobre a maçonaria, e é um
intolerante à nossa ordem, o qual possui um viés tendencioso ou de propensão
desvirtuado e preconceituoso de observar, de agir e de se manifestar sobre o
que não sabe e não pode sustentar, no caso em tela, o meu amigo da Itália.
Porém, eu me senti ofendido da forma pretensiosa desse meu amigo
da Itália em me enviar esse vídeo, sem nenhuma expressão precedida de escrita
dele, mas eu percebi tão logo que assisti ao vídeo, que ele quis “me
alfinetar”, “tentar me informar que estou no caminho errado”, ou até “tentar
fazer com que eu saia da ordem”, por apenas ao me enviar o vídeo.
Assim, eu o respondi por áudio via whatsapp nítido e com bom tom
sobre o vídeo que eu acabara de assistir.
Iniciei dizendo que o suposto ex-maçom, acredito que ele nunca
havia sido maçom da nossa Obediência Maçônica, pois as palavras citadas no
início do vídeo, eu nunca havia ouvido e nunca vi tais atitudes na nossa
sublime e respeitável ordem maçônica.
Eu fui mais além, disse-lhe que para entrar na maçonaria,
qualquer cidadão precisa acreditar em um ser supremo (Deus) e professar uma fé
em uma doutrina religiosa; informei-lhe que no nosso templo existe a Bíblia
Sagrada, que fazemos seu uso nas aberturas dos trabalhos; disse-lhe que a
maçonaria faz filantropia beneficente tanto ou mais do que qualquer denominação
religiosa (não quis fazer mensuração de métrica), porém o que não é de costume
na maçonaria é revelar o que ela faz, pois acompanha as palavras sagradas em
Mateus 6,1 – 6.16-18; veja:
“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.
Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem
os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens.
Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa.
Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a
tua mão direita, de modo que, a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o
que está oculto, te dará recompensa [...].
Eu finalizei dizendo – lhe: como você pode ser intolerante com a
maçonaria? Não a conhece, nunca frequentou, nunca praticou e só ouviu dizer, ou
seja, você está igual a muitas pessoas, que repetem palavras erradas, ofensivas
e maldosas aos maçons.
Concluí dizendo-lhe: “quem me dera se eu tivesse entrado na
ordem maçônica há muito mais tempo atrás! Não me arrependo um só dia de ter
entrado para a nossa ordem, nela sou feliz, fazemos a fraternidade por meio da
beneficência, amamos os nossos Irmãos, pois, somos todos iguais e eu continuo
professando a minha fé na igreja católica, na qual fui batizado e crismado e
seguirei até os fins da minha vida”. E o mais incrível, calado ele ouviu e
calado ele ficou, e me deu o silêncio como respostas.
Agora meus Irmãos, eu trago uma reflexão antagônica ao meu amigo
da Itália intolerante e contrário com a nossa ordem maçônica:
Meu amigo: A tolerância é uma das virtudes maçônicas, é a mais
ressaltada, pois, exprime a tendência de aceitar novos modos de pensar, de ser,
de agir e de sentir. Isso é o que nos diferem de tantas outras pessoas, mas
mesmo assim nós maçons somos seres humanos como qualquer outro.
A tolerância é a desenvoltura de coexistir do maçom, tendo
respeito e liberdade, com os valores, os conceitos e as circunstâncias da vida.
A conivência é a convivência em que, mesmo não concordando com certos valores,
conceitos e circunstâncias, abandonamos de expressar nosso parecer
desfavorável, não refutamos, e não reprovamos, estamos apenas tacitamente
autorizando, aceitando e gerando cumplicidade. Deus é tolerante com o pecador,
mas não com o pecado.
Meu amigo: A maçonaria é uma instituição essencialmente ética,
em que a reflexão filosófica sobre a moralidade, regras, códigos morais que
orientam a conduta humana tem por objetivo a elaboração de um sistema de
valores e o estabelecimento dos princípios normativos da conduta humana, impõem
ao maçom um comportamento ético e, exige-lhe que mantenha sempre uma postura
compatível com o seu semelhante de bem e exigimos também da sociedade, um
respeito com todos nós maçons.
Por fim meu amigo, eu acredito que isso acontece como o caso do
vídeo do ex-maçom, é quando essas pessoas realmente não conhecem a maçonaria ou
nunca foram maçons, porque cada um deve orar por sabedoria e discernimento do
Senhor quanto à possibilidade de se envolver com esse movimento antagônico e
sair disseminando palavras vãs, infames contra a nossa sublime e respeitável
ordem. O respeito está acima de tudo!
Charleston Sperandio de Souza - CIM nº 304.753
Loja Fraternidade Guanduense de Baixo Guandu/ES.
Mestre em Administração e Professor Universitário.