“Só um homem capaz
de guardar silêncio, quando é necessário, pode ser o seu próprio amo”.
A imposição do
silêncio não é somente uma disciplina que fortalece o caráter, é também, e
principalmente, o meio pelo qual o Iniciado pode entregar-se à meditação sobre
os augustos mistérios que encerram as perguntas que todo espiritualista se faz:
donde vim? Quem sou? Para onde vou? Perguntas essas que o Iniciado Maçom
defronta desde o momento em que transpõe a porta da Câmara da Reflexão. É
também o meio de melhor observar os ensinamentos maravilhosos contidos no
Ritual.
Em todas as
Reuniões e Atos Maçônicos, o silêncio deve ser rigorosamente mantido, não por
força de disposições regulamentares ou pelos ditames da boa educação e das
conveniências sociais, mas para que possa ser forma do o ambiente de
espiritualidade, próprio de um Templo. Ao ajudar à formação desse ambiente, tão
propício à meditação, o Maçom beneficia-se a si mesmo e beneficia aos demais
também.
O silêncio eleva-se
a categoria de virtude, graças à qual se corrigem muitos defeitos, ao mesmo
tempo em que se aprende a ser prudente e indulgente com as falhas que se
observam.
O aprendizado é o
período de meditação e der silêncio. O Aprendiz não pode tomar a palavra senão
a convite do Venerável. O Sinal de Ordem lembra-lhe que deve dominar a
exteriorização de seus pensamentos. Os seus padrinhos estarão lá para guiá-lo e
para fazer-lhe compreender o que não entendeu bem.
Esta Lei do
Silêncio deve ser por ele observada fora do Templo, no que diz respeito à Ordem
Maçônica. É, aliás, a promessa que fez ao receber a Luz. Como poderia ele,
aliás, sem experiência, compreender inicialmente e dar em seguida aos profanos,
uma ideia justa daquilo que aprendeu?
No silêncio o
Aprendiz aprenderá a meditar, a estudar o que lhe desagrada em seus Irmãos,
sendo desta forma que ele chegará a eliminar os seus defeitos que são muitas
vezes semelhantes. Aprenderá assim a ser tolerante, em face das opiniões se dos
atos dos outros.
Mas há, nesta Lei
do Silêncio, algo de mais importante. Aprendendo a refrear o desejo de falar, o
Aprendiz pratica, consciente e inteligentemente, a conservação de forças que
seriam realmente desperdiçadas. Pouco a pouco, ele controla os seus impulsos e
esta força que poderia gastar, fazemo-la nossa.
Lojas há que
incentivam Aprendizes e Companheiros a se exibirem em discursos repletos de
lugares-comuns, ou tratando de assuntos profanos, fazendo assim perder o
precioso tempo dos ouvintes. E chegam até considerar a recomendação do silêncio
como se fora um atentado contra pretensos direitos maçônicos do Aprendiz.
Inútil será dizer
que não tendo recebido todas as instruções maçônicas, nada podem transmitir aos
Neófitos. Assim, transformam as Sessões das Lojas em improdutivas palavras que
nada constroem, mas acumulam perigosos elementos para o incenso de orgulhos e
vaidades a futuros desentendimentos.
Fonte de consulta:
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan