Segundo o relato
bíblico, Salomão foi o mais rico e poderoso dos reis judeus.
Sob seu reinado,
Israel atingiu o máximo esplendor.
Da linhagem de Judá,
era o segundo filho de Davi e Batseba e foi ungido rei antes da morte de seu
pai, por se temer que seu irmão Adonias, filho de Davi com Hagite, usurpasse o
trono, prometido a Salomão.
Após a morte de Davi,
para consolidar o seu reinado, Salomão mandou matar seu principal rival, seu
meio-irmão Adonias, e o general Joabe, além de depor o sacerdote Abiatar, por
serem, ambos, aliados de Adonias.
Joabe e Abiatar foram
substituídos, respectivamente, por Benaia e Zadoque, leais a Salomão.
Em sonho, Deus
concedeu-lhe a Sabedoria que pedira, a qual logo se revelou, no famoso caso,
conhecido como o “Julgamento de Salomão”, das duas mulheres que reclamavam a
mesma criança como filho.
A Rainha de Sabá,
atraída por sua reputação, fez longa viagem para conhecer sua Sabedoria.
Em seus quarenta anos
de reinado, Salomão demonstrou ser um excelente político e administrador.
Como político, fez
alianças com o Egito, casando-se com a filha do Faraó; com Hiram, rei da
cidade-estado fenícia de Tiro; com Balkis, a Rainha de Sabá; com os moabitas,
amonitas, iduméios, sidônios e heteus, casando-se com mulheres dessas nações.
Como administrador,
fortificou Jerusalém e embelezou-a com edifícios reais; reconstruiu as cidades
de Gezer, Betorom, Baalate e Tadmor; para suprir a corte com alimentos, dividiu
o reino em 12 distritos, cada um com a responsabilidade de fornecer provisões
por um mês; promoveu um próspero comércio marítimo; e manteve um poderoso
exército que submeteu os heteus, amorreus, fereseus, heveus e jebuseus,
tornando-os tributários de Israel.
Tal como sua Sabedoria,
seu harém era proverbial: segundo a Bíblia, tinha 700 esposas e 300 concubinas!
(Pena que não haja registros de como Salomão dava conta dessas 1000 mulheres).
Atribui-se a Salomão a
autoria de três livros bíblicos: Provérbios, Cântico dos Cânticos (Cantares de
Salomão) e Eclesiastes, além dos Salmos 72 e 127.
Ainda sob o ponto de
vista religioso, quiçá por respeitar as crenças de seus vizinhos e das várias
tribos que governava, não se mostrou um monoteísta ortodoxo, pois a despeito de
ter construído o afamado Templo de Salomão para cultuar o Deus dos judeus,
edificou também templos a Astarte ou Astarote, deusa dos sidônios; a Milcom,
deus dos amonitas; a Camós, deusa dos moabitas; e a Moloc, deus dos
amonitas.(daí inclusive vem sua decadência)
Para sustentar a
luxuosa corte de Salomão, o povo vivia oprimido e descontente com os pesados
tributos que eram devidos e recolhidos aos cofres governamentais.
Essa política
econômica, mantida por seu filho e sucessor Roboão, foi a causa da separação
das tribos que constituíam o Estado judeu.
Somente as tribos de
Judá e Benjamim permaneceram fiéis a Roboão, constituindo, ao sul, o reino de
Judá, com Jerusalém como capital.
As outras tribos, sob
a liderança de Jeroboão, formaram ao norte o reino de Israel, com capital em
Siquém, posteriormente transferida para Samaria.
O reino de Israel
sobreviveu 208 anos (930 a 722 a.C.).
Com a queda de Samaria, a maioria de seus habitantes foi levada cativa para a
Assíria.
Já o reino de Judá
durou 343 anos (929 a 586 a.C.).
Com a destruição de
Jerusalém pelo rei caldeu Nabucodonosor, a maioria de seus habitantes foi
levada prisioneira para a Babilônia.
Segundo a tradição
judaica e cristã, Salomão é, ao mesmo tempo, adorado e censurado.
Adorado por sua
sabedoria, pelos escritos que produziu e pelo templo que construiu.
Censurado por se unir
a mulheres que, ao invés de se converterem ao Deus dos judeus, fizeram-no
afastar-se dele, cultuando outros deuses.
Para a Maçonaria,
Salomão é mais importante pelo que simboliza – a Sabedoria – do que
propriamente pelo que foi ou fez.
Salomão é
personificado, nas Lojas maçônicas, pelo Venerável Mestre e pela deusa Minerva,
deusa e símbolo da Sabedoria.
Ir∴ Almir Sant’Anna Cruz.