Um grupo de
ferramentas reuniu-se em assembleia numa Oficina para acertar suas diferenças.
Um Malhete estava
exercendo a presidência, mas, alguns participantes exigiram sua renúncia.
A Causa?
O Malhete fazia
demasiado barulho, vivia golpeando, não deixava ninguém falar e se achava dono
do lugar.
O Malhete,
revoltado, disse que ele e que estava sofrendo um golpe e pediu a expulsão da
Régua, do Maço e do Cinzel, um grupelho que conspirava contra ele; a Régua
queria controlar o trabalho e o descanso físico e espiritual, segundo suas
medidas sem dar satisfações a ninguém como se fosse a única perfeita; o Maço e
o Cinzel só tratavam de asperezas, e, um sem auxílio do outro não tinha nenhum
valor.
A Régua não se
conteve e transferiu as acusações para o Esquadro, o Nível e o Prumo, pois,
estes, não faziam o trabalho pesado e ainda queriam aferir tudo; o Nível só
trabalhava na horizontal – muito descansado; o Prumo dizia que sua visão vinha
de cima e não poderia ser contestado; e o Esquadro, queria sempre ver tudo
sobre todos os ângulos… que prepotência…
O Esquadro
aborrecido asseverou – Faço apenas o que está traçado na Prancheta, que se
queixem com o Compasso o Lápis e o Cordel que são os culpados, eles e que
maquinam tudo, dizem que juntos, e a partir de um único ponto, projetam uma
linha, um ângulo, um plano e um sólido… como é possível?
Neste momento,
todos, com respeito, se calaram, pois entrou na Oficina o Mestre da Obra. Este
juntou todas as ferramentas e, apresentando a prancheta com o traçado e disse:
– hoje vamos dar continuidade a construção projetada pelo do Grande Geômetra.
Com a participação
de todos, os trabalhos foram iniciados e realizados em paz – com ordem e
exatidão.
Ao final, o Fiscal
da Obra constatou que estava tudo justo e perfeito.
Quando o Mestre foi
embora as ferramentas voltaram a discussão. Mas, a Prancheta adiantou-se e
disse:
– Senhores, ficou
demonstrado que todos temos defeitos, mas o Mestre da Obra trabalha com nossas
qualidades, ressaltando nossos pontos valiosos… Portanto, em vez de pensar em
nossas fraquezas, devemos nos concentrar em nossos pontos fortes.
Então a assembleia
entendeu que todos eram necessários, e, como equipe, eram fortes precisos e
exatos, por isto, capazes de produzir com qualidade. Uma grande alegria tomou
conta de todos pela oportunidade que tiveram de trabalharem juntos. E assim
despediram-se, contentes e satisfeitos.
Quando buscamos
defeitos em nossos Irmãos, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário,
quando se busca com sinceridade os pontos fortes, florescem as melhores
conquistas.
É fácil encontrar
defeitos… Qualquer um pode fazê-lo! Mas, encontrar qualidades? Isto é para os
sábios!
Texto de Paulo
Roberto Marinho de Almeida
Nota:
Este texto foi
inspirado do Original, “O Marceneiro e as Ferramentas”, de autor desconhecido.
Para adaptá-la a feição maçônica, em sua construção, alteramos a narrativa, os
nomes das ferramentas e relacionamos a fantasia das contendas, com suas
representações maçônicas reais, considerando o simbolismo.