Outrossim, (e aqui já
peço desculpas novamente, por saber que o Irmão é ocupado e recebe um número
muito grande de consultas, mas são poucos com os seus conhecimentos e
disposição para nos esclarecer), peço-lhe mais uma vez o socorro das suas luzes
em algo que está verdadeiramente a aborrecer-me, e falo inicialmente da minha
Loja. Trata-se da escolha de Irmãos para a direção das Lojas, para o
veneralato…
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Tenho visto, na grande maioria das Oficinas, inclusive na minha, a mentalidade,
que acaba guiando os Irmãos nesses casos, de que há necessidade de renovação, é
necessário, é preciso renovar, colocar novos Irmãos no Trono de Salomão,
acrescendo-se a isto o fato de entenderem que, para tanto, deve-se aplicar o
sistema de rodízio, ou seja, “de quem é a vez”, seja no sentido de “eleger” o
Mestre mais antigo ou aquele que ocupa no momento a 1a Vigilância da Loja.
Acabo perguntando-me,
então, do por que da eleição, já que há um “sistema” rotativo para a ocupação
do cargo de Venerável, bem como se não deve haver uma análise sóbria de quem
possuiria as melhores condições para empunhar o 1° Malhete, lembrando-me do que
diz a respeito o próprio Ritual de Instalação: “As condições essenciais para o
desempenho das funções de Venerável Mestre são as seguintes: …Ser versado na nobre
ciência da Arte Real e amante da sabedoria…” e como é triste ver Veneráveis com
dificuldade já para ler os rituais de uso comum, sem conhecimentos básicos de
história e doutrinas da Ordem, da ritualística, legislação, etc.
Como já fui Venerável,
encontro-me exclamando com os meus botões, diante de alguns exemplos do que
digo: “Ele é pior que eu!”.
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Longe de mim arvorar-me em exemplo de Venerável, mas, com toda sinceridade,
sempre procurei e procuro aprender, conhecer, e quando no Trono de Salomão,
esforcei-me por saber mais ainda do essencial, ao menos, para me desincumbir o
melhor possível de minhas obrigações, e somente aceitei ser indicado e eleito
para o cargo após ter mais de 20 anos de Maçonaria, e perdoe-me se pareço
orgulhoso e presunçoso, mas o veneralato não é para todos os maçons, para todos
os Mestres.
Penso se não seria o
caso de serem maiores as exigências legais para que alguém possa ser eleito
Venerável, se não deveria o mesmo submeter-se a um exame de condições por uma
Comissão de Mestres Instalados mais preparados, doutos, com a necessidade de
ser por eles aprovado para poder assumir as funções.
Já temos em muitas
Lojas uma deplorável situação de Irmãos que não lêem não se interessam em
aprender, em se desenvolver, não estudam, de Lojas que não ensinam etc., para
ainda termos à frente dos mesmos Mestres em iguais condições, mas que deveriam
ser os guias dos Irmãos, ensinando-os, já que estão sob o sólio “para
esclarecer a Lojas com as luzes da sabedoria…”
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Estarei assim tão errado, meu Irmão? Gostaria muito de o seu sábio parecer, até
porque penso em preparar um trabalho a respeito, começando pelas considerações
históricas e vindas para o momento atual, para os nossos “usos e costumes”.
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Hideraldo Teodoro