Vimos oferecendo
através desses artigos, uma ideia mais ou menos aproximada, desta grande
Instituição aos que nela pretendem ingressar.
Objetivamos
proporcionar-lhes uma antevisão do terreno em que poderão vir a pisar e da
trilha que, obviamente, terão de seguir nesta Fraternidade, centro de União e
meio de conciliar, por uma amizade sincera, pessoas que, sem ela, não se
conheceriam.
Graças ao prestígio de
que tem desfrutado em todos os períodos de sua história, a Ordem Maçônica tem
sido sempre um imã que atrai inúmeros candidatos à Iniciação.
Geralmente mal
informados acerca dos objetivos da Instituição, alguns a tem procurado com
intenções interesseiras, ofuscados que foram por um dos seus aspectos: o de
sociedade de mútuos socorros.
Se tivéssemos que realizar uma viagem por regiões desconhecidas, é certo que
antes de partir analisaríamos tudo quanto se relacionasse com ela.
Para ingressar na Maçonaria, entretanto, o Candidato, de modo geral, não é
preparado.
É necessário que ele saiba para onde vai e distinguir também, e claramente, a
meta a atingir.
Assim completamente desinformado o candidato concebe sobre a Maçonaria idéias
em geral errôneas.
Incapazes de explicar aos postulantes o que seja a Maçonaria, certos
proponentes (padrinhos) e sindicantes procuram cercá-la com um desnecessário e
despropositado mistério.
Por esta razão, não concordamos que postulantes sem o menor conhecimento sobre
a Ordem, suas finalidades, sua história, organização, disciplina, objetivos e
doutrina, transponham a entrada de nossos Templos.
A Maçonaria compõe-se de homens de boa vontade, bem intencionados, dotados de
sentimentos de solidariedade humana. Os que quiserem ingressar em seu meio
devem possuir este espírito de bem servir.
Seus ensinamentos não impõem limites à livre investigação da Verdade, e, para
garantir essa liberdade, espera que a criatura humana se corrija se modifique,
se transforme para melhor. Tais deliberações do espírito representam a busca de
sua auto- iluminação, pedida a seu favor na cerimônia de Iniciação, ou seja, de
sua ligação à Maçonaria:
Auto-iluminação – A auto-iluminação está estreitamente vinculada ao
desenvolvimento da sabedoria e do amor. Trabalhando as nossas imperfeições de
caráter, de vibração, de pensamento e do comportamento, entre outras coisas.
Não se conquista a sabedoria sem o combate sistemático ao egoísmo – a mais
grave doença da humanidade – que atinge tanto indivíduos como nações e que
amesquinha as relações e envilece os corações.
Sabedoria – Não se pode adquirir sabedoria se cultivarmos a inveja, sentimento
inferior que nasce do irrefreável desejo de possuirmos algo que não nos
pertence. Nós não avançamos no campo da sabedoria se formos exageradamente auto
condescendentes desculpando-nos a toda hora pelas nossas falhas, desatenções,
grosserias, erros e coisas do gênero.
Amor – No que concerne ao Amor, ainda temos o dever e a coragem de nos
reconciliarmos com os nossos inimigos e desafetos. “Quem não é capaz de
perdoar, não vive em paz nunca”. É verdade. Se carregarmos o peso da mágoa
dentro de nós, como podemos nos harmonizar?
O Comportamento – O comportamento é um reflexo da personalidade e pode ser, por
meio da instrução, alterado. Com a Iniciação, a Maçonaria não pretende
transformar o homem profano em um ser perfeito, diferente dos demais, criando
uma figura especial, como acontece nas religiões, o indivíduo que se dedica a
amar o próximo exteriorizará um comportamento social cada vez melhor.
No entanto, o
comportamento maçônico difere do comportamento profano. A diferença reside no
fato de o maçom viver em Loja e conviver com outros maçons, em uma permuta
constante de suas virtudes que afloram do seu interior espiritual.
Conhecimento – Outro elemento crucial à aquisição de sabedoria refere-se ao
conhecimento. A Maçonaria também nos alerta sobre a necessidade de nos
instruirmos permanentemente. Se há algo que envolve educação continuada é o
estudo da Maçonaria. Sempre há novos ângulos a ser divisados, assim como veios
a ser explorados.
Tolerância – É uma atitude de indulgência no julgar a outrem e de compreensão
para com as suas fraquezas. O maçom deve sentir perfeita tolerância para com
toda e qualquer forma de manifestação de consciência, de religião ou de
filosofia, cujos objetivos sejam os de conquistar a Verdade, a Moral, a Paz e o
Bem Estar Social. E, para auxiliar a todos, é preciso tudo compreender. Mas a
fim de alcançar esta perfeita tolerância, deve em primeiro lugar, libertar-se
da superstição, combatendo o fanatismo e as paixões que acarretam o
obscurantismo.
A Loja Maçônica é um lugar onde se devem reunir homens tolerantes de boa
vontade, que amem a justiça e a nobreza, homens desejosos de serem úteis aos
outros e que tenham uma verdadeira compreensão desta maravilhosa palavra que se
chama Fraternidade.
A Maçonaria nos ensina a propósito, que devemos ser tolerantes com as falhas
alheias, mas severos com as nossas próprias. A tolerância é um dos esteios da
Maçonaria, uma das suas colunas mestras. É muito difícil a prática da
tolerância, que por isso resulta ser uma virtude. Mesmo que resulte sacrifício,
o maçom tem o dever de tolerar os defeitos, as agressões e as falhas de seus
Irmãos. Para que possamos aspirar ser tolerados, é necessário que aprendamos a
nos exercitar na prática da tolerância.
Discernimento – Devemos adotar: discernimento, desapego, amor e silêncio.
Devemos ser verdadeiros no falar e agir, uma vez que o fingimento e a mentira
são os maiores obstáculos à nossa elevação. Devemos ser abertos para ouvir,
humilde para propor, sábios para decidir e responsáveis para realizar.
Humildade – Virtude que conduz o indivíduo à consciência de suas limitações, de
suas fraquezas e do seu pouco mérito, pelo que não se deixa lisonjear.
Não significa se rebaixar, se menosprezar, se anular completamente, mas ter a
consciência plena do que falamos, do que somos e do que nos compete fazer com
vistas ao progresso do espírito. O maçom tem o dever de fortalecer a virtude da
humildade, porque só assim será tolerante e poderá desarmado de todas as
ciladas, amar a si mesmo e consequentemente ao seu próximo. A humildade é uma
das virtudes mais recomendada pela Maçonaria.
Caridade – não se circunscreve apenas a distribuição de roupas, calçados,
utensílios que não nos interessam mais, nem tampouco à doação dos haveres
monetários que nos sobram. Referimo-nos aqui à atenção aos semelhantes, à
demonstração de interesses pela sorte e bem- estar destes, ao telefonema
solidário, à visita ao doente necessitado e, até mesmo, a um mísero “e-mail
“solicitando informações do Irmão (ou familiar) distante.
Além do exercício individual da caridade, a Loja em conjunto, por intermédio
hospitaleiro, (um Irmão da Loja, cuja obrigação é visitar, cuidar e socorrer os
enfermos, membros da Loja, e ainda os profanos que lhe forem designados. Para
levar a efeito as caridosas resoluções da Loja e visitar doentes e Irmãos
necessitados, é geralmente escolhido um médico para ocupar este importante
cargo).
O Dever – O dever é uma obrigação que é observada como princípio; existem
múltiplos deveres a serem observados pelos homens, sendo os principais: deveres
para com Deus; deveres para com a família; deveres para com o próximo; deveres
com a pátria e deveres para consigo mesmo.
Os deveres maçônicos não vêm catalogados, mas brotam ao passo que surgem, por
meio do conhecimento.
Nada é imposto na Maçonaria, mas o Maçom tem consciência do que deve cumprir e
observar.
Os deveres marcham paralelamente com os direitos; ninguém poderá exigir um
direito enquanto não observar os deveres. O maçom deve seguir as normas que lhe
são estabelecidas.
Valdemar Sansão M.’.
M.’.