As Duas Colunas, o
Barrete Frígio, os dois Triângulos justapostos, as Três Colinas, os ramos de
Acácia e Louro, são Justos e Perfeitos.
O SIMBOLISMO DO ESCUDO
RIOGRANDENSE
No meio de um troféu
de armas e bandeiras, um escudo oval, tendo duas colunas plantadas sobre
rochedos, e, no meio delas, um losango com rosáceas às pontas e um quadrado, em
que o barrete frígio republicano repousa sobre uma haste, em dois ramos.
“O barrete frígio se
encontra entre rosáceas simbólicas, que, mais tarde, se transformarão em
estrelas. Essas rosáceas são as do Sephirot da Cabala, como se pode facilmente
verificar na gravura colorida que abre o cap. XXI da grande obra de Manly P. Hall, “Encyclopedia of
Masonic, Hermetic and Rosicrusian Symbolical Philosophy”. O losango nada mais é do que a representação dos dois
triângulos que formam a chamada Estrela de David. Estão unidos pela base e significa
o dualismo maniqueu, a igualdade do Bem e do Mal, em luta constante”.
“O rochedo é o que se
chama em linguagem maçônica a Pedra Bruta: o homem tal qual o fez a natureza e
a sociedade”, ensina Henri Durville, em “Os mistérios da Maçonaria e das
sociedades secretas”. O maçom Dario Veloso, em “O Templo maçônico”, considera a
Pedra Bruta o "estado primitivo, ignorância, paixões, egoísmo” e,
acrescenta: “trabalha com ardor na Pedra Bruta e verás brilhar a Estrela
Flamejante”.
“As duas colunas são
as que estão em todas as Lojas”. “As Colunas do Templo simbolizam - declara
Dario Veloso - dois princípios de equilíbrio social: Tolerância e
Solidariedade. Na família, representam o Homem e a Mulher, cujo antagonismo se
resolve pelo Amor. Analogicamente, representam ainda: a Razão e a Fé; a Ciência
e a Religião; o Bem e o Mal; a Luz e as Trevas.” Uma delas, J.'. é o Espírito,
e a outra B.'. é a Matéria: o Ativo e o Passivo, a Liberdade e a Necessidade.”
(Segundo Gustavo
Barroso, in "História Secreta do Brasil", reproduzido por Morivalde
Calvet Fagundes, na obra "Rocha Negra a Legendária”).
O SIMBOLISMO DA
BANDEIRA SEGUNDO O CONDE TITO LÍVIO ZAMBECCARI
“Na Bandeira, os
triângulos retângulos, de cores verde e amarela, figuras geométricas da
perfeição; o quadrilongo central em vermelho, representação do mundo na
concepção dos antigos. Assim, na linguagem do pavilhão, o mundo das lutas
presentes, tinto de sangue, é a base ao mesmo tempo do progresso material,
representado pelo triângulo cor de ouro, e da perfeição moral, pelo triângulo
cor da esperança. No Escudo, as Colunas de Hércules, o "nec plus ultra” da
marcha aparente do Sol, significando que o Poder e a Sabedoria de Deus estão
acima dos julgamentos dos homens; as romãs (não balas de canhão antigo como
consta da lei que instituiu a Bandeira atual) que as encimam, imagens da
harmonia social; nos triângulos do quadrilátero, as estrelas flamígeras de
cinco pontas, designação da quinta essência universal, do espírito animador de
todas as coisas; o barrete frígio, emblema da República e da liberdade; a
espada (e não o sabre) que o sustenta, símbolo da justiça e da inflexibilidade
no cumprimento da lei; os ramos de acácia (e não de fumo e erva-mate), evocação
do florescimento das idéias que devem encher de beleza a vida dos homens. O
número três, o número místico das idades sagradas, está nas suas cores, nos
seus desenhos e, ainda, ao sopé do escudo, no dístico da República, inspirado
na Revolução Francesa”.
(Da Peça de Arq.'. do
Irm.’. Maximiano Pombo Cirne em 19/09/1975 na A. R. L. S. “Província de São
Pedro”, citando "Garibaldi e a Guerra dos Farrapos", obra de Lindolfo
Collor.)
SOBRE O DÍSTICO
"LIBERDADE, IGUALDADE E HUMANIDADE"
Sobre o lema
“Liberdade, Igualdade e Humanidade” que completa o brasão, uma interpretação
pessoal, porém fundamentada: ao contrário do que muitos pensam, o lema da I
República, instaurada pela Revolução Francesa em 1789, era “Liberdade,
Igualdade ou Morte”. Somente na II República (1848-1852) é que surgiu a
“tríplice divisa”, “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, depois adotada pela
Maçonaria Francesa.
Como a Revolução
Farroupilha ocorreu entre as I e II Repúblicas Francesas, acredito que os
Maçons Farroupilhas resolveram substituir a palavra “morte" por um
conceito mais adequado às elevadas aspirações maçônicas e à própria revolução.
Para a Maçonaria, “Humanidade" representa os ideais de fraternidade e amor
entre todos os seres humanos, objetivo permanente a ser alcançado.
A REVOLUÇÃO
FARROUPILHA E OS MAÇONS
Entre 20 de setembro
de 1835 e 01 de março de 1845 os Gaúchos revoltaram-se contra o Império e
fundaram a República rio-grandense, por não suportarem o descaso da metrópole e
a constante sangria de recursos. Foram mais de cem combates nos quais os
Farroupilhas, com bravura e honra, mantiveram durante mais de 9 anos “a guerra
de uns poucos contra um Império”.
Alguns dos principais
líderes do movimento eram maçons, dentre eles: Gen. Bento Gonçalves (33°); Gen.
David Canabarro (18°); Gen. Antônio de Souza Netto - que em 11/09/1836
proclamou a Independência da República rio-grandense; José Mariano de Matos
(18°) e Giuseppe Garibaldi, depois Grão-Mestre do Gr. Or. da Itália,
imortalizado como “O Herói de Dois Mundos”, por sua luta pela unificação
daquele país.
Também era maçom o
Marechal Luiz Alves de Lima e Silva, na época Barão de Caxias e comandante
militar do Império. Isto certamente facilitou as negociações e o tratado de
paz. Demonstrando seu respeito pelos Farrapos, o Irm.’. Caxias chegou a dizer:
“homens como estes não se vence pelas armas”.