O alvorecer da reflexão se dá quando o pensamento não só pensa, mas já observa o que pensa, ou seja, o pensamento pode a partir deste momento pensar o pensamento. Tudo começou em Mileto, um porto às margens da Ásia Menor, na região da Jônia, com o filósofo Thales, perguntando “o que é isso?”, isso significando o cosmos. Buscou na água a resposta que necessitava. Seu discípulo Anaximando procurou no a-peiron, no infinito, a origem cósmica ilimitada e eterna.
O discípulo deste, chamado Anaxímenes, procurou no “pneumas”, o
ar, a sua elucidação. O jônico Heráclito de Éfeso, já estava à busca do logos,
ou seu significado, que transcendia um princípio dinâmico. Pitágoras, que muito
tem a ver com o final numérico desta instrução, formulou um cosmo
essencialmente musical e geômetra.
É interessante observar que ele acreditava na imortalidade da
alma e que a vida correta só poderia ser alcançada seguindo a princípios
matemáticos harmoniosos. Ensinou em vários pontos da Magna Grécia e ministrava
suas aulas numa caverna, por trás de uma cortina. Seus ensinamentos coincidem
com o final desta sexta instrução.
O ser humano sempre esteve diante de pequenas questões e de grandes questões,
variando suas formas conforme suas épocas. As pequenas questões sempre
encontraram respostas no senso comum, mas as grandes questões necessitam,
devido à sua abrangência, de uma forma além da usual de pensar, para que sejam
respondidas.
Hoje se confunde a dificuldade de se elucidar as questões intrínsecas pela
quantidade maior ou menor de informações para solucioná-las. Como se vê, dá-se
uma ênfase maior à busca exterior, do que à reflexão interior. Tornou-se fácil,
para o pensar da maioria, responder coisas difíceis, apertando apenas alguns
botões do computador e retirando dali um enunciado. Vejam: as grandes questões
não comportam estes tipos de arautos do rei. Certamente que se temos questões
técnicas, buscaremos ancoradouro na sistemática das informações tecnocráticas.
Se temos questões cotidianas, deveremos resolvê-las em âmbitos do conhecimento
que as solucione. Se é um problema de vendas, buscaremos métodos e técnicas
capazes de melhorá-lo. Se é um problema de emprego, fazemos currículos e os
enviamos às empresas. Aprimoramos nosso currículo. Adequamo-nos às necessidades
de trabalho. Se é um problema familiar, buscamos psicólogos, analistas,
aconselhadores pastorais.
Possa até ser, que alguns tenham problemas maiores com as bolsas de aplicações,
por ex., mas que também têm seus analistas de mercado.
Mas há perguntas que são outras. Exemplos: Como começou o universo? Onde eu
estava antes de nascer? O que é a vida? O que é o tempo? Por que somos humanos
em um corpo que sobre alguns aspectos parece um pouco animal? Não que estas
perguntas tenham uma resposta precisa, porém, reconhecemos que suas soluções
não estão na tecnologia e nem somente no conhecimento acumulado do intelecto.
Voltamos às indagações da Antiga Jônia, onde Pitágoras, de Samos, se aproxima
de nós.
Nunca saberemos tudo e nem alcançaremos a verdade sem praticarmos a meditação
constante. É preciso encontrar respostas que sejam nossas. Que sejam cavadas em
nossa mina interior. As teorias são necessárias até ao limite de que não sejam
verdades absolutas e de que se tornem sementes para se buscar alternativas,
para retirarmos os véus da ignorância, embora nos encontremos diante de um
oceano de indagações.
Coloquemos em prática os mistérios da Maçonaria, através de seus símbolos, sua
numerologia, seus sinais, suas palavras, suas cerimônias, pois ainda entre os
maçons, encontram-se Mestres, com o mesmo quilate dos mestres do passado.
A/D