Como refere a tradição Budista; por causa de um nome e de um pensamento, todas as coisas existem, nada existe por si.
Se estamos à espera de, olhando para o céu, ver um velho
Patriarca, cofiando sua barba com uma mão e com a outra segurando as tábuas da
lei, projetando seu olhar na imensidão deste nosso universo, buscando em cada
um de nós os erros e as benfeitorias a que nos habituámos a cometer, bem, então
estamos equivocados, pois esse DEUS não existe!
Não passa de uma construção antropomórfica na qual nos apoiamos,
reconhecendo nela, algo muito acima de nós, porventura uma figura paternal,
que quando entende, a todos perdoa, protege e defende da insanidade deste mundo
cruel, mas que ainda assim, também castiga com doenças e nos penaliza nos
deslizes.
Bom, mas esse DEUS é o DEUS da bíblia!
Pois, aquela Entidade que solicitou a Abraão a morte do seu
filho, para verificar se esse seu servidor lhe era fiel, aquele personagem
Bíblico que dá á humanidade a desgraça, o bem e o mal, só porque Adão
supostamente cometeu o pecado de comer a maçã, desobedecendo assim à Sua
vontade. Seguramente não há quem acredite que DEUS seja tão caprichoso e
mesquinho que a todos exige sacrifícios, adoração e fidelidade em troca de umas
migalhas de felicidade.
DEUS real, está em tudo que nos envolve, não como entidade
controladora, que julga, que nos vigia e protege, como é o entendimento da
tradição judaico-cristã, mas sim como uma inteligência Superior, Subtil,
Omnipresente, Omniconsciente, Omnisciente, criadora de tudo, que se descobre a
cada olhar, cada palpitação. Sente-se a Sua criação em tudo, presente no
cosmos, nos átomos, enfim, tudo integra e a tudo dá sentido, cria!
Como referiu Einstein, “DEUS é tudo o que vemos e ainda tudo o
que não vemos!”
Da mesma forma que a energia naturalmente passa do quente para o
frio e nunca do frio para o quente, a transformação da energia entre dois
corpos, resulta sempre em desperdício, falência. Assim nós homens, (feitos à
imagem de Deus, segundo a bíblia) e tudo o que nos rodeia; energia e partículas
atómicas de efémera existência, teremos o nosso ocaso. Tudo o que nasce morre,
é uma questão de tempo.
Como podemos cogitar que DEUS seja finito, quando tudo criou?
Antes do Big Bang, ponto de criação do nosso universo e afins,
já era essência e seguramente, após o Big Freezer, se o final for de contração,
ou Big Crunch se for de expansão, seguramente continuará a existir, se é que
para ELE, existir tem sentido, seguramente não, pois ELE É!
E o homem, essa centelha de DEUS, para onde irá?
Como centelha que é, isso sim, deixando o homem que foi, voltará
á sua origem, por vontade do criador.
Esse DEUS, que não o da bíblia, mas um DEUS amigo, que tudo
maravilhosamente dispõe para nós. O livre arbítrio é a ferramenta para que
possamos de uma forma responsável desfrutar, evoluir e aprender.
Enfim, dá-nos a mão para que possamos subir a escada de Jacob e
consigamos do outro lado da vida, com ELE, acabar a SUA obra.
Deixemos, pois, a nossa torre de babel, apanágio de vaidade,
orgulho e preconceito para, a seu tempo, subirmos os imensos e estonteantes
degraus da escada de Jacob, objetivo maior que o homem pode almejar, por forma
a conseguir maior proximidade com o Criador.
Este DEUS amigo, pode ter muitas designações, todas as que a
criatividade humana conseguir, mas pelos atributos será seguramente como nós
Lhe chamamos: O Grande Arquiteto do Universo.
Sim, essa conotação está mais próxima do sentimento da plenitude
que Lhe reconhecemos, isenta de religiosidade, pois não necessitamos de nos
religar a ELE, uma vez que nunca nos desligámos.
Lembremo-nos, pois, que só colhemos o que semeamos, seja boa
semente ou não é ninguém faz por nós aquilo que por nós tem que ser feito.
Que o G.A.D.U. nos ajude a compreender e aceitar, sem revolta,
que são as dificuldades da vida que nos ajudam a evoluir na senda da evolução
espiritual, por forma a atingirmos mais luz, para assim buscarmos a proximidade
com o Criador.
Virgílio Salvador, 33º