PRINCÍPIO FILOSÓFICO NA MAÇONARIA


 

A Instituição Maçônica desde sua fase de nascimento passou a cultivar a Filosofia, pois sem essa medida não poderia mesmo, com o passar dos tempos, progredir, especialmente no início do Século XVIII quando se instalou o Departamento Especulativo, época da Franco-Maçonaria.

Naquela fase todos os ramos do conhecimento humano tiveram grande expansão e a Filosofia dos clássicos gregos (Sócrates, Platão e Aristóteles) serviu de modelo principal para o rumo intelectual não só da Fraternidade, mas consolidar todo acervo cultural que já vinha se desenvolvendo desde a Antiguidade. 

Sócrates marcou sua doutrina com o “Conhece-te a ti mesmo” para que gere sua felicidade com correção de suas falhas e harmonia na comunidade. Com esse autoconhecimento o Ser Humano irá refletir e será capaz de chegar ao ideal divino. Platão com o estudo das Ideias servindo para construção de uma sociedade justa e pacífica e Aristóteles com a criação da Lógica, cujos fundamentos ainda hoje são incontroversos. 

Mas outros Sistemas Filosóficos também foram recepcionados pela Fraternidade Maçônica. 

O ceticismo que elege a dúvida como resultado na investigação da verdade; o cinismo, criado por Antístenes, apregoando que os valores da vida deveriam amoldar-se à natureza e não somente as regras da sociedade; o estoicismo, proclamava uma blindagem no homem para torná-lo forte a suportar e revolver as dificuldades vividas com firmeza e pureza de caráter; o epicurismo, buscando o prazer pelo exercício da virtude e a escolástica, pensamento cristão medieval que enaltecia a Razão em consonância com a Fé. 

Na Era Moderna adotou-se também o racionalismo que realça o pensamento na razão e a lógica aristotélica como instrumentos para cognição e descoberta da verdade. 

Só com estes elementos a inteligência humana é capaz de produzir um resultado correto da realidade. 

O empirismo doutrinando que todo conhecimento emana da experiência que se adquire com a vivência ao longo do tempo, surgindo daí o subjetivismo; o iluminismo do Século XVIII caracterizado pela concentração científica e da racionalidade com rejeição dos modelos políticos e religiosos daquela época; o liberalismo, preconizando a defesa da liberdade individual sobre questões econômicas, políticas, religiosas e intelectuais da intromissão indevida do poder público; o positivismo de Augusto Comte (Século XIX) que entende a predominância das ciências experimentais na investigação da verdade, como modelo, afastados conceitos ou versões metafísicas e teológicas dos temas estudados; Bentham e Stuart Mill (Século XIX) desenvolveram a teoria do utilitarismo, segunda a qual, as boas ações e regras de conduta conduziam a um prazer de utilidade para o seu próprio autor e, por via de regra, para toda comunidade e o pragmatismo, doutrinado por Charles Sanders Peirce (1839-1914), que somente a aplicação de conceitos e princípios na vida real levaria ao êxito do empreendimento, pois seria a prova concreta dessas ideias de conceitos e princípios postas em prática. 

Outros ramos da filosofia são também aceitos, em maior ou menor extensão, dependendo da matéria em debate e a preferência do obreiro. 

Entretanto, o maior destaque estudado na Ordem é a Filosofia Hermética (O Caibalion) atribuída a Hermes Trismegisto, o “Três Vezes Grande”. 

Segundo essa teoria, “o Hermetismo acabou derivando da alquimia, que buscava transmutar chumbo em ouro. No entanto, o sentido do hermetismo é mais profundo. Trata-se de transformar tudo o que é grosseiro em algo sutil. Assim, seu significado maior é transformar não os metais, mas os homens… 

O primeiro princípio hermético descrito no “O Cabalion” é o do mentalismo: “tudo é mente”. De acordo com esse princípio, todo o mundo fenomenal é simplesmente uma criação mental do Todo “- (por Cláudio Blanc – Revista “Vida & Religião” – Ano 1 – Número 1 – Ed.On Line – págs. 29/31). 

Ainda seguindo a explanação desse especialista Cláudio Blanc, a Filosofia Hermética reuniu sete fundamentos ou princípios sendo o primeiro o já enunciado “Mentalismo” e o segundo o da Correspondência, consistente na linguagem de alquimia – “o que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima.”, significando que tudo se origina da mesma fonte que em última análise, no meu entender, é a própria Natureza, podendo ser interpretado como o GADU 

O terceiro fundamento da Filosofia Hermética é o da Movimentação exprimindo a ideia que tudo está em movimento ou vibração; nada se encontra inerte ou parado. Tudo que imaginamos abrangendo o corpo físico e o espírito é o resultado de vibrações ou movimentos diferenciados; o quarto princípio refere-se à duplicidade das coisas com polos distintos e opostos. 

Os opostos se diferenciam apenas em escalas ou graus e os extremos se tocam. Este quarto princípio tomou o nome de Polaridade. O quinto fundamento é o do Ritmo: tudo o que sobe, desce; tudo o que entra sai; o ritmo é o elemento de compensação para justificar essas movimentações. 

A Causa e Efeito marcam o sexto princípio hermético. Nada acontece por acaso e no mundo espiritual existe a máxima de que “colhe-se o que se planta”. Se a plantação é de Bondade, a colheita é, obviamente, de Bondade. Se o plantio é de Maldade, colher-se-á Maldade. 

Finalmente, o sétimo fundamento refere-se ao Gênero. 

“Ele atesta que o gênero não é característica apenas do plano físico, mas se manifesta também nos planos mental e espiritual. “Todas as coisas "machos" têm também o elemento feminino; todas as coisas fêmeas têm o elemento masculino”, afirma O CABALION. “Somados aprofundados os princípios herméticos permitiram ao estudante de ocultismo transmutar a mente: a razão da nossa evolução”. (autor e obra já citados). 

Este modesto trabalho é o terceiro de uma pretendida série sobre o primeiro artigo da Constituição do Grande Oriente do Brasil de 17 de março de 2007, EV, mas com vigência a partir de 25 de junho de 2007, EV.’., conforme Decreto número 0879 de 25 de junho de 2007, EV emitido pelo Grão-Mestrado Geral do Brasil – Brasília – DF. 

Ir José Geraldo de Lucena Soares 

Fonte: http://redecolmeia.com.br

 

ESTIVE DOENTE E ME VISITASTES ...


 

Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim”. Matheus 25- (34;36)

Quando recebi este tema para explanação fiquei com muitas dúvidas sob qual ótica deveria abordar. Pedi orientação ao VM de nossa loja que me orientou com algumas dicas, e fez questão de dizer. Faça com seu coração.

Escolhi ouvir meu coração, mesmo correndo o risco de falhar e o enfoque foi que a consciência seria minha inquisidora e faria várias indagações comigo mesmo sobre meus atos, atitudes e comportamento como Maçom.

Não é fácil falar de nossos defeitos, o trabalho na pedra é duro, necessita de concentração e paciência, afinal refletir sobre nossas atitudes e chegar à conclusão que somos falhos dói, e essa dor em nossa consciência, nos causa sofrimento se não soubermos ter o domínio de nós mesmos.

Quando iniciado temos por obrigação simbólica, morrer para renascer. A partir daquela data, saber que devemos ser uma nova pessoa é de grande responsabilidade. Nas sessões semanais temos a oportunidade de receber luzes e conhecimentos brilhantes de nossos irmãos.

São peças de arquitetura, que apresentadas, ajudam nosso aprimoramento moral e porque não dizer, é o nosso “puxão de orelha” semanal, momentos que paramos, pensamos e refletimos como estão nossas atitudes.

Estou sendo um bom irmão em Loja? Será que sou um IRMAO de verdade ou simplesmente de ofício. Quando fiz essa pergunta a mim mesmo vi o quanto sou falho lhes peço perdão meus irmãos. Minha pedra está mais bruta do que pensava, e espero que minha consciência me cobre ainda mais e quem sabe minhas atitudes um dia sejam compatíveis como a de um verdadeiro irmão.

Na câmara das reflexões estava escrito: Se tem medo de que descubram teus defeitos, não estarás bem entre nós. O ensinamento que essa frase encerra é fundamentalmente proveitoso. O homem não pode alcançar um grau de elevada perfeição, senão pelo constante estudo de si mesmo e com o conhecimento mais amplo de seus próprios defeitos, e, dessa forma, a Maçonaria exige de seus adeptos uma recíproca advertência sobre si mesmos.

O Maçom, para seguir e seu caminho de constante aprendizado, precisa transparecer, sem receios, todos os seus defeitos, por mais amargo que isso venha a ser, pois é através desta exteriorização que se pode lapidar a verdadeira pedra bruta.

E na sociedade penso, como está meu comportamento, novamente me questiono Sou um Maçom de fato ou de ofício? Estou praticando a benemerência como posso ou simplesmente faço o básico quando minha consciência aperta, fazendo doações financeiras, mas sem realmente me preocupar e ajudar pessoas.

Constato que devo me preocupar realmente com pessoas e não somente com suas necessidades básicas. Os gestos de amor são singelos, sutis e não requerem muito, pode ser expresso em um olhar com atenção, ouvir quem precisa conversar, as pessoas só querem alguém que as ouça, OUVIR meus Irmãos simplesmente OUVIR.

Como sou falho. Dou a desculpa da correria diária para todos meus defeitos e dar desculpa isso sou bom, e sempre vem forço minha consciência a dizer que faço o que posso. Estamos doentes meus irmãos, convido a todos a fazer um teste rápido: Faça uma publicação nas redes sociais sobre política ou de uma viagem que está fazendo com várias paisagens bonitas e veja o número de curtidas e comentários. Agora faça neste mesmo momento, uma publicação solicitando ajuda a determinada pessoa ou família, que está precisando de auxílio pois está com sérios problemas de saúde.

Compare o resultado. A conclusão é triste. Tive a oportunidade de trabalhar com um consultor industrial, um senhor italiano, muito sábio e experiente, chamado Enrico Rosso que certa vez me disse “O homem só não faz aquilo que não quer”, “quando queremos damos um jeito” tudo é uma questão de prioridade.

Continuemos nossa reflexão: Conhecidas por sua docilidade e obediência à voz do pastor, as ovelhas foram criadas por Deus como figura das almas justas.

De fato, assim como essas encantadoras criaturas alegram-se de estar perto de seu guia e ouvir suas ordens – que lhe garantem segurança e alimentação –, os verdadeiros filhos da luz buscam a salutar presença do Senhor, nutrem-se de sua graça e se comprazem em submeter-se aos ensinamentos. A estes nunca abocanham os “lobos” das tentações nem surpreende a “densa floresta” dos pecados mortais. Já os cabritos(bodes) são de outra índole…

Pouco obedientes, divertem-se fugindo de seus pastores venturando-se por lugares desconhecidos. Algumas espécies, que habitam as montanhas, passam seus dias arriscando-se em saltos pelas rochas escarpadas sobre despenhadeiros espantosos! São bem o símbolo das almas pecadoras que constantemente põem em risco sua salvação eterna, vivendo relaxadas e desprecavidas em meio às ciladas do demônio, do mundo e da carne. Estas gabam-se de estar afastadas das pregações, dos Sacramentos; portanto, dos doces cuidados de Jesus, o Divino Pastor.

Estou doente meus irmãos, e minha consciência me visitou. Não é fácil receber críticas, mas precisamos delas. Desejo a todos uma ótima visita a vossa consciência.

Or\ São Bernardo do Campo, 18 de outubro de 2022.

Ir\ Fabio Fernando Zamberlan Ferreira M.:M.:

Aug. e Resp. e Grande Benfeitora Loja Simbólica “União, Lealdade e Trabalho” Filiada ao Grande Oriente Paulista Integrante da COMAB – Confederação Maçônica do Brasil

Bibliografia: 

Site Revista Arautos do Evangelho 17-10-22

Bíblia Sagrada – Editora Vozes – 2001 – RJ

Site https://www.freemason.pt/a-camara-de-reflexao

EU SOU MAÇOM!


 

O carro de um vendedor que viajava pelo interior quebrou e conversando com um fazendeiro de um campo próximo eles descobrem que são "irmãos".

O vendedor está preocupado porque ele tem um compromisso importante na cidade local. "não se preocupe, diz o fazendeiro, você pode usar meu carro.

Vou chamar um amigo e mandar consertar o carro enquanto você vai ao seu compromisso."

E lá foi o vendedor, e umas duas horas mais tarde ele voltou, mas infelizmente o carro precisava de uma peça que chegará somente no dia seguinte.

"Sem problemas", diz o fazendeiro, "use meu telefone e reprograme seu

primeiro compromisso de amanhã, fique conosco hoje, e providenciaremos para que seu carro esteja pronto logo cedo!"

A esposa do fazendeiro preparou um jantar maravilhoso e eles tomaram um pouco de malte puro em uma noite agradável.

O vendedor dormiu profundamente e quando acordou, lá estava seu carro, consertado e pronto para ir. Após um excelente café da manhã, o vendedor agradeceu a ambos pela hospitalidade.

Quando ele e o fazendeiro caminhavam para seu carro, ele se voltou e perguntou "meu irmão, muito obrigado, mas preciso perguntar, você ajudou-me porque sou Maçom?"

"Não", foi a resposta, "Eu ajudei você porque eu sou maçom.”

 

PROFANOS X MAÇONS: UMA VIAGEM POR DOIS MUNDOS


 

Envolvendo mística, mistério e incertezas, a Maçonaria é uma das instituições mais pesquisadas e especuladas por todo o mundo. Uma vasta produção de sites, blogs, livros, artigos e tópicos em fóruns de discussão proporcionam opiniões divergentes acerca do que verdadeiramente é tal ordem.

Mas, o que alguns profanos relatam acerca da maçonaria? Qual o posicionamento dos maçons acerca das especulações do mundo profano? E o que é a maçonaria, definida pelos Ir? Estas são questões norteadoras do debate neste trabalho, intitulado “Profanos e maçons: uma viagem por dois mundos”.

Diversas opiniões são emitidas sobre a maçonaria no mundo profano. Da parte de quem tenta difamar a ordem maçónica, a associação mais comum existente é que os maçons possuem um pacto com o diabo e que “a maçonaria é coisa do diabo”.

No site intellectus, mantido pelo codinome Dr. Leadnet, há um artigo intitulado “Maçonaria, o braço direito do diabo”. Neste, a maçonaria é tratada como o verdadeiro “império do satanás” no mundo e, quem se envolve com a mesma, adquire prejuízos de cunho espiritual. Com interpretações meramente subjetivas e exageradas, o Dr. Leadnet ousa das mais variadas formas associar à maçonaria com todo o mal existente no mundo, por intermédio de passagens bíblicas e comparações simbólicas com figuras.

Já no site “A Espada do Espírito”, o autor (não identificado), também relaciona a ordem maçónica aos trabalhos de lúcifer, diabo ou satanás. Noutro artigo, intitula a mesma como uma religião.

Ainda tratando a maçonaria sob a óptica do mundo profano, os admiradores da ordem concentram-se basicamente em dois tópicos de discussão: como ser Maçom e os augustos mistérios na iniciação do candidato.

 

Na página “Cultura Brasileira”, de Lázaro Chaves, há uma espécie de “guia” de como se tornar Maçon. Neste, alguns procedimentos são indicados, como por exemplo, se tornar amigo de um maçom da sua cidade e, durante as conversas com o mesmo, demonstrar interesse pelo assunto.

 

No site de vídeos youtube, pequenos detalhes são “revelados” do processo de iniciação dos candidatos. Acerca da literatura maçónica existente no mundo profano, destacamos dois livretos, um resumo de textos da internet e de livros editados por maçons: “Maçonaria: os mistérios desta sociedade serão revelados”, de Sérgio Pereira Couto; “O que você precisa saber sobre a maçonaria”, do M M Elias Mansur Neto.

 

Nos dois livros aqui citados, um panorama da ordem é dado ao leitor, tratando a maçonaria nos seus aspectos verdadeiros.

Na “Cartilha do Aprendiz”, do renomado Ir José Castellani há uma abordagem geral sobre o grau. Além disto, várias questões de interesse do recém-admitido na ordem maçónica são elucidadas, facilitando muito a compreensão dos símbolos existentes no templo.

Para tratar as especulações do mundo profano, dividimos este assunto em duas vertentes: a defesa da maçonaria e o cuidado com os falsos maçons. Creio que nós, A M ou M de qualquer grau ou rito, possuímos o dever de defender a maçonaria em toda e qualquer situação, considerando as importantes realizações da ordem e de M para toda a humanidade.

Como aponta Castellani, há apenas um modo de reconhecimento sem que se recorra a sinais, toques e palavras: a pergunta S M? Se ainda assim dúvidas quanto ao interlocutor permaneçam, um exame detalhado do mesmo pode ser solicitado, questionando, por exemplo, qual loja e potência o suposto farsante pertence. Caso a resposta não corresponda às principais potências em atividade no país, o interlocutor provavelmente não deve ser M

Diante deste panorama, opondo as visões dos profanos e dos Ir, a maçonaria é uma instituição filosófica, filantrópica e progressista. Filosófica por tratar de assuntos nas cerimónias e reuniões com essência, propriedades e efeitos das causas naturais.

Filantrópica por não visar o lucro, mas atuar na busca incessante do bem-estar humano. E progressista, considerando o postulado da imortalidade e não se apegando aos dogmas, superstições ou prevenções. Com os princípios firmados sob a égide da liberdade, igualdade e fraternidade, a maçonaria é responsável por inúmeras conquistas em prol da humanidade.

Por estas questões abordadas, a maçonaria (como exposto) é fruto de grande especulação e curiosidade. Instituição discreta – e não secreta como muitos dizem, deve-se aos Ir em toda e qualquer circunstância defender os ideais, princípios e trabalhos da maçonaria, demonstrando ao interlocutor as grandiosas ações realizadas pela mesma.

Aos profanos que emergem acusações falsas à nossa ordem (provavelmente por má fé ou desconhecimento das causas maçónicas), resta-nos apenas instruir das múltiplas visões proporcionadas pelo prisma maçónico, além de apontar sempre para a verdade. Aos Ir, que o G A D U possa iluminar os pensamentos e ações dos mesmos, na conduta correta da investigação da verdade, da liberdade e dos bons costumes, sustentáculos dos maçons.

Tiago Valenciano


Bibliografia

CASTELLANI, José. Cartilha do Aprendiz. 1ª edição. Londrina: A Trolha, 1992.

COUTO, Sérgio Pereira. Maçonaria. Os mistérios desta sociedade secreta são revelados. São Paulo: Editora Universo dos Livros, 2005.

MANSUR NETO, Elias. O que você precisa saber sobre a maçonaria. São Paulo: Editora Universo dos Livros, 2006.

Site Intelectus – http://intellectus-site.com/site2/artigos/maconaria-braco-direito-do-diabo.htm

 


COMO É A SUA MAÇONARIA? COMO É A SUA LOJA?


 

Um irmão escreveu-me um e-mail recentemente, preocupado com a falta de interesse dos maçons em estudar.

Essencialmente os maçons, dizem ser a “nata” da sociedade. Ler livros, estudar, pesquisar, questionar, defender princípios éticos e morais e agir seriam alguns dos preceitos estritamente elementares e básicos de uma comunidade formada pela “nata” da sociedade.

Salvo melhor juízo, o que vemos, contudo, é um conjunto de pessoas, bem-intencionadas, boas de coração, mas completamente alienadas. Seguem o que mandam. Alguns, entretanto, abandonam o barco por se sentirem enganados pela ideia de que a Instituição lhe vendeu. Outros, que insistem, são marcados como de “complicados” ou que “não deixaram a maçonaria entrar nos seus corações”.

Avaliando tudo isto, podemos vislumbrar algumas questões.

São verdadeiras estas afirmações?

Analisemos.

Onde começa a Maçonaria? Na Loja. Na Loja existe o ingrediente mais importante e basilar da Instituição: o maçom, o ser humano, o pensante, o agente.

Nas Lojas, estamos realmente a encontrar pessoas que questionam, que pensam, que estudam, que agem? Ou são apenas mecanicistas e “agapistas”? A inteligência está em repetir, repetir e repetir o que outros dizem ser “cláusulas pétreas”, ou está na capacidade de investigar, duvidar, questionar, propor, agir? 

Qual a diferença entre uma pedra e um ser pensante? A pedra está ali, não se mexe, não pensa, não toma iniciativa alguma, segue o que lhe recomendarem. O ser pensante incomoda o status quo, interage proativamente, propõe o novo, age, duvida, argumenta, reinventa e reinventa-se.

A Loja, embrião da estrutura maçônica, é de onde vem as definições, as ordens. Não espera vir de cima, mas está acima.

Como é a sua Loja? Onde e em que patamar se encontra? Está à altura do que se espera no ideal Maçônico? Tem opinião, faz ouvir e valer a sua opinião, ou a sua opinião religiosamente coincide com o que vem “de cima”? Se a Loja não tem posição “em cima”, é porque aguarda e espera. Espera a iniciativa de quem julga estar acima, espera ordens, espera decisões, espera a definição do que é certo e do que é errado. Quanto muito, espera apenas para ratificar. Apequena-se. Não tem iniciativa, criatividade, força própria, argumentação.

Não se quer incomodar. A rotina é o seu sustentáculo da existência e finalidade.

E assim anda a Maçonaria, ou não?

Se quisermos saber mais sobre a Maçonaria, olhemos para as nossas Lojas. Quais são as suas preocupações, quais são os seus planos de curto, médio e longo prazo (ou nem sequer têm planos?). Têm feito diferença na sua área de ação e atuação junto à comunidade? Qual a qualidade dos trabalhos que são apresentados? Esses trabalhos trazem novidades ou são repetições das repetições? O mesmo do mesmo? E assim está bem…

E os maçons, os Obreiros. Quem são? O que são?

Os obreiros conhecem a regras da sua Loja e da sua Grande Loja? Sentem-se capacitados para avaliá-las e colaborar na sua melhoria, ou não estão nem um pouco interessados? Na Loja o que é mais importante? O rito? A ritualística? Os graus? Entrar com o pé esquerdo? Chamar à atenção de um irmão que não fez a ritualística “perfeita”? Ou são as ações efetivas nas comunidades?

Constituem a diferença ou não são nada, ou são os vaidosos e amigos dos amigos, que se favorecem entre si? São os que só querem beneficiar? Quem somos? Que valor temos para a sociedade? Qual a nossa utilidade para o progresso da humanidade? Vivemos da e na teoria ou agimos de fato? Qual é o histórico da Loja? Qual o currículo da Loja? A porta do Templo é apenas mais uma porta? O que é mais importante para o irmão da Loja? Ser grau 33 ou ser maçom? Vestir-se de fantasias ou despir-se de vaidades?

O Maçom morre para a Maçonaria quando acredita que o rito ou ritual é o fim e não o meio.

A Maçonaria morre para o irmão que torna a Maçonaria fim e não meio.

A Loja abate colunas quando abdica de ser o Ponto Fulcral.

Não raras vezes, há irmãos que não dispõem de recursos para manter um plano básico de saúde para a sua família, mas tem de sobra para participar e frequentar toda a espécie de atividades extra simbolismo. O fanatismo – não reconhecido pelo obreiro, entranha-se na sua existência como se oxigênio fosse. A cegueira é de tal ordem, que perde o bom senso, o equilíbrio, o contacto com a realidade.

Quem é mais espiritualizado? O mendigo que reparte um pedaço do seu pão com um cão abandonado ao seu lado ou o Grande, “grau não sei quantos”, vestido de Grande que é tão Grande, que não consegue ver o pequeno, pois o seu peito estufado e cheio de medalhas e condecorações impede-o de visualizar os mais humildes e necessitados?

A Maçonaria é o espelho dos maçons. Se estes são acomodados, vaidosos, medíocres, meras engrenagens mortas, isto será a Maçonaria, vivendo de um passado que um bom número de maçons, inclusive, desconhece e, em grande parte, fantasia para sonhar com a ideia de que são importantes e insubstituíveis…

Se as Lojas são um “monte” de gente bem-intencionada, amigões, mas não vibra, não perturba, não incomoda, não se posiciona de forma enfática, então não passa de um clubinho particular, cubículo de míopes, sonhando com uma hierarquia de reizinhos e súbditos. Um teatro repetitivo, medonho, que vive da farta distribuição de bengalas e medalhas sem brilho.

Neste ambiente amorfo, ser Venerável Mestre é algo sem grande sentido.

A história da Loja é um livro sem letras, ou um conjunto de autoelogios sem significado e significância, característica de pompa entre espíritos pobres e sonhadores. A capacidade de vivenciar uma existência profícua resume-se a uma fantasia mental e uma pequenez espiritual.

Como é a sua Maçonaria? Como é a sua Loja? 

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” – Chico Xavier

Adaptado de Texto escrito por Nelson A. H. de Carvalho – ARLS Cidade de Viamão – GLMRS

 

 


LEALDADE – ÉTICA – BONS COSTUMES


 

Um dos pontos básicos da Maçonaria é a lealdade entre os Irmãos. A lealdade abre caminhos para muitas outras virtudes. Através dela, podemos despertar e fortalecer a sinceridade, a fidelidade, a piedade, o amor fraternal, ou seja, encher o universo de bons propósitos que possam tornar o ser humano mais feliz e útil à família, à sociedade e à humanidade.

Neste sentido, vale lembrar que, os juramentos ou compromissos maçônicos são, verdadeiramente, o despertar e o incentivo à lealdade, tanto para os coirmãos e consigo mesmo, quanto para o nosso GADU, o Olho onividente que tudo vê.

A palavra LEALDADE é de valor incomensurável, dada a sua extrema importância, tanto para o nosso espírito quanto para a nossa Ordem. E isto podemos constatar através do grande número de Lojas que adoptam o termo “LEALDADE”, composto ou não, para sua denominação, o que ressalta a sua tamanha representatividade ou simbolismo na Maçonaria.

Um outro predicado que está inserido no âmago das virtudes maçónicas é a Ética. Em sentido lato, podemos dizer que a ética é a parte da filosofia que tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral. Podemos dizer que, tanto a ética quanto a moral são partes intrínsecas da lealdade. Acreditamos não poder existir lealdade sem ética, verdade e justiça.

Desta forma, a ética na Maçonaria tem como um dos objetivos refletir quanto aos fundamentos dos princípios maçónicos, bem como sobre as obrigações e os deveres do Maçom.

Nesta linha, podemos afirmar que, tanto a ética quanto a moral são requisitos indispensáveis a nós, Maçons. Pois, somente agregando a ética e a moral, além de outros predicados, ao nosso quotidiano, é que poderemos ser considerados, verdadeiramente, “livres e de bons costumes”. Ou seja, o Maçom deve ter sempre uma atitude ética, moral e leal compatíveis com os princípios que regem a Maçonaria.

Neste sentido, pode-se dizer que, a ética maçônica está mais preocupada em detectar a importância dos princípios da Maçonaria, alinhados à sabedoria filosófica, bem como em elaborar uma reflexão sobre as razões de se desejar a justiça e a harmonia entre os Irmãos, além de refletir quanto aos meios de os alcançarmos.

Em contrapartida, a moral está mais preocupada na construção de um conjunto de prescrições destinadas a assegurar um bom convívio social entre todos nós.

Lembramos que, para os gregos, a ética era um conjunto de princípios imutáveis. Nesta perspectiva, podemos concluir que, a ética está na essência da alma humana e isto significa a possibilidade de se praticar o bem.

Todavia, na tradição romana, a ética seria o mesmo que moral ou costumes. O problema é que, a moral ou os costumes são mutáveis, diferentemente do conjunto de princípios que definem a ética, segundo a óptica dos gregos.

Entendemos que, na Maçonaria devemos levar em conta estas duas vertentes. Isto significa dizer que, se para os gregos a ética está na essência do homem, para o maçom ela vai além, ou seja, tem que se concretizar na prática, seja através dos costumes ou da moral, como pregavam os romanos.

Todavia, ao pensarmos em Maçonaria, o que vem a nossa mente, quase de imediato, é a figura do maçom. Esta imagem é projetada na nossa sociedade atual, pela postura irrepreensível junto as mais diversas questões políticas e sociais das quais fizeram parte.

Neste sentido, o nosso objetivo é o de reforçar o quanto os bons costumes são indissociáveis da Maçonaria, pois, através deles, o maçom consolida-se como paradigma da sociedade a que pertence.

Assim, é importante destacar que entendemos costume como o hábito ou a prática reiterada associada à moralidade, geralmente observada pela sociedade, ou seja, procedimentos ou comportamentos que são prescritos do ponto de vista moral. São atitudes ou valores sociais consagrados pela tradição: “costume é a regra aceita como obrigatória pela tradição ou consequência do povo, sem que o poder público a tenha estabelecido”.

Vale a pena lembrar que, a urbanidade, a retidão, a honestidade, a lealdade, o respeito, a tolerância e a justiça são também imprescindíveis ao Maçom, uma vez que este é visto como paradigma da sociedade, significando que ele é possuidor de bons costumes e reputação ilibada. A falta de um destes predicados ou requisitos, não o qualificam como um bom maçom e, nesse caso, ele não será reconhecido como tal.

Na Maçonaria, os bons costumes são entendidos como valores morais indispensáveis ao maçom, os quais representam o somatório das suas ações e comportamentos tanto do passado como do presente.

Nesta esteira, a Maçonaria pode ser entendida como um centro de união fraternal, onde, dentre outros, a lealdade, a retidão, a responsabilidade, a honestidade, a bondade, a tolerância, a justiça, a busca pela verdade e pelo aperfeiçoamento devem ser permanentes. Além disto, através dos maçons, a nossa Ordem deve sempre defender e propagar o respeito e a prática da ética e da moral.

Os bons costumes referem-se, portanto, como foi dito acima, tanto ao passado quanto ao presente, isto é, correspondem ao somatório dos dois. Quando a conduta, o comportamento, a postura e as atitudes positivas são reconhecidas pelos que estão mais próximos ou pela sociedade em geral, podemos dizer que se trata de alguém de bons costumes e, consequentemente, de reputação ilibada.

Desta forma, podemos dizer que, o objeto principal deste trabalho é despertar no Maçom o interesse pelo verdadeiro significado daquilo que nós chamamos de “Bons Costumes”.

Entretanto, há aqueles que acreditam que “os bons costumes” se referem tão somente ao estado atual de uma pessoa, o que não corresponde à verdade, sendo um entendimento equivocado, uma vez que, os “bons costumes” devem ser compreendidos como a prática reiterada de boas ações, abrangendo passado e presente.

Como sabemos, a Maçonaria é uma sociedade que, acertadamente, só admite no seu quadro, homens retos, de bons costumes e possuidores de comportamento ético, moral e humanístico compatíveis com a sua finalidade, isto é, que vise alcançar o ápice do aperfeiçoamento humano, razão pela qual, para ingressar nos seus quadros exige-se o preenchimento de requisitos que contemplem a retidão do seu pretendente.

Há que ser ressaltado que, a Constituição do Grande Oriente do Brasil, logo no seu artigo 1º corrobora o objetivo deste trabalho, balizando várias situações. Diz o dispositivo legal que, a Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e evolucionista, proclamando a prevalência do espírito sobre a matéria. Além disso, estabelece que os seus fins supremos são a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, pugnando pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade. Assim, acreditamos que, a possibilidade de alcançarmos o aperfeiçoamento humano deve ser precedido pelos bons costumes.

Assim, o Maçom através da observância dos princípios e valores da Ordem, aliados à prática da beneficência e do cumprimento inflexível dos deveres e responsabilidades, deve sempre primar, dentre outros pela retidão, pela moralidade, pela ética, pela lealdade e pelos bons costumes.

A valorização e disseminação desta prática, por si só, poderia justificar a repulsa que os maçons devem sentir em face da corrupção ou desvio de conduta, ao mesmo tempo em que ele defende e propaga os princípios e valores da Maçonaria.

Por outro lado, quer parecer-nos ainda que, a Maçonaria deseja, em primeiro lugar, proporcionar o encontro do Homem Maçom consigo mesmo, transformando-o no seu próprio paradigma. Assim sendo, faz-se necessário que o Maçom esteja sempre atento à aprendizagem e à prática correta dos princípios maçónicos, ao mesmo tempo em que procura evitar que um Irmão desavisado seja levado a praticar o que chamamos de “Heresia Maçônica”, desviando-se do verdadeiro objetivo da Ordem, que é a busca pela evolução maçónica.

O Maçom ao ser iniciado, ingressa num “sistema”, o qual exige que os seus membros devem, necessariamente, percorrer o que podemos chamar de “Via Mística”, com vista a conduzi-los a um determinado lugar, geralmente, oculto para os não iniciados, mas podendo ser visível ao verdadeiro Maçom.

Este entendimento, leva-nos a acreditar que a Maçonaria é um sistema de conhecimento extremamente importante e eficiente, uma vez que tem como meta principal o aperfeiçoamento do homem no Mundo Espiritual, mas ao mesmo tempo não abandona e nem ignora o Mundo Material. A justificativa talvez seja que a saúde material se faz necessária, sobretudo quando da prática da filantropia ou beneficência, uma das ações básicas da Ordem.

Como já foi dito anteriormente, a filantropia é, também, dentre tantas, uma das finalidades da Maçonaria. A sua terminologia pode ser traduzida como a “Mão da Maçonaria” estendida aos necessitados, Irmãos ou não, mas “dando com a mão direita sem que a esquerda saiba”. Todavia, modernamente, a solidariedade deve, ao nosso ver e com razão, sobrepor-se à filantropia, uma vez que esta, simplesmente, “dá o peixe”, ao passo que aquela, “ensina a pescá-lo”, ou seja, numa delas a fome é saciada por um dia, já na outra, a fome pode ser afastada não por um dia apenas, mas para sempre.

Vale a pena lembrar que, o progresso que a Maçonaria admite como essencial, pode ser definido como melhoramento da humanidade, calcado no aperfeiçoamento ético, moral, intelectual e social dos seus membros. Além do mais, ela tem como alguns dos seus símbolos o Cinzel e o Malho que, juntos, servem de instrumentos para desbastar a Pedra Bruta que somos e, ao mesmo tempo, construir o nosso Edifício Moral ou Espiritual.

Ressaltamos que, esta é a verdadeira evolução humana, mesmo porque o Maçom deve, necessariamente, buscar a perfeição humana, até tornar-se um Mestre de facto, não se deixando confundir com um profano de avental.

É bem possível que, para muitas pessoas, ser livre significa não ter limites. Contudo, para o Maçom, a liberdade deve consistir numa via de mão dupla, ou seja, a liberdade exigirá sempre uma correlata responsabilidade. Isto porque a liberdade não exclui a disciplina, nem pode sobrepor-se à liberdade de outrem.

Assim sendo, “ser livre e de bons costumes”, tem um significado extremamente importante para a Maçonaria, pois, presume-se que todo homem que preencha tais requisitos estaria, a princípio, em condições de ser iniciado na Arte Real e poderia, até mesmo, transformar-se num bom Maçom, observador atento das tradições da Ordem. Entretanto, para melhor compreender a frase acima, faz-se necessário entender que ela seja interpretada à luz da ética e da moral.

A terminologia “Livre” expressa o momento presente e diz respeito ao cidadão em pleno gozo dos seus direitos civis, os quais guarda limites quanto ao direito alheio. Já a expressão “Bons Costumes”, refere-se não só ao presente, mas também ao passado, por tratar-se de um somatório de condutas, alcançando até os dias de hoje, ou seja, comportamentos e atitudes positivas reconhecidas pelos que estão próximos e pela sociedade em geral.

Neste sentido, anda bem a nossa Ordem ao exigir que, para se iniciar nos seus mistérios, há que ser levado em conta o presente e o passado do candidato, de tal maneira que, seja visto e analisado como um todo indivisível. Só assim, será ele considerado apto ou não, isto é, livre e de bons costumes para receber a permissão de ingresso na Maçonaria.

Na verdade, homens de bons costumes são aqueles que têm valor social reconhecido ou consagrado, que se orientam pelas coisas justas, pela ética, pela moral, pela honestidade, pelas ideias mais elevadas, pela disciplina e pelo respeito. Eles não participam de grupos que sejam desprovidos de moral ou honestidade, além do mais, devem desfrutar de boa reputação e ter conduta irrepreensível em todos os seus aspectos.

Portanto, podemos dizer que, o homem livre é aquele isento de preconceitos, de maledicências, ou seja, deve, necessariamente, ter a consciência livre e que não tome o mal pelo bem. Além disto, deve ser desprovido de quaisquer vícios. Isto permite-nos inferir que, a corrupção e a ausência de bons costumes afastam toda e qualquer evolução ou progresso moral do Maçom, enquanto a observância à ética, à moral e aos bons costumes o aproxima da sua evolução e progresso, especialmente, no campo espiritual.

Concluímos que, a ética maçónica, salvo melhor juízo, deve ter como fundamento tanto o pensamento grego quanto o romano, a fim de que possamos evoluir na nossa trajetória maçônica e, de facto nos tornarmos paradigma para os nossos irmãos, família e para a sociedade em que vivemos.

Além disto, devemos lembrar-nos de que a lealdade também é indissociável do Maçom, pois, ela tem componentes bastantes emblemáticos para a Maçonaria. Fazem parte dela a fidelidade, a verdade, a honestidade, a justiça etc. Unimo-nos à lealdade através de um compromisso de honra, o qual jamais deve ser rompido, sobretudo por nós Maçons.

Assim sendo, convidamos a todos os maçons, principalmente os do Grande Oriente do Brasil no Estado do Rio de Janeiro, a buscarem atitudes compatíveis com os bons costumes, sobretudo, que sejam leais e comprometidos com a verdade, a justiça, a moral, a ética e a evolução maçônica, pois, só assim conseguiremos ascender ao patamar de Maçom de direito e de facto e, finalmente, poderemos ser reconhecidos como verdadeiros maçons.

Aildo Carolino

 

DEUS, QUEM É?


Como refere a tradição Budista; por causa de um nome e de um pensamento, todas as coisas existem, nada existe por si.

Se estamos à espera de, olhando para o céu, ver um velho Patriarca, cofiando sua barba com uma mão e com a outra segurando as tábuas da lei, projetando seu olhar na imensidão deste nosso universo, buscando em cada um de nós os erros e as benfeitorias a que nos habituámos a cometer, bem, então estamos equivocados, pois esse DEUS não existe!

Não passa de uma construção antropomórfica na qual nos apoiamos, reconhecendo nela, algo muito acima de nós, porventura uma figura paternal, que quando entende, a todos perdoa, protege e defende da insanidade deste mundo cruel, mas que ainda assim, também castiga com doenças e nos penaliza nos deslizes.

Bom, mas esse DEUS é o DEUS da bíblia!

Pois, aquela Entidade que solicitou a Abraão a morte do seu filho, para verificar se esse seu servidor lhe era fiel, aquele personagem Bíblico que dá á humanidade a desgraça, o bem e o mal, só porque Adão supostamente cometeu o pecado de comer a maçã, desobedecendo assim à Sua vontade. Seguramente não há quem acredite que DEUS seja tão caprichoso e mesquinho que a todos exige sacrifícios, adoração e fidelidade em troca de umas migalhas de felicidade.

DEUS real, está em tudo que nos envolve, não como entidade controladora, que julga, que nos vigia e protege, como é o entendimento da tradição judaico-cristã, mas sim como uma inteligência Superior, Subtil, Omnipresente, Omniconsciente, Omnisciente, criadora de tudo, que se descobre a cada olhar, cada palpitação. Sente-se a Sua criação em tudo, presente no cosmos, nos átomos, enfim, tudo integra e a tudo dá sentido, cria!

Como referiu Einstein, “DEUS é tudo o que vemos e ainda tudo o que não vemos!”

Da mesma forma que a energia naturalmente passa do quente para o frio e nunca do frio para o quente, a transformação da energia entre dois corpos, resulta sempre em desperdício, falência. Assim nós homens, (feitos à imagem de Deus, segundo a bíblia) e tudo o que nos rodeia; energia e partículas atómicas de efémera existência, teremos o nosso ocaso. Tudo o que nasce morre, é uma questão de tempo.

Como podemos cogitar que DEUS seja finito, quando tudo criou?

Antes do Big Bang, ponto de criação do nosso universo e afins, já era essência e seguramente, após o Big Freezer, se o final for de contração, ou Big Crunch se for de expansão, seguramente continuará a existir, se é que para ELE, existir tem sentido, seguramente não, pois ELE É!

E o homem, essa centelha de DEUS, para onde irá?

Como centelha que é, isso sim, deixando o homem que foi, voltará á sua origem, por vontade do criador.

Esse DEUS, que não o da bíblia, mas um DEUS amigo, que tudo maravilhosamente dispõe para nós. O livre arbítrio é a ferramenta para que possamos de uma forma responsável desfrutar, evoluir e aprender.

Enfim, dá-nos a mão para que possamos subir a escada de Jacob e consigamos do outro lado da vida, com ELE, acabar a SUA obra.

Deixemos, pois, a nossa torre de babel, apanágio de vaidade, orgulho e preconceito para, a seu tempo, subirmos os imensos e estonteantes degraus da escada de Jacob, objetivo maior que o homem pode almejar, por forma a conseguir maior proximidade com o Criador.

Este DEUS amigo, pode ter muitas designações, todas as que a criatividade humana conseguir, mas pelos atributos será seguramente como nós Lhe chamamos: O Grande Arquiteto do Universo.

Sim, essa conotação está mais próxima do sentimento da plenitude que Lhe reconhecemos, isenta de religiosidade, pois não necessitamos de nos religar a ELE, uma vez que nunca nos desligámos.

Lembremo-nos, pois, que só colhemos o que semeamos, seja boa semente ou não é ninguém faz por nós aquilo que por nós tem que ser feito.

Que o G.A.D.U. nos ajude a compreender e aceitar, sem revolta, que são as dificuldades da vida que nos ajudam a evoluir na senda da evolução espiritual, por forma a atingirmos mais luz, para assim buscarmos a proximidade com o Criador.

Virgílio Salvador, 33º

 

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