O PODER DA PALAVRA E AS PALAVRAS SAGRADAS NA MAÇONARIA


“Disse Deus: Faça-se a Luz, e a Luz se fez.”
Ao abordar, ainda que timidamente, o tema do poder da palavra, me deparo com a história da Criação, com os muitos mistérios contidos nos símbolos, passo pela abordagem ocultista dos campos de vibração e simultaneamente com a eficácia dos rituais, meto-me na tradição do longínquo Oriente e suas formas manifestas através dos mantras, vindo pouco a pouco a entender um pouco mais das palavras sagradas na Maçonaria Cósmica.

Talvez seja impossível, para nós Ocidentais, iniciar um pequeno estudo que seja sobre o poder da palavra sem nos remetermos imediatamente ao “Fiat Lux” contido no Gênesis. E começo pelo Fiat Lux, porém não posso parar por aí. Para aqueles, fiéis ou estudiosos do Antigo Testamento, o Gênesis, do início ao fim, trata de um diálogo, conversa, entre o Deus Manifesto (GADU) e seus agentes.

A Obra da Criação, de forma alguma é realizada no silêncio absoluto, senão que este silêncio primordial, é o pano de fundo que possibilita ouvir a Voz do Criador, do Geômetra. Note que, a única Voz é a de Deus sendo que Ele manifesta a criação através de algo (Elohim) além dele próprio, senão que sentido haveria em dizer: Faça-se a Luz, Ele simplesmente pensaria a criação e ela estaria criada. E não haveria ruído algum...

Posso tentar entender isto da seguinte forma:
1   1.  O pensamento (vibração potencial) necessita ser Verbalizado (vibração dinâmica) caso contrário não existe a Manifestação.
2.    A verbalização, para que possa ser entendida, necessita de quem A Escute. A Primeira atitude do Criado, portanto, é Escutar.
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Nesta passagem retrata-se a possibilidade, o potencial, porém, efetivamente nada havia sido realizado. O Verbo só pode manifestar-se no momento da Diferenciação Divina, onde o Um torna-se Dois e neste instante materializa-se.

Concluo que, a verbalização é o ato de Criar e nele, neste processo, existe um Emissor e um Receptor. Sem os Dois, o Um não Verbaliza e, portanto nada Cria.

Seguindo pelos campos da Vibração, rememoro o poder contido nos símbolos sagrados.

Os antigos, sabedores que eram do imenso poder contido na Palavra e, a fim de, por um lado, levar aos profanos a Sabedoria Divina e, por outro, velar as palavras para que não pudessem ser utilizadas de maneira leviana, criaram os símbolos. 

Em linhas gerais, os símbolos são representações (vibração) de grandes verdades e possuem um poder oculto (vibração) que é manifestado pelo Iniciado através do uso de palavras adequadas.

Todo e qualquer Rito, utiliza-se dos símbolos, formas brandas do verdadeiro conhecimento e mais, se mantiveram mais ou menos intactos o porquê deste uso dos símbolos, utilizam-se das palavras e tons adequados gerando grande energia e Poder.

Muito comum, por exemplo, o uso do tom “Fá” nas Orações e Preces.

Os rituais, símbolos e signos que são do Poder do Mais Alto, têm sua eficácia garantida quando, através de postura adequada, palavras certas e tom apropriado revivem a luz do dia. Aliás, talvez existam poucos exemplos mais belos e antigos do que os mantras do hinduísmo ou bramanismo. Estes se constituem em verdadeira chave de poder, induzindo a um estado de consciência em particular e desenvolvendo características no estudante ou devoto.

Os Mantras, fórmulas repetitivas, justamente unem em si três elementos formidáveis: a vibração, a repetição da vibração e a atitude mental. Com eles, pode o ser humano retrabalhar inclusive traços do que considera “seu jeito de ser” e que na verdade se trata apenas de sua personalidade corrente.

Atualmente, os mantras são utilizados largamente em muitas escolas e/ou religiões, com outras palavras diferentes. Não obstante, o uso de palavras antigas terem uma eficácia fantástica, podemos utilizarmo-nos de, por exemplo, uma curta oração que atinja nosso coração e enleve nossa alma e repeti-la, bem baixinho, na nota “Fá” durante algum tempo. O efeito ao longo do tempo será sem dúvida maravilhoso.

A Maçonaria, talvez mais do que qualquer outra Ordem, possui em sua essência e formação a Palavra e a Divina Vibração oriunda dela.

   3.    Na História que conta a morte do Mestre Hiram, os assassinos, os profanadores, tentaram tomar-lhe, a todo custo, a Palavra. Mestre Hiram morreu ao que parece sem revelá-la. Notemos aqui o Poder de quem detém a Palavra e, a angústia daqueles que fracos de caráter, nunca poderão obtê-la. E não podendo obtê-la (pois na verdade não sabem onde procurá-la) desejam matar quem a detém. Morre porem o detentor da Palavra, mas nunca a Palavra!

Nesta história, o Mestre de Todos os Maçons, cioso do poder da Palavra, deu-a como Perdida e recria o Mito de posse de outras palavras, mais humanas, mais comuns. Lembremos que, nossa mística missão é recuperar a Palavra Perdida e dá-la, neste novo ciclo que ora inicia-se à verdadeira Humanidade.

Outro exemplo da cerimônia que encerra a Palavra na real Ordem, é o Ritual de Instalação da Loja que antecede todas as nossas sessões. Do Venerável, guardião do Delta Luminoso, emana a Palavra que, de Irmão em Irmão, por ele designado, chega até o Segundo Vigilante que retorna aclamando: “Tudo esta Justo e Perfeito”. Só após isso é que o Venerável invoca o Grande Arquiteto do Universo, pois a Palavra criou “o pano de fundo” apropriado a um trabalho de Ordem Superior.

O uso dos malhetes e sua peculiar vibração também é exemplo de Palavra e Poder. Desta feita, a palavra não é dita com os lábios, mas sim, vibradas nos ritmos apropriados do “bater dos martelos”.

A Palavra de Passe do Grau 2, por outro lado, cumpre 2 funções, sendo a primeira e mais importante, a de criar, sonoramente, certa predisposição mental no Irmão que a profere e, em segundo lugar por sua peculiar forma de ser pronunciada remete-nos ao Livro dos Juízes, no Velho Testamento, na Batalha entre os Efraimitas e os Galeaditas.

Inúmeros são os exemplos que aqui poderíamos colocar, porém exigem outro espaço em outro momento.

O importante e fundamental é termos claro que a vibração tornada palavra torna o Mundo que conhecemos tal qual ele é. Vejam só a nossa imensa responsabilidade. Sem dúvida, por isto mesmo, é que a primeira Lei Oculta seja: Calar e Escutar.

MARCELO MARSIGLIA SIDOTI
M.'.M.'., Loja Ypiranga 83 - Cruz da Perfeição Maçônica, Brasil

MORAL, UMA DAS CIÊNCIAS MAÇÔNICAS



A Moral, Uma das Ciências Maçônicas Qualquer dessas classificações nos da uma ideia aproximada da relação  existente  entre a ciência e a filosofia maçônica, pois a obrigação precípua do maçom é trabalhar pelo aperfeiçoamento do homem e pelo progresso nos destinos da humanidade.

E para que possa acompanhar a evolução da civilização humana é preciso que, do conjunto de nos corpos maçônicos resulte o conhecimento das ciências básicas da vida espiritual, natural e humana, pois só com o conhecimento tão perfeito quanto possível destas três modalidades que compõem a vida do homem será possível compreender a filosofia maçônica no seu elevado significado, que vai evoluindo à medida que nos obreiros vamos recebendo o nosso aumento de salário.

O estudo é indispensável para que nos estejamos preparados para compreender os mistérios  de cada grau e é desde o iniciar da caminhada que se deve formar uma base solida de conhecimento com os quais poderá seguir com confiança e segurança pelo caminho da perfeição e da bondade.

Porem, não são necessários longos anos de estudos nem diplomas de formatura em graus decorativos para compreender essas ciências, estudas- las e utilizá-las.

São ciências básicas de todos os fenômenos da vida e, por isso mesmo se deparam nas coisas mais simples, quando  sabemos olhar a vida com olhos  de ver e calma para pensar, porque é observando , pensando e raciocinando que se consegue a compreensão e o descortino sobre a razão de ser de tudo quanto se passa a volta de nos.

Por tanto hoje tiro e afirmo por mim que a moral sendo a mais complexa das ciências porque abrange o estudo do homem, tanto na moral propriamente dita como nas suas duas subdivisões a biologia e a sociologia, diremos que são os ramos da ciência que mais interessa aos estudos maçônicos.

Por tanto não os limitemos a especulação  da teoria como concepção geral dos princípios morais que cultivamos em nos e em nossas relações pessoais, porque passando a pratica das teorias que  estudamos e cultivamos  saímos da abstração e da ilusão para que possamos a concretizar o que nos proporciona a nossa  ordem durante nosso labor dentro da nossa oficina, pois entre a teoria e a pratica existe um campo muito vasto que precisa ser aproveitado na preparação moral e intelectual do homem, então vamos criar um ambiente propicio ao progresso.

Assim é necessário que juntemos todos os elementos da ciência para que possamos ser verdadeiros artistas na pratica da arte real.


Wendell Luiz . Or.’. BH-MG ARLS Sabedoria Estabilidade e Poder 2454 GOB - MG

EMBLEMA, ALEGORIA E SÍMBOLO NA MAÇONARIA


Inicialmente gostaria de dizer que, mesmo não sendo especialista no assunto, mas tendo em vista a necessidade de compreendermos o Simbolismo Maçônico, nos propomos à reflexão sobre os aspectos e noções básicas que compõem esta simbologia por considerá-la de suma importância para nossa evolução maçônica.

Considerando que, a Maçonaria pode ser definida, de maneira simplificada, como “um sistema de moral velada por alegorias e ilustrado por meio de símbolos”, ou seja, que ela se assenta em formas ou objetos concretos que apresentam um ou vários significados. Por isso, torna-se necessário compreender essas formas de representação.

Nessa linha de entendimento, podemos dizer que, geralmente, no estudo da Maçonaria encontramos três níveis de representação simbólica, a saber: EmblemaAlegoria e Símbolo, destacando que há entre cada uma delas distinção quanto ao seu significado.

Dessa forma, temos que, Emblema é segundo alguns estudiosos, uma forma representativa de menor complexidade do que a Alegoria, bem como esta é menos complexa do que o Símbolo propriamente dito.

O Emblema pode ser definido como uma insígnia ou um distintivo. Como dito anteriormente, ele é um símbolo de menor complexidade nessa escala representativa, por exemplo, o esquadro sob o compasso ou vice e versa.

Dentro do Simbolismo Maçônico, o Emblema é uma figuração simbólica, recheada de desenhos e cores representativas, geralmente acompanhadas de um dístico.

Outro aspecto da Simbologia Maçônica é a Alegoria, uma palavra de origem grega, que representa certos atos ou ideias. Ou seja, ela nada mais é do que a forma figurada de um pensamento, ficção ou metáfora, de tal maneira que, na expressão ou entendimento comum, tem um significado e no sentido esotérico, outro, por exemplo, a alegoria da pedra bruta.

Podemos dizer que, a alegoria nos é apresentada através de imagens claras, formadas por símbolos concretos, tal como a representação alegórica da justiça, a qual é figurada por uma balança.

Ainda compondo o Simbolismo Maçônico, temos o Símbolo propriamente dito, que é representado por um objeto ou sinal convencional, através do qual se indica outra coisa que não aquela que inicialmente possa nos parecer.

O símbolo pode ter vários significados e a revelação de cada um deles ocorre de acordo com o estágio evolutivo de cada um de nós.

Com isso, é possível dizer que, o Símbolo é mais velado que a alegoria, pois este requer uma maior introspecção de quem o examina, revelando seus possíveis significados conforme o momento e a evolução de cada um.

Embora a distinção entre Alegoria e Símbolo requeira um exame um pouco mais minucioso de quem os observa, com relação ao emblema, isso se torna um exercício menos complexo. Assim, podemos destacar que a diferença entre o emblema e o símbolo é que, aquele é objetivo, ao passo que este requer uma maior introspecção para compreender seus possíveis significados.

Segundo o grande escritor maçônico Mackey, a palavra emblema é usada geralmente como sinônimo de símbolo, embora os dois nomes não expressem exatamente o mesmo sentido (como já apontamos anteriormente) e, conclui que: “Todos os emblemas são símbolos, mas a recíproca não é verdadeira”. O que ressalta esse caráter mais pragmático do emblema em relação ao símbolo.

Nessa perspectiva, ressaltamos que o Simbolismo é um sistema de representação que visa memorizar fatos e tradições, bem como exprimir crenças ou verdades de um povo ou, no nosso caso, de pessoas iniciadas na Maçonaria.

Segundo Theobaldo Varoli Filho, “O Simbolismo Maçônico é o culto da Ética Universal, por meio de Símbolos e Alegorias. Ele se distingue por sua universalidade e como expressão de ideias pacificamente aceita pela humanidade civilizada”.

Com isso, podemos depreender que, os Símbolos Maçônicos não devem ser interpretados livremente a fim de que sejam evitadas distorções quanto ao seu significado, uma vez que eles buscam sintetizar lições morais e universais, aceitas por todas as crenças e filosofias.

Lembramos que, o Simbolismo Maçônico nos Graus 1º, 2º e 3º (Maçonaria Simbólica) estão, basicamente, representados pelos instrumentos dos pedreiros livres a época da Maçonaria Operativa.

A estrutura hierárquica do conhecimento esotérico ou maçônico pode ser compreendida através da organização em uma escala ascendente dos níveis de representação do Simbolismo Maçônico.

Assim, temos como base o emblema, cuja interpretação se refere apenas ao que se vê o que é efetivamente concreto a qualquer um, exemplo, a trolha (um instrumento ou ferramenta de trabalho do pedreiro/operário). Seguidamente, há o nível alegórico, no qual vemos o que está nas entrelinhas: a trolha serve para construir nosso templo interior ou saciar nossa fome.

No ápice, temos a representação simbólica, neste nível a interpretação vai além das entrelinhas e a intuição se faz presente de maneira absoluta.

Portanto, concluímos que, o Simbolismo Maçônico é sempre um véu a ser descortinado, o qual constitui um sistema de conhecimento que se adéqua mais à memorização intuitiva do indivíduo, uma vez que a interpretação da Simbologia Maçônica possui um caráter etéreo e metafísico, o que requer uma constante evolução do Maçom, bem como uma busca incessante pelo conhecimento.

Aildo Virginio Carolino
Secretário Estadual de Gabinete – GOB-RJ


EVANGÉLICO PODE SER MAÇOM?


Quando eu ainda era jovem, estudei em um colégio religioso; e por sinal um excelente educandário. Lá, dentre as muitas orientações que repassavam para os alunos, uma delas era que o evangélico (protestante) não pertencia a Deus, e sim, ao Diabo.
Passados alguns anos, conhecendo melhor o evangelismo, conclui que o evangélico fiel e obediente também pertence a Deus tanto quanto aqueles religiosos. Haja vista, que tive o privilégio de me tornar um evangélico.
Hoje, ouve-se dizer que certas religiões não aprovam os princípios maçônicos e alegam, inclusive, que a Maçonaria é de origem satânica, e que os maçons pertencem ao Demônio.
Infelizmente muitos evangélicos fazem coro com aquelas outras religiões, pregando a mesma coisa, isto é, que a maçonaria é diabólica e que os maçons são de Satã. Certo escritor protestante até já chegou a dizer que o evangélico maçom é um falso crente.
Outros evangélicos vão mais longe. Dizem eles que a Maçonaria promove a idolatria, afirmando que “ela admite um tal de ”São João da Escócia” ou “São João de Jerusalém” como padroeiro, e abre os seus trabalhos em seu nome.”
Realmente a Maçonaria abre seus trabalhos em nome de São João, como padroeiro. Mas os críticos se esquecem de que padroeiro, segundo Aurélio, é o mesmo que patrono.
E patrono é aquele que serve de exemplo, que é espelho, modelo ou paradigma. O Exército Brasileiro tem o seu patrono, o Duque de Caxias, e nunca se viu nenhum evangélico deixar de seguir a carreira militar por ter o Caxias como patrono.
Tem mais, em toda solenidade de formatura, sobretudo, de curso superior, existe alguém como patrono; e jamais se soube que um evangélico se omitisse em participar daquele ato porque lá estivesse a figura de patrono.
Há evangélico anunciando por aí que a Maçonaria é religiosamente sincretista. Não é verdade. Para se ingressar na Maçonaria o candidato necessita, sim, professar uma religião. Com isso o maçom pode e dever pertencer a um segmento religioso.
E isso não demonstra sincretismo religioso. Pelo contrário, vem provar que a Maçonaria não é religião, mas, aceita nos seus quadros a convivência de todos os credos religiosos.
Porém não é somente na Maçonaria que os integrantes de vários credos religiosos se inter-relacionam. Não. Nas repartições públicas ou privadas, nos bancos ou em quaisquer outros órgãos, vamos encontrar funcionários dessas instituições professando as mais diversas crenças.
E no entanto, ninguém é discriminado ou escandalizado pelo seu princípio de fé ou crença. Geralmente todos trabalham na mais perfeita harmonia e ordem, relacionando-se muito bem entre si.
A Maçonaria é também censurada por determinados evangélicos quanto aos segredos maçônicos. “Esses crentes dizem que na Igreja Evangélica nada há em oculto, tudo é feito à vista de todos, e as suas reuniões privativas nada têm de secretismo.”
Todavia a Bíblia não diz assim e a prática não confirma tal afirmação. As Sagradas Escrituras, em Mateus – 8:4, registram: “Disse então Jesus ao leproso que havia curado: Olha, não digas a ninguém, mas vai e mostra-te ao sacerdote …”.
Ainda em Apocalipse -10:4 está escrito.. “Guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram, e não as escreve”. Há também assuntos tratados no seio das igrejas que não são levados ao conhecimento público da congregação; sobretudo nas chamadas reuniões privativas, as quais se entendem, é a mesma coisa que secretas.
Portanto as referências ora mencionadas são exemplos de segredo ou sigilo. As primeiras os evangélicos devem conhecer, pois são bíblicas. E as outras, especialmente os líderes, com certeza as praticam em suas reuniões administrativas particulares e privativas.
A maçonaria também é criticada por alguns protestantes pela adoção dos símbolos.
Na realidade existem muitos símbolos maçônicos. Todavia, todos eles têm os seus significados específicos, como a Estrela Radiante, que é o emblema da Divindade; e tantos outros, os quais vão sendo conhecidos de acordo com os graus atingidos pelo maçom.
Por outro lado, no mundo profano também se encontram vários símbolos, dentre eles, a Bandeira Nacional que é o símbolo da Pátria; a balança no direito, simbolizando a Justiça; e muitos outros.
A Bíblia, por sua vez, mostra também, muitos e muitos símbolos, tais como o arco-íris, símbolo que representa uma aliança entre Deus e os homens, e ainda a beleza, respectivamente (Gênesis – 9:13 e Apocalipse – 4:3), o cavalo, símbolo da força (Apocalipse – 6); o dragão, simbolizando Satanás (Apocalipse – 13). Há inúmeros outros símbolos contidos no Livro Sagrado.
Existem evangélicos afirmando que a Maçonaria é uma Instituição Pagã. Aí há mais um erro por eles cometido. Pois os trabalhos em uma loja maçônica são abertos invocando o auxílio do Supremo Arquiteto do Universo, que é o próprio Deus. E esse Supremo Arquiteto é relatado em Hebreus – 11:3 e 10, e Jeremias – 10:12. Pois em toda abertura dos trabalhos lê-se um texto no Livro da Lei (Bíblia), de conformidade com o grau em que estão sendo realizados os trabalhos.
E tem mais, pode-se afirmar que existe dentro da Maçonaria um respeito muito grande entre os irmãos quanto aos seus princípios ideológicos, culturais e acima de tudo religiosos.
Finalizando, quero testemunhar que há mais de quarenta anos sou evangélico, e tenho plena convicção que, graças a Deus, não sou do Diabo, como antes ouvia afirmar. Outrossim, há aproximadamente quinze anos sou maçom, e me sinto também confiante de que não pertenço a Satanás como muitos afirmam por aí, mas a Deus, o Supremo Arquiteto do Universo.
Portanto, irmãos, o evangélico pode e deve ser um maçom, acima de tudo justo, verdadeiro e eficiente.
Nilson Ribeiro Leite • Loja Maçônica Luz no Horizonte


QUEM FOI HIRAM, REI DA CIDADE-ESTADO FENÍCIA DE TIRO?


Os fenícios, como a grande maioria dos povos da época, eram politeístas.

Primitivamente foram adoradores de árvores, rochedos e de certas pedras negras de forma oval, os bétilos. Mais tarde passaram a adorar os astros e as forças da natureza, considerando como divindade maior o Sol.

O culto compreendia um conjunto de práticas grosseiras, licenciosas e cruéis, com prostituição sagrada e com sacrifícios humanos, sobretudo de crianças, que se lançavam vivas aos braços incandescentes da estátua de bronze representativa da divindade, aquecida por uma fornalha.

Suas divindades celestes chamavam-se Baal (senhor, marido, dono) e havia praticamente um deus para cada cidade: Biblos ou Gebal, Sidom e Tiro adoravam um Baal feminino (Baalat), Astartéia ou Astarte; Cartago venerava Tanit; Dagon era o protetor do litoral; Melcart, o deus das cidades, era também o Baal de Tiro. Inúmeros outros eram cultuados: Adôn (Adônis), Amom, Moloc, etc.

(Primeiramente os judeus usavam o nome Baal para designar o seu Deus. Mais tarde, em razão das recordações idólatras do termo, Baal deixou de ser a palavra aplicada ao Deus dos judeus, sendo comum utilizá-la para designar quaisquer das divindades pagãs. Na Bíblia, frequentemente encontra-se o nome Baal em sua forma plural Baalim).

Além dos deuses celestes, havia os deuses agrários. O mito da oposição entre Mot e Alein, deuses ligados à colheita e aos frutos, conta suas mortes alternadas: um no inverno, ressuscitando na primavera, e o outro percorrendo o caminho oposto.

Astartéia ou Astarte surgiu inicialmente como deusa dos pastores. Com o aumento de seus seguidores, suas virtudes foram se ampliando, vindo a se tornar a grande deusa da Natureza e da fecundidade animal e humana. Na Bíblia, Astartéia é referida como Astarote.

Era adorada nas cidades fenícias de Biblos, Sidon e Tiro e por outros povos sob distintos nomes: Istar na Assíria e na Babilônia; Ísis pelos egípcios; Afrodite (Vênus), a deusa do amor e Artemisa (Diana) a deusa da caça e da lua por gregos e romanos.

Como o culto de Astartéia era de natureza licenciosa, os judeus constantemente eram por ele atraídos. O próprio Salomão rendeu-lhe homenagens, edificando-lhe um templo em Jerusalém.

Os Fenícios eram grandes comerciantes e navegadores, guardando judiciosamente o segredo de suas rotas marítimas e de seus descobrimentos, assim como os seus conhecimentos sobre astronomia, rotas migratórias de certos peixes, voo das aves, ventos e correntes marítimas.

Extremamente zelosos na preservação do segredo de suas rotas, havia uma exigência de caráter comercial, válida para todos os marinheiros fenícios, que os obrigavam a afundar suas embarcações se fossem seguidas e estivessem em desvantagem.

Chegaram a circunavegar a África, façanha comprovada em razão do historiador grego Heródoto ter considerado um absurdo o relato dos marinheiros fenícios de que, em um determinado momento, o Sol começava a nascer à direita, contrariando todo o conhecimento dos povos de então.

Pois esse detalhe é justamente o que comprova que os fenícios contornaram o cabo da Boa Esperança, no sul da África, retomando o rumo norte. Pode-se dizer que os fenícios foram os primeiros a realizar uma política colonizadora de envergadura, expandindo sua influência pelas ilhas do Mar Egeu, Malta, Sardenha, Sicília, Mar Negro, Cáucaso e costa da África, onde fundaram Hipo, Útica e Cartago. Chegaram até a Espanha, à França e às ilhas britânicas.

Como comerciantes, os Fenícios distribuíam produtos provenientes principalmente do Egito, Babilônia, Pérsia, Índia, Arábia e Israel. De Chipre traziam cobre; da Trácia prata; das ilhas do Mediterrâneo mármores, alúmen e enxofre; da Espanha estanho e prata; da Índia especiarias; do mar Negro ao Cáucaso buscavam ouro, prata, cobre e escravos.

Além de negociantes, eram também piratas. Quando em pequeno número, desembarcavam num lugar, expunham suas mercadorias e contentavam-se com os lucros; mas, se eram numerosos e mais fortes que os da terra em que aportavam, muitas vezes saqueavam as casas, incendiavam os povoados e arrebatavam mulheres e crianças para vendê-las como escravos.

Suas indústrias produziam tecidos, inclusive de lã, utensílios de cobre e bronze, perfumes, incenso, jóias e artigos de cerâmica e de vidro, cuja fabricação melhorou descobrindo o meio de fazê-los transparentes e imitando pedras preciosas. 

A púrpura era a maior riqueza dos fenícios, que detinham o monopólio da fabricação do corante extraído da concha do murex, utilizado para dar cor às luxuosas vestimentas usadas pelas aristocracias da época.

Voltados para o comércio marítimo, os fenícios não se interessaram pelas artes, conquanto, para satisfazer os seus clientes, copiavam com perfeição os produtos artísticos de outros povos. Provavelmente em razão da necessidade de escriturarem seu comércio, simplificaram o complicado modo de escrever então existente, inventando o primeiro alfabeto.

Os fenícios prestaram um grande serviço à civilização, propagando entre os povos ainda incultos da Europa a cultura do Oriente.

Quanto à cidade-estado de Tiro, o profeta Ezequiel, antes de lançar suas profecias contra Tiro, faz uma histórica descrição da pujança daquela cidade (Ezeq 27:3-25):

Hiram, rei de Tiro e contemporâneo dos reis judeus David e Salomão, era filho e sucessor de Abibal. Nasceu no ano de 1063 a.C. e morreu em 985 a.C. Segundo o historiador judeu Flávius Josefo, seu reinado durou 34 anos. Para outros historiadores, ocupou o trono por 60 anos.

Hiram guerreou e submeteu os egeus, que se recusavam a pagar-lhe tributos. Fortificou a cidade de Tiro e realizou obras de terraplanagem entre a cidade de Tiro e o templo de Júpiter Olimpo, o qual embelezou com grande quantidade de ouro.

Demoliu os templos em ruínas e construiu outros, consagrados a Hércules. A Bíblia conta que Hiram foi amigo e aliado do rei David, a quem ofereceu homens e materiais para a construção de seu palácio e do templo que pretendia erigir para cultuar a Deus.

Com a morte de David, Hiram tornou-se também amigo e aliado de Salomão, a quem renovou o oferecimento feito a seu pai. A aliança entre Salomão e Hiram, com excelentes resultados para ambos os monarcas, era sólida o suficiente para incluir algumas expedições marítimas conjuntas – que se opunham às tradições fenícias de não revelar os segredos de suas rotas – entre as quais a Tarsis e a Ofir, de onde trouxeram ouro, prata e marfim.

A pedido de Salomão, Hiram mandou-lhe ainda Hiram Abif para adornar o templo.

Pelos materiais e homens postos à disposição por Hiram, os judeus pagavam, anualmente aos fenícios tírios, 20.000 coros (7.288 m3) de trigo e de cevada e 20.000 batos (720.000 litros) de vinho e de azeite.

Adicionalmente, Salomão transferiu para o controle de Hiram 20 cidades da Galiléia, limítrofes à Tiro. Segundo a narração bíblica (I Reis 9:11-13), ao inspecionar as 20 cidades que recebera de Salomão, Hiram ficou decepcionado: “Que cidades são estas que me deste, irmão meu?” e chamou-as Terra de Cabul, que significa terra de areia, terra seca, terra de nada, terra desprezível, terra sem valor.

Para a Maçonaria, Hiram representa o atributo da Força, pois as obras do templo foram sustentadas com a força de Hiram, que forneceu homens e materiais a Salomão.


Hiram é personificado, nas Lojas maçônicas, pelo Primeiro Vigilante e por Hércules, símbolo clássico da Força e a quem Hiram dedicou, durante o seu reinado, inúmeros templos.

Simbologia Maçônica Dos Painéis

DESAFIOS QUE A MAÇONARIA DEVE VENCER



Ao longo de sua história, a Maçonaria, não aquela das lendas e tradições românticas, de tempos imemoriais, das guildas de ofício que pretendiam manter uma reserva intelectual de mercado, mas sim a Maçonaria como Instituição, fruto de um momento social iluminista originada ao longo do final do século 17 e início do 18, sempre enfrentou oposição do chamado “mundo profano”, principalmente por seu caráter sigiloso, reservado, secreto até.

Nestes quase 300 anos de existência oficial a ser completada em 2017, a Maçonaria se deparou com fortes movimentos que pretenderam controlá-la e até mesmo suprimi-la, com a eliminação de suas estruturas, a prisão e mesmo a condenação à morte de seus integrantes.

Desde a emissão da Bula In Eminenti Apostolatus Specula, por parte do papa Clemente XII, em 28 de abril de 1738, uma das primeiras tentativas de sua supressão, até os fortes ataques sofridos ao longo do século 20 por nações totalitárias, de caráter fascista, mesmo assim a Maçonaria sempre representou ao mesmo tempo um farol de conquistas sociais de Liberdade e Igualdade entre os Homens e uma ameaça àqueles que pretendiam a perpetuação de um status quo baseado no controle do Estado e da Sociedade por poucos, uma elite perversa que visava ao controle do conhecimento, aos meios de produção, às liberdades individuais.

Nestes últimos 300 anos, em suas fileiras, a Maçonaria abrigou líderes políticos, libertadores, intelectuais, filósofos, cientistas e artistas: de Saint-Martin e Washington; de Voltaire a Franklin; de Mozart e Puccini a Montaigne e Fleming.

A Maçonaria sofreu e sobreviveu, sempre permanecendo imune aos ataques externos e internos à sua estrutura globalizada, em uma época em que o termo ainda nem sequer havia sido cunhado.

Nestes 300 anos, lutou-se pela Liberdade social, pelo acesso universal à instrução, pelo direito de acesso aos meios de produção, pela liberdade política, pela defesa dos Estados laicos e pela comunhão entre os povos.

Lutou-se pelo fim do Absolutismo; pelo fim da Escravidão; pela eliminação das oligarquias na sociedade; pela eliminação do totalitarismo de Hitler, de Mussolini e de Franco, exemplos de Estados onde a Maçonaria foi perseguida e praticamente eliminada, com a morte de aproximadamente 400.000 maçons em campos de extermínio, conforme os registros oficiais apontam; lutou-se pelo fim da Ditadura do Proletariado nas quatro décadas após o término da Segunda Guerra Mundial e tem se lutado ainda pela supressão das injustiças sociais e econômicas.

Agora nestas primeiras décadas do século 21, a Maçonaria, de uma maneira geral, enfrenta um inimigo maior que todos aqueles que já a confrontaram: a indiferença.

A indiferença por parte de seus integrantes de que não há mais batalhas a serem vencidas; a indiferença e a acomodação por parte de seus integrantes de que as grandes causas se resumem a encontros sociais e a discursos vazios desassociados da realidade prática de um mundo em transformação, um mundo que exige respostas rápidas para questões cada vez mais complexas; a indiferença por parte de seus integrantes com relação aos equívocos internos e à luta insana por um poder sem poder algum; a indiferença diante de grupos que simplesmente se esquecem dos compromissos assumidos no instante de suas iniciações.

Portanto, o maior inimigo da Maçonaria não está somente no crescimento de movimentos antimaçônicos, no crescimento de teorias de conspirações, nos ataques de grupos extremistas que tem se infiltrado dentro da Ordem, com o intuito de se valer da “proteção” de seus templos para fins menores e escusos.

O maior inimigo da Maçonaria está na constituição, internamente, em nossas fileiras, de grupos de interesses particulares, na construção de uma oligarquia, de um governo de poucos, por si só perverso, com pretensões de se perpetuar no poder da Instituição, transformando-se numa autocracia ou mesmo numa plutocracia.

O que se tem visto de uma forma generalizada é que os interesses maiores, os interesses sociais e culturais de grande parte da sociedade profana e maçônica, foram deixados de lado, em troca de uma política feita para se garantir regalias efêmeras e reuniões festivas sem significados maiores.

Mas quais desafios a Maçonaria deve vencer?

Antes de qualquer ação concreta, antes de se voltar à sociedade profana, a Maçonaria deve se reinventar, não no sentido de se criar um novo padrão de atuação, mas sim de se retornar aos princípios defendidos e elaborados por aqueles que “inventaram” a Instituição; uma reformulação da “ética maçônica” com vias ao reexame dos hábitos dos maçons e do seu caráter em geral, de modo a se evitar o desmoronamento dos pilares de sustentação da Instituição; um reexame das reais necessidades da Maçonaria, principalmente com relação àqueles que pretendem ocupar a liderança e a representação de nossa Ordem, guindando-se aos seus maiores postos, não só o mais carismático, mas também aquele que seja mais preparado do ponto de vista ético, intelectual e moral.

Necessitamos de um novo padrão de comportamento, não o comportamento vigente, voltado para a autopromoção e a perpetuação de privilégios, mas sim um novo padrão para se vencer os desafios referentes à construção de uma sociedade profana baseada nos princípios fundamentais defendidos pela Ordem, ou seja, a formação de Homens preparados para a diminuição das diferenças existentes entre as classes, não somente sob a ótica econômica, mas também do ponto de vista cultural e educacional.

O que devemos ter em mente e plenamente consciente que a Maçonaria é a Instituição onde o mundo deve se espelhar e não o contrário. Que os exemplos de valorização do Homem, da História e da Cultura que sempre foram os grandes pilares da Maçonaria iluminem o mundo de trevas profano a partir de nossas fileiras e não o oposto, pois não podemos permitir que as trevas desse mesmo mundo obscurecessem as Colunas de nossa Instituição.

Devemos ser vaidosos não por aquilo que pretendemos ser, mas sim, orgulhosos por toda ação e comportamento que nos identifiquem e reconheçam como Homens preparados para transformar o Mundo.

Fábio Cyrino, M.I. 33° REAA
Harmonia e Concórdia 3522
Oriente de São Paulo (SP) – Grande Oriente do Brasil/ GOSP


MAÇONARIA - DA TEORIA E DA PRÁTICA


Desde os primórdios dos tempos, queiramos ou não, há registros de livres pensadores preocupados com a natureza e transformação humana.

Seres muito adiante do nosso tempo chegaram até nós, e mesmo libertos da sansara, nos guiaram, nos mostraram atalhos e às vezes caminhos tortuosos para que pudéssemos aprender um tanto mais.

Diante de nós o Grande Arquiteto postou sábios e ignorantes. Ignorantes que se julgam sábios e sábios que dizem nada saber. Coisas assim...

Alguns pensadores nos deixaram o legado de sua obra filosófica observando o pulsar da vida.

Aprendemos coisas lindas que nunca colocamos na prática, que nunca exercitamos.

A Torre de Babel, um dos primeiros Templos do homem, construída para a contemplação de um deus. Não era tão alta para propiciar vertigens e nem o fato de terem por trabalhadores pessoas de várias origens, causaria tanto espanto, nem tanto tumulto.

A necessidade da boa convivência para preservar a espécie humana fez surgirem leis e normas de condutas as quais são colocadas em evidência pelo uso e costume.

Os primeiros códigos de ética estão ligados ao medo do castigo de um ser superior quer seja do bem ou do mal.

O certo é que através dos debates, discussões, necessidade, enfim, surgiram as leis que, em tese, deveriam ser respeitadas.

Na antiguidade se usava a Lei de Talião, aquela que nos fala do “olho por olho e do dente por dente”. Depois, veio o Sublime Peregrino que nos trouxe a Lei do Amor ao próximo.

No decorrer dos séculos os poderes constituídos foram elaborando seus códigos de moral e de ética dos quais surgiram os direitos difusos.

Ocorre que quase sempre essas Leis NÃO se mantêm íntegras. Quase sempre são utilizadas pelo Senhor Feudal, ou seja, pelo poder e de acordo com seu interesse.

Embora esse sistema tenha caído junto com as cabeças que rolaram da Guilhotina e tenha inspirado os ideais da revolução francesa na frase: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, e pouco mais adiante tenha surgido a Declaração dos Direitos Humanos, há aqueles que além de não reconhecer os direitos comuns deles se apropriam para cometer injustiças.

Nós somos um retrato da sociedade, dessa sociedade heterogênea, onde nem sempre a verdade prepondera e a justiça é feita.

Se observarmos a história da humanidade com vagar e zelo, iremos observar que ela se repete e é cíclica.

Hoje, na Arte Real, que deveria ser o baluarte do direito e da justiça, encontramos equívocos e contradições tremendas.

Fala-se de uma associação composta de homens justos e perfeitos que lutam para a construção do Edifício Social com base na moral e na ética, combatendo os vícios e enaltecendo as virtudes, mas o que vemos é o oposto, ou seja, os vícios se sobrepondo a razão, às leis e aos objetivos para os quais foi tão duramente criada.

Fala-se na coesão de uma fraternidade e que somos todos Irmãos, mas os que estão no poder lá querem se perpetuar, fazer seus substitutos, ter suas mordomias com viagens suntuosas à custa de seus subalternos.

Fazem de tudo para calar aqueles que discordam de suas atitudes. Usam de ameaças veladas, interpretam a legislação de maneira equivocada, enchem os templos de informantes, enfim... Uma lástima!!! 

Ah! E o pior... dizem que são maçons 24 horas por dia. Credo em cruz! E se não fossem...???

É certo que a maioria dos valentes Cavaleiros da Arte Real são realmente homens de valor, mas esses poucos que se intitulam líderes, que felizmente são a minoria, não dão bons exemplos.

Mas onde estão esses Cavaleiros? Onde estão os homens justos e perfeitos? Por que se calam diante de tanta iniquidade?

Esqueceram suas bandeiras e da cruz temblaria tremulando.

Esqueceram o que diz no seu hino: “maçons alertas, tende firmeza, vingai direitos da natureza”

Esqueceram de si mesmos.

Esqueceram dos juramentos que fizeram, e a Ordem está morrendo, corroída pelo vício, pela ambição e pela ignorância.

Armem-se da Fé, da Esperança e da Caridade tão cultuadas pela Cavalaria Temblaria e vamos ao bom combate!

A Teoria é bem diferente da prática!

Pedreiro de Cantaria
Oriente Lusitano


MAÇONARIA: PREVALÊNCIA DO ESPÍRITO SOBRE A MATÉRIA



INTRÓITO.
Descortinando o véu.


Antes de qualquer comentário, se faz necessário uma pequena reflexão sobre a busca metafísica da essência do espírito. Para encontrar a essência do espírito se faz necessário nos despir de todo conceito e filosofismos judaico-cristão. Assim, podemos analisar sem os dogmas dos estigmas ocidentais, o homem em sua essência e a busca do SER, essência primeira e causa de todas as causas.

Primeiramente vejamos a forma, ou melhor, a maneira pela qual o homem vê a si perante o Universo. A percepção que o homem tem de si mesmo, como de um individuo distinto dos demais e com uma individualidade permanente, é uma ilusão. Demonstra só e apenas a forma exacerbada de valorização do “EU”, o egoísmos, a falibilidade, a maneira pela qual o homem apenas vê e enxerga, o universo através de um prisma, de uma ótica deturpada.

O CULTO DO EU!
Na verdade, o que entendemos como nosso "eu" é na realidade um conjunto de circunstâncias e de agregados temporários que, na ignorância, tomamos por um todo único. Estes componentes, conhecidos tecnicamente no Budismo como "skandas", são cinco:
O corpo; 
Os sentimentos; 
As percepções; 
Os impulsos e emoções; 
Os atos de consciência;
A combinação destes fatores se dá através das leis de causa e efeito e eles ocorrem não só no mundo material. O individuo, portanto, em sua essência, não corresponde a uma entidade isolada, eterna, mas pode-se falar de uma consciência individual - sem uma base física, como a entendemos - que é o sujeito da lei de causa e efeito e, este sim, eterno.  Matthieu Ricard - no livro "O Monge e o Filósofo" - se refere a esta consciência individual como um "fluxo de consciência". 

A este fluxo de consciência, como resultado de suas ações se agregam os cinco "skandas", resultando no ser material ou espiritual. A libertação espiritual é descrita por Matthieu como a purificação deste fluxo até o ponto de sua pureza máxima. A combinação dos fatores acima se dá através das leis de causa e efeito e eles ocorrem não só no mundo material, como também nos mundos espirituais. 

O corpo sutil, espiritual, também é temporário e, do mesmo modo que o físico, um elemento sujeito as vicissitudes da lei de causa e efeito. O ser que atinge a iluminação no Budismo, pelo menos no Tibetano, não deixa de existir, mas sua existência não está mais sujeita ao ciclo de reencarnações ou presa as leis de causa e efeito.

Completamente livre de todos os fatores que o prendem a um corpo perecível, seja nos mundos materiais, seja nos mundos sutis - os preceitos filosóficos do Budismo reconhecem diferentes níveis de existência - ele goza de uma paz absoluta e da compreensão total do Universo. 

Sua "consciência" continua a existir - consciente de si mesma - mas sem a ilusão de que é algo independente de todas as outras consciências ou do Universo. 

O espírito junta-se então ao próprio espírito do Buda (quando atinge a iluminação), essa substância chamada espírito sutil, sem começo nem fim, independente do corpo e do cérebro, e sem duvida a verdadeira causa da consciência. Esse espírito sutil que se manifesta, finalmente livre de todo apego, eliminou totalmente os obstáculos que se opunham à visão 'da última natureza de toda a existência' (...) " 

Em nossa analise, como dissemos alhures, nos despimos de todos os preceitos e preconceitos judaico-cristão. Não vamos analisar a relação corpo fluídico e corpo material à luz do que entende a Bíblia e os Livros Judaicos. Afinal a maçonaria, apenas no ocidente e nos países que seguem as doutrinas judaico-cristã utilizam a Bíblia como parâmetro de verdade absoluta.

Cingir nossos estudos sobre a prevalência do espírito sobre matéria apenas ao que diz e entende a sociedade judaico-cristã seria limitar o conhecimento do SER ABSOLUTO.

E estaríamos retrocedendo, retornaríamos ao mais negro período do conhecimento humano, quando tudo se via limitado pela instituição da Igreja Apostólica Romana como detentora do conhecimento e da verdade católica. Nessa época o espírito estava submetido a mais dura das ditaduras, aquela que impedia, inclusive, o próprio pensar.

O nome "maçonaria" provém do francês maçonnerie, que significa "construção". Esta construção é feita pelos maçons nas suas Lojas (Lodges), alguns autores dizem que a palavra é mais antiga e teria origem na expressão copta Phree Messen (Franco-maçon), cujo significado é "filhos da luz".

Dai, o antagonismo entre o pensar maçônico e a dura tirania medieval. Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros; o rough mason (pedreiro bruto) que trabalhava com a pedra sem lhe extrair forma ou polimento. E o Freemason (pedreiro livre) que detinha o segredo de polir a pedra bruta.

DA MEDITAÇÃO - QUANDO O HOMEM BUSCA A INTEGRAÇÃO E INTERAÇÃO COM O UNIVERSO.

Alguns autores definem meditação. A meditação costuma ser definida da seguinte maneira: um estado que é vivenciado quando a mente se torna vazia e sem pensamentos; prática de focar a mente em um único objeto (por exemplo: em uma estátua religiosa, na própria respiração, em um mantra); uma abertura mental para o divino, invocando a orientação de um poder mais alto. Somos contrários a qualquer tipo de definição, principalmente, com relação à “meditação”.

O mestre Régis Jolivert ensina que definir significa delimitar. Por se tratar a meditação um ato soberano do espírito, tentar defini-la significaria buscar limitá-la, o que seria impossível. Erro crasso é limitar a meditação a um estagio que a mente se encontrar vazia e sem pensamentos. Vazia, significa sem qualquer conteúdo. Como se poderia dizer mente vazia quando a meditação consiste em abstrair os conceitos de espaço-tempo.

Assim, a meditação na maçonaria consiste na abstração de conceitos pré-estabelecidos, o atingirem a plenitude da liberdade, igualdade e fraternidade. Atingir a plenitude do EU MAÇÔNICO, plenitude do CONHECIMENTO. Meditar. Atingir CONHECIMENTO PLENO. Chegar ao EU MAÇÔNICO. 

LUZ! 
IGUALDADE.
FRATERNIDADE.

IGUALDADE.

MEDITAR-AMOR-REALIDADE-VERDADE-TRANSCENDÊNCIA MAÇÔNICA. 
Atividade contemplativa do Espírito.


CONCLUSÃO.
A divulgação das práticas de meditação no mundo Ocidental recebeu uma grande contribuição das técnicas milenares preservadas pelas diversas culturas tradicionais do oriente.

Uma das escolas em que ela evoluiu independentemente foi o Sufismo.

sufismo (árabe: تصوف, tasawwuf; persa:صوفیگری Sufi gari) é a corrente mística e contemplativa do Islão. Os praticantes do sufismo, conhecidos como sufis ou sufistas, procuram uma relação direta com Deus através de cânticos, música e danças.

Nas filosofias religiosas do oriente, como, Bramanismo, Budismo e suas variações como o Budismo Tibetano e Zen, Tantra e Jainismo, bem como nas artes marciais como I-Chuan e Tai Chi Chuan, a meditação é vista como um estado que ultrapassa o intelecto, onde a mente é posta em silêncio para dar lugar à contemplação espiritual. Esse "calar a mente" induz uma volta ao centro (meio, daí meditar), para o EU (COMPLEXO - NÓS) interior.

A maçonaria busca em sua metafísica a prevalência do Nós- EU IMATERIAL - sobre as situações que se lhe apresentam. O espírito pleno – verdade - sobressai sobre a matéria. Meditação - misticismos - maçonaria são faces da mesma moeda. Demonstrando ESPÍRITO E MATÉRIA, e a sutil prevalência do ESPÍRITO sobre a MATÉRIA. Busca do ponto de Equilíbrio e a transmutação entre e matéria e espírito e ESPIRITO E MATÉRIA. A Vitória do EU (NÓS) sobre o Eu - simples manifestação do ego.

Caracterizada, pois a prevalência do espírito sobre a matéria como a busca maior da MAÇONARIA.

António Ivan da Silva Junior, M.M.
Oriente de Recife (PE) - Brasil

BIBLIOGRAFIA:

LIVRO - Alcorão
SAGRADO PARA - Islamismo
ESCRITO NO - Século 7
QUEM ESCREVEU - Maomé ditou os textos a seus escribas
O conteúdo do Alcorão reúne as revelações divinas feitas pelo anjo Gabriel a Maomé ao longo de 20 anos. Mas o livro sagrado dos islâmicos só foi organizado após a morte do profeta, em 632. Seus 114 capítulos compilam os ensinamentos básicos do islamismo: fé, oração, caridade, jejum e peregrinação a Meca ao menos uma vez na vida

LIVRO - Tripitaka
SAGRADO PARA - Budismo
ESCRITO ENTRE - 500 a.C. e o início da era cristã
QUEM ESCREVEU - Discípulos de Buda
As "três cestas" (Tripitaka, em páli) que o livro contém são o "Vinaya Pitaka", com regras para orientar a conduta diária dos seguidores, "Sutta Pitaka", uma coletânea de discursos atribuídos a Buda e seus discípulos, e o "Abhidhamma Pitaka", uma investigação filosófica sobre a natureza da mente e da matéria humana.

LIVRO - Tenakh
SAGRADO PARA - Judaísmo
ESCRITO EM - 1300 a.C. (aproximadamente)
QUEM ESCREVEU - Moisés e profetas israelitas.
O Tenakh reúne 24 livros em três grupos: Neviim ("Os Profetas"), Ketuvim ("Os Escritos") e Torá ("A Lei"), que traz os cinco primeiros livros do Velho Testamento: Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A Torá é atribuída ao profeta Moisés, que teria escrito a obra a partir de uma revelação de Deus.

LIVRO - O Livro dos Vedas
SAGRADO PARA - Hinduísmo
ESCRITO ENTRE - 1500 a.C. e 1200 a.C.
QUEM ESCREVEU - A autoria é desconhecida

Em sânscrito, Vedas significa "conhecimento". Para os hinduístas, o livro é fruto de uma revelação divina. Por muitos séculos, ele foi preservado pelos ensinamentos passados de pai para filho. Os textos reúnem hinos, encantações e receitas mágicas que constituem a base da tradição religiosa hinduísta.


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