OS FILHOS DA VIÚVA

É como se autodenominam os maçons. Existem duas explicações para a origem da expressão.

*A primeira é relacionada com a lenda de Osíris, mito solar egípcio, decalcada em outras lendas mais antigas, como a do deus agrário Dumuzi, dos sumerianos.

Foi Plutarco quem transmitiu, no primeiro século da era cristã, a melhor versão da lenda de Osíris, confirmada, posteriormente, pela tradução dos textos hieroglíficos.

A lenda é tipicamente decalcada nos mitos solares, pois, de acordo com ela, Osíris foi assassinado no 17º dia do mês Hator, que marcava o começo do inverno.

A lenda, assim, do ponto de visto místico, mostra o Sol (Osíris) morto pelas forças das trevas (Set), deixando viúva a Ísis, para renascer, posteriormente, completando um novo ciclo, também representado pelas sucessivas mortes e renascimentos dos vegetais, de acordo com a influência solar.

Os Maçons, identificando-se com Hórus, são os filhos da viúva Ísis, a mãe-Terra, privada do poder fecundante do Sol (Osíris), pelas forças das trevas. A segunda explicação para a origem da expressão está ligada à lenda de Hiram, largamente baseada na lenda de Osíris e em outros mitos da antiguidade.

O artífice fenício Hiram construtor do templo de Jerusalém, segundo a lenda (mas, na realidade, um entalhador de metais, responsável pela confecção das colunas e das bacias necessárias ao culto), era filho de uma viúva da tribo de Neftali. Knight e Lomas avançam a teoria de que Hiram Abiff era, na realidade, Sequenere Tao II, o verdadeiro rei egípcio que viveu em Thebas, cerca de 640 km a Sul de Hyksos, capital de Avaris, perto dos limites do reino de Hyksos.

Sequenere era o "novo rei do Egito, que não conhecia José", que foi vizir por volta de 1570 A.C. Apophis especula-se, quereria conhecer os rituais secretos de Horus, que permitiam aos faraós transformarem-se em Osíris na morte e viver eternamente como uma estrela.

Apophis enviou homens a seu soldo para extrair a informação de Sequenere, mas ele mais facilmente morreria com violentas pancadas na cabeça antes de contar alguma coisa; na verdade, foi o que aconteceu.

A identificação de Hiram Abiff como sendo Sequenere baseia-se no crânio da múmia, o qual parece ter sido esmagado por três golpes aguçados, como os que foram deferidos em Hiram Abiff. E quanto aos assassinos descritos no folclore maçônico como Judeus? Knight e Lomas sugerem que estes serão dois dos irmãos expatriados de José, Simeon e Levi, auxiliados por um jovem padre de Thebast. Como prova, Knight e Lomas apontam a múmia encontrada ao lado da de Sequenere.

O corpo não embalsamado pertencia a um jovem que morreu com os órgãos genitais cortados, e com um estertor de agonia no rosto. Teria ele sido enterrado vivo como castigo pelo seu crime?

Os rituais maçônicos referem Hiram Abiff como o 'Filho da Viúva'... na lenda egípcia, o primeiro Horus foi concebido após a morte de seu pai, pelo que a mãe já era viúva mesmo antes da concepção. Parece lógico que, todos os que, daí em diante, se tornaram Horus, os reis do Egito, se apelidaram de “Filho da Viúva".

A lenda do Mestre Construtor Hiram Abiff é a grande alegoria maçônica. Na realidade, a sua história figurativa é baseada numa personalidade das Sagradas Escrituras, mas os seus antecedentes históricos são de acontecimentos e não da essência; o significado reside na alegoria e não em qualquer fato histórico que possa estar por detrás.

Para o construtor iniciado, o nome Hiram Abiff significa Meu Pai, o Espírito Universal, uno em essência, três em aparência. Ainda que o Mestre assassinado seja o estereotipo do Mártir Cósmico – O Espírito crucificado do Bem, o Deus moribundo – cujo Mistério é celebrado por todo o mundo.

Os esforços levados a cabo para descobrir a origem da lenda de Hiram demonstram que, apesar da forma relativamente moderna de representação da lenda, os seus princípios fundamentais remontam a uma longínqua Antiguidade.

É habitualmente reconhecido pelos estudiosos maçônicos que a história do martirizado Hiram é baseada em antigos rituais egípcios do deus Osíris, cuja morte e ressurreição retratam a morte espiritual do Homem e sua regeneração através da iniciação nos Mistérios.

Hiram é também identificado com Hermes através da inscrição na Placa de Esmeralda. Os "Filhos da Viúva" - Outros entendimentos pode-se dizer, escreve Persigout, que os Maçons eram os filhos da viúva, isto é, da Natureza sempre virgem e fecunda. Dá-se esse nome aos franco-maçons, diz Gédalge, em memória da viúva que foi mãe do arquiteto Hiram. Mas Ísis, a "Grande Viúva" de Osíris, procurando os membros esparsos de seu esposo, também é considerada a mãe dos Franco-Maçons que, seguindo-lhe o exemplo, procuram o corpo de seu Mestre Hiram, assassinado pelos três maus Companheiros, que simbolizam os vícios capazes de aniquilar o Ser: a Inércia, a Sensualidade e o Orgulho.

Quando, portanto, em dezembro, afirma Ragon, o sol hibernal parece deixar nossos climas para ir reinar no hemisfério inferior, parecendo, para nós, que ele desce ao túmulo, então a natureza fica viúva de seu esposo, daquele de quem ela recebe todos os anos, alegria e fecundidade.

Seus filhos ficam desolados; é, portanto, com muita razão que os maçons, filhos da natureza, e que, no grau de Mestre, revivem essa bela alegoria, se chamam filhos da viúva (ou da Natureza); como no reaparecimento de deus, eles se tornam os filhos da luz.

Segundo essa interpretação, acrescenta Ragon, devemos concluir que Hiram, arquiteto do templo de Salomão, ao se tornar o herói da lenda maçônica, é Osíris (o sol) da nova iniciação; que Ísis, sua viúva, é a Loja, emblema da terra, e que Órus, filho de Osíris (ou da luz) e filho da viúva, é o Maçom, isto é, aquele que mora na loja terrestre.

Para outros autores, a Franco-Maçonaria é Viúva desde que Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, foi queimado. A palavra "viúva" vem do latim vidua, e significa propriamente vazio, privado de. A palavra vazio tem o sentido de espaço e não de vácuo.

Nessa acepção, a expressão os "Filhos da Viúva" significaria os "Filhos do Espaço" e, como o Espaço é símbolo de Liberdade, os Franco-Maçons seriam igualmente os "Filhos da Liberdade. Mas a "Viúva" é caracterizada por um véu negro e então simboliza as Trevas que, como dissemos acima, são inerentes ao Espaço.

Esse é o motivo pelo qual os maçons são ao mesmo tempo os "Filhos da Viúva" e os "Filhos da Luz". Eles são "Filhos do Mundo das Trevas", mas, no seio do mundo, manifestam-se como os "Filhos da Luz".


http://filhosdehiran.blogspot.com.br/2008/10/filhos-da-viva-filhos-da-luz-como-se.html

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