A MAIOR GUERRA ENTRE COLUNAS



Após o mestre de cerimônias preparar o cortejo e a entrada dos irmãos, no templo… A sabedoria sentou-se no oriente, assim como a força se sentou no ocidente, enquanto a beleza tomava lugar na coluna do sul.

Tudo decorria de forma “justa e perfeita”, como de costume…

Foi então que bateram profanamente na porta. O irmão cobridor interno anunciou tal batida e em seguida, forçaram a entrada no templo; podíamos ver claramente três homens muito bem vestidos e de ótima aparência.

Eram eles: o orgulho, a vaidade e a discórdia, e já entraram avançando com o pé direito.

A sabedoria pronunciou-se imediatamente:
– Vocês os três entrarão ritualisticamente e serão telhados, para poderem entrar neste templo sagrado.

Sem lhe dar a mínima importância, o orgulho disse, com certo tom de ironia.:
– Somos convidados ilustres… vocês mesmos que nos convidaram… nunca entramos aqui fisicamente, mas no íntimo de cada um de vós, estamos presentes em todas as sessões, somos mais assíduos do que o Maçom mais assíduo desta Loja.

A força imediatamente sacou de uma espada e disse:
– Solicito que todos os irmãos saiam, por favor… somente com justiça e retidão, poderemos livrar-nos deste incomodo momento… somente fique o Venerável Mestre e nós, Vigilantes, para esta complexa e misteriosa sessão.

Todos os demais irmãos saíram o restante das dignidades também se retiraram, porém passavam pela sabedoria, e deixavam um feedback, como num planejamento estratégico de guerra.

Notória as lágrimas nos olhos dos irmãos Secretário e Orador, como se dissessem com um olhar:
– Nós mesmos criamos esta guerra… talvez não saiamos vencedores… luzes lutem por todos nós!

O orgulho batia com o malho, enquanto a vaidade como um apoio segurava o cinzel, que exemplo de “união”! Inacreditável, eles estavam a desbastar a pedra bruta, com perfeição e de forma eficiente. A discórdia observava orgulhosa, tal energia desprendida para o fundamento central maçônico.

As três luzes ficaram surpresas, e notaram que o mau Maçom, também desbasta a pedra bruta, mesmo que regido por energias negativas.

Há duas desbastações antagônicas?

A vaidade descreveu o painel dos três graus, com excelência, surpreendendo todos. A discórdia direcionou um olhar desafiador para a sabedoria, como se fossem as duas maiores lideranças no recinto. A discórdia gritou com dedo em riste:

– Que tal uma guerra dentro do templo? Ou será que a sabedoria será destruída pelo orgulho, a força superada pela vaidade e a beleza massacrada pela discórdia?

O orgulho enfatizou:
– Por mais que se esforcem, não suportarão sequer uma fraca luz, pois estamos absolutamente ligados nas suas emoções e atitudes; por mais que tentem camuflar ou ocultar, nós três prevaleceremos sempre. Ouso dizer que se não houver irmãos diferentes de vós, seremos as três luzes da Loja e da Maçonaria muito em breve.

– É como se vendássemos os cavaleiros templários, devolvendo a escuridão para todos os que se dizem iluminados, livres e de bons costumes.

– Quando vencermos esta batalha, as nossas sessões iniciar-se-ão à meia noite, pois queremos o fim da hipocrisia e o início do império das trevas!

A sabedoria expressou-se:
– Oh quão bom e quão suave é!

A discórdia cortou-a e disse:
– Só recitam da boca para fora… Vocês não sentem, não vivem… (ouviam-se risos)

A discórdia estava a gerir a sessão. O orgulho sacou de uma espada, como guardião do templo! É preciso reconhecer que estavam mais entrosados do que nós, e não eram sete, eram apenas três. Dominaram e arremataram a nossa harmonia…

A força resolveu resistir a tamanha dominação e deu três pancadas com o malhete…
– Exijo ordem!!!!!

A vaidade exclamou, “Desculpe força, mas logo você? Teve tanto tempo o malhete e o cinzel em suas mãos, e o que fez? Decorou o ritual?” As três dignidades negativas riram à gargalhada!

A matéria sobrepunha-se de forma mais incisiva ao espírito! As romãs estavam a secar, as colunas B e J, estavam rachadas… (Pelos olhos físicos estavam intactas, porém com os espirituais estavam totalmente ruídas).

A beleza chutou a pedra polida e no ápice da dor, sacou de uma espada, enquanto isto a sabedoria sacou da espada flamejante, e dominaram o orgulho, a vaidade e a discórdia, porém a força, surpreendentemente exclamou:
– Não adianta usarmos a minha força! Teremos que elevar o grau, pois não poderemos superar tais “inimigos”, que nós mesmos criamos e que nos conhecem intimamente.

Havia uma cadeia de intenções, no átrio, gerida pelas dignidades e irmãos que aguardavam ansiosos o fim desta luta épica. A egrégora da corda, a parte positiva do coração dos irmãos, tomou forma de forca e enrolou-se no pescoço de cada uma das entidades negativas.

Porém o amor contido naquela corda, não conseguiria enforcar nem mesmo o maior inimigo de nossa evolução.

Nesse momento o livro da lei abriu-se e o espírito se sobrepôs a matéria.
A discórdia tentou com uma espada, cortar a corda, sem êxito… Ela não tinha tal força sobre a união dos verdadeiros irmãos. Um duelo de espadas se iniciou sobre o pavimento mosaico, a sabedoria no piso branco, com a discórdia no piso preto; esta luta estava a subir para o oriente.

A vaidade, disse para a sabedoria, “os teus amigos não te vão ajudar?“

A sabedoria respondeu… “apesar de falharmos, somos justos! Aqui é um contra um…”

O orgulho começou a recitar todo o ritual, sem nem mesmo ler! Quebrando a concentração com tal “decoreba”.

A Discórdia tomou a espada flamejante, mesmo com toda espiritualização que há, venceu a sabedoria, que estava caída no chão, colocando-lhe a espada na jugular.

A abóbada celeste, o céu da loja, ficou com nuvens ocultando os astros. A vaidade pegou uma das velas e começou a incendiar todo o templo. A beleza começou a chorar copiosamente, vendo os ornamentos a pegar fogo!

As entidades negativas tinham as jóias móveis das três luzes da loja.

Sim meus irmãos, o final desta história não foi feliz. Perdoem-me. Fomos vencidos… Pelo orgulho, pela vaidade e pela discórdia!

Vocês acham que este texto se passou dentro do nosso templo?

Não meus irmãos, esta batalha acontece diariamente dentro  dos nossos próprios corações. O nosso sentimento é invadido, tomado e destruído, sem ritualísticas. Nem o nosso sentido fraterno, consegue vencer esta guerra!

Fora das nomenclaturas vivenciadas em loja, precisamos dar campo para novos membros na nossa ordem. Que tal fazermos a iniciação dos candidatos: Amor, Solidariedade, Fraternidade, Igualdade, Humildade, Tolerância, Flexibilidade e Concórdia…

Não deixem que os irmãos, decorarem somente os respectivos rituais. Orientem para que amem os valores e entendam, para que atendam as expectativas da ordem e da vida.

Enquanto isto, outros fatores estão também a alinhar-se nas trevas: Pessimismo, hipocrisia, ódio, falsidade, corrupção entre outros…

Todos estes prós e contras farão parte dos nossos sentimentos.
A guerra invisível continuará! Você x você!

Cuidado com a posição do esquadro e compasso, assim como com as suas intenções com o futuro, da sua Vida, da sua Loja, da sua Ordem e das respectivas histórias.

Enquanto esta guerra acontecia, a cozinheira preparava o ágape normalmente, sem nem mesmo desconfiar e o Grão-Mestre jamais tomaria ou tomará conhecimento de tal evento.

A vaidade, o orgulho e a discórdia, vencerão esta batalha até quando? Foram-se embora, e levaram a pedra cúbica.

Deixaram escritos em alfabeto maçônico, num pergaminho:
“Vocês não desbastaram e acredito que não polirão esta pedra – permaneçam somente com a pedra bruta. Quando aprenderem de fato, eu a devolverei aos verdadeiros aprendizes… aqueles que verdadeiramente impedirão a nossa entrada no templo. Enquanto isso teremos acesso livre a qualquer sessão de qualquer grau e dar-vos-emos aulas sobre todo o tema e ritualística existente na vossa Ordem!”

O escrito estava assinado:
Venerável Mestre da Discórdia…
Primeiro Vigilante do Orgulho…
Segundo Vigilante da Vaidade…
Adaptado de Autor desconhecido


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