Tivemos em Nova Viçosa, BA, o III ENCONTRO DE GESTORES DE LOJAS
MAÇÔNICAS DAS TRÊS FRONTEIRAS.
A Evasão da Maçonaria no mundo e no Brasil, foi retratada com um
brilhantismo ímpar, pelo Amado Ir e Past. Soberano do Grande Oriente da Bahia
(GOBA-COMAB) Gilberto Lima da Silva, que abordou com grande lucidez.
E com sua contumaz competência e dedicação, assunto tão
preocupante, apresentando estatísticas dos últimos 100 anos da História da
Maçonaria universal.
Projeta números preocupantes para o futuro da Ordem no Mundo,
mas ressalva que no Brasil, as projeções são mais alviçaneiras, e mostra razões
de que estamos começando a trabalhar sobre o futuro da Maçonaria: o NEÓFITO.
A reflexão de mudarmos paradigmas, de investimento pesado nas
sindicâncias, deixando de inflar nossas oficinas com pessoas que são dignas de
serem nossos amigos, mas não de serem nossos irmãos, trabalhar a verdadeira
liturgia Ritualística, sem achismos, sem enxertos de outros ritos, com
Padronização por Potências, evitando os verdadeiros disparates e heresias que
presenciamos em oficinas de mesma Potência, onde Pavões se alardeiam em donos
de lojas e fazem a sua vontade prevalecer até mesmo sobre nossas Leis.
Esse assunto é pulsante, controverso, até mesmo um pouco
cabuloso, mas tem que ser levado a baila, para que possamos refletir no futuro
que nos aguarda.
O Amado Ir Fenelon Barbosa dizia: Somos todos egoístas em maior
ou menor grau.
Por outro lado, e também em
maior ou menor grau, também somos todos altruístas, com exceção é claro,
das patologias sociais.
Mas o fato é que em determinados momentos da vida a balança
pode oscilar mais para um lado ou para o outro, a depender de um conjunto complexo
de circunstâncias entrelaçadas.
O egoísmo nos leva ao isolamento, à não-participação, ao
individualismo.
Estreita e obscurece nosso horizonte mental.
Conduz à competitividade, ao privilégio do valor econômico
sobre os valores humanos, ao autoritarismo, ao nacionalismo xenófobo e à
exclusão.
O altruísmo nos conduz à socialização, à participação e
à individualidade.
Amplia e torna claro o nosso horizonte mental.
Leva à competência do conviver, ao diálogo entre o valor
econômico e os valores humanos, à democracia, à nacionalidade e à
inclusão.
No egoísmo, a tendência é participar negativamente.
No altruísmo, tendemos a participar de modo positivo.
Seu pensamento no leva a meditar sobre o início de nossa
explanação: “O futuro da Maçonaria está dentro de Nós mesmos, do Verdadeiro
Irmão, e não dentro de Potências, Obediências e outras divisões que a vaidade
nos infringiu ao longo da História da Maçonaria Universal.
Tudo passa pelo próprio ser Unitário Maçom e se complementa no coletivo.
Eis aqui um ponto da maior importância.
Para viver a Maçonaria é preciso, antes de tudo, evitar o mais
possível as armadilhas do auto-engano.
É ter em mente que, de um lado, nenhum de nós é totalmente
favorecido pelo bom senso.
E que, de outra parte, todos tendemos a resistir às mudanças,
em maior ou menor grau.
Assim, para aprender a lidar com o auto-engano, é necessário o
conhecimento perfeito e vivenciar o V.I.T.R.I.O.L. E neste ponto nos vemos
diante de uma das formas mais comuns de auto-engano: imaginamos, ingenuamente,
que podemos nos conhecer
sem a ajuda dos outros.
E, ainda de modo mais ingênuo, imaginamos que é possível o
autoconhecimento de pessoas isoladas do mundo.
Para viver Maçônicamente é preciso ter consciência do auto-engano
e do Auto Conhecimento.
O autoconhecimento implica conhecer o outro (e deixar-se
conhecer por ele) e conhecer o mundo (e deixar-se conhecer por ele).
Viver Maçônicamente é, portanto, ampliar ao máximo as ideias
de diálogo e a vida é um processo de conhecimento; logo, se quisermos
conhecê-la é preciso saber como os seres vivos conhecem.
Após tudo isso dito, podemos agora concluir que a essência da
atividade Maçônica é a inclusão do outro.
Todos os caminhos a ela conduzem e dela retomam.
Mas o modo de encontrá-los e as maneiras de trilhá-los
requerem energia e persistência, num grau que desafia a todos nós.
As "sociedades totalmente administradas" resultaram em
sociedades quase que totalmente mercantilizadas.
No mundo atual, caminha-se para a divinização do
"mercado", do dinheiro, do “vil metal”, que a tudo permeia e
condiciona.
Admitamos ou não esses fatos fazem parte do nosso cotidiano.
A Maçonaria trabalha justamente em meio a essa cultura.
Nossa tarefa é questioná-la, analisá-la, transformá-la.
O sucesso de nosso empenho constitui a diferença entre o
desencanto e a esperança, não apenas a abstrata e poética, mas aquela à
qual se somam a vontade e a
ação.
“Não quero dizer, porém, que, porque esperançoso, atribuo à
minha esperança o poder de transformar a realidade e, assim convencido, parto
para o embate sem levar em consideração dados concretos, materiais, afirmando
que a minha esperança basta.
Minha esperança é necessária, mas não é suficiente.
Ela só, não ganha a luta, mas sem ela a luta fraqueja e
titubeia.
Precisamos da esperança crítica como o peixe necessita da
água despoluída”.
Voltamos a afirmar que por mais que sejam escuras e sombrias as
nuvens que se avizinham para a Maçonaria, por mais que tenhamos pombos e outros
Pavões de aventais ditando normas e mandando em lojas, por mais que sejamos
expostos de maneira perjurada e prostituida em redes sociais, mídia, livros,
publicações outras, por mais que ainda estava faltando compromisso dos ditos
irmãos com nossos usos e costumes, existe uma chama que teima de maneira
titubeante em persistir mesmo contra todas as perspectivas contrárias, A CHAMA
DA VERDADEIRA LUZ.
Essa não se apagará nunca e será sempre avivada, sempre que
forem iniciados homens verdadeiramente livres e de bons costumes, de corações
sensíveis ao bem e que sejam lapidados em sua caminhada pelo maço e cinzel,
esquadrinhados pelo Esquadro e o Compasso, e tenham na Singeleza do Nível e do
Prumo, na força da alavanca do amor fraternal, a construção de seu Templo da
Verdade: O templo Interior de seu VITRIOL, das Verdades eternas, onde a
Construção seja diária e que a cada dia, sejamos melhores que o dia anterior.
Quem viver Viverá!!!
A Maior Riqueza, A Maior Beleza, A Maior Força e a Maior
Sabedoria da Maçonaria, existe dentro do Verdadeiro Irmão.
O HOMEM MAÇOM! E isso será sempre Eterno!
Luiz Muzi
Membro da AMCLA - Academia Maçônica de Ciências, Letras e Artes
da COMAB
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