“JUSTO E PERFEITO” é uma
expressão, encontrada no Livro de Gênesis, onde a história do Dilúvio é retratada,
com Deus, arrependido de criar o homem, resolvendo destruí-lo numa proporção
imensurável, pois o mesmo passou a trilhar os caminhos da iniquidade,
corrompendo a sua humanidade, conforme versam o Capitulo 6, versículo 9: “Noé
era um homem Justo e Perfeito no meio dos homens da sua geração. Ele
andava com Deus” e, em Gênesis, capítulo 7, versículo 1-3, Deus disse a Noé:
“Entre na arca…tu e toda tua casa… porque te reconheci justo diante
dos meus olhos… entre os de tua geração”.
Esta expressão, para a Maçonaria,
remonta às organizações medievais de canteiros onde efetuava o enquadramento da
pedra bruta e, onde também havia muita rivalidade dentre as corporações dos
profissionais, que resultava na sabotagem no trabalho, que consistia em
penetrar no terreno do concorrente para fazer um leve desbastamento da pedra já
cúbica que, difícil de ser verificada pelo olho humano, se mostrava quando
usada na construção.
Assim, no fim do dia de trabalho,
por ordem do Master (que era o proprietário ou o seu preposto), um zelador
ou vigilante média a horizontalidade da obra com o nível,
enquanto outro aferia a sua perpendicularidade com o prumo, e, se tudo
estivesse em ordem, comunicavam ao Master, está “Tudo está Justo e Perfeito”.
Na manhã do dia seguinte a
operação era repetida para prevenir eventuais sabotagens noturnas, pois a
estabilidade das construções dependia da forma cúbica das pedras. Com tudo
“JUSTO E PERFEITO” os trabalhos eram iniciados.
A expressão “Está Tudo Justo e
Perfeito” é utilizada como cumprimento e reconhecimento entre os Maçons.
Porém, de fato, tudo está Justo e Perfeito, tendo em vista as queixas de Irmãos
de que nada vai bem hoje na Maçonaria? Tudo está JUSTO e PERFEITO com
a Maçonaria atual, que permanece como a de ontem, crendo que, a sua Filosofia é
eterna, assim como os seus ensinamentos?
A Maçonaria está ciente de que
nada mudou, pois, as inconformidades estão nas atitudes de alguns Irmãos que
não assimilam os seus ensinamentos, deixando de incorporá-los nos seus “Templos
Interiores”, ou seja, não praticam as virtudes juradas, vilipendiando-as muitas
vezes ao se mostrarem vaidosos, antiéticos e hipócritas, deixando de se
renunciar ao TER para acreditar no SER.
Os Maçons que corrompem a "cubicidade" das suas próprias pedras não levam consigo para o mundo profano os
preceitos e ensinamentos da SUBLIME ARTE REAL. Muito pelo contrário,
trazem do mundo profano imperfeições que semeiam a desarmonia na Loja,
fomentando a desagregação entre os Irmãos e o desequilíbrio dos trabalhos que
têm como principal objetivo a assunção do cumprimento dos seus juramentos,
prestados nas suas iniciações, para o engrandecimento do próprio ser em si.
Enquanto a pedra d’outrora era
física, a atual representa o próprio ser em si, que é moldado numa "cubicidade" cujos lados representam a Personalidade e o Eu. Três deles a Personalidade
(Caráter, Determinação e Virtude) e os outros três o Eu (Crença, Fé e
Espiritualidade). A união das pedras cúbicas, representativas dos Maçons,
se perfaz numa pedra cúbica que envolve e influencia toda a sociedade.
Portanto cabe a cada Maçom o
desafio do labor que impede a geração de imperfeições na sua própria pedra,
sujeita às intempéries e divergências naturais da sociedade. Portanto a ele
cabe a responsabilidade de colocar em prática, no mundo profano, a doutrina e
os ensinamentos Maçônicos, transformando-o, com muito trabalho e ação, num
sistema harmónico baseado numa “Filosofia de Vida”.
“É surpreendente ver como os
homens falam das virtudes e da honra e não pautam as suas vidas nem por uma nem
outra. A boca exprime o que o coração devia ter em abundância, que quase sempre
é o inverso do que o homem pratica”.
A principal obra de uma Loja Maçônica
está na constituição da união de todas as pedras cúbicas lavradas e lapidadas
com ardor, perseverança e vontade de cada um dos seus integrantes, por isso ela
deve ser aferida diariamente a fim de cada Irmão se certificar de que não será
a sua pedra a corruptora da imagem emanada da sua Loja para a sociedade que a
cerca.
Esta Peça de Arquitetura é
dedicada a aqueles Irmãos que não cumprem os nossos ensinamentos, rituais,
deveres e as nossas Leis
Ernande Costa Macedo, 33º –
Acadêmico Secretário da Academia Maçônica de Letras Ciências e Artes da Região
Grapiuna (AMALCARG).
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