Nos relacionamentos o homem é
constantemente provocado pelos outros, o que o leva a adotar diferentes
comportamentos em resultado do estado neurofisiológico em que se encontra. E
cada instante reage de forma diferente; ocorrem fatos iguais onde como organismo
emocional ele reage de forma diversa.
Ao encontrar-se num ambiente
pacífico reage com estados mentais que o habilitam a desenvolver bons
relacionamentos, estes podem ser: confiança, amor, força interior, alegria
êxtase, crença; todas elas liberam grandes porções de poder pessoal. Ao
encontrar-se num ambiente em permanente contenção, as reações químicas do
cérebro o levam a paralisar, inibem sua capacidade de entrar em ação, onde
entram: culpa, confusão, depressão, medo, ansiedade, tristeza, frustração;
todas retiram o poder pessoal.
Entender os estados em que se
está e que aqueles com quem se convive também estão sujeitos, é a chave para
entender mudanças. O comportamento é resultado dos estados em que cada um se
encontra na linha do tempo. Nunca é constante. A título de exemplo: quando
ocorre de alguém nos tratar com pouco caso, indiferença, a saída mais lógica e
racional é desenvolver um sentimento de compaixão ao invés de raiva.
Porque raiva é um estado mental
que bloqueia a ação, e um homem sem ação não trabalha o que seu espírito
desenvolve, não cria condições para o florescimento do amor fraterno.
Conhecer a si mesmo leva a
encontrar a chave para tomar conta do próprio estado emocional, a compreender o
estado emocional dos outros, e em consequência da mudança de atitude defronte
aos desafios. O outro só muda quando se muda o próprio comportamento. O outro
só muda se eu mudar.
A chave é tomar conta do próprio
estado em consequência do próprio comportamento e com isto influenciar os que
nos rodeiam. Este é o poder que detona o processo de transformação do invisível
em visível. O mais extraordinário é que cada um já o possui.
Pela repetição dos rituais,
deduz-se a importância de fazer o que é determinado e desenvolve-se a
capacidade de decidir o que se deseja; a repetição é a mãe da perfeição. Pelo
exemplo repetitivo dos rituais incute-se a disciplina para decidir o que se deseja
e então entrar em ação, ponderando sobre o que está funcionando e o que não
funciona, ou nunca irá funcionar. Com esta certeza em mente determina-se a
mudança e busca-se realizar o enfoque até alcançar o que se quer.
O cidadão hodierno, além das
necessidades elencadas por Maslow, tem necessidade de varrer para fora da mente
todo o lixo mental que a entope. Vítima da condução das massas promovida pela
mídia, a vida política e social culmina em transformar-se em enfermidade,
moléstia de que as massas padecem e que aviltam o ser.
O maçom, em sua loja, efetua
limpeza da mente em resultado da repetição contida no ritual e começa a ver a
luz do conhecimento sem dogmas o que favorece o desenvolvimento da capacidade
de pensar com isenção e equilíbrio.
Quando em loja, o maçom tem a
oportunidade de treinar todas as nuanças de sua psique em resultado da
repetição com novo enfoque que cada encontro proporciona. Some-se a isto aquilo
que os irmãos declaram e expõem de sua própria experiência de vida e toda
sessão maçônica resulta numa bagagem adicional a ser levada para casa ao final
dos trabalhos.
E se, além da aplicação
instrucional tradicional, são promovidas conversas descontraídas sobre temas
políticos, sociológicos, filosóficos e antropológicos, cada maçom presente muda
a si mesmo e com isto influi no meio social em que atua.
A constante repetição da receita
do ritual serve de lastro e prepara o ambiente com energias que apenas podem
ser sentidas porque constitui o sagrado que existe no maçom, a mais íntima
expressão metafísica que possibilita a mudança – é onde cada maçom atua à
glória do Grande Arquiteto do Universo.
Autor: Charles Evaldo Boller
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