Introdução
Quem é o aprendiz?
O aprendiz é a pedra bruta que foi escolhida na pedreira
para ser desbastada e se tornar uma pedra de forma cúbica. A pedra bruta
representa a natureza humana no estado primitivo, ainda bruta, rude, rústica,
não trabalhada, imperfeita e cheia de arestas.
É a imagem do homem sem introdução, com defeitos, vícios e
paixões.
O aprendiz é
simbolicamente comparado à pedra bruta antes de ser instruído nos mistérios maçônicos,
devendo estudar para adquirir o simbolismo do seu grau, sua aplicação e
interpretação filosófica.
Deverá trabalhar
constantemente para aperfeiçoar-se assimilando novos conhecimentos e
consequentemente buscando autoconhecimento, aparando as arestas do seu
espírito.
Como maçom, desvencilhando-se dos defeitos e paixões, para
se tornar pedra cúbica ou polida e concorrer à construção moral da humanidade
que é a verdadeira obra da maçonaria.
Quando conseguir desbastar a pedra bruta, o aprendiz terá
vencido a primeira batalha da sua carreira templária, vencendo a si mesmo e
desfraldando a bandeira de sua evolução interior sem perder de vista aquele
fosco pedaço de granito e com o fim de diminuir as suas imperfeições, o neófito
se propõe a descobrir, de vez, seus defeitos, suas fraquezas seus deslizes e
suas vaidades.
Identifica-se, então, com o período de lapidação do seu
ego, adaptando-se melhor aos costumes observados nas reuniões de seus irmãos e
vai tornando-se mais puro e mais apto para pugnar pela felicidade do gênero
humano. É para realizar esta tarefa que ele trabalha com as ferramentas do
aprendiz.
As Ferramentas
As ferramentas do aprendiz são três:
1.
O esquadro,
2.
o maço e
3.
o cinzel.
O esquadro serve para verificar a exatidão dos ângulos retos
da pedra cúbica. Além disto, o tem um significado simbólico muito importante:
O esquadro é um quarto de cruz, justa posta a outros três
forma uma cruz. Jesus na cruz, representa Deus no aspecto material na terra.
Esotericamente representa a matéria ou o corpo físico.
O esquadro simboliza a equidade, a justiça, a retidão de caráter.
A retidão é a qualidade do que é reto, tanto no sentido físico, quanto no moral
ou ético.
Assim, a retidão física evidente no corpo do esquadro
corresponde simbolicamente à retidão moral, caracterizada pelas ações que estão
de acordo com a lei, com o direito, com o dever, e pela intenção de segui-los
retamente, sem desviar da direção indicada pela equidade.
Graças a isso é que o esquadro é a jóia-símbolo do V.’. M.’.
por que um M:., elevado ao cargo de dirigente máximo de uma Lj.’., deve
manter-se inflexível no cumprimento do seu dever e ter sempre em alta o sentido
de equidade, ou seja, de igualdade entre todos os seus II.’., perante a lei e o
direito.
Como tiramos a imperfeição da pedra bruta?
Utilizando o maço e o cinzel.
O maço e o cinzel são imprescindíveis para transformar a P.’.
B.’. em P.’. C.’., que, no entanto sempre estará longe de ser perfeita. O maço
é o símbolo da vontade de trabalhar.
Esta vontade, guiada pela inteligência, habilita-nos a
desejar o bom e o justo, impulsionando-nos à ação.
O maço representa a força de vontade necessária para
dominar as paixões e submeter à vontade de Deus.
O cinzel representa a inteligência, pois é o cinzel que
direciona a força do maço rumo às imperfeições da P.’. B.’.. Só a força não
consegue tirar com perfeição os defeitos da mesma. É necessário que o cinzel
encaminhe esta força ao ponto exato e arranque, com sua ponta contundente, a
imperfeição percebida pelo aprendiz.
O cinzel significa o livre arbítrio que é dotado o homem,
manifestando-se nele na proporção do seu desenvolvimento espiritual.
O homem se comporta de acordo com as concepções formadas em
seu coração, e recebe o fruto de seus pensamentos e de suas ações.
Este é o trabalho do aprendiz para se transformar de P.’. B.’.
em P.’. C.’..
Estas são suas ferramentas e suas aplicações.
A Jorge
Bibliografia:
§ O
Aprendiz de Maçom - Assis de Carvalho - Ed. A Trolha
§ Curso
de Maçonaria Simbólica - Theobaldo Varoli Filho - Gazeta Maçónica
§ Cartilha
do Aprendiz - José Castelani
§ Maçonaria,
um Estudo Completo - Júlio Doin Vieira