No passado surgiram oficinas que, sem deixar
a prática dos Princípios Universais da Maçonaria, direcionaram seus trabalhos
com foco específico em decorrência dos interesses do grupo, do momento
histórico, da ação social pretendida e em função do meio e da época...
Os registros históricos indicam que, desde o seu
surgimento, a Maçonaria defende a liberdade de pensamento, o trabalho livre,
a liberdade religiosa e está sempre ao lado dos interesses do povo. A
Maçonaria glorifica Deus, o Único Todo-Poderoso Criador do Universo, a quem
chama de Grande Arquiteto do Universo (G.:A.:D.:U.:).
Utilizando como símbolo universal, o Esquadro,
representando a Lei, e o Compasso representando a Justiça, entrelaçados no
centro com a letra G (o Geômetra), temos o significado da aspiração máxima da
Maçonaria:- A Lei e a Justiça de Deus sobre todos os homens.
A Maçonaria é uma sociedade iniciática e cultural
de livres pensadores. O ingresso na instituição obedece a rigoroso processo
e, participar do quadro de obreiros de uma Loja é uma sorte, um privilégio
concedido ao candidato que for julgado digno, livre, sensível ao bem e crente
em Deus.
Pode-se dizer que a Maçonaria é composta
basicamente de três elementos: O Iniciático; o Fraternal e o Humano. Nos dois
primeiros elementos, ou seja, no Iniciático e no Fraternal reside a essência
do espírito maçônico. A Ordem é a mesma, sempre e em qualquer lugar do mundo.
Já no terceiro elemento, ou seja, o Humano, a
Maçonaria apresenta diferentes aspectos em decorrência da mentalidade de seus
membros influenciada pelo meio em que vivem e, também, pelas circunstâncias
políticas, econômicas, religiosas ou históricas. Mesmo assim, gira em torno
de uma só idéia – a tolerância.
Portanto, a Maçonaria nunca se apresenta como a
dona da verdade. Não impõe dogmas. Muito pelo contrário. Seus membros têm o
livre arbítrio. O livre pensar.
Por se encontrar unida espiritualmente em seus
diversos princípios a Maçonaria se tornou uma Instituição Universal.
Entretanto existe, sob a ótica material e institucional, uma profunda divisão
advinda do próprio sentimento maçônico que prefere a adesão crítica à adesão
cega, ignorante e irracional.
Em 1717, foram materializadas as Obediências que
são potências autônomas e independentes, pois não há governo central da
Maçonaria. Muitas delas, apesar de comungarem alguns princípios, não mantêm
um contato ou relacionamento entre si, existindo, até mesmo, obediências que
estão de relações suspensas ou cortadas. Não obstante isto, a união
espiritual está sempre presente entre os maçons principalmente no que tange
ao espírito dos rituais e dos Graus Simbólicos, que é o mesmo em toda à
parte, por maiores que sejam as divergências verbais e dos ritos entre graus
idênticos, trabalhados por obediências diferentes.
Antes, as Lojas eram livres não havia
subordinação a grandes lojas ou grandes orientes. Hoje, muitas lojas estão
voltando às origens, assumindo uma postura de liberdade e independência,
buscando praticar a maçonaria de forma pura, solidária e fraterna, com
prioridade na elevação do espírito, na busca do conhecimento, valorização do
homem como um todo, rumo à paz e ao progresso, despida de vaidades e egoísmo.
Ora, em sendo a Maçonaria apologista do livre
pensar, da investigação científica, da procura da verdade, nada mais natural
que cada irmão, com o passar do tempo, procurasse fazer parte de lojas onde
os seus anseios, a sua procura, o seu modo de ser se identificassem. Daí
surgiram oficinas que, sem deixar a prática dos Princípios Universais da
Maçonaria, direcionaram seus trabalhos com foco específico em decorrência dos
interesses do grupo, do momento histórico, da ação social pretendida e em
função do meio e da época.
Perquirindo a literatura maçônica, vamos
encontrar os seguintes tipos de maçonaria:
A MAÇONARIA INICIÁTICA
É o ingresso na Ordem Maçônica quando o Aprendiz
recebe, de forma simbólica, o Cinzel e o Maço instrumentos de trabalho e que
o levarão à pesquisa esotérica, no sentido místico.
Cabe observar que o simbolismo é uma das ciências
mais antigas do mundo. Através dos símbolos, os povos primitivos se comunicavam
e registravam sua história. O verdadeiro símbolo é aquele que pode ser
interpretado por diversos ângulos, de acordo com a capacidade intelectual e
emocional de cada um.
De acordo com a Encyclopaedia de Mackey, “a
maçonaria é um sistema de moralidade desenvolvido e inculcado pela ciência do
simbolismo”.
O Cinzel é o Instrumento do grau de Aprendiz.
Representa o intelecto e sugere o trabalho inteligente. Simbolicamente, serve
para desbastar a pedra bruta da personalidade.
Já o Maço, ou Malho, representa a ferramenta
para, alegoricamente, desbastar a pedra ou educar a agreste e inculta
personalidade para uma vida ou obra superior. O malho simboliza a vontade,
energia, decisão, o aspecto ativo da consciência, necessário para vencer e
superar os obstáculos.
A MAÇONARIA FILOSÓFICA E A MAÇONARIATEÍSTA
A Maçonaria congregando todas as manifestações do
pensamento humano está sempre a procura da Sabedoria e da Luz que ilumina e
dirige tanto o Macrocosmo como o Microcosmo. Neste contexto, ela mergulha em
busca de conhecimentos estudando a História das Religiões, da Filosofia e a
História e Evolução da Humanidade. Assim, são as Lojas Filosóficas, dos altos
Graus e as Lojas em que os Irmãos se dedicam aos estudos religiosos, místicos
e espiritualistas, construindo uma rede que une todas as correntes do
pensamento humano.
A MAÇONARIA FRATERNAL OU
CLUBISTA
As lojas deste segmento têm uma postura mais de
clube social, de confraternização entre seus membros, apesar de realizarem
programas de grande alcance humanitário.
Nos casos da espécie, hão de se ter as cautelas necessárias para que a oficina não se transforme apenas numa associação longe dos objetivos maiores da maçonaria como “Ordem” e Instituição que busca, através da simbologia de seus rituais e no esoterismo, o caminho que leva ao conhecimento e à evolução do ser humano.
A MAÇONARIA BENEFICENTE
Caracteriza pela postura humanística e
filantrópica assumida pelos obreiros, alicerçada na tríade fé, esperança e
caridade. Compromissados com a melhoria das condições de vida do ser humano,
a ação destes Irmãos não se restringe ao mundo maçônico, mas, quase sempre,
dão assistência material e espiritual também aos profanos e a todas as
pessoas menos favorecidas, que foram abandonadas pela sociedade, esquecidos pelos
políticos e que estão por toda a parte, nas ruas, sob as pontes e viadutos,
levando uma vida indigna e desumana.
A MAÇONARIA POLÍTICA
A Maçonaria Política consiste na ocupação de
espaços na sociedade, participação, atuação cívica e representatividade.
A maçonaria está sempre presente na nossa
história. Destacou-se, inicialmente, entre alguns revolucionários da
Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana no final do século XVIII,
período em que assumiu uma posição avançada, representando um importante centro
de atividade política, difundindo os ideais do liberalismo anticolonialista.
Sua influência cresceu consideravelmente durante
o processo de formação do Estado Brasileiro, onde apareceu como uma das mais
importantes instituições de apoio à independência, permanecendo atuante ao
longo de todo período monárquico no século XIX.
A participação da Maçonaria na política está na
sua própria razão de ser. A política desinteressada, conduzida com
honestidade encontra guarita dentro das aspirações maçônicas e dos princípios
de nossa Lei Maior, ou seja, a construção de um Estado Democrático, destinado
a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional,
com a solução pacífica das controvérsias.
A MAÇONARIA CONSPIRATÓRIA
Ao longo de sua existência a Maçonaria teve que
superar enormes obstáculos advindos das perseguições religiosas, políticas e,
até mesmo, de incompatibilidades surgidas entre os seus membros no curso da
sua evolução histórica.
A crença de que não existe verdade pétrea, que a
vida é um aprendizado constante e, a cada segundo, conceitos são mudados,
novas descobertas são anunciadas, fazem com que o verdadeiro maçom tenha o
dever de investigar com habilidade, bom senso, sabedoria e procurar a Verdade
com vistas à construção de um futuro melhor, mais humano e que a paz seja
alcançada.
Desta forma, onde houver um ditador e uma
ditadura haverá alguém se opondo. Este alguém poderá ser um maçom ou contar
com o apoio da maçonaria. Enquanto a Maçonaria defender a liberdade do ser
humano será sempre um alvo de perseguições e intolerâncias. Porém, a
Maçonaria e o Ideal Maçônico já provaram que podem ser amordaçados, mas nunca
emudecidos.
Finalmente, podemos dizer com toda tranqüilidade
que ao trazerem para a Loja as
suas características pessoais os irmãos constroem um ambiente com o qual se
identificam, tornando os trabalhos mais eficientes e eficazes, mas
sempre respeitando os símbolos e praticando os rituais de acordo com os
mandamentos maçônicos.
Concluindo, gostaria de homenagear um personagem
histórico que é bastante caro e importante a toda Ordem Maçônica. Assim, peço
vênia ao grande poeta de além mar, Fernando Pessoa para, fazendo minhas as
suas palavras, dizer que o maçom deve:
Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay,
Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, e combater, sempre e em toda
a parte os seus três assassinos: a IGNORÂNCIA, o FANATISMO e a TIRANIA.
IIr.`. Romulo Ferreira
Diniz
Antonio Carlos Garcia ARLS Retidão e Sabedoria 685 - GLESP Ritual de Emulação |
OS DIVERSOS TIPOS DE MAÇONARIA
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