Consola-me
é saber que maçom não morre; vai para o oriente eterno.
A sessão
maçônica é sempre uma ocasião especial, e deve ser regida pelo cumprimento
inflexível do ritual, que é simplesmente a maneira como as coisas devem ser
feitas. O ritual é um procedimento padrão para impor a ordem, disciplina e
respeito aos trabalhos. Até nas
atividades diárias existe uma ritualística que precisa ser obedecida por todos
para que haja ordem.
Numa
reunião empresarial deve haver uma norma ritualizada que discipline a sequência
dos trabalhos, para discussão de cada item agendado, sem isso haveria falta de
ordem na condução dos assuntos, gerando uma preciosa perda de tempo. Assim
haveria um mal resultado, e o que se discutiu, seria até questionável.
E o
Ritual, na Loja, como tem sido tratado? Muito mal às vezes. Fico desconsolado,
quando vejo um Venerável, sem que o irmão tenha direito, o autorize a baixar o
sinal de ordem ao falar. Aliás, esta “gentileza” às vezes, é só aos irmãos
postados no Oriente, nem sempre aos do Ocidente, criando assim duas classes de
irmãos no templo, os que obedecem ao ritual, e os que pela “bondade” do
venerável não obedecem).
Desinformados
e maçonicamente incultos, ou por desconhecerem a ritualística, alguns Mestres,
não sabem o significado esotérico que é “Estar de Pé e à Ordem”, esquecendo-se
que isso é uma exigência do ritual. Poucos são os casos em que se tolera
dispensar o maçom do Sinal de Ordem, entre eles; para altas dignidades
maçônicas, para irmãos em idade provecta e para irmãos que estejam com algum
problema de saúde. Pasmem irmãos, até aos aprendizes tem sido dispensado à
obrigatoriedade de falar de pé e a ordem.
Não vêem
esses Veneráveis, que nessa posição (de pé e à ordem), em relação aos demais
que estão sentados, o irmão pode mais facilmente ser visto e ouvido, e pelo
sinal que faz, mostra o grau em que a Loja está trabalhando. Mais ainda, assim postado, a palavra mal
pronunciada, a idéia mal explicada soam mais altas e claras, sendo necessário
todo o cuidado ao enunciá-las. E não é só isso, estar de pé e à ordem, nos faz lembrar
que o sinal gutural é o compromisso de honra de guardar segredo, que juramos no
dia de nossa iniciação.
O ritual
serve para organizar, e ordenar os trabalhos em Loja, garantindo a todos
igualmente a participação, à seu tempo. Outro ponto importante, é que o irmão
não pode fazer apartes, caso a palavra já tenha passado ritualisticamente pela
sua coluna, e somente na sessão seguinte, ele poderá tratar do assunto.
As normas
contidas no ritual são sábias, pois passada uma semana, ambas as partes terão
meditado e a solução surgirá de maneira conciliadora e racional. A Maçonaria
usa o ritual de forma a expor seus ensinamentos filosóficos, seguindo passo a
passo, esse conjunto de normas que é muito rico e antigo, remontando aos
primórdios da secular criação da Ordem.
Não pode nossa
geração, deturpar esse conjunto de regras, criado por Elias Ashmole, há quase
quatro séculos, que nos tem guiado por todo esse tempo.
Se a
Bíblia é o Livro da Lei, nosso código de moral, ética e religiosidade, O
Ritual, é o manual que nos ensina a maneira correta de falar, caminhar, se
portar, ouvir e falar em Loja. É um
conjunto perfeito que deve ser obedecido “ipsis literis”, como está.
A Ordem
Maçônica se mantém justa e perfeita no caminho reto e plano, pavimentado com
pedras ritualisticamente desbastadas e polidas, como exige o ritual. Se
executado corretamente, nem notamos seu desenvolvimento na sessão, pois o ritual
é vida, é o coração que pulsa enviando sangue para todo o corpo maçônico,
reunidos em Loja na mais perfeita e harmoniosa Egrégora.
Laurindo
Roberto Gutierrez
Loja de
Pesquisas Maçônicas Brasil- Londrina-PR
Loja de
Pesquisas Maçônicas Chico da Botica- Porto Alegre-RS