POSICIONAMENTO NAS
LOJAS DO REAA
O Altar dos Juramentos
faz parte do mobiliário de uma Loja, aqui no Brasil, nos seguintes Ritos: REAA,
Adonhiramita, Brasileiro e Rito de York Americano (Lojas Azuis). Não fazendo
parte nos Rito Francês ou Moderno, Trabalho de Emulação, Rito de Schröder ou
Alemão e no Rito Escocês Retificado.
No REAA, na maioria
das lojas, ele está, atualmente, situado no Ocidente, no centro da Loja.
Entretanto, em muitas Lojas ele está no Oriente, seu verdadeiro lugar. No Rito
de York Americano, também, ele está localizado no centro da Loja, aliás, esta,
sempre, foi sua posição desde a criação do Rito.
Nos Ritos Adonhiramita
e Rito Brasileiro ele, sempre esteve localizado no Oriente. Quanto à sua
posição em Loja, têm que se considerar vários aspectos: ele seria um símbolo de
origem puramente maçônica, criado a partir do pedestal ou altar do Venerável,
onde nos ritos antigos, especialmente na Inglaterra, os iniciados, ajoelhados
em frente ao Altar, prestavam seu juramento; o Altar dos Juramentos seria uma
cópia do Altar-Mor das Igrejas Católicas.
Sabemos que a
Maçonaria copiou muita coisa da Igreja, inclusive o Templo, o qual, de Templo
de Salomão não tem nada ou, apenas, o lembra.
Quando se fala em
Templo de Salomão tudo é simbólico ou alegórico.
Quando a Maçonaria
começou a existir perto à Igreja Católica, simplesmente, já existia há mil
anos. E a Maçonaria copiou muita coisa da Igreja Católica, aliás, não só da
Igreja Católica, bem como de entidades iniciáticas antigas, da Bíblia e,
também, assimilou muita coisa da cultura dos antigos, seus símbolos suas
lendas; ou ele seria um símbolo equivalente a uma peça do Templo de Salomão,
correspondente ao Altar dos Holocaustos.
Têm Irmãos estudiosos
como Teobaldo Varoli Filho e João Nery Guimarães, Pedro, Juk, além de outros,
que defendem que este símbolo tem seu verdadeiro lugar no Oriente, alegando que
na Maçonaria Primitiva os compromissos eram tomados no próprio Altar do
Venerável sendo, portanto, uma tradição que deveria ser respeitada.
A Maçonaria Inglesa,
através do Trabalho de Emulação e o Rito Escocês Retificado, ainda, usam esse
sistema. Na França, quando o REAA foi reorganizado em 1804, quando o iniciando
fazia seu juramento no primeiro grau ficava ajoelhado em frente ao Altar do
Venerável.
Posteriormente, por
comodidade e diversidade de potências e de ritos, criou-se um complemento
prismático triangular no próprio Altar e que com o tempo criaram um tamborete
ou móvel triangular, posteriormente, de forma quadrangular completamente
desvinculado do mesmo, porém com localização no Oriente.
Esse seria um dos
poucos símbolos genuinamente maçônico, já que os demais são todos emprestados
de outras entidades iniciáticas esotéricas, da Igreja Católica, da Bíblia e da
cultura e crenças de povos antigos, etc., e que a correspondência do Altar dos
Juramentos seria com o Altar–Mor da Igreja Católica, isso, inicialmente, quando
a Maçonaria começou a trabalhar em Templos, porque depois criaram um móvel
próprio para as Iniciações.
Mas, inicialmente,
teria sido cópia do Altar-Mor, segundo o escritor maçônico José Castellani.
Outros autores defendem que a posição do Altar dos Juramentos seria no
Ocidente, copiando ou comparando com o Templo de Salomão, que seria uma
alegoria ao Altar dos Holocaustos, o qual, a exemplo do Mar e Bronze, Colunas J
e B, Altar dos Perfumes, que na descrição bíblica estavam fora do templo, foram
interiorizados para dentro dos templos maçônicos e ganharam vida própria e
outras interpretações simbólicas.
Segundo outros
autores, o Altar dos Holocaustos, situado no centro do pátio do Templo de
Salomão, para os judeus, era um altar de sacrifícios, onde ofereciam uma vítima
para louvar a Deus, geralmente um animal.
No Altar dos
Juramentos, para muitos autores, o Iniciando oferece o sacrifício de vencer
suas paixões, e renascer para uma nova vida. Tudo o que se está falando é
puramente simbólico.
Os autores que
interpretam assim acham que o Altar deva estar no centro da Loja, porque ele
estava no centro do pátio, por fora do Templo de Salomão. Parece que essa
interpretação não tem respaldo pela maioria dos autores.
Para certas Potências
no Brasil, que praticam o REAA, o Altar dos Juramentos está no local correto,
ou seja, no Oriente, já que, historicamente, ele estava no Oriente, desde sua
origem. Simbolicamente, o lugar dele é no Oriente.
Outras Potências o
colocaram no centro da Loja, dando a sua própria interpretação desse símbolo.
Possivelmente, foi para facilitar o trânsito dos Diáconos e do Mestre de
Cerimônia durante a sessão, já que em muitos templos, o Altar dos Juramentos,
no Oriente, atrapalha essa deambulação por se ter pouco espaço.
Todavia, tradição é
tradição e o local correto do Altar dos Juramentos é no Oriente, segundo a
maioria dos autores.
Hercule Spoladore