Por mais que os
edifícios que ocorrem as reuniões maçônicas são comumente chamados de templos,
eles doutrinariamente não os são.
Historicamente devemos
lembrar que desde o início do século XVIII, na Europa, as lojas maçônicas
de Londres reuniam-se em salões residenciais, em tabernas, em adegas ou em
amplos porões.
Somente em 1765 foi
construído o primeiro edifício destinado ao uso exclusivo para as reuniões da
maçonaria. Até por que a palavra templo é utilizada ate hoje predominantemente
pelos profanos e suas linguagens comuns, sempre associada e dentro de um
contexto religioso.
Mas o que poucos
profanos não lembram é que a palavra templo são também conhecidos e
referenciados, por exemplo, como um museu ser o Templo da Historia, ou como uma
galeria famosa ser um Templo da Cultura e um Templo das Artes ou mesmo um
grande e moderno estádio poliesportivo, ser denominado como um “Templo dos
Esportes”.
Outro detalhe que se
tornou um grande equivoco de interpretação por parte dos profanos que
desconhecem grande parte da historia da maçonaria, seria quanto a um dos
tradicionais pré-requisitos e obrigatoriedade, para que cada candidato postule
e seja admitido a ordem filosófica e iniciática é que tenha a crença na
existência de uma força ou entidade energética criadora e mantenedora do
universo, para ser assim admitido.
Sendo assim o deve ter
ocorrido pelos anos no meu parco entendimento, é que, em termos gerais cada
novo irmão pouco conhecedor da original doutrina fundacional da ordem, deve ter
associado e encarado esta força energética comum a todos que ingressam
indeterminadamente, como um ser divino particular, justo e perfeito, bem longe
da original ideia da Energia Matriz Arquitetônica da Vida e do Universo,
fundamentada de forma clara na doutrinaria desta ordem iniciática, filosófica e
progressista.
Mas a pratica repetitiva
sem os progressivos estudos, para o alcance e um maior aprimoramento e
entendimento da doutrina da Sublime Ordem, fez também que muitos irmãos operativos
erroneamente migrassem o termo original e tradicional de inauguração de um
templo - no sentido amplo da palavra, de um edifício, de uma sala e um local
escolhido para encontros e realização dos trabalhos da ordem para o errôneo
termo de sagração, aferindo e conclamando equivocadamente, e mesmo induzindo a
falsa interpretação para quem não conhece e nunca estudou sobre a verdadeira
histórica doutrinaria fundacional da Sublime Ordem filosófica, a ter uma falsa
ideia que se trata de algum tipo de religião secreta, o que não é.
Outro detalhe que agrava
em muito as interpretações aos olhos leigos é a falsa ideia de idolatria e
religiosidade já que a decoração do edifício maçônico tem elementos
alegóricos alusivos ao Primeiro Templo de Salomão, em Jerusalém, e no mesmo
sentido vale aqui lembrar sobre as lendas estudadas e narradas de vários graus
do Rito Escocês Antigo e Aceito, que se referem ilustrativamente e de forma
figurada a algumas historias ficcionais e lendas da vida profissional do mestre
de construção, Hiram Abiff, que é uma figura alegórica fartamente mencionada na
ritualística maçônica, que tem suas conotações figuradas de personalidade
expressivas a ganância, os vícios, as virtudes e vaidades existentes no meio
entre os operários durante a cada passo da magnífica construção do antigo
templo do Rei Salomão.
Fiat Lux.
Ricardo V. Barradas.