Se existe um “tabu” na Maçonaria é a fundação de novas lojas maçônicas,
principalmente nas cidades onde já existem lojas. Sob a alegação que “os irmãos
vão-se dividir, ao invés de somar” ou uma simples pergunta “por que mais uma
Loja?”, os maçons parecem não aceitar com naturalidade o argumento da criação
de uma nova oficina. Mas, quais são os motivos, as razões que levam os irmãos a
fundarem uma Loja maçônica? É o que pretendemos analisar neste texto.
IMPLEMENTAÇÃO DE UM NOVO RITO: um rito é um sistema de cerimônias
que pretende dar continuidade ao ensinamento maçônico. Funda-se uma nova Loja maçônica
para que os maçons possam ter acesso a um novo modo de difundir o conhecimento
na Maçonaria, isto é, uma nova escola de pensamento que segue as linhas gerais
da instituição.
Assim, o primeiro ponto da fundação de novas lojas diz respeito
à possibilidade de ofertar aos irmãos um rito diferenciado dos que já existem
numa cidade, por exemplo. Claro que, ao conhecer um novo rito, o Maçom pode
consequentemente, incentivar o debate sadio de cultura da instituição. Lógico
que, no final desta conta, todos saem ganhando.
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: não são raras as situações que novas
lojas maçônicas são criadas para solucionar problemas de relacionamento entre
os irmãos. Talvez esta seja a oportunidade mais adequada para dizimar conflitos
internos.
Ora, se existem dois grupos com ideais distintos, qual a
vantagem de mantê-los dividindo o mesmo teto, a mesma sessão? Sim, o ideal é
que não entrassem em querela. Entretanto, elas são típicas do ser humano. Se
ambos desejam trabalhar maçônicamente, a instituição não se pode privar de
oferecer esta possibilidade.
AMPLIAÇÃO DE TERRITÓRIO: Seja para uma cidade em que não há
Maçonaria, seja para “ganhar terreno” dentro de um grande município, a criação
de lojas neste sentido é interessante, uma vez que uma nova comunidade pode ser
beneficiada com os trabalhos de uma Loja maçônica.
Cada grupo, portando as suas peculiaridades, irá atuar
maçônicamente de acordo com os seus princípios, a sua vocação. E, assim, todos
ganham: a região que ainda não possui uma Loja passará a contar com homens
dispostos a mudar a realidade local; a que já possui ampliará o leque de
possibilidades da atuação da Maçonaria naquela localidade.
Diante destas vantagens, constatamos que os argumentos dos
contrários à fundação de novas lojas maçônicas não se sustentam.
Para isto, os “fundadores” devem levar a sério a criação da nova
oficina, pois a responsabilidade tanto interna quanto externa é grande. A
instituição não pode e não deve fugir do dever dos membros de uma Loja maçônica
para a comunidade em que ela está instalada.
Portanto, pense bem antes de propor a criação de uma Loja.
Afinal, se o projeto não vingar, os fracos argumentos contrários continuarão
sempre a prosperar face aos inúmeros benefícios existentes – por única e
exclusiva culpa daqueles que não souberam alavancar o novo empreendimento.
Tiago Valenciano