Eu publiquei isto no meu blog pessoal há algum tempo e tive reações
espantosas. Não sei se pensamos muito sobre isto, mas deveríamos… já escrevi
sobre isto antes.
Quando me tornei Maçom em 2005, eu estava a juntar-me a um grupo
de homens. Não era só me juntei a um grupo de homens, mas tornei-me um
representante desse mesmo grupo. Entrei para esse grupo com o desejo de me
aperfeiçoar.
Eu abracei os princípios, ideais e costumes que o grupo
acreditava ser importantes desenvolver em nós mesmos para nos tornarmos homens
de bom caráter. Não havia nada em nenhuns elementos básicos de caráter que colidisse
com as minhas crenças religiosas ou pessoais.
Nos últimos catorze anos, conheci alguns dos melhores homens que
já encontrei e aprendi muito sobre a Maçonaria, sobre a vida e sobre as
características para se ser um homem de princípios elevados. Aspiramos a viver
de acordo com um padrão mais elevado do que aqueles do mundo profano lá fora.
Eu costumava dizer que a melhor propaganda da Maçonaria eram os
seus membros. Na era das redes sociais, não sei se isso é verdade. Muitas vezes
fico envergonhado pela maneira como vejo os maçons se comportarem nas redes
sociais.
Eu vejo os maçons postando textos que eles sabem que iniciarão
um grande debate e depois participando em discussões online que são
desrespeitosas e grosseiras. Há uma página das redes sociais que parece
orgulhar-se da falta de respeito que mostram, uns pelos outros.
É também um fórum público. Este comportamento certamente que não
representa os meus valores nem a maioria dos Maçons que conheço, e seguramente
também não demonstra os padrões da nossa fraternidade.
Eu pergunto-me o que os não-Maçons pensam sobre a nossa
Fraternidade quando veem os nossos membros a comportar-se desta forma.
Eu questiono-me sobre que perspectiva os Maçons que procuram
informações pensam, quando tropeçam nesses fóruns. Vou lhes dizer honestamente…
se eu tivesse visto algo disto em 2004, quando me interessei pela Maçonaria,
não tenho a certeza sobre se teria entrado.
Na verdade, tenho a certeza de que não teria. Esta conduta dos
nossos membros (nossos representantes) não é o que eu pensava que a Maçonaria
era naquela época, e definitivamente não é o que eu sei que a
Maçonaria deveria ser hoje.
Eu acredito verdadeiramente no que esta Fraternidade pode fazer
pelos homens, no que pode fazer pelas comunidades e na influência positiva que
os valores que incutimos nos nossos membros, podem ter no mundo. Eu estudei
isto. Eu apliquei. Eu escrevi sobre isto. Eu falei sobre isto. Eu vivi isto nos
últimos 14 anos.
Devo admitir, no entanto, às vezes tenho dúvidas sobre a direção
que estamos a tomar. Esta loucura pública está por baixo de nós. Não podemos
sequer falar sobre algo tão mundano como a forma de nos vestirmos para funções
oficiais sem entrar em discussões públicas bastante feias, uns com os outros.
Nós tornamo-nos tão focados interiormente em nós mesmos como
indivíduos e nas nossas próprias necessidades nesta época, que esquecemos que
fazemos parte de um grupo – cada um representando um ao outro e todos nós
representando um padrão mais alto que aspiramos.
Esquecemos que não somos Maçons para transformar a
Maçonaria numa imagem de nós mesmos; tornam Maçons para ser transformados pelos
ensinamentos e valores tradicionais da nossa Fraternidade. Para fazer parte de
uma longa e orgulhosa tradição. Para sermos homens melhores – elevar-nos acima
do mundo bruto e profano ao nosso redor e servir de exemplo para os outros.
Tentemos lembrar-nos sempre de quem somos e que representamos,
quando interagimos com o mundo… e tentemos lembrar-nos que, quando nos
apresentamos como Maçons para o mundo, cada um de nós representa a TODOS nós.
Todd E. Creason
Tradução de António Jorge