A Iniciação é de suma
importância para o maçom e para todos aqueles que, por força da lei de
evolução, foram movidos a bater às portas de um Templo, em busca de Luz.
A Maçonaria não é
composta por pessoas perfeitas, mas por aqueles que entendem que precisam
se aperfeiçoar, e por isso lhe batem à porta. Estamos a todo instante identificando
aspectos de nossa personalidade que poderão ser aprimorados. Esse
será o eterno lapidar de nossa pedra.
Quando falamos que a
Maçonaria, antes de tudo é uma Escola de Iniciação, é porque, como tal,
visa, através de seus ensinamentos e da “séria conduta de seus membros”,
iniciar uma ação de preparação da personalidade (parte material - lapidar
da pedra bruta), a fim de que aflore a individualidade (parte espiritual),
o despertar do Mestre Interno de cada um.
É no operoso desbastar
da Pedra Bruta que se descobre o poderoso ser que existe dentro dá cada um. O
ser humano é capaz de grandes realizações, porém, é necessário que busque
despertar dentro de si o poder existente.
Somente com estudo e
perseverança poderá construir esse novo homem que vive escondido dentro das
asperezas do seu íntimo. Com certeza será um novo obreiro a trabalhar
conscientemente para a melhoria do gênero humano, pregando a paz e a concórdia
dentro do seio da Maçonaria, “levantando Templos a virtude e cavando masmorras
aos vícios.”
De nada adianta
descobrirmos que em nosso interior há uma pedra bruta, se essa pedra não é
tocada, não tem a sua rusticidade conhecida, se nada fazemos para seu
polimento. Esse polimento é pesado, o desbaste das arestas, dos excessos, é
doloroso, mas necessário, para fazer crescer aquele que encontrou dentro de si
o que o diferencia dos demais animais:
A pedra oculta, isto
é, a inteligência, a capacidade de raciocinar, de discernir entre o certo e o
errado, de dominar o desejo pessoal, de vencer paixões e submeter vontades.
Se, porém, analisar as
fases desses ensinamentos, encontram-se nestes, verdadeiros sentidos
esotéricos, buscando o crescimento espiritual de todos que passaram pelo
processo da iniciação. Observa-se o que se descobre quando se penetra nesse
mundo obscuro de mistérios quando se é iniciado.
Portanto, o cidadão
iniciado deve ser sempre um exemplo de comportamento humano, praticando com
esmero, a justiça, a caridade, a honestidade, a fraternidade, o respeito, a
tolerância, a compreensão, o amor, etc.
Somente com essas
virtudes poderá angariar a confiança e a credibilidade dos seus irmãos maçons e
dos irmãos em espirito, cumprindo o propósito de sua iniciação. É nesse sentido
que todo maçom deve se guiar, tendo como fundamento de sua trajetória, as
fontes da espiritualidade Maçônica.
É oportuna a
observação do ilustre escritor Nicola Aslan, quando afirma que: “Pelo método
Iniciático, o maçom se distingue culturalmente dos outros homens. Não conhece
nem pode conhecer a satisfação espiritual e intelectual, pois ele sabe que a
Verdade de hoje pode não ser a Verdade de amanhã. Pesquisador eterno, o maçom
faz jus à denominação de filhoda Luz.”
Quem quer que se
empenhe na dura obra do seu aperfeiçoamento espiritual deve penetrar no âmago
do seu ser, com o propósito sincero de encontrar e eliminar todas as
imperfeições por ventura encontradas. E elas certamente não serão poucas. Este
caminho a percorrer haverá de levá-lo à descoberta da Pedra Filosofal ou Pedra
Polida; que é o princípio, a Centelha Divina que repousa viva dentro de cada um
de nós.
Quando nascemos,
trazemos algumas características genéticas que podem nos predispor a
desenvolvermos certas doenças ou aptidões intelectuais. Entretanto, nosso
caráter é uma folha de papel em branco, na qual irá aos poucos sendo impresso
tudo aquilo que nos for transmitido.
O bem ou o mal não
existem em si mesmos, intrinsecamente. Eles serão desenvolvidos de conformidade
com o meio, com os hábitos desenvolvidos, práticas ou costumes, através da
educação recebida no lar e da educação formal.
Só mais tarde
adquirimos um nível de consciência capaz de discernir ou escolher entre o que
seria o bem ou o mal, de conformidade com o que tenha sido impresso na folha de
papel de que falamos. A tendência natural é preponderar o que tenha maior peso
em nosso aprendizado.
Nessa fase inicial da
Iniciação, espera-se que o isolamento em que vai se encontrar, a atmosfera que
nela existe e os objetos que nela se encontram, concorram para levá-lo a novas
descobertas a proporcionar-lhe ensinamentos que o faça recuar sobre si mesmo.
O choque de espírito
contra a superfície refletora da Câmara há de levá-lo a examinar suas ideias, a
compará-las e, deste processo, há de resultar certamente um pensamento novo.
Por seu isolamento e
suas paredes negras, a Câmara de Reflexão representa um período de escuridão e
de maturação silenciosa da alma, por meio da meditação e da concentração em si
mesmo, período que prepara o verdadeiro progresso, efetivo e consciente, que se
manifestará posteriormente, à luz do dia.
A passagem pela Câmara de Reflexão mostra ao
Profano que tinha chegado o momento de morrer para o vício, para as paixões,
para os preconceitos e para os maus costumes. Para ele compreender que diante
da morte desaparecem o orgulho e a ambição, e que de nada valem o poder e as
riquezas do mundo.
A permanência do recipiendário
nessa Câmera representa o período de gestação do Maçom, pois, ao morrer para o
mundo profano, ele prepara sua mente e seu espirito para o nascimento de um
novo homem e de uma nova vida.
Maçônica-mente, temos
somente “uma iniciação”, mas, espiritualmente, é dentro de nós mesmos, no mundo
espiritual interior, a cada dia, uma nova Iniciação nos aguarda. Como a luz do
Sol, em cada hemisfério, a cada dia ressurge, assim em nós, a cada dia, a cada
momento, a Nova Criatura adquire novas perspectivas, para lançar aos mundos
(material e espiritual) os frutos sazonados e úteis.
Essas são as fundações
interiores que o Homem terá que consolidar, para que possam manifestar-se
no exterior, no mundo material, com todo o sucesso que se pretende
atingir neste plano de vida. As Ordens sendo instituições, são edificadas
no mundo material – pórticos de matéria para o espírito, por isso, necessitam
de homens renovados, pois só desses se espera a sua manutenção e evoluções
futuras!
Nunca esquecer que a
Maçonaria molda o homem para ser J\ e P\, portanto, o amor, a
solidariedade, a fraternidade, a justiça e a caridade devem ser as virtudes que
embelezam sua natureza humana se contrapondo aos vícios que denigrem e alvitram
o seu ser.
Numa reflexão a parte,
deve lembrar o Maçom que o cerimonial da iniciação é um ato sagrado, início da
construção do templo interior de cada iniciado, daí a responsabilidade de cada
Loja em dispensar a devida atenção ao desempenho da ritualística, procurando
dar o verdadeiro sentido Espiritual ao sublime processo iniciático. .
Para analisar o
verdadeiro sentido místico que norteia a Maçonaria, necessário se faz entender
o crescimento interior, preparando-se para o trabalho de lapidação de seu EU interior.
O maçom procura sua
própria “essência”, que é de ordem ontológica (conhecimento de si e Deus), na
exaltação das virtualidades divinas que nele existem como em todos os homens”.
É exatamente isso que deve o maçom procurar sua “essência” para ser um
Iluminado e, ser também, tocado pela graça do Grande Arquiteto do Universo.
A.·. R.·. L.·.M.·. FLAUTA MÁGICA
DO RIO DE JANEIRO, Nº 170
M.·.M.·. SANDRO PINHEIRO