A INICIAÇÃO É DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA O MAÇOM!


 

A Iniciação é de suma importância para o maçom e para todos aqueles que, por força da lei de evolução, foram movidos a bater às portas de um Templo, em busca de Luz.

A Maçonaria não é composta por pessoas perfeitas, mas por aqueles que entendem que precisam se aperfeiçoar, e por isso lhe batem à porta. Estamos a todo instante identificando aspectos de nossa personalidade que poderão ser aprimorados.  Esse será o eterno lapidar de nossa pedra. 

Quando falamos que a Maçonaria, antes de tudo é uma Escola de Iniciação, é porque, como tal, visa, através de seus ensinamentos e da “séria conduta de seus membros”, iniciar uma ação de preparação da personalidade (parte material - lapidar da pedra bruta), a fim de que aflore a individualidade (parte espiritual), o despertar do Mestre Interno de cada um.  

É no operoso desbastar da Pedra Bruta que se descobre o poderoso ser que existe dentro dá cada um. O ser humano é capaz de grandes realizações, porém, é necessário que busque despertar dentro de si o poder existente.

Somente com estudo e perseverança poderá construir esse novo homem que vive escondido dentro das asperezas do seu íntimo. Com certeza será um novo obreiro a trabalhar conscientemente para a melhoria do gênero humano, pregando a paz e a concórdia dentro do seio da Maçonaria, “levantando Templos a virtude e cavando masmorras aos vícios.”

De nada adianta descobrirmos que em nosso interior há uma pedra bruta, se essa pedra não é tocada, não tem a sua rusticidade conhecida, se nada fazemos para seu polimento. Esse polimento é pesado, o desbaste das arestas, dos excessos, é doloroso, mas necessário, para fazer crescer aquele que encontrou dentro de si o que o diferencia dos demais animais:

A pedra oculta, isto é, a inteligência, a capacidade de raciocinar, de discernir entre o certo e o errado, de dominar o desejo pessoal, de vencer paixões e submeter vontades.

 “O Ensino Iniciático da Maçonaria é realmente diferente dos outros modos de ensino. Não tem por objetivo fazer conhecer, ou difundir uma verdade ou verdades contingentes ligadas a objetivos finitos, apreensíveis por laços de causalidade. A sua meta visa Verdade Infinita sem pretender a sua posse, embora oferecendo elementos e meios para que a ela possa ter acesso. É mais um convite à pesquisa que a revelação sistemática do resultado das pesquisas. E este esforço ao qual a Maçonaria convida pelo infinito de sua meta, é ele mesmo infinito. Abarca inteiramente toda a vida do indivíduo.”

Se, porém, analisar as fases desses ensinamentos, encontram-se nestes, verdadeiros sentidos esotéricos, buscando o crescimento espiritual de todos que passaram pelo processo da iniciação. Observa-se o que se descobre quando se penetra nesse mundo obscuro de mistérios quando se é iniciado.

Portanto, o cidadão iniciado deve ser sempre um exemplo de comportamento humano, praticando com esmero, a justiça, a caridade, a honestidade, a fraternidade, o respeito, a tolerância, a compreensão, o amor, etc.

Somente com essas virtudes poderá angariar a confiança e a credibilidade dos seus irmãos maçons e dos irmãos em espirito, cumprindo o propósito de sua iniciação. É nesse sentido que todo maçom deve se guiar, tendo como fundamento de sua trajetória, as fontes da espiritualidade Maçônica.

É oportuna a observação do ilustre escritor Nicola Aslan, quando afirma que: “Pelo método Iniciático, o maçom se distingue culturalmente dos outros homens. Não conhece nem pode conhecer a satisfação espiritual e intelectual, pois ele sabe que a Verdade de hoje pode não ser a Verdade de amanhã. Pesquisador eterno, o maçom faz jus à denominação de filhoda Luz.”

Quem quer que se empenhe na dura obra do seu aperfeiçoamento espiritual deve penetrar no âmago do seu ser, com o propósito sincero de encontrar e eliminar todas as imperfeições por ventura encontradas. E elas certamente não serão poucas. Este caminho a percorrer haverá de levá-lo à descoberta da Pedra Filosofal ou Pedra Polida; que é o princípio, a Centelha Divina que repousa viva dentro de cada um de nós.

Quando nascemos, trazemos algumas características genéticas que podem nos predispor a desenvolvermos certas doenças ou aptidões intelectuais. Entretanto, nosso caráter é uma folha de papel em branco, na qual irá aos poucos sendo impresso tudo aquilo que nos for transmitido.

O bem ou o mal não existem em si mesmos, intrinsecamente. Eles serão desenvolvidos de conformidade com o meio, com os hábitos desenvolvidos, práticas ou costumes, através da educação recebida no lar e da educação formal.

Só mais tarde adquirimos um nível de consciência capaz de discernir ou escolher entre o que seria o bem ou o mal, de conformidade com o que tenha sido impresso na folha de papel de que falamos. A tendência natural é preponderar o que tenha maior peso em nosso aprendizado.

 De princípio, uma visão do simbolismo da Câmara de Reflexão. Quando o Candidato é recolhido a Câmara de Reflexão, simbolizando a Terra, a qual, por sua vez, representa a materialidade.

Nessa fase inicial da Iniciação, espera-se que o isolamento em que vai se encontrar, a atmosfera que nela existe e os objetos que nela se encontram, concorram para levá-lo a novas descobertas a proporcionar-lhe ensinamentos que o faça recuar sobre si mesmo.

O choque de espírito contra a superfície refletora da Câmara há de levá-lo a examinar suas ideias, a compará-las e, deste processo, há de resultar certamente um pensamento novo.

Por seu isolamento e suas paredes negras, a Câmara de Reflexão representa um período de escuridão e de maturação silenciosa da alma, por meio da meditação e da concentração em si mesmo, período que prepara o verdadeiro progresso, efetivo e consciente, que se manifestará posteriormente, à luz do dia.

 A passagem pela Câmara de Reflexão mostra ao Profano que tinha chegado o momento de morrer para o vício, para as paixões, para os preconceitos e para os maus costumes. Para ele compreender que diante da morte desaparecem o orgulho e a ambição, e que de nada valem o poder e as riquezas do mundo.

A permanência do recipiendário nessa Câmera representa o período de gestação do Maçom, pois, ao morrer para o mundo profano, ele prepara sua mente e seu espirito para o nascimento de um novo homem e de uma nova vida.

Maçônica-mente, temos somente “uma iniciação”, mas, espiritualmente, é dentro de nós mesmos, no mundo espiritual interior, a cada dia, uma nova Iniciação nos aguarda. Como a luz do Sol, em cada hemisfério, a cada dia ressurge, assim em nós, a cada dia, a cada momento, a Nova Criatura adquire novas perspectivas, para lançar aos mundos (material e espiritual) os frutos sazonados e úteis.

Essas são as fundações interiores que o Homem terá que consolidar, para que possam manifestar-se no exterior, no mundo material, com todo o sucesso que se pretende atingir neste plano de vida. As Ordens sendo instituições, são edificadas no mundo material – pórticos de matéria para o espírito, por isso, necessitam de homens renovados, pois só desses se espera a sua manutenção e evoluções futuras!

Nunca esquecer que a Maçonaria molda o homem para ser J\ e P\, portanto, o amor, a solidariedade, a fraternidade, a justiça e a caridade devem ser as virtudes que embelezam sua natureza humana se contrapondo aos vícios que denigrem e alvitram o seu ser.

Numa reflexão a parte, deve lembrar o Maçom que o cerimonial da iniciação é um ato sagrado, início da construção do templo interior de cada iniciado, daí a responsabilidade de cada Loja em dispensar a devida atenção ao desempenho da ritualística, procurando dar o verdadeiro sentido Espiritual ao sublime processo iniciático. .

Para analisar o verdadeiro sentido místico que norteia a Maçonaria, necessário se faz entender o crescimento interior, preparando-se para o trabalho de lapidação de seu EU interior.

O maçom procura sua própria “essência”, que é de ordem ontológica (conhecimento de si e Deus), na exaltação das virtualidades divinas que nele existem como em todos os homens”. É exatamente isso que deve o maçom procurar sua “essência” para ser um Iluminado e, ser também, tocado pela graça do Grande Arquiteto do Universo.

A.·. R.·. L.·.M.·. FLAUTA MÁGICA DO RIO DE JANEIRO, Nº 170

M.·.M.·. SANDRO PINHEIRO

 

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