COMO MANTER OS IRMÃOS NA LOJA


 

1. Um dos aspectos que se pode observar (na Maçonaria) já há algum tempo, é a grande dificuldade que a Ord.’. possui em conseguir reter os IIr.’. Assim (normalmente se procedem) as coisas, os AApr.’. ingressam, permanecem por um bom tempo, possivelmente cheguem a serem MM.’., mas então não continuam. 

A princípio começam a faltar frequentemente, então, no caso de ainda assistirem a Oficina o fazem mais esporadicamente, não participam dos “Pós Reuniões”, não procuram constituir uma amizade fora da Loj.’., e finalmente o indivíduo começa a se afastar. 

2. Isto pode se dá por diversas circunstâncias, e também dependerá de cada Loj.’.em particular. Entretanto, alguns elementos que se devem levar em conta podem ser comuns a todas as Loj.’. e na verdade a própria Ord.’.. 

3. A seguir incluímos aqueles aspectos ou situações que consideramos de importância (a tal questão), embora reconheçamos a limitação que desta análise em tratar de todas as situações possíveis que poderíamos ter abordado. Também que os pontos detalhados são os que podemos notar no geral em nossa Loj.’. embora, acreditem que também poderiam ser notados em outras. 

3.1. As Reuniões, no geral não são atrativas. Resumindo a conversa, não é raro que certamente se irá ganhar o “salário” [1]. 

3.2. O novo ou recentemente iniciado necessita de estímulos de motivação e “fidelização” ou retenção, em relação à Ordem. 

3.3. Não se desenvolve no Ir.’. um espírito autêntico de família. 

3.4. As Conferências, Oficinas, Pranchas, não contribuem a sua formação intelectual nem pessoal. 

3.5. Não se emprega com um “Plano da Docência” (maçônica) ou similar. 

3.6. Os Mestres, e referências da Loj.’. não comparecem frequentemente e se o fazem, não participam apresentando PPr.’. etc. Não há exemplos aos quais espelhar-se. 

3.7. O trato ou comportamento nas LLoj.’. e fora delas não constitui um exemplo ao qual espelhar-se. 

3.8.  Não se realizam atividades de expansão, colaboração, integração ou inserção na Comunidade. 

4. Com anteriormente dito, não desejamos esgotar a lista e nem as situações, e sim, assinalar aqueles pontos que nos parecem mais importantes. 

5. Neste sentido também desejamos desenvolver cada um das situações listadas no ponto 3. 

5.1. As Reuniões no geral não são atrativas. Resumindo a conversa, não é raro que certamente se irá ganhar o “salário”. (3.1) 

As Reuniões são excessivamente monótonas. Cumpre-se com o ritual de ler o balaústre anterior, a correspondência enviada e recebida, tudo relevante ao conhecimento geral tal como iniciações, aumento de grau, festejo de aniversário, etc. 

Posteriormente circula a Bolsa de Propostas e Informações, que nem sempre inclui alguma prancha interessante e logo a Bolsa para o Tronco de Solidariedade. A palavra se concede e assim termina a Reunião. 

Nada especial acontece, é tudo muito formal. O Ir.’. não percebe nada especial nem novo, tudo é excessiva ou exclusivamente “administrativo”, previsível. 

Embora sejamos conscientes da importância do cumprimento do ritual, o que ocasiona este tipo de Reuniões é um espectador um tanto aborrecido, sem surpresas, carente de atrativos. 

Nossa posição é que todas e cada uma das Reuniões devem ser únicas e singulares, devemos oferecer ao Ir.’. a sensação de participar de uma verdadeira reunião de interesse e que, se eventualmente não assistir, esteja perdendo algo relevante. 

A apropriada mescla de temas, variedade na quantidade e qualidade de pranchas e IIr.’.que as apresentem contribuirão para melhorar o nível das Reuniões. 

Por um lado, se isto se faz fundamental, frequentemente ocorre que pranchas do IIr.’. Apr.’. e Comp.’. são deixas sob o Malhete e não são lidas em Reunião alguma, com o conseguinte vem o desgosto e a desilusão por parte do autor. 

Embora exista a possibilidade que algumas pranchas sejam lidas em Câmara, isso de modo algum substitui a satisfação e o reconhecimento formal frente a toda a Loj.’. que o Ir.’. em questão tem de apresentar sua própria prancha em sua Oficina. 

5.2. O indivíduo recentemente iniciado necessita de estímulos de motivação, “fidelização” e retenção em relação à Ord.’. (3.2) 

Em geral, o Apr.’.  não recebe uma formação apropriada apenas através da Câmara. Isso faz que a motivação pela Ord.’. tenha um ponto excessivamente frágil ou débil no seu próprio início, naquilo que faz o alicerce ou ponto de partida para a “formação” do Apr.’. 

Por sua vez, no caso de se realizar a Câmara, os temas desenvolvidos não têm uma ordem específica, tanto do ponto de vista docente como tampouco maçônico. 

Isto também tem haver com a ausência de um “plano estratégico para o ano” do próprio Quadro da Loja, que vincule seu plano com o aspecto de formação propriamente dita do recém-iniciado. 

Na verdade pode ser dito que neste ponto temos dois componentes, o primeiro relacionado com a motivação e introdução à Ordem, e o segundo de uma (idealização e) execução continuada, já que concatena aos conceitos de fidelização e retenção em si. 

Este segundo conceito não é singular, mas sim, refere-se a uma execução em distintos momentos (e situações), qual influi em grande parte dos demais pontos que já apresentamos. 

5.3. Não se desenvolve no Ir.’. um espírito autêntico de família. (3.3) 

O ponto anterior deve incluir forçosamente uma relação da história e importância que teve a Loj.’. desde seu princípio. 

Se os AApr.’. não sabem muito bem de onde vieram, será equivocada a ideia para onde toda a Ord.’. irá, e mais particularmente a própria Loj.’., é muito provável que não lhes sejam interessante se envolver e reconhecer efetivamente como um membro da Loj.’. de um modo realmente comprometido e não apenas de um ponto de vista meramente administrativo. 

A coleta e composição de informação são neste caso um dos pontos críticos para assinalar aos novatos a importância de sua Loj.’. em quais jornadas ela entrou, as personalidades que ali passaram e também quem atualmente faz parte da mesma. 

5.4. As Conferências, Oficinas e Pranchas não contribuem a sua formação intelectual nem pessoal. (3.4) 

Como dizíamos em um dos pontos anteriores, as jornadas na Loja devem ser únicas e singulares do ponto de vista de crescimento pessoal do Ir.’. 

Um plano adequado e organizado convenientemente de conferencistas deveria ser um tema mandatório a considerar. E não se está referindo a um tema exclusivamente maçônico, e sim, a qualquer tema ou situação (relevantes) da atualidade. 

Também um ordenamento e sequencia inter-relacionada das PPr.’. que se proponham e apresentem, de modo de a não se perder uma continuidade. 

Do mesmo modo, a participação da Loj.’. em Conferências em outras LLoj.’. constitui-se em um elemento indispensável. 

Embora entendamos que há uma grande variedade de temas pelos quais os IIr.’. podem interessar-se, devemos lhe dar a oportunidade de vinculá-lo com o melhor existente em nosso meio. 

Acreditamos ser conveniente considerar aqui o conceito de “benchmarking” que é um termo oriundo do marketing, e que significa ou inculca a ideia de comparar-se sempre com um padrão a seguir, um modelo a imitar ou uma posição a alcançar. 

Assim então deveríamos avaliar qual nível nós deveríamos estar para que o IIr.’. sinta-se atraído e qual nós possamos estar à altura dos melhores conferencistas (sejam estes IIr.’. ou não, também devemos nos comparar com outras instituições que ofereçam debates, oficinas ou seminários sobre temas específicos a seus associados, terceiros, etc.). Contudo, o ponto anterior possa ser um conceito um tanto “técnico” em si mesmo.                                                                                     

Um ponto que consideramos essencial é retomar o costume das Cerimônias Especiais, onde ao menos, poderíamos convidar às cunhadas, sobrinhos, etc. De modo que estes também se sintam participantes das atividades da Ord.’. [2] e, como em alguns casos nos tem impelido a assistir, não com um conferencista em especial, e sim com um grande espetáculo artístico para seus espectadores[3]. 

Naturalmente, o ideal seria que pudéssemos oferecer digamos duas ou três Cerimônias Especiais abertas ao público (a membros da família e terceiros) de modo a também nos inserir (enquanto Maçons) na Comunidade. (ver ponto 5.8) 

5.5. Não se emprega um plano de docência ou similar. (3.5) 

Este ponto é parte indivisível dos outros, e essencialmente a “pedra angular” de todas estas reflexões. 

Um plano que deve incluir os três graus simbólicos de nossa Loj.’., e não exclusivamente aos AApr.’. 

Estimando que todos fossem a uma nova excursão pelas Câmaras, ao menos periodicamente. 

5.6. Os Mestres, e referências da Loja não comparecem frequentemente e se o fazem, não participam apresentando PPr.’. etc.  Não há exemplos aos quais espelhar-se. 

Entendo que este é um ponto também de primeira grandeza. A presença contínua dos MM.’. é um fato que induz ao recém-chegado a analisar quem está presente, que atividade possui, qual modo de proceder pratica, como poderá se fiar em seu desempenho dentro e fora da Ord.’. etc. De modo que seja uma “referência” válida para o Ir.’. Apr.’. e também uma opção adicional para suas consultas. 

Em geral são muito poucos os MM.’. que apresentam pranchas que acarretem o efeito de entender como puderam galgar ao terceiro Grau, não há uma obrigação formal de apresentar PPr.’. e as contribuições costumam ser pequenas (quando deveria ser justamente ao contrário). 

Embora geralmente nós estejamos trabalhando no primeiro grau simbólico, somos observados como MM.’. MM.’. e nosso compromisso deve ser maior. 

Por outro lado, um exercício e compromisso dos MM.’. deve ser também o de recompor todas as colunas da Loja e ocupar-se de chamar e convidar novamente a assistir às Reuniões a todos aqueles que possam estar ou não afastados ou que em ocasiões não assistam por motivos profanos. 

A ação anterior, naturalmente beneficiará a Loja em si mesma, como também ao próprio M.’. que fazia muito ou algum tempo que não comparecia. Afinal sentir-se querido, sentir-se chamado por um Ir.’. fraterno sempre é reconfortante e gerará uma sinergia especial, segundo nosso entender. 

O fato qual ocasionalmente, ao circular a Bolsa para o Troco de Solidariedade, algum Ir contribuem por si e por algum outro Ir.’. cujo nome menciona[4]não substitui a presença física na Loja. 

5.7. O trato ou comportamento nas LLoj.’. e fora delas, não constitui um exemplo ao qual espelhar-se. (3.7) 

O ponto fundamental de ser um homem Livre e de Bons Costumes, como condição “sine qual non” conflita frequentemente com as condutas dentro e fora da Loja os IIr.’. sejam estes de que Loja forem. 

Escândalos em que nós vemos envoltos, situações pessoais que circulam por ai etc., geram uma sensação de insatisfação e de receio por parte do Ir.’. que, enfim sempre se vê afetado (em alguma medida) pela ação de outro IIr.’. 

Isto inclui também o comportamento, o modo de falar usado e mesmo as intervenções dentro da própria Loja. Ou seja, inclui tudo que suceder em nossa Ord.’. e fundamentalmente na vida profana. 

Ante esta ou aquela circunstância desejo me espelhar a esse ou aquele Ir.’. ou desejo tomar distância do tema ou ato que se “circula”? 

E eis-nos aqui, tratando de desembaraçar tal circunstância. 

Reconhecemos a dificuldade deste ponto e que naturalmente não se pode “legislar” nem acordar nada em particular sobre o mesmo, e muito menos corrigir a conduta do terceiro em questão, uma proposta que fazemos é de assumirmos pessoalmente o compromisso de atuar da melhor forma possível dentro e fora da Ord.’. 

Não nos esqueçamos de que todos e cada de nós um somos referência para aqueles que nos sucedem. Embora nem sempre estejamos conscientes nem assumamos pessoalmente essa questão. 

5.8. Não se realizam atividades de expansão, colaboração, integração ou inserção na Comunidade. (3.8) 

Este é um aspecto que devemos considerar não somente a Loje sim o Oriente como um todo. 

Estrategicamente desejamos sair da Ord.’., também de sermos conhecidos e notados como entre outras coisas, uma entidade de serviços a terceiros (sejam IIr.’. ou não)? 

É nosso entender que este ponto em particular pode ser atrativo e sedutor para os novatos e para os não tão novos também. 

Embora um plano estratégico dependesse no geral do Oriente como um todo, de todo o modo temos em nossa Aug.’. e Resp.’ Loj.’. Simb.’. como responsabilidade própria e de interesse de terceiros, o “gerenciamento” de suas obras de filantropia e beneficência[5]. O qual de início nos proporciona uma boa razão para sair à vida profana com um fruto e trabalho direto de nossa Loja. 

Com anteriormente dito, quisemos desenvolver e compartilhar nosso entendimento em relação com um tema qual sempre nos preocupou, qual é o da retenção (ou resgate) dos IIr.’. que por diferentes motivos se afastam da Loja. 

O tema não está esgotado, existem também motivos psicológicos e pessoais que certamente também terão sua influência, embora estes pontos excedem o alcance de nossos conhecimentos e formação profissional. 

Para expô-los na presente Pr.’. é pretendido difundir na Loja nossas “rusgas” e “problemas” com o tema e nossas ideias dos motivos que originam o abandono paulatino das LLoj.’. como também o modo de enfrentá-los. 

Valle de Buenos Aires 

A los 22 días del mes de Diciembre de 2008, EV. 

PD: esta es una Plancha Bi-nacional, ya que fue pensada y ordenada en el V.’. de Asunción y finalmente escrita en el V.'. de Buenos Aires 

Fonte: http://rey-salomon.blogspot.com.br/2009/01/como-retener-al-hermano.html 

[1]Os Graus acabam sendo concedidos por mera formalidade e não por real mérito do obreiro.

[2] E de certo modo preparando novas gerações para a Ord.

[3]No original "sino con la Orquesta de Câmara dirigida por Don Luis Szaran, que en esa jornada ejecutara temas de nuestro H.: Wolfgang A. Mozart.”.

[4]Isto serve para que também os AApr.’.  que não compareceram, mas que também compõem a Loj\tomem ciência da existência de outros IIr.’..

[5]No original “Cent.: Aug.: y Resp.: Log.: Aurora del Paraguay Nº 1, como responsabilidad propia y hacia terceros, el “gerenciamiento” de la FUNDACIÓN ESPERANZA.”

http://pedraoculta.blogspot.com.br/

 

AMOR AGÁPE, AINDA QUE TARDIO


 

Vivemos momentos únicos, não bastasse uma Pandemia, na qual perdemos numerosos e valiosos Irmãos.

Necessitamos aprender a conviver, com a descortesia, por vezes desferida, por nossos próprios fraternos.

De alguma maneira, esquecemos o primeiro Landmark, que se refere à importância do reconhecimento, nos perdendo, em convenções e frivolidades.

Desrespeitos mútuos, porque nos falta, compreender:

Que podemos pensar diferente, mas que nada pode provocar pior dano, do que a certeza que somos seres "superiores" de alguma forma "plantados" no Universo, para sermos os Juízes das almas impuras e ignorantes, que ousam discordar das nossas verdades!

Sobram vaidades e se escasseia o Amor Ágape, este Amor que deveria ser a argamassa da nossa construção.

Esquecemos da nossa Ancestralidade ou a trocamos, por breves surtos de Autoridade e Poder.

Onde está morando a máxima:

Somos Irmãos?

Se não conseguimos, viver em espírito e realidade, em Comunhão?

Onde está a nossa tão decantada, União Fraternal?

Caros Confrades recolhamos as espadas e ainda de forma tardia, deixemos nascer em nós o verdadeiro Amor Ágape.

CAM

Jaylton Reis

A Bigorna de Tubalcaim

Maçonaria sem Fronteiras

Hospitalaria sem Bandeiras

OPOSIÇÃO À MAÇONARIA E LIVROS ANTIMAÇÔNICOS


 

Inúmeras obras antimaçônicas foram escritas no passado. Algumas com consequências mortais, instigando à perseguição de parte dos fundamentalistas políticos e religiosos. São exemplos: a perseguição na Alemanha, por Adolfo Hitler; na Espanha, Francisco Franco; diversos papas católicos e líderes de outras miríades de religiões fundamentalistas.

Milhares de maçons foram assassinados em consequência destas obras escritas apenas para público profano desejoso de conhecer os “terríveis segredos da Maçonaria”. Outros tinham por alvo disseminar mentira e instigar à discriminação racial, guerras ideológicas e sanguinárias, como no caso de “Os Protocolos dos Sábios de Sião”.

Houve obras antimaçônicas que causaram até bem para a ordem maçônica porque trouxeram mais informação útil que alguns livros maçônicos escritos com o objetivo de auxiliar, ou registrar fundamentos, filosofias e a sua história ou liturgia.

Existem obras de autores maçônicos causadores de danos graves; são os escritos por pessoas de pouco ou nenhum conhecimento técnico histórico. Inventaram histórias e dados inconsistentes que, de tanto serem replicadas, alcançaram até status de verdade, mas alimentam as baterias dos detratores.

Existem casos onde os fatos relatados têm mínima chance diante de uma pesquisa superficial; é pura ficção, de pouco ou nenhum suporte. Obras que não respeitam a inteligência dos antimaçons, e certamente, muito menos ainda, a dos maçons.

O observador arguto deduz prontamente que, os piores inimigos estão dentro da Maçonaria, constituído de “irmãos” oportunistas e astutos na preparação de ardis, que à luz da pesquisa desmoronam, revelando sórdidos objetivos comerciais. Estes sim expõem a Maçonaria Universal a ridículo e perigo; geram a munição que os detratores da instituição maçônica buscam para carregar as suas armas insidiosas.

Apenas um ano após a aparição da primeira constituição maçônica, quando, em 1724, foi escrito o Livro das Constituições de James Anderson, surgiu em Londres, de autor anônimo e edição de Willian Wilmont, um pequeno impresso com o título “Revelado o Grande Mistério dos Maçons”.

Tudo leva a crer que o autor foi um cobarde, cujo único objetivo foi vender informações maçônicas ao maior número de pessoas. Depois surgiu “Toda a Instituição Maçônica”, revelando até sinais e palavras.

Foram muitos os textos que surgiram na época, alguns até plágio dos primeiros, mas todos com o objetivo de fazer dinheiro à custa da curiosidade profana. A partir de 1730 surgiram obras antimaçônicas de vulto e impacto: “A Maçonaria Dissecada” de Samuel Prichard. Em 1744, o abade Perau publicou o livro: “A Ordem dos Franco-maçons Traída e Seus Segredos Revelados”.

Neste mesmo ano, Luiz Traveno publicou diversos livros versando sobre Maçonaria, sempre expondo assuntos internos, no claro objetivo de apenas vender livros e fazer dinheiro. Em 1760 foi editado um livro de autor desconhecido, “As Três Batidas Distintas”.

Em 1762 apareceu o livro “Jaquim e Boaz”. Depois surgiu “Memórias do Jacobinismo”, do padre Augustinho Barruel, o qual é considerado, de fato, o pai da antimaçonaria, pois a sua criatividade criou fábulas tão verossímeis que estas ainda hoje prejudicam os maçons.

De todos estes autores podemos aceitar até motivação por ódio e oportunismo comercial contra a Maçonaria, pois não eram maçons. Entretanto, o maior mestre do engodo, de todos os tempos, foi o aprendiz Maçom Leo Taxil, este causou estragos terríveis à ordem maçônica. Depois deste “irmão” surgiu frei Boaventura, com o seu livro “A Maçonaria no Brasil”, que também pretendia contar os “segredos” dos homens que se reuniam a portas fechadas em confrarias fraternas.

O supremo campeão é sem dúvidas “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, obra ficcional na qual foram baseadas as invenções de alguns detratores e principalmente de parte do padre Barruel, dando conta de uma suposta “Conspiração Maçônica”, e onde foram dramatizadas situações sem fundamento que muitos males causaram aos maçons ao longo do tempo; nem as dramatizações de Leo Taxil e todos os anteriores ao padre Barruel causaram tanto mal. Mesmo escrevendo diversos livros dos dramas e problemas proporcionados, não se esgota o assunto da antimaçonaria.

Na Internet encontram-se inúmeros websites contendo informações desencontradas da organização e ação da Maçonaria que carecem até de algum discernimento para perceber o engodo nelas contido. Na sua maioria são produções que usam os livros já citados e até da bíblia judaico-cristã como plataforma da calúnia e raciocínio falso.

Todo extremismo, todo fundamentalismo religioso e político tem estas características; quando não consegue convencer pelo argumento lógico e claro, apela para a mentira e fantasia, torce o sentido das palavras dos seus livros sagrados para denegrir qualquer obstáculo que lhes embarace o caminho aos negócios bilionários ou caça ao poder efêmero.

Felizmente a instituição maçônica provê abertura para debate de amplo leque. Maçonaria não se faz com templos, livros, grandes lojas, grandes orientes, sinais, palavras de passe ou palavras sagradas! Estas são apenas ferramentas, utensílios que facilitam o raciocínio, abrem o entendimento.

A Maçonaria faz-se dentro da mente e no coração! Todo o resto é ilusão! Nem mágica ou misticismo colaboram, antes denigrem e municiam os inimigos com argumentação para quebrar e hegemonia da Maçonaria Universal. Não fossem a pequenez e fragilidade humana, as ferramentas, obediências, ritos e locais de reunião seriam até desnecessárias!

A Maçonaria seria dispensável! Tentar revelar os “segredos” da ordem maçônica é seguramente um vão esforço dos detratores de alcançarem o vento na corrida! Grandes pensadores já intuíram em tempos idos que, onde existirem pessoas que se tratam como irmãos e demonstram profundo amor entre si, com certeza ali estará o espírito do Grande Arquiteto do Universo e pratica-se a verdadeira Maçonaria; independente de se as pessoas forem ou não iniciadas. A iniciação verdadeira ocorre no coração. É dádiva divina! Resultado de sã racionalidade, lógica e espiritualidade, equilibrados.

Uma dos mais fantásticos insights proporcionados pela Maçonaria é o autoconhecimento; “o conhece-te a ti mesmo”, de Sócrates; a viagem interior que afasta da mente todo apego estrito à palavra escrita ou falada e revela a espiritualidade; o lugar onde está o Deus, onde cada um tem o Deus criado a partir de antropomorfismo que é característica do homem comum.

O Maçom sequer discute ou gera Deuses à sua imagem e semelhança, porque seres desta magnitude não cabe dentro da lógica e apenas gera separação e ranger de dentes, daí usar apenas do conceito de um Princípio Criador, ao qual denomina Grande Arquiteto do Universo. É a razão da paz encontrada entre as colunas das lojas dos maçons.

É o conhecimento da verdade relativa em todas as questões que conduz ao crescimento pessoal e espiritualidade avançada; o Maçom que possui o conhecimento da Maçonaria em si não é idólatra, materialista ou medíocre.

O fundamentalismo de qualquer espécie terá muito trabalho para manter a cegueira que subjuga por uns tempos, já que a evolução espiritual e do autoconhecimento do Maçom promovem o discernimento que conduz à sabedoria e liberdade.

O livre pensador torna-se independente de intermediários na busca da sua espiritualidade. O Deus que busca está perto para o iniciado e muito longe ao cego escravizado, num hipotético céu, em virtude de estar submetido a dogmas e fantasias dos inimigos da liberdade.

As religiões querem escravos do pensamento para manter o seu poder temporal efêmero, algo de que a Maçonaria liberta os seus homens e, devido a isto, as religiões odeiam a ordem maçônica criando mentiras. O mesmo faz o poder político absolutista, ditatorial.

Vencer os detratores da Maçonaria é a razão do Maçom cauterizar e envolver a sua mente com forte couraça de aço. Aprende a usar a espada numa mão, que é a sua língua manejada com maestria no derrubar das mentiras ou raciocínios ilógicos e, na outra mão, porta a trolha com a qual constrói e apazigua uma sociedade livre de obscurantismo.

O corpo do Maçom, que constitui o seu templo, o seu lugar de adoração sagrado, permanece puro, imaculado da perfídia imunda do obscurantismo gerados por religiões e ideologias políticas que conspurca a sociedade humana. Porque o Deus que reside no Maçom é tão verdadeiro como aquele que reside em qualquer outra criação do Universo.

A Maçonaria promove nos homens por ela treinados a mais ampla liberdade; a suprema liberdade do pensamento; é onde qualquer ser racional é absolutamente livre por característica de projeto devido ao Grande Arquiteto do Universo.

Charles Evaldo Boller

Bibliografia

BAYARD, Jean-Pierre, A Espiritualidade na Maçonaria, Da Ordem Iniciática Tradicional às Obediências, tradução: Julia Vidili, ISBN 85-7374-790-0, primeira edição, Madras Editora Ltda., 368 páginas, São Paulo, 2004;

BOUCHER, Jules, A Simbólica Maçônica, Editora Pensamento, 1979;

CARVALHO, Francisco de Assis, O Avental Maçônico e Outros Estudos, Nº 6, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 160 páginas, Londrina, 1989;

FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 550 páginas, São Paulo, 1989;

PROBER, Kurt, História do Supremo Conselho do Grau 33 do Brasil, Volume 1, 1832 a 1927, primeira edição, Kosmos, 405 páginas, Rio de Janeiro, 1981;

WESTCOTT, William Wynn, Maçonaria e Magia, título original: Tha Magical Mason, tradução: Joaquim Palácios, ISBN 85-315-0384-1, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 240 páginas, São Paulo, 1983.

 

VIVA A MORTE DE CADA DIA


 

Um jovem aprendiz foi procurar o seu mestre com um grande temor: ele temia a morte. Chegando ao templo, o aprendiz ajoelhou-se e abriu seu coração:

Mestre sinto-me envergonhado de dizer, mas temo muito a morte. O que devo fazer? Como posso superar esse medo?

O mestre, pacientemente, ajoelhou-se ao lado do discípulo e disse:

Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida, e isso é um erro. Existem outros tipos de morte, e nós precisamos morrer todo dia.

Todo dia, mestre? Eu já tenho medo de morrer uma vez, quem dirá todos os dias – interrompeu o aprendiz.

O mestre:

A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, não existe um maçom sem a morte de um profano, Isso é óbvio! A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro.

Vendo que o semblante do aprendiz tinha dado os primeiros sinais de alegria, o mestre continuou sua explicação:

Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.

Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.

Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro ou ciumento ou solteiro solto que pensa poder fazer planos sozinho, sem ter de dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.

Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso “eu” passado, inferior.

E qual o risco de não agirmos assim? – perguntou o jovem.

O mestre:

O risco é tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo nossa produtividade e, por fim, prejudicando nosso sucesso.

Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou agiam. Acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos, adultos infantilizados.

Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que não matemos virtudes de criança que também são necessárias a nós, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade etc. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar pensamentos infantis, para passarmos a pensar como adultos.

Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e mais evoluído? Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, para que nasça o ser que você tanto deseja ser?

Pense nisso e morra! Mas não se esqueça de nascer melhor ainda!

Do livro: “As mais belas parábolas de todos os tempos vol. II” – Alexandre Rangel (Adaptado Luciano José Antunes Urpia)

 

O TEMPO, A IDADE E A MAÇONARIA


 

Mais do que uma idade certa, há uma maturidade certa para se ser iniciado.

Muitos nunca atingem essa maturidade: nascem, vivem e morrem sem nunca perder um segundo com as “grandes questões”, tal a azáfama com que passam por esta existência.

Outros a atingem encontram as suas próprias respostas, e deixam, a partir de certo ponto, de fazer sentido procurarem outro método de aperfeiçoamento, pois já encontraram o seu próprio método, chegaram às suas próprias conclusões, traçaram o seu próprio caminho.

Cada Maçom tem a sua própria história, o seu próprio ritmo, o seu próprio percurso.

Uns chegam mais cedo, outros mais tarde.

Uns caminham mais depressa, outros mais devagar.

Outros ainda levam mais tempo numa fase, e noutra disparam a correr.

Ou ao contrário.

Temos entre nós quem tenha sido iniciado aos vinte e poucos anos, e quem o tenha sido já depois de ser avô.

Temos quem tenha sido aprendiz ou companheiro durante bastantes anos, e quem ao fim de menos de dois anos já fosse mestre.

Temos quem tenha ficado pouco tempo, quem tenha ficado alguns anos, e quem ainda cá esteja.

Por tudo isto, encontra-se numa loja uma grande diversidade de idades, maturidades e sensibilidades.

A todos une, porém, a vontade de se tornarem pessoas melhores, e de o fazerem juntos, e aprendendo uns com os outros.

Os aprendizes mais jovens podem aproximar-se mais facilmente de mestres mais próximos da sua idade, até estarem mais à vontade com os mais velhos.

Os aprendizes mais velhos terão porventura maior afinidade, pelo menos inicialmente, com os maçons mais maduros.

Com o passar do tempo, à medida que aquelas caras vão adquirindo nomes, aos nomes vão-se juntando feitios, e os feitios, as caras e os nomes tornam-se pessoas que vamos conhecendo e distinguindo das demais.

Os aprendizes vão-se percebendo com quem podem aprender melhor o quê, e acabam por aprender com todos – com uns mais do que com outros, mas isso também faz parte…

Chegado a companheiro, o Maçom conhecerá já razoavelmente a maioria dos irmãos da sua loja, e estes a ele.

Terá, para, além disso, passado pela experiência de ter “irmãos mais novos”, iniciados depois dele.

Estes irmãos mais novos podem ser até mais velhos em idade, o que torna tudo muito mais interessante.

E quando se chega a mestre, percebe-se por fim que todos têm alguma coisa a aprender com cada um dos demais.

Os mestres mais novos encontram nos mais velhos a experiência de quem já passou por muitas situações difíceis, tomou muitas decisões – algumas mais certas que outras – e tem, enfim, a sabedoria que só a idade, a experiência e as dificuldades proporcionam.

Por seu lado, os mestres mais velhos encontram nos mais novos a possibilidade de reviver e questionar o seu próprio percurso, de tornar de novo novas as suas velhas dúvidas e questões, e a possibilidade de passarem para outros aquilo que receberam dos que os antecederam.

Uns e outros partilham da alegria de estarem juntos, de serem diferentes, e de terem algo a aprender uns com os outros.

Sem sangue novo, uma loja está condenada, mais ano menos ano, a abater colunas: não há quem ensinar e, à medida que os mestres forem passando ao Oriente Eterno, a loja vai ficando menor, até deixar de se poder manter.

Por outro lado, sem o “sangue velho” – e muitas começaram assim – a loja pode até existir, mas é uma loja sem raízes nem memória, que só adquirirá com o decorrer dos anos.

Diz-se que em Maçonaria nada se ensina, e tudo se aprende.

É, por isso, um privilégio poder-se aprender com quem cá está há mais tempo.

Grupo Memórias e Reflexões Maçônicas


SER OU ESTAR MAÇOM


Muitos confundem o Pertencer à Instituição Maçônica, com fato de que a partir de seu ingresso, é como se abrisse um portal, um umbral cósmico, e toda problemática que envolve o viver em sociedade se resolve, como num passe de mágica.

Ledo Engano. O Estar Maçom, que é o mesmo que Pertencer à Instituição Maçônica, é bem diferente e Distante do Ser Maçom. Estar ou Pertencer, é fácil. Principalmente nos dias atuais.

Bastou preencher requisitos específicos, ter proeminência social e status, ter posses financeiras, enfim, estar dotado de efemérides que despertem o interesse de uma Instituição Maçônica, que certamente, sem muita dificuldade, você estará Maçom.

Agora Ser Maçom, ainda que estando. Ah, isso é muito difícil e quase impossível. Muitos se enfurecerão com esse escrito, mas tudo bem, em sendo Maçom, já me acostumei com a ira e a intolerância dos meus diletos irmãos.

Ser Maçom, de verdade, é a tarefa mais árdua da maçonaria. É realmente estar inserido nesta sociedade, e permitir que ela se insira e aja no seu coração e atitudes.

É mais se doar como pessoa, saber ouvir, respeitar as posições e contra pontos adversos de seus irmãos. É reconhecer a todos, absolutamente todos, de forma indistinta, primando somente pelos Old Charges, os Velhos Costumes.

Sem Estar aprisionado, às convencionalidades mundanas e humanas, que se interpuseram institucionalmente entre os que estão e são, como meio de mediação separatista, dicotomizadora, segregacionista.

Como critério classificatório de quem legitimamente é ou está. Na somatória única, todos, hora estamos e hora somos, movidos nessa maré babelistica, que como canto de sereia, nos entorpece a consciência e os ouvidos e perdemos o senso real.

Ser ou estar, é optativo, cabe a cada um de nós esta opção.mas vale muito a reflexão, de que sendo ou estando Maçom, assim o sou, porque somente eu adentrei ao umbral, e não permiti ser adentrado pela instituição?

O princípio da falência ordinal, foi deixar a vaidade adentrar. A resignificação é possível, se voltarmos ao empirismo, onde todos éramos e não estávamos.

Texto Reflexivo De Um Eterno Aprendiz

Alfonso Rameta Dos S. Neto

 

 

 

 

SER RECONHECIDO MAÇOM…


 

Para alguém ser considerado maçom, primeiramente terá de ser reconhecido por outro como tal. Depois terá de passar por um conjunto de processos após os quais será aceite (ou não) por uma Respeitável Loja e a sua consequente Iniciação.

Mas não é tão fácil como o parágrafo anterior se apresenta, mas também não será tão difícil como se poderá supor.

Nas Maçonarias tipicamente anglo-saxônicas é usual a célebre afirmação “2B1ASK1”, ou seja, “To Be One, ask One” (Para ser Um, Pergunte a Um; numa tradução literal), o que permitirá mais facilmente atrair mais gente a esta Augusta Ordem.

Mas por norma, qualquer Obediência (Potência Maçônica) tem um domicílio físico, isto é, uma porta onde se poderá bater no caso de que algum potencial candidato que se interesse ou identifique com os princípios e causas maçônicas se puderam dirigir caso não tenha nenhum conhecido que seja maçom na sua lista de contatos ou esfera de influência. Ou também, o que sucede bastantes vezes, não tenha sido reconhecido ainda por algum outro maçom.

Mas que “reconhecimento” é esse que acabei de falar?!

Nada mais nada menos que tal como os maçons afirmam, que se reconheça em alguém que seja uma pessoa “livre e de bons costumes”, com um comportamento probo e honesto; que seja alguém considerado com bom “pai de família” e um bom colega de trabalho pelos seus pares; que esteja inserido na sociedade onde viva e que tenha vontade em aprender e partilhar o que sabe com outrem; bem como ter também à vontade em auxiliar o seu semelhante.

Todavia, e aqui algo que poderá criar confusão na mente de algumas pessoas, o candidato terá de ser alguém com defeitos, ou seja, alguém que identifique e reconheça os seus defeitos pessoais e tenha a vontade e ambição de mudar o seu comportamento para melhor – “vencer os seus vícios e paixões”… – evoluindo como pessoa e ser humano que é através de uma via espiritual e iniciática que neste caso preciso é a Maçonaria.

Em geral, em minha opinião, não é a simples pertença na Maçonaria que tornará “homens bons” em “homens melhores”, antes pelo contrário, serão os homens que poderão tornar a instituição maçônica em algo melhor; pois as suas atitudes estarão sob o escrutínio da Sociedade. Os maçons são os seus próprios “juízes e carrascos”, o resto é conversa…

A Maçonaria através das suas “ferramentas filosóficas e espirituais” é que pode auxiliar na evolução pessoal de cada um em direção a um aperfeiçoamento moral e comportamental. Por isso é que é hábito em maçonaria se afirmar que “a Ordem não procura homens perfeitos”, pois esses já trilharam o seu caminho…

À Maçonaria interessa sim, quem deseja mudar, mas mudar para melhor…

Somente atuando assim, é que alguém pode um dia esperar ser reconhecido como maçom. Mas não lhe bastará apenas ter sido reconhecido, há que continuar nesta senda de perfeição, caso contrário, as palavras, as atitudes, os comportamentos serão vãos e apenas tudo culminará numa perda de tempo para ambas as partes, tanto para a Respeitável Loja e Obediência que o acolha, quanto para o próprio, que será passível de perder um reconhecimento que por regra não é atribuído a qualquer um!

Tanto que por isso, sempre após uma possível “identificação maçônica” num profano ou após a submissão de um pedido de candidatura de adesão a uma Respeitável Loja, é desencadeado um conjunto de diligências, nomeadamente um processo de inquirição, para que se possa averiguar qual a conduta do suposto candidato a iniciar. Seja através de conversas com o próprio ou com seus familiares e/ou amigos, para que se possam aferir quais as reais intenções de quem deseja que “a porta lhe seja aberta”…

É que fortuitamente e como em qualquer instituição ou associação onde entre o bicho-homem, também por vezes a Maçonaria tem alguns erros de casting que acabam por manchar a reputação dos demais maçons e influenciar negativamente a opinião profana sobre a Maçonaria e os seus membros. E geralmente são estes casos que vêm a público, pois o bem que a Maçonaria faz, apenas fica resguardado para ela…

E, mesmo depois de ter terminado o processo de inquirição respeitante a um candidato, o mesmo ainda terá de ser sufragado pela Respeitável Loja que o irá cooptar no futuro. E somente após essa decisão da loja, será ou não iniciado.

Por isto tudo, é que afirmei no início que não seria difícil entrar na Maçonaria, mas que por sua vez também, não será tão fácil assim como se poderia supor.

Finalizando e em jeito de conclusão, tenho para mim que antes de se entrar na Maçonaria e se obter qualquer tipo de reconhecimento, já a Maçonaria “entrou dentro de nós”…

Nuno Raimundo

Publicado no Blog “A partir pedra”

 

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