Inúmeras obras antimaçônicas
foram escritas no passado. Algumas com consequências mortais, instigando à
perseguição de parte dos fundamentalistas políticos e religiosos. São exemplos:
a perseguição na Alemanha, por Adolfo Hitler; na Espanha, Francisco Franco;
diversos papas católicos e líderes de outras miríades de religiões
fundamentalistas.
Milhares de maçons
foram assassinados em consequência destas obras escritas apenas para público
profano desejoso de conhecer os “terríveis segredos da Maçonaria”. Outros
tinham por alvo disseminar mentira e instigar à discriminação racial, guerras
ideológicas e sanguinárias, como no caso de “Os Protocolos dos Sábios de Sião”.
Houve obras antimaçônicas
que causaram até bem para a ordem maçônica porque trouxeram mais informação
útil que alguns livros maçônicos escritos com o objetivo de auxiliar, ou registrar
fundamentos, filosofias e a sua história ou liturgia.
Existem obras de
autores maçônicos causadores de danos graves; são os escritos por pessoas de
pouco ou nenhum conhecimento técnico histórico. Inventaram histórias e dados
inconsistentes que, de tanto serem replicadas, alcançaram até status de
verdade, mas alimentam as baterias dos detratores.
Existem casos onde os fatos
relatados têm mínima chance diante de uma pesquisa superficial; é pura ficção,
de pouco ou nenhum suporte. Obras que não respeitam a inteligência dos antimaçons,
e certamente, muito menos ainda, a dos maçons.
O observador arguto
deduz prontamente que, os piores inimigos estão dentro da Maçonaria,
constituído de “irmãos” oportunistas e astutos na preparação de ardis, que à
luz da pesquisa desmoronam, revelando sórdidos objetivos comerciais. Estes sim
expõem a Maçonaria Universal a ridículo e perigo; geram a munição que os detratores
da instituição maçônica buscam para carregar as suas armas insidiosas.
Apenas um ano após a
aparição da primeira constituição maçônica, quando, em 1724, foi escrito o
Livro das Constituições de James Anderson, surgiu em Londres, de autor anônimo
e edição de Willian Wilmont, um pequeno impresso com o título “Revelado o
Grande Mistério dos Maçons”.
Tudo leva a crer que o
autor foi um cobarde, cujo único objetivo foi vender informações maçônicas ao
maior número de pessoas. Depois surgiu “Toda a Instituição Maçônica”, revelando
até sinais e palavras.
Foram muitos os textos
que surgiram na época, alguns até plágio dos primeiros, mas todos com o objetivo
de fazer dinheiro à custa da curiosidade profana. A partir de 1730 surgiram
obras antimaçônicas de vulto e impacto: “A Maçonaria Dissecada” de Samuel Prichard.
Em 1744, o abade Perau publicou o livro: “A Ordem dos Franco-maçons Traída e
Seus Segredos Revelados”.
Neste mesmo ano, Luiz
Traveno publicou diversos livros versando sobre Maçonaria, sempre expondo
assuntos internos, no claro objetivo de apenas vender livros e fazer dinheiro.
Em 1760 foi editado um livro de autor desconhecido, “As Três Batidas
Distintas”.
Em 1762 apareceu o
livro “Jaquim e Boaz”. Depois surgiu “Memórias do Jacobinismo”, do padre
Augustinho Barruel, o qual é considerado, de fato, o pai da antimaçonaria, pois
a sua criatividade criou fábulas tão verossímeis que estas ainda hoje
prejudicam os maçons.
De todos estes autores
podemos aceitar até motivação por ódio e oportunismo comercial contra a
Maçonaria, pois não eram maçons. Entretanto, o maior mestre do engodo, de todos
os tempos, foi o aprendiz Maçom Leo Taxil, este causou estragos terríveis à
ordem maçônica. Depois deste “irmão” surgiu frei Boaventura, com o seu livro “A
Maçonaria no Brasil”, que também pretendia contar os “segredos” dos homens que
se reuniam a portas fechadas em confrarias fraternas.
O supremo campeão é
sem dúvidas “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, obra ficcional na qual foram
baseadas as invenções de alguns detratores e principalmente de parte do padre
Barruel, dando conta de uma suposta “Conspiração Maçônica”, e onde foram
dramatizadas situações sem fundamento que muitos males causaram aos maçons ao
longo do tempo; nem as dramatizações de Leo Taxil e todos os anteriores ao
padre Barruel causaram tanto mal. Mesmo escrevendo diversos livros dos dramas e
problemas proporcionados, não se esgota o assunto da antimaçonaria.
Na Internet
encontram-se inúmeros websites contendo informações desencontradas da
organização e ação da Maçonaria que carecem até de algum discernimento para
perceber o engodo nelas contido. Na sua maioria são produções que usam os
livros já citados e até da bíblia judaico-cristã como plataforma da calúnia e
raciocínio falso.
Todo extremismo, todo
fundamentalismo religioso e político tem estas características; quando não
consegue convencer pelo argumento lógico e claro, apela para a mentira e
fantasia, torce o sentido das palavras dos seus livros sagrados para denegrir
qualquer obstáculo que lhes embarace o caminho aos negócios bilionários ou caça
ao poder efêmero.
Felizmente a
instituição maçônica provê abertura para debate de amplo leque. Maçonaria não
se faz com templos, livros, grandes lojas, grandes orientes, sinais, palavras
de passe ou palavras sagradas! Estas são apenas ferramentas, utensílios que
facilitam o raciocínio, abrem o entendimento.
A Maçonaria faz-se
dentro da mente e no coração! Todo o resto é ilusão! Nem mágica ou misticismo
colaboram, antes denigrem e municiam os inimigos com argumentação para quebrar
e hegemonia da Maçonaria Universal. Não fossem a pequenez e fragilidade
humana, as ferramentas, obediências, ritos e locais de reunião seriam até
desnecessárias!
A Maçonaria seria
dispensável! Tentar revelar os “segredos” da ordem maçônica é seguramente um
vão esforço dos detratores de alcançarem o vento na corrida! Grandes pensadores
já intuíram em tempos idos que, onde existirem pessoas que se tratam como
irmãos e demonstram profundo amor entre si, com certeza ali estará o espírito
do Grande Arquiteto do Universo e pratica-se a verdadeira Maçonaria;
independente de se as pessoas forem ou não iniciadas. A iniciação verdadeira
ocorre no coração. É dádiva divina! Resultado de sã racionalidade, lógica e
espiritualidade, equilibrados.
Uma dos mais
fantásticos insights proporcionados pela Maçonaria é o autoconhecimento; “o
conhece-te a ti mesmo”, de Sócrates; a viagem interior que afasta da mente todo
apego estrito à palavra escrita ou falada e revela a espiritualidade; o lugar
onde está o Deus, onde cada um tem o Deus criado a partir de antropomorfismo
que é característica do homem comum.
O Maçom sequer discute
ou gera Deuses à sua imagem e semelhança, porque seres desta magnitude não cabe
dentro da lógica e apenas gera separação e ranger de dentes, daí usar apenas do
conceito de um Princípio Criador, ao qual denomina Grande Arquiteto do
Universo. É a razão da paz encontrada entre as colunas das lojas dos maçons.
É o conhecimento da
verdade relativa em todas as questões que conduz ao crescimento pessoal e
espiritualidade avançada; o Maçom que possui o conhecimento da Maçonaria em si
não é idólatra, materialista ou medíocre.
O fundamentalismo de
qualquer espécie terá muito trabalho para manter a cegueira que subjuga por uns
tempos, já que a evolução espiritual e do autoconhecimento do Maçom promovem o
discernimento que conduz à sabedoria e liberdade.
O livre pensador
torna-se independente de intermediários na busca da sua espiritualidade. O Deus
que busca está perto para o iniciado e muito longe ao cego escravizado, num
hipotético céu, em virtude de estar submetido a dogmas e fantasias dos inimigos
da liberdade.
As religiões querem
escravos do pensamento para manter o seu poder temporal efêmero, algo de que a
Maçonaria liberta os seus homens e, devido a isto, as religiões odeiam a ordem maçônica
criando mentiras. O mesmo faz o poder político absolutista, ditatorial.
Vencer os detratores
da Maçonaria é a razão do Maçom cauterizar e envolver a sua mente com forte
couraça de aço. Aprende a usar a espada numa mão, que é a sua língua manejada
com maestria no derrubar das mentiras ou raciocínios ilógicos e, na outra mão,
porta a trolha com a qual constrói e apazigua uma sociedade livre de
obscurantismo.
O corpo do Maçom, que
constitui o seu templo, o seu lugar de adoração sagrado, permanece puro, imaculado
da perfídia imunda do obscurantismo gerados por religiões e ideologias
políticas que conspurca a sociedade humana. Porque o Deus que reside no Maçom é
tão verdadeiro como aquele que reside em qualquer outra criação do Universo.
A Maçonaria promove
nos homens por ela treinados a mais ampla liberdade; a suprema liberdade do
pensamento; é onde qualquer ser racional é absolutamente livre por
característica de projeto devido ao Grande Arquiteto do Universo.
Charles Evaldo Boller
Bibliografia
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tradução: Julia Vidili, ISBN 85-7374-790-0, primeira edição, Madras Editora
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PROBER, Kurt, História
do Supremo Conselho do Grau 33 do Brasil, Volume 1, 1832 a 1927, primeira
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WESTCOTT, William
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