O IRMÃO RABUGENTO



“Nem todo velho é bom só por ser velho. Ao contrário, se não acumularmos bom humor, autocrítica, certa generosidade e cultivo de afetos vários, seremos velhos rabugentos que afastam família e amigos” (Lya Luft)

O termo “rabugento” logo traz à mente a fisionomia de uma pessoa que reclama de tudo, vive se queixando e implicando com tudo e com todos, e não se restringe a idade ou gênero específicos.

Nos dicionários colhemos ainda: ranzinza, ranheta, briguento, birrento, mal-humorado, impaciente etc. Com certeza, a associação com “rabujo”, que significa fedor, sarna ou mau cheiro, e provoca um afastamento estratégico, permite-nos entender o simbolismo envolvido.

Seguramente, um número bem reduzido, excetuando-se os praticantes do socrático “conhece-te a ti mesmo”, se dá conta da situação e, como sempre, os outros é que nos “reconhecem como tal”, pois identificar uma pessoa com essas características é relativamente fácil.  Nesse cenário, inconcebível não vir à mente a citação bíblica sobre ficar olhando o cisco no olho do irmão e não prestar atenção na trave que há em nosso próprio olho.

Antes de prosseguir informamos, cautelarmente, que os comentários e exemplos abaixo, pertencentes à esfera da ficção, que qualquer semelhança com a realidade de nossas lojas é mera coincidência.

Trata-se de “causos” capturados durante peregrinações com a Escola Maçônica. 

Poder-se-ia até supor que a narrativa calhasse em Oriente longínquo, preferentemente de outra Potência, quiçá “irregular”. Mas, a caricatura pode ser proveitosa como um sobreaviso para que não nos deixemos sucumbir frente às garras da rabugice.

Deparamo-nos, eventualmente, com situações em que obreiros atravessam a ritualística e quebram a harmonia dos trabalhos com comentários paralelos, julgando-se senhores do certo e do errado.

Outros apontam deslizes de forma abrupta, como se donos fossem, com ar professoral e recorrendo à condição de “fundadores”, usurpando função dos titulares responsáveis, quando não reclamam de uma determinada circunstância, falando fora de hora e invocando “questão de ordem”, desconcentrando os demais.

Esses críticos contumazes, em várias oportunidades, ao executarem uma função, cometem erros similares aos que apontam ou ainda costumam desempenhar o ofício de forma apática, desobrigando-se a observar as regras.

Poucos, quando não cochilam, resmungam por nada e o tempo todo, “pensam alto”, reclamam de demora da reunião ou do tempo de estudos – “o trabalho ficou grande, poderia ter feito um resuminho…se desse uma boa enxugada ficaria melhor…poderia ter diminuído a falação…perdemos o primeiro tempo do jogo… ou … o ágape já começou, sabia?!”. Nas oportunidades em que recebem uma cópia de trabalho, desdenham e o “esquecem” sobre o assento ao se retirarem.

Ainda não foram confirmadas ocorrências da espécie, mas já se especula sobre a possibilidade de rabugentos e seguidores evoluírem no sentido de se colocarem contra proposições da direção da Loja apenas e tão-somente para obstaculizar a operacionalização de sugestões, ao impor derrotas e não dar créditos para os proponentes, com demonstrações de mentalidades tacanhas ou vingativas.

Dir-se-ia, talvez, que se pode ouvir nos átrios comentários do tipo “eu faria diferente…”, típico dos “engenheiros de obras feitas” ou a “fácil sabedoria ex-post”. Esperamos que fique apenas no campo da imaginação, mas é importante manter a vigilância.

Nossos rabugentos favoritos, se não estão carrancudos, fazem caras e bocas e agitam-se o tempo todo. Ao argumentarem ou questionarem sobre algum episódio, e mesmo com razão, exprimem nervosismo e esticam mais do que podem a fala.

Nas sessões magnas pedem a palavra, se inflamam ao tecer arrastadas loas individualmente aos diversos contemporâneos ocupantes de cadeiras cativas no Oriente, com o uso de frases elaboradas, expressões emotivas, gestos enfáticos, narrativas de experiências alhures compartilhadas e nada sobre o ato que acaba de ser realizado, apenas para desejar um bom fim de semana a todos e a cada um em particular.

Não são raros os casos em que esses amados irmãos durões se melindram com a mais cortês crítica, dizendo – “já cansei de falar sobre isso e ninguém me leva a sério, minhas palavras foram levadas pelo vento.

Doravante não falo mais nada”. Na sequência, atravessam um pedido de desculpa geral e auto impõem-se um obsequioso silêncio. Durante um bom período se fecham em copas, mostrando-se reticentes em fazer qualquer comentário.

Mas, graças às luzes do Grande Arquiteto do Universo suplicadas na exortação de abertura dos trabalhos, e depois de alguns afagos, voltam a se manifestar e a compartilhar os inexauríveis conhecimentos de que são detentores.

Há ainda os que se julgam os únicos a enfrentar adversidades, sempre se vitimizam e não revelam serenidade para ouvir os demais quando em uso da palavra.

Ai daquele obreiro mais inspirado que ousa ilustrar uma explanação com um recurso filosófico ou poético, provocando a ira dos rabugentos a sussurrarem que maçonaria é “coisa de macho”, instigando sorrisos sarcásticos de concordância por parte de títeres que não refletem criticamente.

Os mais estrategistas não falam diretamente nos momentos apropriados, mas enviam recados por intermédio dos mais simpáticos e acolhedores, com grande movimentação dos Mestres de Cerimônias, que já estão habituados a ouvir o som do estalar de dedos ou a chamada com um gesto do indicador.

E tem aquele que nos faz lembrar a letra da música “Sabiá” de Dominguinhos – “A todo mundo eu dou psiu – Psiu, Psiu, Psiu”. Ex-Veneráveis mais modernos às vezes são persuadidos a levar mensagens dos rabugentos (diga ao seu Venerável isso, isso e isso…..).

Perdoemos, por ora, os renitentes produtores de efeitos sonoros com copinhos descartáveis e papeis de balas, que mesmo alertados persistem, lembrando-nos o crepitar de uma fogueira de São João – nosso Patrono.

Nestes tempos de redes sociais palpitantes e funcionando as 24 horas do dia, com as caixas de entrada de e-mails superlotadas, aplicativos repletos de mensagens e vídeos repetitivos, longos, cansativos e fora de contexto, enviados por impulso e sem nenhuma avaliação prévia, não podemos deixar de falar dos melindrosos, que por uma opinião divergente, saem do grupo de WhatsApp –  “espírito obsessor”, segundo os que rejeitam e torcem para que essa tecnologia se exploda – da Loja, por qualquer motivo, retornam por algum tempo, quando não são bloqueados provisoriamente pelos administradores para dar uma esfriada nos ânimos, mesmo sendo portadores da mais alta estima e consideração. Tudo por amor e em nome da harmonia e da fraternidade.

Se o irmão teve perseverança para ler até aqui e não se reconheceu em nenhuma das descrições acima (Glória a Deus!), compreenda que dentro de um rabugento bate um coração afável e incomensurável.

Nesse contexto, vislumbra-se emblemática a mensagem do poema “Amor é Síntese” de Myrtes Mathias (atribuído a Mário Quintana em determinados sites), que permitimo-nos propor, com a devida vênia por um oportuno e sutil ajuste em destaque:

Por favor, não me analise.

Não fique procurando cada ponto fraco meu.

Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu…

Ciumento, exigente, inseguro, carente, todo cheio de marcas que a vida deixou.

Vejo em cada grito de exigência, um pedido de carência, um pedido de amor.

Amor é síntese, é uma integração de dados.

Não há que tirar nem pôr.

Não me corte em fatias, ninguém consegue abraçar um pedaço.

Me envolva[fraternalmente] em seus braços e eu serei o perfeito [irmão].

Por tudo isso e mais, a Loja é uma escola onde somos instigados a praticar a tolerância, a aceitar as diferenças e a exercitar o verdadeiro amor fraterno, valorizando o respeito mútuo, desafiando-nos constantemente a estar vigilantes quanto aos nossos vícios e focados na prática das virtudes.

Não necessariamente precisamos ter juízo sobre tudo e querer sempre estar certos, alentando o individualismo e o ego. Como diz a sabedoria popular, às vezes é melhor ser feliz, ter uma relação boa com a vida, do que ter razão. A oração de São Francisco é inspiradora (Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz…).

Enfim, torna-se de bom alvitre refletir sobre o criativo ensinamento do Professor Mário Sérgio Cortella: “A regra beneditina que eu mais gosto é a regra 34: É PROIBIDO RESMUNGAR! Não é proibido discordar, reclamar, debater.

Resmungar é aquele que ao invés de acender a vela fica amaldiçoando a escuridão. É uma questão de decisão, de atitude.

Decidir acender a vela, procurar a vela e acendê-la. Por isso, vamos falar como São Bento: é proibido resmungar. Vai e faça, levante e faça”. Exerçamos, portanto, a Plenitude Maçônica.

Autor: Márcio dos Santos Gomes
Márcio é Mestre Instalado da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, membro da Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D’Almeida, da Academia Mineira Maçônica de Letras,


A MAÇONARIA É UMA CIÊNCIA



Os Maçons podem enquadrar-se em duas categorias: aqueles que desejam instruir-se e entender a Arte Real, e os indiferentes.

Os Maçons que procuram, ao inverso, prontamente se apercebem de que há ensinamentos inerentes de uma causa. Analisam tudo que ouvem no âmbito da Loja; nas palavras ditas pelos irmãos no ritual que se executa diante deles, e logo chegam à conclusão que deve existir uma Ciência Maçônica, uma vez que existe uma ciência matemática, que usa a álgebra.

Se buscarmos o caminho da história, logo temos a certeza que os primeiros estudos maçônicos, foram criados na França por alquimistas, místicos cultores das ciências ocultas. E assim esses alquimistas e místicos introduziram na Maçonaria a Ciência Secreta, porquanto, detinham a tradição.

E os componentes dessa Ciência, nós encontramos na enumeração que se segue:

Nos Símbolos: Cifras e números simbólicos; Binário; Ternário e Quaternário

Nas Figuras: Triângulos; Estrela Flamígera e Painel da Loja.

Nas Lendas: Dos graus superiores.

Nos Utensílios: Malho; Cinzel; Régua; Esquadro; Compasso, etc.

Nas Palavras: Palavras de passe hebraicas e latinas; expressões na língua profana do iniciado.

Nos Sinais: Senhas e toques da cada grau.

Na decoração dos Templos; nas jóias e nas Flâmulas.

Na linguagem escrita com caracteres secretos segundo os graus, o conjunto enumerado, nos faz acreditar numa ciência particular. Este estudo confirma a iniciação aos legítimos mistérios da Arte Real.

Meus irmãos este conjunto é de fato Ciência Maçônica. Entretanto, os irmãos têm que caminhar bastante, a ciência maçônica depende de pesquisas, leituras de autores famosos e a capacidade extra de cada irmão para entender ou encontrar o caminho.


Todos os Irmãos estão à altura desta conquista.


Eis o que disse o Grande Mestre:

“O aprendiz será o grão que brota; o companheiro, a planta que floresce; o mestre, a planta que frutifica e cai, para gerar novas plantas, liberando a vida contida nos grãos”.

MAÇONARIA – LIVRE E DE BONS COSTUMES - LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE





Sempre ouvi dizer que a maçonaria apóia-se em três pilares que são fundamentais para o desenvolvimento do homem em si (lapidação da pedra bruta), porém hoje percebo que tudo na teoria é muito fácil, todavia, quando partimos para a prática notamos que qualquer instituição composta por homens (seres-humanos em geral) estão sujeitas às intempéries da vida no mundo profano.

Aprendi que para iniciar, o candidato deve ser “Livre e de Bons Costumes” e que uma vez iniciado o lema principal é “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”.

Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não depender de ninguém.

Será que todo Maçom é “LIVRE”?

Igualdade é a ausência de diferença. A igualdade ocorre quando todas as partes estão nas mesmas condições, possuem o mesmo valor ou são interpretadas a partir do mesmo ponto de vista, seja na comparação entre coisas ou pessoas.

Depois de iniciado, o então Aprendiz Maçom, inicia os estudos e os primeiros passos almejando subir cada degrau na Escada de Jacó.

Compreendo que a hierarquia é de extrema importância para o desenvolvimento de um sistema doutrinário e organizacional (seja ele simbólico ou filosófico). Hierarquia significa organização fundada sobre uma ordem de prioridade entre os elementos de um conjunto ou sobre relações de subordinação entre os membros de um grupo, com graus sucessivos de poderes, de situação e de responsabilidades.

Será que todo Maçom pratica a “IGUALDADE”?

Fraternidade é um termo oriundo do latim frater, que significa "irmão". Por esse motivo, fraternidade significa parentesco entre irmãos. A fraternidade universal designa a boa relação entre os homens, em que se desenvolvem sentimentos de afeto próprios dos irmãos de sangue.

Fraternidade é o laço de união entre os homens, fundado no respeito pela dignidade da pessoa humana e na igualdade de direitos entre todos os seres humanos.

Será que todo Maçom é “FRATERNO”?

Concluo tais palavras trazendo à memória de cada um dos irmãos a lembrança do que realmente viemos fazer aqui, segundo o trolhamento do grau de Aprendiz Maçom.

Deixemos TODAS as nossas diferenças de lado meus respeitáveis irmãos!

A Arte Real está muito acima de qualquer vaidade humana que seja.

Irmão Daniel Mauricio de Lima Cavalcanti
ARLS Fraternidade Patyense, 104 – GLMERJ
Oriente de Paty do Alferes/RJ.


O DEVER DA VISITAÇÃO MAÇÔNICA



O dicionário da língua portuguesa no Brasil do filólogo e professor Aurélio Buarque de Holanda define visita como “ir ao encontro de alguém; ato de encontrar uma pessoa, num local determinado, para contemplar alguma coisa”. Partindo desta definição pode-se entender que em Maçonaria o aludido conceito condiz com o que nós maçons pretendemos ao realizarmos nossas visitas em uma loja coirmã.                                                                             
O décimo quarto Landmark consagra como direito universal e inerente a todo maçom, o de visitar e tomar assento em qualquer Loja Maçônica do universo. Esse direito é garantido em decorrência do fato de a Maçonaria ser uma instituição universal, estar localizada em todos os recantos da terra e não fazer quaisquer distinções entre seus iniciados, o que a constitui em uma grande e fraterna família.     
                                                                                                                     
Corroborando com o Landmark anterior, o décimo quinto Landmark estabelece que o ingresso de um irmão maçom em uma assembléia de loja maçônica diversa da qual ele pertença, independentemente do rito ou da obediência, só será permitido caso este seja um irmão já conhecido, for apresentado por um irmão membro da loja visitada ou irmão de outra loja, desde que seja reconhecido como irmão maçom e, caso o visitante ou visitantes não sejam reconhecidos deverão passar por um exame, conforme os antigos costumes da Ordem, o chamado telhamento ou trolhamento. 
                                             
Desde seu ingresso como obreiro da Arte Real, o maçom deve sempre trazer internalizado consigo seu compromisso firmado para com a maçonaria no que diz respeito a este intercâmbio salutar e essencial para que os laços maçônicos se tornem cada vez mais estreitos e sólidos. É através da visitação que nós, irmãos maçons, nos interagimos e podemos trocar experiências e conhecimentos voltados para os mais variados aspectos atinentes ao engrandecimento e perpetuação das tradições de nossa Sublime instituição.  
                   
É através da visitação que surgem oportunidades únicas de experimentarmos as mais variadas sensações atmosféricas e sentirmos as energias que emanam das Egrégora proporcionadas por belíssimas reuniões repletas de conhecimentos e ricas em sabedorias, as quais são realizadas por meio de seus mais variados ritos e rituais maçônicos, fator esse que faz com que o misticismo dos símbolos, das alegorias e das harmonias contidas nos templos captem as mais distantes e puras energias contidas no cosmos celeste,as quais são irradiadas, poderosamente, pelo Grande Arquiteto do Universo. 
                          
Sendo assim, concito aos irmãos maçons reafirmando a importância que há em visitarmos, independentemente do oriente, da potência ou até mesmo da distância que nos separa.

A satisfação deste ato de desprendimento, solidariedade e apreço é de valor imensurável, típico de nossa natureza maçônica. Importa citar que muitas lojas necessitam do auxilio de irmãos visitantes para comporem os cargos a fim iniciarem seus trabalhos com número regular;isto porque, muitas oficinas têm seu quadro obreiros bastante reduzido, sendo a visitação uma oportunidade de colaborar para que essas reuniões não se tornem prejudicadas, os irmãos desanimem, a loja adormeça e, fatalmente, abata suas colunas.
                                                                                                                     
Em contrapartida ao incondicional dever maçônico de visitar, a loja anfitriã tem por obrigação recepcionar os irmãos visitantes com alegria e calorosa festa, pois nada mais gratificante para um obreiro do que receber no seio de sua loja vistas de irmãos valorosos que venham a integrar os trabalhos de modo a contribuir para o maior brilhantismo da reunião; e nada mais prazeroso para um irmão visitante do que sentir-se abraçado e útil em integrar aos trabalhos colaborando para a sua efetiva realização.
                                                                                  
Portanto, lembremos do dia de nossa iniciação, onde, no templo, havia inúmeros irmãos de diversos orientes e obediências, revestidos com seus aventais e insígnias com as mais variadas cores e ornamentações, formando assim um belo e curioso mosaico retratando, assim, não existir fronteiras que possam impedir ou limitar que irmãos maçons se reúnam em prol de um objetivo comum entre si, que é o de tornar feliz a humanidade através da busca constante da verdade.
                                                                                                                                 
A solidariedade que tanto enobrece o maçom através suas atitudes podem ser percebidas ao extrapolarem as paredes do templo e se colocarem a serviço de algo ainda maior e sublime. Tais atitudes ocorrem através de um auxílio ou uma palavra de conforto a um irmão necessitado, adoentado, ou que por algum outro motivo encontra-se afastado do convívio maçônico; e também aos familiares de um obreiro que se encontra enfermo em um leito de hospital ou que passou ao oriente eterno.

Como podemos ver a visita não deve se esgotar ou limitar-se somente às oficinas coirmãs, sua finalidade vai muito, além disso, ela transcende as colunas do templo e os umbrais das salas dos passos perdidos indo levar conforto e alento a quem necessitar, sendo maçom ou não.    
                  
Finalmente, vale aqui destacar um corolário muito utilizado no meio maçônico que nos faz refletir sobre a questão da visitação: “Quem não visita não é visitado”; ou seja, se visitamos, em algum momento seremos retribuídos.

Trabalho maçônico concluído em 12/11/2018 pelo Ir.’. Murilo Américo da Silva, membro da A.’. R.’. L.’. S.’. Onofre de Castro Neves nº 2.555, Or.’. Carangola/MG.

AS GRANDES VIRTUDES MORAIS NA MAÇONARIA



Destacam-se três virtudes morais, dentro da Ótica Filosófica da Maçonaria, sendo elas: a Justiça, a Generosidade e a Honra.

A respeito da justiça, consideremos as seguintes assertivas:

I. A justiça é uma virtude moral necessária para toda ética, e sem justiça, a vida em sociedade é impossível.

E olhem bem, em qualquer tipo de sociedade, seja ela Social, Maçônica, Clerical e jurídica.

II. Os princípios envolvidos na justiça são: Igualdade (todo ser humano tem o mesmo valor) e Equidade (o ser humano apresenta diferenças que devem ser levadas em conta).

III. A justiça consiste, principalmente, em dar ao outro o que falta, sendo, na verdade, uma virtude altruísta por excelência.

Já a Generosidade é um conceito que deriva do latim generosĭtas e refere-se à inclinação (tendência) para dar e partilhar acima de qualquer interesse ou utilidade.

Trata-se de uma virtude e um valor positivo que se pode associar ao altruísmo, à caridade e à filantropia.

Qualidades estas que devem ser natas em um Maçom.

E aqueles que não as possuem, nem são dignos de como irmãos serem considerados.

A pessoa generosa quer partilhar, repartir ou distribuir aquilo que tem com outros menos favorecidos.

O seu comportamento tem por base reconhecer as necessidades do próximo e tratar de satisfazê-las dentro das suas possibilidades.

Assim sendo generosidade tem uma dicotomização especial: a Material e a Espiritual.

Saber mesclar as duas faz parte da verdadeira Sabedoria que existe nos corações sensíveis ao bem.

Deixei a Honra por último, pois ouvi de um Filósofo a seguinte frase:
”A Honra: uma Virtude Maçônica Esquecida”.

Confesso aos amados Irmãos que fiquei inicialmente chocado.

Não tinha entendido a verdadeira profundidade, a primeira oitiva, da impactante frase.

O Irmão então se justificou assim:

”Nossa sociedade entenda-se principalmente a Maçônica, vive uma crise sem precedentes na sua história nos últimos anos.

A desonestidade e as vaidades pairam em todos os Templos, e vemos a Ordem Maçônica sendo PROSTITUÍDA, em seus usos e costumes.

A causa dessa crise é a perda de valores morais, especialmente da honra.

A Honra é um dos maiores bens humanos.

As pessoas, no empenho de manter a honra, são levadas a evitar o mal.

Ela “liga-se à virtude da fortaleza através da magnificência, a qual fortalece a alma para empreender grandes feitos".

De modo especial, através do pudor, ela liga-se à virtude da temperança, a qual modera as inclinações do homem para que ele aja segundo os ditames da razão.

Do mesmo modo a honra está ligada à virtude da justiça que se complementam.

 “A honra autêntica é o brilho da virtude, sua aura".

É o eco da virtude na sociedade, o sinal de que ela é reconhecida e admirada.

Ali onde a virtude está condenada a ficar sem eco e, portanto, sem brilho, ela não é acessível senão a alguns grandes solitários.

Que eu denomino IRMÃOS VERDADEIROS, que Se mantêm na continua busca da evolutiva perfeição, pois tem sempre por escopo de suas ações, a necessidade de, em qualquer situação, continuar a cultivar a sua honra.

Essa será sempre necessária entre os ideais e o comum dos mortais.

Não há honra onde não há verdade nem justiça.

Assim, reflitamos em nosso Papel dentro da Ordem, à Luz destas virtudes eternas.


Dario Baggieri M.'.M.'.


A AVENTALITE




A *aventalite* é uma doença que assola alguns maçons, geralmente de forma aguda, passageira e facilmente curável, mas podendo evoluir para uma forma crônica, essa necessariamente mais séria e com um tratamento mais demorado e cura mais difícil.

Manifesta-se por uma despropositada inflação do ego, injustificada sensação de superioridade, perturbador sentimento de poder e, nos casos mais persistentes, inadequado comportamento em relação aos seus iguais, vistos pelo doente como inferiores ou subordinados, por não usarem aventais de Grande Alguma Coisa.

A aventalite é suscetível de atacar Grandes Oficiais e Dignitários, independentemente da Obediência, seja Grande Loja ou Grande Oriente, seja de orientação mais anglo-saxônica ou mais latina.

O tratamento da sua forma aguda é fácil e geralmente eficaz, se aplicado na fase inicial da doença. Consiste numa severa e sonora puxada de orelha, com solene declaração de que se não tem paciência para aturar exageros de vaidosos, acompanhada de expressa chamada de atenção para a Igualdade que obrigatoriamente reina entre os maçons e uma injeção de recordação de que o exercício de ofícios em Grande Loja ou Grande Oriente são meros serviços, tarefas, trabalhos a serem desempenhados com zelo e humildade, e não honrarias ou reconhecimentos de inexistentes superioridades.

Nos casos mais graves, pode ser necessário um reforço de tratamento com recurso a expressões vernáculas, envios para determinados lugares não propriamente prestigiados, e solenes avisos de que, ou o doente atina e baixa a crista, ou é melhor continuar a enganar-se correndo atrás do seu próprio rabo, porque junto dos seus iguais (mesmo ele não reconhecendo como iguais) não vai ter muita sorte.

Nas formas mais leves da doença, e, sobretudo quando o doente é de boa índole, o tratamento mais suave chega para erradicar os sintomas, sem sequelas. Podem, no entanto, ocasionalmente observar-se recaídas, em regra facilmente tratáveis com uma observação chocante, mas bem-humorada, como, por exemplo, “Você aí de novo deixando o avental subir-lhe à cabeça. Deixa-o na pasta e não se exceda, porque você é melhor que isso…”.

Nas formas mais severas, a doença prolongada ou nos casos de doentes com obtusidade cerebral, é indispensável o tratamento intensivo, repetido as vezes que forem necessárias até o doente melhorar. No entanto, quer a índole mais difícil do doente, quer a maior agressividade do tratamento, podem dar origem a efeitos colaterais ou sequelas desagradáveis, designadamente mau humor e afastamento temporário. Nas situações verdadeiramente graves e reincidentes pode mesmo ser necessário aplicar quarentena.

A aventalite é uma doença oportunista que se manifesta com mais frequência em ambientes poluídos por regras, sejam elas expressas, implícitas ou consuetudinárias, que favoreçam, ou mesmo imponham, o uso com demasiada frequência e em locais inapropriados de aventais de grande alguma coisa. O oportunismo da aventalite aproveita qualquer desatenção que permita ou propicie o uso desadequado e fora do seu ambiente próprio dos ditos aventais de grande alguma coisa.

Para além do tratamento dos casos concretos dos enfermos pela doença, é importante que se faça adequada prevenção, para evitar novas infecções, recidivas e recaídas.

Recomenda-se, assim, revisão das normas regulamentares e das práticas que não limitem o uso dos aventais de grande alguma coisa aos locais e ocasiões adequados. Designadamente, é de toda a conveniência que se tenha presente que, na Loja que se é membro, o obreiro é um elemento do quadro desta, absolutamente igual aos demais, nem mais, nem menos que qualquer dos outros e, que, consequentemente, fique inquestionavelmente assente que nenhum obreiro, na sua própria Loja, usa avental de grande alguma coisa, antes devendo usar o avental do seu grau e, se for o caso, o colar do seu posto na Loja, sendo absolutamente indiferente posição ou ofício que porventura tenha na Grande Loja ou Grande Oriente. Esta regra deve ter como única exceção – certamente ocasional – a situação em que o obreiro se apresente na Loja, não na sua qualidade de obreiro da mesma, mas no efetivo exercício da sua função de Grande Oficial ou em representação oficial do Grão-Mestre.

Este princípio deve ser extensivo à visita a outras Lojas. Se o obreiro faz visita a título pessoal, não faz sentido, e propicia a grave doença da aventalite, que use avental de grande alguma coisa. Se a visita, porém, se fizer no exercício das suas funções de Grande Oficial ou em representação do Grão-Mestre, então, e só então, justifica-se que use o seu avental de grande alguma coisa.

Claro que, em Assembleias de Grande Loja ou Grande Oriente, aí sim, se está em espaço e momento em que é justificado e adequado o uso de aventais de grande alguma coisa. Aí e nessas ocasiões, não há qualquer inconveniente. Trata-se de um uso moderado e adequado de avental de grande alguma coisa, que, por regra, não propicia nem aumenta o risco de contágio pela irritante aventalite.

A bem da saúde dos irmãos maçons exorto que esta atividade de prevenção seja feita. É saudável e, sobretudo, é… maçônica!

Rui Bandeira


NA DÚVIDA, NÃO DESISTA! NINGUÉM SE TORNA MAÇOM POR ACASO




A Maçonaria Universal permanece através dos tempos, intacta, inalterável, intocável em seus conteúdos fundamentais, princípios e leis; muito embora, existam pequenas diferenças, pequenos detalhes em sua ritualística, que, porém, não impedem que um maçom, - seja reconhecido por outro maçom, em qualquer parte do nosso Planeta Terra.

Nos dias atuais, estimula-se a competitividade exacerbada, desenfreada, com a divulgação e a promoção de cursos, palestras e incentivos, voltados ao aprimoramento pessoal, quando, de um modo geral, é sempre enfatizado: Tens que ser o primeiro!

Quando surgir a dúvida, - não sei!

Não estou contente com o que acontece, nas sessões que participo na minha oficina de trabalho, pois, se lê e se fala sobre humildade, sobre a união fraterna que une a todos, sobre o aperfeiçoamento pessoal e no entanto, vejo, ouço, irmãos se auto-promovendo, julgando aos outros, quantas vaidades!

É sempre bom lembrarmos-nos da nossa iniciação.

A Maçonaria nos ensinou a dar os primeiros passos, conhecemos a diferença entre a treva e a luz, aprendemos a trabalhar a pedra bruta; encontramos no interior do Templo os nossos novos irmãos que nos ampararam, nos conduziram com segurança, com afeto fraternal, por caminhos escabrosos, desconhecidos, para, finalmente, nos saudarem como um novo irmão, com alegria e entusiasmo!

Desta forma, enquanto, lá fora no mundo profano, o mais importante é vencer os concorrentes, os adversários. 

A Maçonaria nos demonstrou desde o início, e sempre continuará a nos ensinar que, os nossos adversários, os nossos antagônicos, os nossos verdadeiros inimigos, são as nossas próprias imperfeições!

Entendo, que, mesmo que aconteça, manifestações contrárias ao espírito, ao escopo de que trabalhemos para o nosso próprio aperfeiçoamento pessoal, e assim, para que nos capacitemos ao trabalho de tornar feliz a humanidade, lembremos, - precisamos ser indulgentes com os erros alheios e rigorosos conosco mesmo, examinando e encontrando nossos próprios defeitos e imperfeições, fazendo todo o esforço possível para corrigi-los, para que realmente, sejamos maçons verdadeiros, dignos de recebermos as benesses prodigalizadas pelo Senhor Absoluto de todos os mundos e de todas as coisas, o Grande Arquiteto do Universo! 

Que nos vê e nos conhece bem, sabe dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos, dos nossos corações, através do Seu Olho Onividente.  

 Quando prestarmos mais atenção, observando a rica simbologia presente no interior do Tempo, tão bem explicada, ensinada, através da ritualística praticada, mesmo que esta seja silenciosa, ou não observada, e, assim, permaneça oculta aos que ainda não a compreenderam, veremos de maneira muito clara, que não estamos ali, por mero acaso!

Quantos homens e mulheres, deficientes físicos, - livres e de costumes gostariam de ocupar o assento que nos foi concedido?

Precisamos nos libertar dos preconceitos que excluem, os deficientes físicos, pois, houve um tempo, que, estes, ainda não tinham os recursos que a moderna tecnologia lhes proporciona nos dias de hoje.

Precisamos compreender que a mulher não havia alcançado a igualdade de direitos, e que hoje a mulher ocupa todos os cargos e funções, das quais era na antiguidade, sumariamente excluída.

Lembremos que, praticar e viver os princípios da Arte Real, é algo incomparável!

Na dúvida, deixemos de olhar, ver e sentir, tudo aquilo, que acontece no seio maçônico, e depõe contra a própria Maçonaria Universal!

Não esqueçamos jamais!

O plantio é livre!

A colheita é obrigatória!


Ir.'. Orlei Figueiredo Caldas M.'. I.'. 33 º  


ASSINANDO COM TRÊS PONTOS - ORIGEM E RAZÕES HISTÓRICAS E ESOTÉRICAS


Como objeto deste trabalho, almeja-se, modestamente, e através da pesquisa bibliográfica, sistematização e re-leitura de textos Maçons clássicos, traçar as origens e teorias acerca das razões históricas e esotéricas do emprego generalizado dos três pontos pelos IIrm:.Maç:., bem como empreender investigação, ainda que tímida, sobre as definições simbólicas a eles ofertadas por hermeneutas e exegetas reconhecidos.

“Três são os pontos que o Maç:. deve se orgulhar de apor ao seu nome, pois esses três pontos, como o Delta Luminoso e o Sagrado, são emblemas dos mais respeitáveis” (Ritual e Instruções – Grau de Aprendiz - Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, 2001).

Utilizados pela Maçonaria, segundo aponta RAGON, desde 1774, em documentos do G:. O:. da França, os três pontos visavam, originariamente, à abreviatura de palavras e termos maçons apostos em documentos da Sublime Ordem, a fim de que se mantivesse o segredo na transmissão de ensinamentos ou nas informações contidas nas correspondências entre IIrm:. e entre LL:.. Como leciona ADOLFO TERRONES BENITEZ, “os três pontos são símbolo da discrição”.

Sejam eles originários da arte hieroglífica egípcia (FISCH), herança dos Rosa-Cruzes ou da prática do Companheirismo (JEAN DE PAVILLY), o certo é que, além do uso pragmático como forma de abreviatura e sinal de mútua identificação, os três pontos foram elevados à categoria de símbolo Maçônico, a eles sendo dedicada, inclusive boa parte dos ensinamentos contidos na Sexta Instrução do grau de A.:. M:. do R:.E:.A:.A:.
 
A transformação da abreviatura em símbolo, segundo assevera NICOLA ASLAN, está diretamente relacionada ao caráter sagrado e esotérico do número três, o qual é associado às Tríades, às Trindades e ao próprio Delta Luminoso.

Tal conclusão é alcançada por influência da Numerologia – ciência secular que estuda os números em relação aos planetas, ao universo, aos sons, às auras dos seres em geral – na Doutrina Maçônica, que, por natureza, é eclética e aberta à pesquisa da Verdade, valendo-se de tudo que tenha consistência axiomática no universal mosaico cultural e espiritual da humanidade.

Como disposto na Sexta Instrução do A:.M:. no R:.E:.A:.A:., para avançar na trilha que encetou, o A:.M:. necessita ter conhecimento da simbologia dos números 1,2,3 e 4.   Conhecer a natureza simbólica destes números é instrumental imprescindível em sua caminhada pela Col:. do S:.  Só assim será capaz de compreender as muitas “coincidências” envolvendo o número três: bateria do grau, a Marcha, a idade do A:.M:., os 3 PP:., as 3 Jóias Fixas da Loja, as 3 Jóias Móveis da Loja, as 3 Grandes Luzes, etc.

Em trabalho publicado na Revista “A Trolha”, o Irm:. Roberto Rubem da Cruz, do G:. O:. de São Bernardo do Campo, nos traz preciosos ensinamentos acerca do simbolismo que envolve os números 1, 2, 3 e 4.

À luz da Numerologia, Irm:. Roberto esclarece que o número UM representa Deus manifestado, a “causa sem causa”, a “Unidade”, o começo, o princípio de todas as coisas, e adverte que, embora sendo a gênese, a unidade, o número UM só de ser compreendido, ou mesmo existir no mundo manifestado, a partir do surgimento do número DOIS.

Este é o paradoxo do UM, que, mesmo sendo a origem de tudo, é estéril e necessita, ao menos no mundo manifestado (material), de “outra manifestação igual a si mesma, porém de natureza oposta, que já não é mais a Unidade, pois a unidade que se repete é DOIS”.

A teor dos ensinamentos pitagóricos, o UNO, ou a MÔNADA, constituir-se-ia em verdadeira fonte de que tudo o que é bom, a pura energia divina, é a potência de todas as coisas. No entanto, não há como qualificá-lo enquanto “ser”, eis que o UNO é anterior a todas as coisas. Logo, ressurge a questão nodal: o que é o UM?

Na lição de Plotino, filósofo fundador do Neoplatonismo, citado pelo Irm:. Raimundo Rodrigues:

O Um é a potência de todas as coisas. Se não existisse, nada existiria, nem os seres, nem a inteligência, nem a primeira vida, em nenhuma outra. Sendo a causa da vida, está acima da vida. A atividade da vida, que é tudo, não é a primeira, pois que emana dela como de uma fonte

 [...]

O UM é destituído de forma, até mesmo da forma inteligível, porque sua natureza que é a geradora de todas as coisas, não é nenhuma delas. Logo não é substância, nem quantidade, nem pensamento, nem alma; (in: A Filosofia da Maçonaria Simbólica, p. 44/45).


O DOIS é número terrível e fatídico, simbolizando o contrário, a dúvida, o antagonismo infrutífero e representando a eterna luta Bem e Mal, Verdade e Falsidade, Luz e Trevas, etc. É a DÍADE, a DUALIDADE, o DIÁVOLO, ou KAKOS DAIMON, do grego “Espírito Maligno”.

Enquanto Deus é a Unidade, materializada no UM, a matéria é a Dualidade (Díade), representada pelo DOIS. Todavia, tal afirmação merece ser ressalvada, pois para algumas Escolas Iniciáticas o DOIS é o símbolo do equilíbrio, sendo que as diferenças (Bem x Mal, Luz x Trevas, Masculino x Feminino, etc.) são fenômenos óticos visíveis àqueles que se colocam em determinada posição no plano manifestado”, nada mais sendo do fragmentos antagônicos de um único todo que é o G:.A:.D:.U:.

O equilíbrio só ressurge com o advento do número TRÊS, com ele há a harmonização do DOIS, através da neutralização da dualidade. Ou seja, a contradição e o antagonismo de duas forças (UM e UM, representados no DOIS) são aplacados pela adição de mais uma unidade simbolizada no TRÊS (DOIS + UM). O TRÊS é o ativo + passivo + neutro, é a tese + antítese + conclusão.

A Luz representa-se através do TRÊS; aquela dissipa as Trevas, assim como o TRÊS dissolve o conflito e harmoniza o DOIS, apresentando-se como a Tríplice Aparência do Equilíbrio, qualidade indispensável àquele que busca, através da liberdade e do trabalho, desbastar a pedra bruta e rumar à evolução espiritual e à realização plena.

Entre as muitas associações relacionadas ao TRÊS ou Ternário (Pai, Filho, Espírito Santo – Passado, Presente, Futuro – Princípio, Verbo, Substância – Buda, Dharma, Sanga – Osíris, Ìsis, Hórus – etc.), gostaria de destacar duas, pela pertinência com o tema proposto, a simbolização do Ternário na SABEDORIA, FORÇA e BELEZA (as Três Grandes Luzes) e VONTADE, AMOR, INTELIGÊNCIA, as três qualidades exigidas ao Maç:.  

Nestas últimas associações, relacionadas ao sagrado caráter harmonizador do TRÊS, talvez resida a significação dos 3 PP:.  Muito mais do que simples forma de abreviatura, ou método de mútuo reconhecimento entre IIrm:., o uso dos 3 PP:. aposto às assinaturas dos Maç:. deve relembrar aos IIrm:. o juramento feito à Nobre Ordem Maçônica, bem como as qualidades pelas quais deve pautar suas ações em Loja ou no Mundo Profano, sempre com Sabedoria, Força e Beleza, Vontade, Inteligência e Amor, Igualdade, Fraternidade e Liberdade.

Assim, os 3 PP:. são, na lição de ASLAN, “uma imagem que evoca a ideia de ponderação e consequentemente de tolerância, representam, de fato, os dois extremos e o justo meio”.


Sant’Ana do Livramento, 11 de outubro de 2004.  
  
A:. M:. Gildo Adagir Meneghello Junior,
Loja Saldanha Marinho “A Fraterna”.


SEGREDO MAÇÔNICO (HUMOR)




Antônio, logo após se casar com Marlene, entrou para a Maçonaria.

Mas a mulher não aceitava o fato do marido sair sempre para as reuniões do “bode preto”.

- Afinal, o que você faz nestas reuniões?

E sempre perguntando o que acontecia lá, pois se ela soubesse seria mais fácil aceitar as suas ausências. De tanto ela perguntar, Antônio teve uma ideia! Eureca!! Chegou para a Marlene e disse.

- Amor vou fazer uma promessa para você. Quando fizermos 25 anos de casados, eu te conto o que acontece lá nas reuniões, pensou Antônio achando que ela esqueceria até lá.

Deste dia em diante a vida foi uma maravilha, Marlene nunca mais perguntou sobre a Maçonaria. Passaram-se os anos e lá vieram as bodas de prata… Viagem, segunda lua de mel e eis que senão Marlene…

- Beeenhê! Você esta me devendo uma coisa…

- Mas Marlene esta tudo tão bem. A nossa segunda lua de mel esta ótima, o que te falta?

- Você me prometeu que quando a gente fizesse 25 anos de casados você me contaria o que vocês fazem nas reuniões.

Antônio teve ganas de enforcar Marlene… Mas se conteve e falou…

- Bem todas as vezes que nós nos reunimos, o Venerável Mestre leva para o centro do salão, uma caixa com 100 pintinhos de um dia, Ele solta os pintinhos e cada um de nós pega o maior número possível de pintinhos.

Aquele que pega o maior número ganha prêmio. Sobe de grau…

Marlene se deu por satisfeita.

Porém um belo dia, logo depois de voltarem da segunda lua de mel, Antônio esta indo com sua maleta para a Maçonaria e a vizinha dona Elvira ao vê-lo todo arrumado berrou lá da sua janela…

- Ai seu Antônio já vai catar pintinhos, hein???!!!!

(kkk, Mulheres!!!).



A METODOLOGIA NA NOVA ESCOLA DA MAÇONARIA OPERATIVA



Quando falamos na utilização da Metodologia na Nova Escola da Maçonaria Operativa, aquela vai passar pela própria estrutura da NEMO e a ela é dada a devida sequência, ou seja: quando começamos no primeiro Grau de Aprendiz do REAA é iniciado todo um processo relacionado com a Lenda de Hiram, sendo ensinado ao Aprendiz a vestir-se; a trabalhar a “pedra bruta” e a preparar os materiais que irão servir para a construção do Templo.

No segundo Grau – Companheiro daquele mesmo Rito surge à questão do conhecimento das Ciências e o conhecimento das novas ferramentas a utilizar pelo Companheiro, introduzindo-o nos novos mistérios, devendo o Companheiro cultivar os conhecimentos das Ciências, com as quais lhe será permitido dar o seu importante contributo para a construção do Templo de Salomão!

No 3º. Grau de Mestre do REAA chora-se a morte do Mestre Hiram. Era, pois, o Mestre Hiram, o Chefe e Orientador da Construção do Templo de Salomão. Hiram escolheu diversos trabalhadores que sob as suas ordens foram agrupados em três classes.

Os primeiros sob o título de Aprendizes ocupavam-se de abater árvores no Monte Líbano e prepará-las; arrancar pedras brutas e mármores e a desbastá-los. Os segundos sob o título de Companheiros ocupavam-se de terminar as peças esboçadas pelos aprendizes e a colocá-las nos respectivos lugares sob a orientação dos operários da terceira classe, que eram denominados de Mestres. Estes recebiam diretamente ordens de Hiram num lugar secreto que se chamava Câmara de Meio.

Hiram tinha conduzido felizmente os trabalhos quase até a perfeição e em breve o Templo estaria concluído, mas o espírito das trevas que via o seu reino ameaçado por causa deste Templo desencadeou todas as paixões para tentar arruinar esta bela obra antes da sua conclusão e assim instalou o veneno e a inveja entre três maus companheiros que vieram a assassinar o Mestre.

Nos primeiros Graus do REAA sucedem-se uma sucessão de acontecimentos que levam à Morte o Mestre Hiram que levou para o túmulo o conhecimento da “Palavra Perdida”.

E aqui e no RNP – Rito Nacional de Portugal, passa aos Altos Graus, deixando estes de serem fundamentados na Lenda de Hiram para passarem a constituir um novo tipo de Graus que poderiam ser designados por Graus Científicos e Científicos por quê?

Devido basicamente à existência de duas ciências - a Espiritologia e o Zoísmo – Educação Científica da Vontade estas duas ciências formam na verdade uma MACROCIÊNCIA!

Será na base destes mesmos pressupostos que iremos dar continuidade à metodologia que irá desenvolver os Altos Graus do Rito nacional de Portugal da NOVA ESCOLA DA MAÇONARIA OPERATIVA!

Jacinto Alves


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