OS SEGREDOS E O GRANDE SEGREDO



A Maçonaria não é secreta e nem tudo é segredo na Maçonaria. A Maçonaria não está alicerçada em segredos ou pseudo-segredos. A Maçonaria é muito mais do que isso.

E quem pensa de forma diversa tem um conhecimento raso do verdadeiro sentido da Ciência Maçônica.

Os segredos podem ser divididos em duas classes: os segredos no plural e o segredo no singular.

A primeira classe, dos segredos no plural, remonta à época da Maçonaria Operativa e é dividida em três categorias: (1) O que é tratado em Loja; (2) Os confiados por um Irmão; e (3) Os meios de reconhecimento.

As duas primeiras categorias de segredos, por óbvias, dispensam maiores comentários e estão relativamente bem preservadas, mas a terceira classe de segredos vem sendo divulgada em livros e pela Internet e deixaram de serem segredos, tornando-se meros “Segredos de Polichinelo”, o seja, segredos que deixaram de ser segredos por já serem conhecidos por todos.

Mas não se devem ter grandes preocupações quanto a isso, pois esses tais meios de reconhecimento são herança de nossos antecessores da Maçonaria Operativa, dos Maçons obreiros, que se dedicavam à construção de edificações.

Na época das Guildas corporativas de pedreiros da Idade Média, além dos segredos profissionais, nossos antigos Irmãos, sem possuírem documentos que os identificassem, e mesmo que tivessem seriam inúteis, pois geralmente eles eram analfabetos (daí que, por exemplo, o Poema Regius foi escrito em versos para facilitar a memorização de nossos iletrados antecessores), precisavam de sinais, toques, palavras, senhas e contra-senhas para identificarem-se como Maçons quando viajavam e para demonstrarem o seu grau de conhecimento do ofício.

Esses meios de reconhecimento só não caíram em desuso simplesmente por tradição, por herança histórica, pois todo Maçom modernamente possui um documento de identificação maçônica emitida por sua Obediência, constando seu nome, número de cadastro, Loja e Grau em que está colado. E até quando viajam para outros países podem ser identificados por Passaporte Maçônico emitido por sua Obediência.

É possível e não é de todo improvável, que num futuro ainda indefinido, esses meios de reconhecimento, então já de amplo conhecimento do público em geral, se juntem aos antigos Alfabetos Maçônicos baseados em ângulos, que deixaram de ser usados devido a sua simplicidade e de serem facilmente decodificados, tendo sido substituídos por abreviaturas terminadas em três pontos formando um triângulo.

Os Alfabetos Maçônicos, embora não mais sejam usados, continuam sendo estudados, pois fazem parte da História da Maçonaria, conquanto alguns símbolos de nossa história, como a Argila, o Giz e o Carvão, ficaram totalmente esquecidos e a grande maioria dos Maçons modernos nunca ouviu falar deles.

A segunda classe, do segredo no singular, parece ter se originado já na Maçonaria Especulativa, com a introdução de certas práticas e filosofias inexistentes na fase Operativa da Maçonaria. Esse segredo no singular, é que é verdadeiramente o Grande Segredo da Maçonaria.

É um segredo totalmente filosófico que a linguagem humana não saberia traduzir, visto que as palavras correspondem a conceitos ao passo que o pensamento esotérico eleva-se acima do pensamento conceitual.

Como trair ou divulgar esse Grande Segredo, se ele é pessoal, intransmissível e que poucos o alcançam?

Esse Grande Segredo, não é algo oculto, é algo que necessita de dedicação nos estudos, pesquisas, conhecimento e percepção para ser alcançado.

Alguns o alcançam ainda no Grau de Aprendiz, outros no Grau de Companheiro e outros no Grau de Mestre. Não o encontrando nesses três Graus, não o alcançarão nos chamados Altos Graus.

Não estudaram, não pesquisaram e não adquiriram os conhecimentos necessários para alcançá-lo e terão que descer dos pedestais, deixarem de lado os diplomas e comendas e recomeçar a subida dos degraus, um a um, a começar pelo Grau de Aprendiz.

Sem o pleno conhecimento desse primeiro Grau, o Grande Segredo é inatingível.

Irm.’. Almir Sant’Anna Cruz


MAÇONS VIRTUAIS E MAÇONS REAIS


Adquirir os primeiros conhecimentos maçônicos é tarefa árdua na qual os Aprendizes devem estar envolvidos com grande empenho.

Adquirir as qualidades de um bom Maçom é trabalho para a vida toda... Sem luta e um grande esforço, não há progresso real.

Mesmo que venham os graus, os aventais coloridos, os títulos e as pompas, sem esforço quase heroico não haverá progresso real...

O maçom virtual é aquele que iniciou, recebeu os títulos e que colou os graus sem, no entanto, ter realizado esforços reais para seguir as instruções e ensinamentos de cada grau, ensinamentos estes que ele nunca se esforçou para adquirir, permanecendo parado e acreditando que a mera repetição mecânica dos atos e o cerimonialismo vazio de sentido o fariam mais maçom.

O maçom virtual vê a Maçonaria como um clube que presta serviços e que lhe confere certo status social. Muitas outras coisas vêm antes da Maçonaria em sua vida ...os amigos...as festas...as viagens...os pneus do carro (seguido do carro)... os churrascos...o futebol...a religião...o dinheiro...o clubinho que ele frequenta...e por ai vai...

A Maçonaria é para ele uma obrigação penosa, cumprida para manter a condição e a aparência perante aos “irmãos” e o mundo profano.

Maçons virtuais têm um grande apego aos títulos, às honrarias, às demonstrações ostensivas de sua condição maçônica, aos pronomes de tratamento retumbantes como “Poderoso”, “Sereníssimo”, “Ilustríssimo” “Sublime”, etc. e até mesmo ao pronome “IRMÃO”, que por muitas vezes é ostentado na frente dos profanos para que saibam que ele é “maçom”.

O maçom real é o que, empenhado em tornar reais os ensinamentos que recebeu, progrediu de forma árdua, escalando uma íngreme montanha, passando por áridos desertos, florestas perigosas e avançando por um caminho estreito, cheio de armadilhas e dificuldades.

Maçons reais costumam trabalhar em silêncio, buscando o auto-aperfeiçoamento dia-a-dia, lutando por uma humanidade mais justa, mais fraterna e mais equânime (de Equanimidade que vem a ser unânime).

Desprezando as distinções mundanas, põe a Maçonaria diante dos olhos dia e noite, lembrando-se todo o tempo de seus ensinamentos de seus postulados e de sua ideologia.

Muitos "Maçons" AINDA não entraram na Maçonaria, apenas passaram pelo UMBRAL do TEMPLO, sem estudos, sem conhecimento, SEM FREQUÊNCIA EM LOJA, sem a mínima vontade de conhecer a Ordem que pediu Filiação, essa MAÇONARIA praticada por esse “primo”, é apenas dele, e nada mais.

Forte T.'.F.'.A.'. a todos. E vamos pedir ao G.'.A.'.D.'. U.'.. para que entendamos o verdadeiro sentido da MAÇONARIA em nossas vidas, e que não apenas, passemos pelo “UMBRAL" sem nada conhecer depois disso.

(Créditos; Maison Oliveira Ramos, da A.'. R.'. L.'. S.'. Rei Davi nº 46)


AS VIRTUDES E A MAÇONARIA



Tendo a Maçonaria Operativa nascido no ambiente católico medieval, por volta do século XIII e XIV, (segundo os poucos documentos históricos existentes como a Carta de Bolonha de 1248 dC e o Poema Régio de 1390), consideramos que os conceitos de virtudes, na maçonaria, podem ter sido influenciados por qualquer dos conceitos então existentes, agrupando nas duas categorias estudadas:

As *Teologais* (que vem do GADU) FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE; E as *Cardinais* (que vem do Homem) PRUDÊNCIA, JUSTIÇA, FORTALEZA E TEMPERANÇA.

Em linguajar maçônico podemos entender as virtudes da seguinte forma:

Fé: através dela, os maçons crêem no GADU, nas suas verdades reveladas e nos ensinamentos que recebe, visto que o GADU é considerado a própria Luz e Verdade (revelada pela linha desenhada pelo Compasso).

Esperança: por meio dela, os maçons esperam a nova vida no Or.´. Et.´., colocando a sua confiança perseverante em sua filosofia de vida gnóstica (pelo uso do esquadro);

Caridade (ou Amor Fraternal): através dela, o maçom solidariza-se e auxilia seu próximo independente de ser um irmão ou um profano (pelo uso da Trolha);

Prudência: por ela o maçom utiliza a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para atingí-lo (com o cinzel).

Justiça: que é a constante e firme vontade de bem medir e dar aos outros o que lhes é devido (pelo uso do nível e do prumo);

Fortaleza: que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem (pelo uso do Maço);

Temperança: que modera o tempo investido pelo maçom entre o lazer, do trabalho, o descanso, a cunhada, os filhos, os estudos, os irmãos, à sua própria saúde e assegura o domínio da razão e da vontade sobre os instintos, proporcionando equilíbrio e harmonia em sua vida (pelo uso da régua de 24 polegadas).

Podemos imaginar que a pedra cúbica, encimada pela pirâmide na qual trabalham os Maçons, pode ser símbolo das três virtudes espirituais sobre as quatro virtudes comportamentais que tanto almejamos na busca do auto-aperfeiçoamento.

Persisto com a visão de que as virtudes acabam por libertar o homem, pois em meio a instabilidades que nos cercam e iludem com prazeres impermanentes e irreais, o caminho restrito de nós (os Aceitos) não é fácil de percorrer mas o auto-aperfeiçoamento, a moral e os bons costumes nos mostra que este é o único caminho que pode nos transformar realmente de seres Profanos a Sagrados.

Deixemos os textos de lado e continuemos galgando estes degraus, meus irmãos.

Pois como se lê no L da L, em Coríntios 4:20 “o reino de Deus não consiste em palavras mas nas Virtudes.

Autoria desconhecida


EM BUSCA DE NOVA IDENTIDADE MAÇÔNICA



O termo “identidade” tem uma diversidade de conceitos e, segundo várias fontes, é entendido como um conjunto de caracteres próprios e exclusivos que permitem diferenciar pessoas, animais, plantas, objetos, produtos, a cultura de um povo, entidades, uma empresa etc.. No seu sentido mais popular representa um documento legal que acompanha um indivíduo e atesta que é o próprio. 

É muito comum termos acesso ao documento de identidade de uma pessoa e constatarmos que a foto é antiga e marcas do tempo distanciam as duas imagens, donde se conclui que nada é estático, que a mudança é uma consequência natural da vida.

Na Maçonaria, um conjunto de princípios, chamados os “Landmarks” da Ordem, por se tratarem das mais antigas leis que a regem, lhe conferem uma identidade imutável, sendo considerado os seus limites e que não poderiam sofrer modificações. Muitos dizem que sem eles a Maçonaria já não existiria ou teria tomados outros rumos. 

Porém, resguardando a sua essência, que a fez prosperar até os nossos dias, não se pode refutar que a Maçonaria recebe influências de época e passa por esse processo sutil de transformação.

Aqui não se pretende atacar a prática da tradição constante nos Rituais e no Simbolismo que se constituem na seiva que mantém a Ordem fortalecida desde o século XVIII e nem por isso sofre de obsolescência, face aos valores morais defendidos. É fato que novos ritos derivaram do original, mantidos os princípios, para atender a projetos de poder inevitáveis quando outros motivos se tornam imperiosos.

Desde sua estruturação em 1717, na forma como hoje a conhecemos, a Maçonaria sempre se posicionou politicamente identificando-se com causas nobres, lutas sociais e movimentos cívicos, revolucionários e libertários, que a fez prosperar até nossos dias, sempre combatendo a intolerância, os preconceitos, os privilégios e defendendo novas ideias. Por isso angariou também a antipatia de poderosos. 

No contexto atual, apesar do conceito positivo junto àqueles que a conhecem, ainda é desconhecida por grande parte da população brasileira. No cenário político nacional não tem nenhuma representatividade e não exerce qualquer influência a exemplo da norte-americana ou da européia, não obstante todo o capital intelectual e consciência de sua importância para as transformações necessárias à promoção da justiça social.

A prática de reverenciar as glórias do passado é por muitos vista como desgastada, sob o argumento de que o seu potencial hoje não é utilizado na sua plenitude, passando ao largo de temas palpitantes e gravosos da atualidade, apenas manifestando-se a sua inconformidade através de posicionamentos perante o povo e reafirmando compromissos históricos de recolocar a Ordem na linha de combate contra as mazelas que pipocam aqui e acolá, sem, contudo, comprometer-se efetivamente na busca de soluções.

Comprometimento e envolvimento têm dimensões diferenciadas. Somente caprichar na retórica e bradar que alguém tem que tomar uma providência, de que do jeito que está não pode ficar, de que não dá mais para aguentar et cetera e tal, é muito confortável. O comodismo e o obsequioso silencio político da Maçonaria do Brasil precisam ser quebrados.   

Esse cenário nos remete a um acontecimento histórico ocorrido em 13 de maio de 1968, em Paris, onde cerca de um milhão e meio de pessoas participaram de uma marcha contra o governo de Charles De Gaulle.

O movimento começou com uma revolta estudantil e foi ampliado com a incorporação de trabalhadores, sindicalistas professores e comerciários e, entre os meses de maio e junho, mais de nove milhões de pessoas declararam greve. Entretanto, De Gaulle venceu as eleições realizadas em junho daquele ano e o movimento se viu derrotado pela então denominada “maioria silenciosa”.

Mas o movimento ganhou um simbolismo e transformou-se em um marco das mobilizações políticas e influenciou inúmeras revoltas mundo afora, provocando rupturas e revisão de valores da sociedade. 

Neste particular, seria injusto e deselegante deixar de destacar o papel da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, em face de sua permanente contribuição através de parcerias com os Governos do Estado e Municípios, que muita diferença tem feito em favor da Sociedade Mineira. Mas, recorrendo à abrasileirada metáfora de Aristóteles (384-322 a.C.), “uma andorinha não faz verão”. Como fica o Brasil? 

É recorrente o argumento de que a Maçonaria brasileira não age como instituição, mas através dos Maçons, o que não comprova a sua história de verdadeiro partido político no passado.

Essa realidade e as várias Potências em que se dividiu a Ordem, com destaque para as cisões de 1927 e 1973, com reconhecida perda de sinergias, nos relembra a necessidade de reflexão sobre o conceito de família unida representada pelo “Feixe de Esopo”, do fabulista grego de mesmo nome (séc. VI a.C), que relembra o combalido conceito de que a união faz a força. 

Embora haja impedimentos regulamentares para discussão política partidária nas Lojas, dentre outros temas, nada obsta à promoção de debates públicos, fóruns de discussão, seminários, oferecimento de projetos e estudos, investimento em obreiros com potencial eleitoral e orientação do voto maçônico, que promovam o retorno da Maçonaria ao cenário político nacional, em especial na trincheira de combate às mazelas que desvirtuam os valores mais caros do nosso povo. 

Para esse fim, torna-se inadiável para a Ordem no Brasil reaprender a traduzir em linguagem política os descontentamentos e anseios latentes em nossa sociedade, mostrando alternativas, ocupando espaços que permitam aos obreiros a reivindicarem, de forma organizada, as mudanças que todos exigem “como nunca antes na história deste país”, pois a perda de contato com a realidade paralisa a consciência crítica.

O dramaturgo e poeta Bertolt Brecht (1898-1956) certa vez escreveu em uma poesia: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala. Nem participa dos acontecimentos políticos...”. Aquele pensador ainda reforçou: “Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”.  

Essa reflexão invariavelmente resvala na dúvida a respeito da identidade da Maçonaria. Teria ela se perdido nestes tempos de mudanças-minuto, ideias curtas e respostas rápidas? Atualmente, bastaria apenas parecer bonito e importante na foto? Restaria à Maçonaria no Brasil apenas um grande passado pela frente e permanecer contemplando-se no retrovisor da história? 

E assim retomamos os questionamentos primitivos onde precisemos saber primeiro o que somos, para onde iremos o que nos motiva, que questões nos unem e nos moldam. Sem isso a imagem no documento de identidade ficará cada vez mais irreconhecível em confronto com a realidade de quem a exibe.

Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer.” (Molière, dramaturgo francês) 



Autor: Márcio dos Santos Gomes
Márcio é Mestre Maçom da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, membro da Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D’Almeida, da Academia Mineira Maçônica de Letras.


DESCANSO PARA O PEDREIRO




“Na dúvida aprendemos; na certeza nem sempre”

Em todo mundo a Maçonaria vive de Duas reuniões mensais, ou uma bimensal, e até uma trimestral, como é na Inglaterra. Apesar de parecer pouco para nós brasileiros, eles são atuantes e fazem sua parte em matéria de trabalho social, filantrópico, e de estudos.

Na França, Portugal, Espanha, Nova Zelândia e Estados Unidos são duas sessões.  Propor isso aqui causaria uma discussão interminável, ou talvez nem discussão houvesse (deixa como está), pois nos acostumamos com quatro e até cinco sessões mensais.

Depois de quase quatro décadas na Ordem, senti um esgotamento por esse regime de trabalho sem descanso, apesar de gostar da convivência em Loja com meus irmãos. Mas, e da família, não gostamos também? Ficar mais tempo em casa é revigorante, além do que, pregamos que a família está em primeiro lugar.

Buscando ajudar os mais velhos, foi criada na Nova Zelândia, a Loja Daylight, que se reúne à luz do dia, evitando o que aconteceu com o Senior Warden (primeiro vigilante) que caiu no sono e roncou, em sessão noturna, como me relatou o irmão Timothy Collier, da Loja Montrose 722 - SC, de Gisborne- New Zealand. Mais perto de nós, tem a Loja Centenário em Porto Alegre, que trabalha à tarde, para atender os irmãos em “idade respeitável”. Seguindo essa tendência, em Londrina, agora tem a Loja François Voltaire que trabalha aos sábados de manhã.

Como é possível adotar o sistema praticado no mundo, e manter a agenda de trabalho em ordem?

Bem, aí, depende dos Veneráveis e das diretorias terem vontade para implementar essa mudança. Nas Lojas com grande número de membros, o saco de proposições recolhe um elevado número de pranchas, que para serem decifradas leva-se um tempão, consumindo boa parte das duas horas de trabalho.

Peço mudanças, e apresento uma sugestão: O remédio é a informatização parcial das atividades maçônicas, apesar do perigo que poderia advir com isso, pelo vazamento aos olhos e ouvidos profanos.  

Vejamos: os pedidos de informação de outras Lojas, sobre profanos à iniciação, podem ser via e-mail, como já faz o Grande Oriente do Paraná e outras Potências. 

Pranchas pedindo a cessão do salão social, de ajuda de instituições, devem ser analisadas pela diretoria, bem como os certificados de presença a outras Lojas podem ser agrupados e anunciados em bloco, com um ganho de tempo.

As pranchas das Corporações Filosóficas, com pedido de informação para a elevação de graus, não precisam ser lidas “ipsis literis”, uma a uma, em sessão, e podem ser respondidas administrativamente. Isso não vai afetar a excelente relação de cordialidade e amizade que sempre existiu entre as Lojas Bases, e os Altos Corpos.  

O secretário executivo da Loja pode organizar tudo, e enviar via correio eletrônico, as informações a quem de direito.

Não vamos imaginar que a “A Palavra à bem da Ordem” deva ser encurtada. Porém é preciso que seja objetiva, concisa, e sem delongas, sendo “À Bem da Ordem” mesmo, e nada mais.

Se no mundo inteiro é assim, com DUAS sessões mensais, porque não pode ser da mesma forma entre nós? 

A obrigatoriedade da frequência maçônica, não é apenas na Loja Base/Mãe, é também na Loja de Perfeição, no Capítulo, no Kadosch, no Consistório e nos Graus Administrativos.

Tem ainda as organizações paramaçônicas juvenis que os pais precisam levar os filhos/as como, a Ordem De Molay, as Filhas de Jó e a Arco Iris.

Num passar d´olhos no calendário, vi que seriam 21 sessões ao ano, contra quase 45 no sistema atual. Um único templo poderá acolher muitas Lojas, dez por mês.

Mais Lojas no mesmo templo poderia baratear o aluguel para as Oficinas locadoras, que em alguns casos tem dificuldade para pagar. Acredito mesmo, que o índice de frequência aumentaria, e certas sessões hoje “vazias”, se tornariam mais vibrantes e proveitosas, bem diferente de algumas situações, onde apenas meia dúzia de “bodes pingados” se faz presente. Trabalhar do meio dia à meia noite, é apenas uma simbologia.

Osni Adres Lopes - Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil
Laurindo R. Gutierrez  - Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil  e
Loja de Pesq. Maç.´. Francisco Xavier Ferreira - membro correspondente 


COMODISMO NA MAÇONARIA



O caminho para a evolução do homem maçom está no uso da sua consciência, e não no desprendimento da mesma. É muito mais cômodo para nós, seguirmos a lógica dos outros, pensar como a maioria, ou concordar com aquilo que foi criado pela mente humana.

Dá trabalho analisar, testar, pesquisar, questionar e ainda por cima discordar da maioria e fazer parte de uma minoria. Comodismo mental é a principal causa da estagnação consciêncial e da involução humana, principalmente dentro da Ordem Maçônica.

Mentes abarrotadas de crendices, de achismos, de falsa humildade, sem ao menos questionar as inverdades que abarrotam os nossos Templos, em deletérias explanações de alguns “pombos de Aventais”.

Uma consciência apurada não dispensa à lógica e ao mesmo tempo lida sabiamente com a emoção sem reprimi-las e sem as mascarar. Não gosto do comodismo... Mas às vezes, tenho medo de ousar, diz um irmão com pouco tempo de Maçonaria.

Uma pena Amado ir, pois O comodismo nos faz covardes quando a mesmice é a indolência. A comodidade é uma situação adversa ao progresso de nossa caminhada na senda das virtudes e na verdadeira felicidade, ela representa estagnação e covardia. O comodismo torna o ser medíocre, um alguém sem graça...

A Ordem nos quer com raça, com a força e a coragem, quer que sejamos heróis do nosso destino.

 Quer o extravasar da nossa vitalidade, aproveitando cada oportunidade, em que possamos nos lapidar e construir nosso destino, priorizando o que deve ou não, se cultuado em Nossos Templos.

Quer a transformação de nossos sonhos e planos em realidade, retomar o fôlego e continuar a caminhada percebendo cada detalhe, apreciando cada qual com o valor necessário.

Quer que invistamos e centramos nossos esforços no que somos e podemos fazer de melhor e mostrar ao mundo.

Não temos tempo a perder! Estar vivo vai muito além do ato de respirar, estar vivo é estar atento a tudo que encontra no caminho e saber tirar o melhor proveito de tudo.

É saber dar o valor merecido a cada coisa, a cada pessoa, a cada momento e principalmente é saber valorizar-se. O homem maçom é capaz de tanta coisa, mas o comodismo e a preguiça o deixam ancorado, sem a evolução, que deve nortear sua caminhada em nossa Ordem.

Compreender a nossa missão nesta vida é fácil, o difícil é ter disposição para cumpri-la. O Comodismo nos torna procrastinador por natureza. Ontem ouvi de um Amado Ir.'.: “Ultimamente eu tenho me afastado de algumas pessoas e de alguns irmãos, por simples comodismo.

Cansei de me importar tanto, ligar tanto, procurar tanto. Se há uma coisa que eu aprendi na vida é que quando a gente se importa demais, liga demais, procura demais, não tarda e a gente acaba sobrando. A partir de hoje, eu vou fazer a linha “não tô nem aí”.

Quando perceberem que eu não sou mais o mesmo e que eu saí de cena, talvez me procurem, talvez se importem, talvez me liguem.” Essa triste realidade , está se tornando a tônica de nossas Oficinas:”

 O Tô nem Aí, para o meu irmão” já pensaram sobre isso?

O Egocentrismo dilacera as relações humanas e também a nossa fraternal Instituição, urge uma mudança de paradigmas. Se não seremos um CLUBE DE SERVIÇOS, de jantares e de conversinhas pôs sessão sobre trivialidades e não um Ágape benfazejo de integração, de construção do amor fraternal.

Concluindo meu amado irmão: Se você procura evoluir, melhorar, mudar de vida, tem de sair da sua zona de conforto, tem de abandonar a preguiça, tem de estar em constante movimento, constante mudança, a fim de evoluir e alcançar o que você almeja.

Porque se você se deixar acomodar, passará a viver em função do nada, não terá mais expectativas de uma vida melhor, de uma vida de sucesso financeiro e pessoal, se tornará alguém com uma vida sem graça, um escravo da rotina, e sua passagem por esse mundo provavelmente não será lembrada.

Não desperdice seu tempo de vida por preguiça, por comodismo. Diga NÃO ao comodismo e mexa-se! A Maçonaria Precisa de Você !!! E a Humanidade Também!!!

TFA Dario Angelo Baggieri

PROFANOS DE AVENTAL - VAIDADES E ARROGÂNCIA DENTRO DA MAÇONARIA



Nenhum ditador provocou ou vêm provocando tanto dano à Maçonaria quanto o maçom vaidoso, este sapador inveterado, este Cavalo de Troia que a destrói por dentro, sem o emprego de armas, grilhões, ferros, calabouços e leis de exceção.

Ele é indiscutivelmente o maior inimigo da Maçonaria, o mais nefasto dos impostores, o principal destruidor de lojas.

Ele é pior do que todos os falsos maçons reunidos porque se iguala a eles em tudo o que não presta e raramente em alguma virtude.

O maçom arrogante mal conhece o significado de nossas belas e simples alegorias.

Se as conhece, as despreza!

Sua mente acha-se preocupada unicamente com o sucesso de suas empreitadas, em encontrar maneiras de estar permanentemente ao lado das pessoas cujos postos ambiciona fama e poder.

MAÇONARIA – SEM DOGMAS



O primeiro olhar que o franco-maçom deve alterar é aquele que ele tem a seu próprio respeito. A abordagem iniciática pode ser resumida pela fórmula de Sócrates, “Conhece-te a ti mesmo”. Mas a frase completa é “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os deuses”.

Para reunir pessoas de religiões e culturas diferentes, os franco-maçons tomaram emprestada de Voltaire a ideia de um Grande Relojoeiro, mas permanecendo fiel à tradição de construtor – a expressão franc-maçom quer dizer “pedreiro livre”, em francês. Daí a concepção do Grande Arquiteto do Universo, traduzida pelo princípio que não se opõe nem aos deuses das religiões nem ao materialismo científico.

Na maçonaria não há doutrina nem dogma, o que permite a todos, crentes, ateus ou agnósticos, compartilhar uma concepção de mundo. O Grande Arquiteto do Universo é representado pelo triângulo no centro do qual se localiza um olho, o olho da consciência, o Princípio Criador. É o olho que tudo vê, que protege ou julga, dependendo do caso. 

Esse símbolo já podia ser visto antes do surgimento da maçonaria, como representação divina nas pinturas pré-renascentistas e na antiga arte egípcia – no caso, aludindo a Hórus, filho de Ísis e Osíris.

O mais conhecido dos símbolos maçônicos, o esquadro e o compasso associados, apareceu em 1725. O esquadro remete a terra, ao número quatro e ao quadrado. O compasso alude ao céu, à unidade e ao círculo. Combinados, encontra-se a matéria (esquadro) e o espírito (compasso) indissociavelmente ligados.


Frequentemente se critica certo caráter “secreto” da maçonaria, a esconder talvez boa dose de perigo. Percepção errada. Desde a criação da primeira grande loja maçônica, em 1717, em Londres, começaram a circular textos detalhando seus ritos. 

O conhecimento verdadeiro, porém, está inscrito na vivência de cada maçom e é dificilmente transmissível.

Iniciado em 1750, Casanova exprimia com perfeição a ideia: “O segredo da franco-maçonaria é inviolável por sua própria natureza, já que o maçom que o conhece só o conhece por tê-lo adivinhado. Ele não o aprendeu de ninguém ele o descobriu à força de ir à loja, de observar, raciocinar e deduzir”

Philippe Benhamou


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