A Maçonaria não é
secreta e nem tudo é segredo na Maçonaria. A Maçonaria não está alicerçada em
segredos ou pseudo-segredos. A Maçonaria é muito mais do que isso.
E quem pensa
de forma diversa tem um conhecimento raso do verdadeiro sentido da Ciência
Maçônica.
Os segredos podem ser
divididos em duas classes: os segredos no plural e o segredo no singular.
A primeira classe, dos
segredos no plural, remonta à época da Maçonaria Operativa e é dividida em três
categorias: (1) O que é tratado em Loja; (2) Os confiados por um Irmão; e (3)
Os meios de reconhecimento.
As duas primeiras
categorias de segredos, por óbvias, dispensam maiores comentários e estão
relativamente bem preservadas, mas a terceira classe de segredos vem sendo
divulgada em livros e pela Internet e deixaram de serem segredos, tornando-se
meros “Segredos de Polichinelo”, o seja, segredos que deixaram de ser segredos
por já serem conhecidos por todos.
Mas não se devem ter
grandes preocupações quanto a isso, pois esses tais meios de reconhecimento são
herança de nossos antecessores da Maçonaria Operativa, dos Maçons obreiros, que
se dedicavam à construção de edificações.
Na época das Guildas
corporativas de pedreiros da Idade Média, além dos segredos profissionais, nossos
antigos Irmãos, sem possuírem documentos que os identificassem, e mesmo que
tivessem seriam inúteis, pois geralmente eles eram analfabetos (daí que, por
exemplo, o Poema Regius foi escrito em versos para facilitar a memorização de
nossos iletrados antecessores), precisavam de sinais, toques, palavras, senhas
e contra-senhas para identificarem-se como Maçons quando viajavam e para
demonstrarem o seu grau de conhecimento do ofício.
Esses meios de
reconhecimento só não caíram em desuso simplesmente por tradição, por herança
histórica, pois todo Maçom modernamente possui um documento de identificação
maçônica emitida por sua Obediência, constando seu nome, número de cadastro,
Loja e Grau em que está colado. E até quando viajam para outros países podem
ser identificados por Passaporte Maçônico emitido por sua Obediência.
É possível e não é de
todo improvável, que num futuro ainda indefinido, esses meios de
reconhecimento, então já de amplo conhecimento do público em geral, se juntem
aos antigos Alfabetos Maçônicos baseados em ângulos, que deixaram de ser usados
devido a sua simplicidade e de serem facilmente decodificados, tendo sido
substituídos por abreviaturas terminadas em três pontos formando um triângulo.
Os Alfabetos
Maçônicos, embora não mais sejam usados, continuam sendo estudados, pois fazem
parte da História da Maçonaria, conquanto alguns símbolos de nossa história,
como a Argila, o Giz e o Carvão, ficaram totalmente esquecidos e a grande
maioria dos Maçons modernos nunca ouviu falar deles.
A segunda classe, do
segredo no singular, parece ter se originado já na Maçonaria Especulativa, com
a introdução de certas práticas e filosofias inexistentes na fase Operativa da
Maçonaria. Esse segredo no singular, é que é verdadeiramente o Grande Segredo
da Maçonaria.
É um segredo
totalmente filosófico que a linguagem humana não saberia traduzir, visto que as
palavras correspondem a conceitos ao passo que o pensamento esotérico eleva-se
acima do pensamento conceitual.
Como trair ou divulgar
esse Grande Segredo, se ele é pessoal, intransmissível e que poucos o alcançam?
Esse Grande Segredo,
não é algo oculto, é algo que necessita de dedicação nos estudos, pesquisas,
conhecimento e percepção para ser alcançado.
Alguns o alcançam
ainda no Grau de Aprendiz, outros no Grau de Companheiro e outros no Grau de
Mestre. Não o encontrando nesses três Graus, não o alcançarão nos chamados
Altos Graus.
Não estudaram, não
pesquisaram e não adquiriram os conhecimentos necessários para alcançá-lo e
terão que descer dos pedestais, deixarem de lado os diplomas e comendas e
recomeçar a subida dos degraus, um a um, a começar pelo Grau de Aprendiz.
Sem o pleno
conhecimento desse primeiro Grau, o Grande Segredo é inatingível.
Irm.’. Almir Sant’Anna
Cruz