OS SEGREDOS MAÇÔNICOS OU O DEVER DE RESERVA DOS MAÇONS


Antes de mais, importa distinguir entre segredo, numa conotação negativa da palavra e assuntos internos de qualquer organização, seja de que natureza for.

Nenhuma organização é totalmente transparente existindo sempre assuntos, processos, decisões, formas de estar e de atuar que são para consumo interno.

Quando no mundo profano se fala de Segredos Maçônicos, faz-se normalmente uma tripla associação: o assunto interno passa a ser segredo e o segredo é normalmente uma coisa má; logo, os Maçons são maus.

Não é assim: nem todos os segredos são maus e nem todos os assuntos internos são segredos. Parece existir perante a Maçonaria uma exigência de total e absoluta transparência que não é feita para mais nenhuma organização.

Dos Maçons, queremos saber tudo… dos outros, nem por isso. Poucos assuntos atraem mais as atenções do que “aqueles segredos dos maçons” que naturalmente só existem porque eles (os maçons) querem dominar tudo e todos.

Por vezes fica-se com a sensação de que, quando qualquer jornalista não tem mais matérias sobre o qual se debruçar ou pretende incendiar os leitores, tem sempre a saída de meter os maçons ao barulho.

Pensa-se imediatamente em conspiração, até porque se os maçons estão metidos, não pode ser coisa boa. Os segredos parecem atrair as pessoas. Creio que já terá ocorrido a muitos Irmãos ao revelarem ser Maçons, serem metralhados com perguntas discretas ou abertas, insinuações e até provocações visando sempre saber mais; tentar descobrir o que ninguém mais descobriu ou até gerar desconfiança pela nossa Ordem.

Mas também creio que são os segredos uma das principais razões que levam profanos a tentar saber mais sobre nós: “quem são estes gajos que até têm segredos???”; “isto deve ser giro”.

Rapidamente se apercebem de que somos mais do que um “Clube do Bolinha” em que mulher não entra e que tem uns segredos formidáveis. E desse processo de tentativa de descoberta dos segredos, nasce por vezes um genuíno interesse pela Ordem e eventualmente um desejo de identificação e pertença que poderá levar a uma Iniciação. Que desilusão seria se soubessem que não há segredos, que a Maçonaria não é secreta, sendo unicamente discreta na sua atuação.

Que desilusão seria se soubessem que tudo o que há para saber sobre os maçons, já se sabe e que pouco ou nada resta por divulgar. Talvez esperem que nós separemos o trigo do joio e que sejamos nós a identificar entre tudo o que está publicado, o que é verdadeiro ou não.

Talvez um dos segredos que devamos tentar manter seja precisamente o não haver segredos. Por que o segredo? Deixem-me dar a minha interpretação para a reserva que devemos manter sobre alguns aspectos da nossa Ordem e vou centrar-me, sobretudo nas três cerimônias que considero marcarem o percurso de um Maçom: Iniciação, Exaltação e Instalação.

Creio poder afirmar que por mais recheada que seja a nossa vida maçônica e tendo todos nós provavelmente interpretações pessoais da nossa vivência durante essas cerimônias, todos as recordamos com especial ênfase e carinho. Destas três, destaco naturalmente a Iniciação.

É o fim de um percurso e o inicio de um novo. Mas então, se é tão marcante, porque motivo não as divulgamos e damos assim a toda à gente a possibilidade de vivê-las? Talvez pudéssemos até vender uns DVDs interativo ou até mesmo um jogo de computador em que o jogador poderia ir fazendo a sua própria cerimônia de Iniciação, talvez acompanhado pelos amigos e bebericando umas cervejotas.

Tentemos estabelecer um paralelismo com a visualização de um filme, sendo que existem basicamente três atitudes: Na primeira, alguém fez o favor de nos contar o filme do princípio até ao fim… e até já sabemos quem é o “bandido”.

Até podemos ir ver o filme, mas será tudo previsível, saberemos de antemão o que vai acontecer a seguir e até podemos ir buscar pipocas, pois saberemos sempre onde estamos. Todo ao fator surpresa, a descoberta e o inesperado não estão lá. 

Noutra, já lemos o livro, conhecemos a história toda, lemos as críticas e ate já o discutimos com os amigos.

Não há aqui muito por descobrir, sendo que o filme acaba por ser um espaço para comparações: se o filme corresponde ao livro, ou se fica aquém ou além deste; se a opinião do amigo A faz sentido ou até se os quadros descritos na história original estão bem retratados em filme.

Mais uma vez, o filme em si pouco importa… já sabíamos… Na terceira, pouco sabemos. Conhecemos o título, temos uma breve ideia sobre a história e conhecemos alguns dos atores, noutros filmes. Nesta, estamos atentos do princípio ao fim e acompanhamos cada cena tentando absorver o mais e o melhor possível. Este filme vai certamente deixar-nos algo.

Qual vos parece ser a melhor situação quando se trata de uma cerimônia maçônica? Uma iniciação ou um aumento de salário, por exemplo? Numa Iniciação Maçônica pretende-se criar um momento marcante para o Profano, algo que o acompanhe para o resto da vida e que constitua realmente um Nascer para a Luz. Ora isto só é possível se o Profano ainda não tiver lido o livro, nem ninguém lho tiver contado.

Se já o tiver lido ou já conhecer o enredo, então teremos uma cerimônia e um profano pouco focado na cerimônia. Estará ocupado a fazer comparações (“esta parte esteve bem representada…”,) ou a gerir o enredo: “a seguir vai acontecer isto…”, “este que está a falar é o VM.'. ou até, “falta muito (ou pouco) para isto acabar”. No final dirá… “comparando com o que já sabia, esperava mais (ou menos)”.

Em face de isto, diria que os tais segredos, que como sabemos não o são, são importantes e preservá-los não é um direito nosso, mas uma obrigação e uma dívida que temos e sempre teremos perante todos os profanos que vierem a ser iniciados.

Devemos-lhes o direito a terem cerimônias marcantes, inesquecíveis e com momentos que possam recordar para o resto da sua vida.

Resistamos à tentação de contar o que é para ser vivido.

Antônio Jorge R:. L:. Mestre Affonso Domingues, nº5 – GLLP/GLRP– Portugal Editor da página maçônica Freemason.pt (www.freemason.pt)

AS TRÊS JANELAS



Três janelas são figuradas no quadro de apr.’. primeira no Oriente, a segunda e a terceira no Ocidente, não há janelas no Norte. Estas três janelas são de grade.

Elas apresentam, diz Plantagenet: as três portas do Templo de Salomão, e esta evocação poderia se considerar como o isolamento da Of.’. Maçônica, parece pelo menos paradoxal. Não tem valor algum.

A grade que protege estas aberturas recorda que o trabalho dos Comp.-. é subtraída das vistas dos profanos cujas vistas não podem entrar nos templos, mas ele sublinha que se aquele devido maçom, não pode deter-se pelo mesmo obstáculo, suas perspectivas são essencialmente diferentes.

Não pode, com efeito, materialmente olhar a inútil agitação da rua , pois que em torno dele tudo é fechado, mas não deve pelo menos espiritualmente, determinar o movimento do mundo sensível, visto do ponto de vista onde se ache.

“A loja de Apr.’. não recebe nenhuma luz de fora”, escreve Wirth que acrescenta: “Ela recorda nisso as Criptas subterrâneas ou cavadas no flanco das montanhas, os hipogeus do Egito ou da índia, o antro de Trophonius etc.

A loja de Comp.’., pelo contrário, está em comunicação com o mundo exterior”, graças às três janelas.

Ora, portanto é o que podemos constatar o que consta nos antigos rituais maçônicos, que fazem menção de três janelas no grau de Apr.'..

Quanto a Plantagenet, ele fala das três portas do Templo de Salomão. Ora, diz a Bíblia (1° Livro dos Reis, VI, 4): ‘O Rei fez na casa (o Templo) janelas com grades fixas. Ignoram-se tudo quanto ao número e a disposição destas janelas. Sabe-se somente, de maneira certa, que o Templo se abria a Leste e não ao Ocidente como a maior parte de nossas Igrejas e Catedrais.

Era assim iluminado pelo Sol no seu levante. A orientação geral era a mesma que a das igrejas, isto é, o maior comprimento no sentido Leste/Oeste, mas é o Sol que ia de encontro ao Santo dos Santos.

Os maçons construtores orientaram os Templos sempre com a entrada no Ocidente e as três janelas do “Quadro”, seguindo a marcha do Sol. Não hã janela ao Norte, porque o Sol não passa por ali.

As janelas são de grade, não para interditar aos profanos de olhar no Templo, porque se o Templo era iluminado interiormente, não seria uma simples grade que iria impedir que se visse o que ali se passa, mas seria para simplesmente impedir o acesso ao mesmo.

Apesar de todos os comentários que pretendam justificar que estas janelas serviriam ao maçom para ter vista para o exterior, diremos que esta explicação é verdadeiramente errônea. Basta que as janelas sejam colocadas à uma certa altura para impedir-se de ver a agitação da rua.

O Templo é isolado do mundo profano e o maçom não deve ter nenhuma tentação de tornar-se um expectador deste mesmo mundo. É preciso, ao contrário, que ao sair do Templo, após ali ter tomado novas forças, o maçom toma a ser ator na turba anônima e espalha a Sabedoria, a Força e a Benignidade que ele acaba de adquirir ali.

A janela do Oriente traz a doçura da aurora, sua primavera de atividade; a do Meio Dia a força e o calor; a do Ocidente dá uma luz continuamente fraca que incita ao repouso.

O Norte, escuro, não recebendo nenhuma luz, não tem necessidade de janela. Os trabalhos dos maçons começam, simbolicamente, ao Meio Dia e se findam à Meia Noite. Eles começam ao Meio Dia quando o Sol irradia com toda sua força no Templo.

Os AApr.’. são colocados ao Norte, porque têm necessidade de serem iluminados, eles recebem assim a luz plena da janela ao Meio Dia. Os Ccomp.’. colocados ao Meio Dia, têm necessidade de menos luz, e a sombra vindo pelo muro do Templo os ilumina suficientemente. ´

Na mesma ordem de idéias, observar-se-á que o Ven.’, e seus assessoria recebem de frente a única luz do ocidente.

Pelo contrário, os Vvig.’. estão despertos desde a aurora pela luz que lhes vêm tocar.

Os catecismos maçônicos dizem textualmente que os Ccomp.’. se colocam ao Meio Dia porque eles estão bastante adiantados para suportar o clarão do dia. Eles dizem, por outro lado, que o iniciado do 2o grau é chamado a tornar por si mesmo um fogo ardente, espécie de calor e de luz.

Há de convir-se que existe aí um pleonasmo e que as “fontes de luz” não têm verdadeiramente nenhuma necessidade, pois se acrescenta o seu clarão ao do dia.

R. Leite do Amaral Coutinho.

MARY’S CHAPEL – A LOJA MAÇÔNICA MAIS ANTIGA DO MUNDO



Quem passa em Hill Street junto à porta nº 19, não deixa de reparar no invulgar do seu aspecto, desde as colunas jônicas laterais até um misterioso emblema gravado por cima da entrada, que tem sido motivo das mais desencontradas leituras por aqueles que desconhecem estar diante da Mary’s Chapel nº 1 de Edimburgo, a mais antiga Loja Maçônica ativa do Mundo.

Este emblema esculpido em pedra sobre a entrada principal portando a data 1893, nasceu de um projeto apresentado pelo Venerável Mestre Dr. Dickson no Lyric Club em 6 de Outubro desse ano e que se destinava a ser colocada aqui. Consiste num hexalfa dentro de um círculo tendo ao centro a letra G resplandecente.

O hexalfa ou estrela de seis pontas com dois triângulos opostos entrelaçados circunscrito pelo círculo designa a Harmonia Universal, a Alma Universal alentada pelo G raiado indicativo de Geômetra, o Grande Arquiteto do Universo, portanto, God ou Deus, que como Espírito (triângulo vertido) elabora a Matéria (triângulo vertido), ambos os princípios não prescindido um do outro (triângulos entrelaçados) para que a Grande Obra do Universo (a sua evolução e expansão incluindo todos os seres viventes dele) seja justa e perfeita, o que se assinala no círculo.

Em linguagem Maçônica, isso quer dizer que os trabalhos de Loja possuem retidão e ordem. Em linguagem hermética ou segundo os princípios de Hermes, o Trismegisto, significa “o que está em cima é como o que está em baixo, e vice-versa, para a realização da Grande Obra”.

Neste emblema aparecem também muitas marcas em forma de runas pictas (isto é, a dos primitivos habitantes da Escócia, os pictos, que estabeleceram o seu próprio reino) e símbolos de graus maçônicos que vêm a designar em cifra, correspondendo à marca Maçônica pessoal, os nomes dos Oficiais da Grande Loja da Escócia e da Loja de Edimburgo nesse ano de 1893 da qual esta Loja de Mary´s Chapel faz parte como número 1.

Com efeito, entre os triângulos e o círculo aparece a sigla LEMC nº1, “Loja (de) Edimburgo Mary´s Chapel nº 1”, e dentro dos triângulos 12 símbolos correspondentes aos 12 Oficiais desta Loja, enquanto os 4 símbolos fora do círculo designam os 4 Oficiais da Grande Loja presentes quando se aprovou esta peça artística. Como exemplo único evitando indiscrições, repara-se no H com o Sol Levante por cima: é a marca pessoal de George Dickson, Venerável Mestre desta Loja de Edimburgo em 1893.

Leva a designação atual de Loja de Edimburgo porque Mary´s Chapel (Capela de Maria), onde a Loja funcionou originalmente, não existe mais.

Ela foi fundada e consagrada à Virgem Maria, no centro de Niddry´s Wynd, por Elizabeth, condessa de Ross (Escócia), em 31 de Dezembro de 1504, sendo confirmada por Carta do rei James IV em 1 de Janeiro de 1505. A capela foi demolida em 1787 para a construção de uma ponte no sul da cidade.

Esta Loja é a número 1 na lista da Grande Loja da Escócia (estabelecida em 30 de Novembro de 1736) por lhe ser muito anterior possuindo a ata de uma sessão Maçônica datada de 31 de Julho de 1599, constituindo o documento maçônico mais antigo do mundo e num tempo de transição entre a Maçonaria Operativa e a Maçonaria Especulativa, posto a existência de esta Ordem poder repartir-se por três períodos distintos:

Maçonaria Primitiva (terminada com os colégios de artífices romanos, os Collegia Fabrorum);

Maçonaria Operativa (terminada em 1523);

Maçonaria Especulativa (iniciada em 1717).

Por este motivo, foi nesta Loja de Mary´s Chapel que William Shaw (c. 1550-1602), Mestre de Obra do James VI da Escócia e Vigilante Geral do Ofício de Construtor, apresentou os seus famosos Estatutos Shaw datados de 28 de Dezembro de 1598, apercebendo-se pelo texto que ele além de pretender regular sob sanções a Arte Real dos artífices, procurava estabelecer uma separação entre os maçons operativos e os cowan, isto é, profanos.

O fato de aqui se redigir uma ata Maçônica em 1599, pressupõe que a Loja é anterior a esse ano e estaria organizada e ativa desde data desconhecida.

Seja como for, esta também foi a primeira Loja Maçônica antes de 1717 a admitir membros que não fossem construtores: Sir Thomas Boswell, Escudeiro de Auschinleck, Escócia, foi nomeado Inspetor de Loja em 1600, o que constitui a primeira informação relativa a um elemento não profissional recebido em Loja de Construtores Livres.

Outros autores dão o nome como John Boswell, Lord de Auschinleck, admitido como Maçom aceito nesta Loja. Este John Boswell é antecessor de James Boswell, que foi Delegado do Grão-Mestre da Escócia entre 1776 e 1778.

As atas de 1641 desta Loja Mary´s Chapel igualmente indicam que maçons especulativos foram iniciados nela. Nesse ano foram iniciados Robert Moray (1609-1673), general do Exército Escocês e filósofo naturalista, Henry Mainwaring (1587-1653), coronel do Exército Escocês, e Elias Ashmole (1617-1692), sábio astrólogo e alquimista.

Reconheceu-se aos três novos membros o título de maçons, mas como não gozavam dos privilégios dos autênticos obreiros, pois o cargo era somente honorário, foram denominados como accepted masons.

Ainda sobre Robert Moray, Roger Dache, do Institut Maçonnique de France, informa que quando da sua iniciação Moray recebeu como marca Maçônica pessoal o pentagrama ou estrela de cinco pontas, muito comum na tradição dos antigos construtores, com a qual se identificou bastante e a utilizou nas assinaturas de diversos documentos.

Ainda sobre Elias Ashmole, G. Findel, na sua História da Maçonaria, diz que há uma confusão nas datas sobre a sua iniciação Maçônica: Ashmole terá sido iniciado em 16 de Outubro de 1646 numa Loja de Warrington, Inglaterra, mas o fato é que o próprio escreve no seu Diário ter sido iniciado em Edimburgo em oito de Junho de 1641.

Em 1720, o artista italiano Giovanni Francesco Barbieri apresentou na Loja Mary´s Chapel um trabalho lavrado, reproduzindo com muita fidelidade a Lenda de Hiram, ou seja, o fenício Hiram Abiff que era o chefe dos construtores do primitivo Templo de Salomão, em Jerusalém. Sabendo-se que esta Lenda foi incorporada ao ritualismo maçônico, cerca de 1725, conjectura-se que Giovanni possa ter sido um dos maçons aceites da época e que a Lenda já era parte da ritualística Maçônica em Mary´s Chapel desde muito antes.

Há ainda o registro da visita de Jean-Theophile Désaguliers (1683-1744) à Loja Mary´s Chapel em 1721, visita estranha do filósofo francês Vice-Grão-Mestre (em 1723 e 1725) da recém-formada Grande Loja de Inglaterra.

Os maçons escoceses duvidaram do seu estatuto e sujeitaram-no a rigoroso inquérito em 24 de Agosto de 1721, até finalmente acreditarem nele e aceitarem-no com as regalias do cargo. Seja como for, não parece que as pretensões de Désaguliers tenham obtido o êxito que procurava, talvez por motivos de recusa de sujeição dos maçons escoceses aos maçons ingleses, o que recambia para a antiga questão independentista.

Foram ainda iniciados nesta Loja de Edimburgo o príncipe de Gales, depois rei Eduardo VII (1841-1910), e o rei Eduardo VIII (1894-1972), que abdicaria do trono britânico para poder casar com a americana Bessie Wallis Warfield.

A caneta com que assinaram o documento da sua iniciação é conservada no museu desta Loja, que o visitante pode ver entre outros objetos relacionados com a longa história dos maçons de Mary´s Chapel.

Aqui fica, em síntese simplificada para o leitor não familiarizado com estes assuntos, a história da Lodge of Edinburgh nº 1 (Mary´s Chapel), aliás, desconhecida de muitos maçons apesar de ser a mais antiga da Escócia e do Mundo.

Vitor Manoel Adrião


ESPOSA DE MAÇOM


Se ela não consentir, nada feito.

E essa condição é comprovada pelos sindicantes, normalmente acompanhados pelas respectivas esposas, que fazem a visita de aproximação e reconhecimento com o possível candidato e família, para dar testemunho e eventuais esclarecimentos sobre um tema que, a princípio, se mostra envolto em singularidades e questionamentos, mas que inspira acolhimento e compromisso com estudos, reflexões e crescimento pessoal.

Na cerimônia de iniciação, ela já é reverenciada, pois um par de luvas brancas lhe é assinalado, e torna-se “cunhada”. Se solteiro, para a mulher que o novel maçom e agora irmão mais estimar.

No início, o compromisso de participação nas reuniões é de uma vez por semana. Mas, a ânsia em assimilar à ritualística e dominar o simbolismo leva à realização de visitas e mais visitas às Lojas coirmãs, presença em palestras, ciclos de estudos da Escola Maçônica, quando houver, às vezes em velocidade de Fórmula 1.

A Maçonaria reitera constantemente que a prioridade é a família.

Naturalmente, algumas reclamações exsurgem, em especial no que concerne às reuniões, que têm um horário rigoroso para começar e não para terminar, às vezes excedendo aquelas duas horas inicialmente previstas.

Tudo elucidado quando tais sessões se referem às cerimônias magnas de recepção de novos candidatos ou mudanças de graus. Difícil mesmo é aclarar as “rápidas” confraternizações após os trabalhos quando as cunhadas ocasionalmente não participam.

A atmosfera costuma ficar mais sensível quando o abnegado e estudioso maçom resolve participar de tudo, com entusiasmo de iniciante, o que não é recomendável, e protestos do tipo “colocar esses interesses em primeiro plano” ou “a maçonaria é uma forte concorrente” rondam as conversações familiares, gerando inclusive pequenas tensões.

Evidentemente que o interesse em galgar os Graus Superiores da Ordem não se enquadra nessas redundâncias, sendo altamente recomendável, cabendo neste caso as devidas argumentações filosóficas junto à esposa.

Na hipótese de esse irmão tornar-se um voluntário para os trabalhos nos vários níveis da Potência a que está vinculado e/ou se habilitar como instrutor para os ciclos de estudos da Escola Maçônica, incluindo esporádicas viagens tipo bate/volta em fins de semana, o “bicho pega”.

Há casos de irmãos cujas consortes recomendaram que os mesmos levassem o leito para a Loja. Um equívoco, porém compreensível de “nossa” parte. Como se sabe, em serviços voluntários, a messe é grande e os operários são poucos.

Um conhecido e devotado irmão confessou que adotou como derradeiro recurso mostrar à esposa tão-somente uma frase do Ritual onde se questiona a que horas é permitido deixar o trabalho, cuja resposta taxativa é: “à meia-noite”.

Segundo ele, a cunhada entendeu seu desalento, elogiou sua criatividade e deu o esperado apoio. Outro, enfrentando queixas sobre a necessidade de atender às várias convocações, regozijou-se de ter feito um pacto de liberação das segundas às quintas-feiras à noite, quando efetivamente necessário, reservando todos os demais dias da semana para a esposa.

O comprovante dessas visitas é sempre colocado na Bolsa de Informações do lar, para que não restem dúvidas sobre as atitudes de um cidadão reconhecidamente livre e de bons costumes.

Ainda segundo esse exultante irmão, sua cara metade se declara agora a mulher mais feliz do mundo e está até dando “joinha” nas suas postagens no Face book.

Em outra situação surpreendente, um irmão decano e rabugento assumido se vangloria alegando que sua dedicada e compreensível patroa o incentiva a ir todos os dias à maçonaria, argumentando que isso é bom para ele.

E ele também afirma que ela se declara a dona mais feliz do planeta. A mesma situação sob duas perspectivas. Tem mais: este abençoado irmão é considerado Troféu Hors Concours em sua Loja na competição anual de “Irmão Peregrino”.

Imbatível! Com o tempo e a convivência entre os irmãos, as cunhadas assimilam a cultura e alguns excessos são relegados, pois o mistério se dilui e os laços de fraternidade se solidificam, preservado o que deve ser preservado, com os bons frutos da família maçônica sendo saboreados por todos.

Nessa interação, esposas de maçons, sobrinhos e sobrinhas, se unem e consolidam as colunas da filantropia e outras atividades educativas e de valorização da família junto à sociedade por intermédio das entidades paramaçônicas e fraternidades femininas.

Nos encontros familiares e festas, as cunhadas de uma forma ou de outra acabam tocando nesse assunto. Sempre aparece uma concunhada plena de sabedoria e de bons argumentos para consolar aquelas inicialmente mais apoquentadas.

As trocas de informações e experiências tornam-se salutares, pois o consenso entre elas é o de que os cunhados são hoje pessoas muito melhores do que antes de se filiarem à Ordem.

E que assim o Grande Arquiteto do Universo conserve! A Maçonaria, nos seus fundamentos, almeja que, com o tempo, o crescimento intelectual e o refinamento moral e de liderança dos obreiros tenham efeitos benéficos junto às famílias e do seu entorno, pois esse é o locus onde os maçons cumprem seus deveres e a missão de construtores sociais.

Com esse entendimento, a integração e os vínculos familiares se fortalecem, passando a compreensão e o estímulo ao trabalho do obreiro a fazer parte de um contexto de aprimoramento e evolução, onde a Humanidade se torna um campo de realizações e por consequência mais feliz nas suas relações. “ObriGADU, querida, pelo apoio e carinho!” (Obreiro feliz)

 Autor: Márcio dos Santos Gomes Márcio é Mestre Instalado da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, membro da Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D'Almeida, da Academia Mineira Maçônica de Letras. Fonte: O Ponto Dentro do Círculo

MAÇONS SÃO SERES HUMANOS!


Se, seres humanos, passíveis de falha.

Buscadores de Conhecimento como todos os seres humanos.
Sujeitos a acertos e erros como qualquer ser humano.

Porém, o que em um não iniciado é uma qualidade rara, no Maçom dever ser o comprimento de um Dever, sendo útil, sem jamais, tirar proveito.

Os que usam de dissimulação para entrar na Ordem, renegando propósitos como: obter proveitos e vantagens, para ser admitidos, se decepcionarão quando perceberem que a Maçonaria consiste em estudar, ler, elaborar trabalhos, auxiliar os necessitados, mudar as condutas inadequadas, tornando-se mais virtuoso.

Um dos Bons Mestres com quem tive a satisfação de conviver (já partiu para o Oriente Eterno), disse, certa vez:

- A Maçonaria é a única escola que concede um grau antes de ministrar as lições.

E isso, faz com que, grande parte dos iniciados, não entende a diferença entre receber o Grau e concluir o Grau. 

Só podemos nos considerar aptos ao final de cada ciclo.

Além de checarmos quantas lições foram ministradas e respondidas, o tempo transcorrido, seria indispensável avaliar que transformações aconteceram no modo de proceder dos irmãos.

São elementos de concórdia?

Demonstram com suas ações que entendem que líderes jamais impõe sua vontade?

São tolerantes e tem clara noção dos seus próprios limites?

Dedicam-se ao estudo e a pesquisa com afinco?

Possuem disciplina e perseverança para aprender e sabedoria para ensinar. 
As belas palavras são condizentes com atitudes de mesmo valor?

Entende que mais do que proferir belos discursos é preciso saber quando, se, o que e como falar; sendo moderado com os menores, prudente com os maiores, sincero com os iguais, manso com os que sofrem, sempre de acordo com os princípios da sã moral?

Conhece e aceita suas limitações e, dia após dia, trabalha no mármore para retirar as arestas, uma a uma, com cuidado para não estragar a obra?

Entende que liberdade ao extremo, se torna libertinagem; que ausência de liberdade, se transforma em escravidão e que, somente pode ser benéfica, a liberdade que se associa a responsabilidade?

E ainda, para que seja considerado apto a subir os degraus da escada:
Deve gozar a vida com moderação e sem ostentações.

Ter devoção à pátria e imenso amor à família, aos irmãos e à humanidade.

Precisa ter disposição indomável para combater sem tréguas o vício, a corrupção, o crime, a intolerância e, principalmente, as suas próprias ambições pessoais.

Ser misericordioso, filantropo, inclinado a compaixão e predisposto a empatia.

Respeitar o seu próximo, independente, de cor, posição social, credo ou idealismo político, bem como à natureza e aos animais.

Amparar e ouvir os seus Irmãos, guardando como segredo de confissão as suas fraquezas e enaltecendo, para todos, as suas virtudes.

Precisa gostar da filosofia maçônica, conhecer profundamente a sua liturgia e ritualística, combatendo o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os preconceitos, os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.

Ter uma espiritualidade rica e pureza de sentimentos, que justifiquem a honra de revestir-se de aventais e receber títulos, cargos e graus, ciente de que os paramentos devem adornar as virtudes e não, o corpo físico.

Do passado: ser versado em História da Maçonaria, saber suas origens, leis, usos e costumes; no presente: estar disposto a escrever novos capítulos, atuando como construtor social, objetivo primordial da Ordem, para colaborar com o progresso da humanidade.

E percebo que meu Mestre descobriu o Segredo, alcançando a Sabedoria.

O grande Segredo da Maçonaria é o processo interior que permite a transformação das trevas da ignorância em luz do conhecimento.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece a oportunidade para que um ser humano falho e com defeitos, possa aperfeiçoar seu caráter.

O grande Segredo da Maçonaria é que ela oferece as ferramentas e ensina como utilizá-las.

O maior segredo da Maçonaria é que para elaborar uma obra quase perfeita é preciso trabalhar com afinco, paciência, perseverança, disciplina, no bloco informe e bruto que cada ser humano representa.

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A SUBLIME ORDEM



Por mais que os edifícios que ocorrem as reuniões maçônicas são comumente chamados de templos, eles doutrinariamente não os são.

Historicamente devemos lembrar que desde o início do século XVIII, na Europa, as lojas maçônicas de Londres reuniam-se em salões residenciais, em tabernas, em adegas ou em amplos porões.

Somente em 1765 foi construído o primeiro edifício destinado ao uso exclusivo para as reuniões da maçonaria. Até por que a palavra templo é utilizada ate hoje predominantemente pelos profanos e suas linguagens comuns, sempre associada e dentro de um contexto religioso.

Mas o que poucos profanos não lembram é que a palavra templo são também conhecidos e referenciados, por exemplo, como um museu ser o Templo da Historia, ou como uma galeria famosa ser um Templo da Cultura e um Templo das Artes ou mesmo um grande e moderno estádio poliesportivo, ser denominado como um “Templo dos Esportes”.

Outro detalhe que se tornou um grande equivoco de interpretação por parte dos profanos que desconhecem grande parte da historia da maçonaria, seria quanto a um dos tradicionais pré-requisitos e obrigatoriedade, para que cada candidato postule e seja admitido a ordem filosófica e iniciática é que tenha a crença na existência de uma força ou entidade energética criadora e mantenedora do universo, para ser assim admitido.

Sendo assim o deve ter ocorrido pelos anos no meu parco entendimento, é que, em termos gerais cada novo irmão pouco conhecedor da original doutrina fundacional da ordem, deve ter associado e encarado esta força energética comum a todos que ingressam indeterminadamente, como um ser divino particular, justo e perfeito, bem longe da original ideia da Energia Matriz Arquitetônica da Vida e do Universo, fundamentada de forma clara na doutrinaria desta ordem iniciática, filosófica e progressista.

Mas a pratica repetitiva sem os progressivos estudos, para o alcance e um maior aprimoramento e entendimento da doutrina da Sublime Ordem, fez também que muitos irmãos operativos erroneamente migrassem o termo original e tradicional de inauguração de um templo - no sentido amplo da palavra, de um edifício, de uma sala e um local escolhido para encontros e realização dos trabalhos da ordem para o errôneo termo de sagração, aferindo e conclamando equivocadamente, e mesmo induzindo a falsa interpretação para quem não conhece e nunca estudou sobre a verdadeira histórica doutrinaria fundacional da Sublime Ordem filosófica, a ter uma falsa ideia que se trata de algum tipo de religião secreta, o que não é.

Outro detalhe que agrava em muito as interpretações aos olhos leigos é a falsa ideia de idolatria e religiosidade já que a decoração do edifício maçônico tem elementos alegóricos alusivos ao Primeiro Templo de Salomão, em Jerusalém, e no mesmo sentido vale aqui lembrar sobre as lendas estudadas e narradas de vários graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, que se referem ilustrativamente e de forma figurada a algumas historias ficcionais e lendas da vida profissional do mestre de construção, Hiram Abiff, que é uma figura alegórica fartamente mencionada na ritualística maçônica, que tem suas conotações figuradas de personalidade expressivas a ganância, os vícios, as virtudes e vaidades existentes no meio entre os operários durante a cada passo da magnífica construção do antigo templo do Rei Salomão.

Fiat Lux.

Ricardo V. Barradas.


A INICIAÇÃO REAL



A Maçonaria adquiriu o seu aspecto iniciático a partir do século XVIII. A singela recepção das Lojas operativas foi transformando-se, o ritual foi enriquecendo-se e complicando-se a Liturgia, durante todo o século XIX, até chegar à Iniciação Maçônica atual com o seu brilhante cortejo simbólico.

Na verdade, o que a Ordem Maçônica pretende, através da Iniciação, é dar ao iniciado uma responsabilidade maior não somente como ser humano com vida espiritual, mas também como homem e cidadão. E isso os antigos o faziam por meio de ritos iniciáticos.

Os iniciados eram submetidos a exercícios mentais e intelectuais e, pela meditação e a concentração, eram conduzidos paulatinamente, ao despertar de uma vida interior intensa e, assim, a uma compreensão melhor da vida. Diz Aryan, na introdução ao Livro “La Masoneria Oculta Y La Iniciacion Hermética”, de J. M. Ragon, que “os ritos não teriam nenhuma utilidade se os seus ensinamentos caíssem como água numa ânfora quebrada”.

O seu objetivo consiste em relembrar ao iniciado que deve dar, cada vez mais, predomínio à vida interior do que à atração dos sentidos. A promessa do Maçom de ser bom cidadão, de praticar a fraternidade não quer dizer outra coisa.

Diodoro da Sicília dizia que “aqueles que participavam dos Mistérios tornavam-se mais justos, mais piedosos e melhores em tudo”. Por isso, o primeiro passo da vida iniciática é a entrada em câmara ou cripta onde hão de morrer as paixões, para que o aspirante possa ser admitido no reino da Luz.

Como dizia, há séculos, Plutarco: “Morrer é ser iniciado” Há duas espécies de iniciação: a REAL e a SIMBÓLICA. A primeira, segundo escreve A. Gédalge no “Dicionário Rhea”, é o resultado de um processo acelerado de evolução que leva o Iniciado a realizar, em si mesmo, o que o homem atual deverá ser num futuro, que não pode ser calculado.

A segunda é, apenas, a imagem da iniciação real. Referindo-se à Iniciação Simbólica, o Manual de Instrução do Primeiro Grau da Grande Loja de França, citado por Paul Naudon em “La Franc-Maçonnerie et le Divin”, assim se expressa:

“Os ritos iniciáticos não têm nenhum valor sacramental. O profano que foi recebido Maçom, de acordo com as formas tradicionais, não adquiriu, só por esse fato, as qualidades que distinguem o pensador esclarecido do homem inteligente e grosseiro. O cerimonial de recepção tem valor, unicamente, como encenação de um programa que importa ao Neófito seguir, para entrar na posse de todas as suas faculdades”.

Pela iniciação simbólica, segundo o sentido etimológico dado por JULES BOUCHER, no livro “Simbólica Maçônica”, o “iniciado” é aquele que foi “colocado no caminho”. Paul Naudon, em “La FrancMaçonnerie”, referindo-se à iniciação simbólica, assim escreve:

 “O objetivo da iniciação formal é conduzir o indivíduo ao Conhecimento por uma iluminação interna. É a razão pela qual a Maçonaria usa símbolos para provocar essa iluminação, por aproximação analógica. Vemos, assim, que os verdadeiros segredos da Maçonaria são aqueles que não se dizem ao adepto e que ele deve aprender a conhecer pouco a pouco, soletrando os símbolos”.

Não existe nisso nenhum incitamento à pura contemplação interior, a êxtase, ao misticismo... “Cabe ao neófito descobrir o segredo. Dentro da noite de nossas consciências, há uma centelha que nos basta atiçar para transformá-la em luz esplêndida. A busca dessa Luz é a Iniciação”.

“Nessa marcha ascensional em direção à Luz, onde a via intuitiva parece primordial, é evidente que a razão não pode ser afastada. Em todos os ritos, a Maçonaria a evoca sem cessar. É a lição dos símbolos, entre outras, a do compasso, que se aplica, particularmente, ao volume da Lei Sagrada, símbolo da mais alta espiritualidade, à qual aspira o Maçom.”

Essas ideias e pensamentos têm o objetivo fraterno e leal de incutir nos recém-iniciados o verdadeiro espírito maçônico; de fazê-los ver a responsabilidade assumida perante a família dos Irmãos conhecidos e desconhecidos espalhados pelo orbe da Terra.

Que todos nós, indistintamente, aprendamos a conhecer o espírito maçônico, afastando-nos da falsa ciência e do sectarismo, combatendo e esclarecendo todo cérebro denegrido pelo obscurantismo, para que possamos tornar-nos dignos de ser uma dessas Luzes ocultas que iluminam a humanidade.

Os verdadeiros sinais pelos quais se reconhece o Maçom não são outros senão os atos da vida real já nos ensinavam o Irmão Oswald Wirth. O Maçom há que agir equitativamente como homem que cuida de se comportar para com outrem, como deseja que se proceda a seu respeito.

O Maçom distingue-se dos profanos por sua maneira de viver. Se não viver melhor que a massa frívola ou devassa, a sua pretensa iniciação na arte de viver revelasse fictícia, a despeito das belas atitudes que fingem. Esforcemo-nos para que sejamos reconhecidos não pelo toque, pelo sinal ou pela palavra, mas por nossas ações no âmbito maçônico, social e profissional.

“Sejamos homens de elite, sábios ou pensadores, erguidos acima da massa que não pensa”, porque somente desse modo é que poderemos alcançar a Iniciação Real, digna de poucos.

Jaime Balbino de Oliveira

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