ENSINAMENTO MAÇÔNICO SOBRE A ENTRADA NO TEMPLO



Quando dizemos que somos de uma loja de São João justa e perfeita elevamos a nossa alma ao Grande Arquiteto pedindo proteção ao nosso coração para mantê-lo puro perante as imperfeições e evoluções constantes no mundo, onde reconhecemos a nossa pequenez e o nosso grau de aprendiz, que nada sabemos e talvez chegarmos à conclusão que nada saberemos.

Simplesmente vivemos e adquirimos maturidade terrena e material, sempre buscando algo que está longe demais de ser alcançado, e quando chegamos vemos que o grande arquiteto tem outros planos, muitas vezes corrige este curso, outras nos proporciona a oportunidade de evoluir espiritualmente e como pessoa.

Devemos focar os nossos objetivos para trazermos paz ao mundo e tranquilizar os corações amargurados e sofridos numa vida de tantas provações. Amizade a todos os irmãos, entendendo-os e relevando as mais diversas situações provocadas pelo seu grau de evolução, mostrando-lhes o caminho das pedras para a sua aprendizagem individual, refletindo sobre nos mesmos e lembrando constantemente do nosso estágio de aprendiz, que ao contrário do que achamos é cada vez menor, o que perante o grande arquiteto aumenta a nossa responsabilidade perante os seus objetivos num mundo em constante modificação.

Prosperar para oferecermos conforto às nossas famílias e criar condições de fazermos algo mais pelo próximo e formarmos exemplo de cidadania, contribuindo assim para um mundo melhor é uma frase conceitual, mas na essência vem acrescida de tantas variáveis que montaríamos uma biblioteca, pois com ela pode vir cobiça, vaidade, ignorância e tantas outras que nos fazem perder o sono à noite.

Será que a prosperidade tem algo a ver com longevidade?

Algo que está interno ao ser humano e não nos prazeres mundanos?

Será que a realização momentânea nos traz um vazio, contemplando aquele sentimento de que sempre nos falta algo?

Será que ao estendermos a mão a um necessitado não estaremos prosperando muito além dos nossos limites?

Fazer a diferença não seja ser uma pessoa digna e um bom pai de família?

Prosperar! Palavra forte e concreta que nos remete ao céu, uma grande diferença entre a migração de uma coluna à outra, de um estudo conceitual a uma ideologia mágica de satisfação plena.

E somente trazes isso contigo?

O Venerável Mestre, aquele cuja responsabilidade é creditada a conduta dos seus aprendizes, vos saúda com respeito e admiração, agradecendo em nome de todo o seu templo de origem o privilégio de abrigar com o mesmo carinho que esse filho foi recebido na vida dos irmãos de convívio, fazendo-o ter uma visão diferente, mitigando a sua curiosidade a outros fatos que contribuam para a sua aprendizagem, razão para  seu glorioso nome… Venerável Mestre.

Quando construímos templos à virtude remetemo-nos aos notáveis cavaleiros templários, figuras fortes e marcantes que tanto contribuíram com o nosso desenvolvimento, demonstrando garra, robustez e perseverança, trabalhando com muita alegria, cavando masmorras ao vício.

O mesmo vício de fazer o bem e nos fazer progredir e acreditar que existem muitas variáveis que não temos conhecimento, migrando-os ao simples – louvável – aprendendo que os detalhes fazem as diferenças, que é na minúcia que descobrimos a arte.

Neste momento lembramos Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, provável free maçom da sua época, estaria errado em tantos progressos nas áreas de engenharia, arquitetura, sociedade, música e artes cênicas de hoje?

O nível de detalhe dos seus projetos nos levam a pensar que realmente temos muito a aprender, que realmente somos aprendizes. Muitas paixões foram vencidas, muitas vontades submetidas para realizar um dos trabalhos mais bonitos que a história protagoniza até hoje – a capela Sistina – que demonstra com suavidade e vigor toda energia despendida por um aprendiz que buscava algo, que tanto criou e contribuiu ao mundo e, talvez, tenha viajado as estrelas e ainda hoje continue buscando algo.

E o que ele queria? Um lugar que a história lhe reservou ou somente um lugar entre nós?

“De tempos em tempos, o Céu envia-nos alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através do seu espírito e da superioridade da sua inteligência, possamos atingir o Céu”.
Giorgio Vasari

E o seu Venerável Mestre lhe concedeu… e o Mestre de Cerimônias acompanhou-o ao seu lugar de direito.

Maximiliano Schaefer


DESMISTIFICANDO A RELAÇÃO ENTRE A IGREJA EVANGÉLICA E A MAÇONARIA



Historicamente os evangélicos e os maçons sempre tiveram uma relação estreita e pacífica.

Muitas vezes trabalharam juntos na formação do homem virtuoso capaz de transformar a sociedade. É inegável que a maçonaria moderna foi organizada sob a influência Protestante.

Basta ver que James Anderson autor da “Constituição de Anderson” era reverendo da Igreja Presbiteriana inglesa. Também Jean Teophile Desaguliers tido como o patrono da moderna Maçonaria Especulativa, era reverendo da Igreja Anglicana. 

Ambos, Anderson e Desaguliers, eram clérigos e maçons atuantes e que passados séculos, ainda nos ensinam muito sobre nossa Ordem.

No Brasil, a boa relação entre evangélicos e maçons, gerou a Loja George Washington, fundada em 10 de setembro de 1.871, na cidade paulista de Santa Barbara do Oeste, por oito membros da Igreja Batista, comandados pelo pastor Richard Ratcliff, vindos de Richmond, Virginia; nos Estados Unidos. Entre estes, cinco deles, maçons, fundaram a primeira Igreja Batista no Brasil.

É sabido que os maçons protegiam os protestantes que eram vitimas de perseguições e impedidos até de terem propriedades para construções de seus templos. Sofriam ameaças graves, às vezes eram agredidos por fanáticos católicos.

A religião, como sempre, era arma para a intolerância.

Porém, de uns tempos para cá, talvez três décadas, a situação entre evangélicos e maçons começou a mudar, para pior. A intolerância e o preconceito contra a maçonaria começa a fazer vítimas no mundo evangélico da maneira mais odiosa, a prática da delação entre irmãos da própria igreja.

Se um evangélico descobre que um membro de sua igreja é maçom, prontamente o delata aos superiores hierárquicos, que vão atrás do “traidor da fé” e o colocam contra a parede. Interrogado sobre sua vida na Ordem lhe é dado o cheque mate: ficar com Deus ou com o Satanás.

Existem pastores que afirma que a maçonaria vai destruir a religião e prega a expulsão dos fiéis da igreja.

Parece que a prática da delação não é mais patrimônio apenas dos regimes autoritários, onde a liberdade de consciência e religiosa não existe.

Mau homem, péssimo maçom, pior cristão ainda, que entrou para a religião para se locupletar. Impressiona a falta de inteligência de antigos maçons que sabendo que a Ordem não é religião a apresentam como tal, criando um clima de desavença.

Mentes tacanhas estão comandando essa onda de perseguição interna nas igrejas, a serviço da intolerância e do ódio.

Logo os evangélicos, se tornam inimigos da maçonaria, esquecendo-se que quando começaram a chegar ao Brasil um país eminentemente católico, os maçons os acolheram oferecendo suas casas, salões e até templos maçônicos para suas reuniões.

Aos maçons mesquinhos e intolerantes infiltrados nas igrejas, peço que estudem a história da Ordem e sua relação com o protestantismo. Esses antigos fiéis, já naquela época, sabiam que religião e maçonaria são distintas e que para o homem justo e bom, uma complementa a outra.

Autor
Laurindo Roberto Gutierrez.


CIVILIDADE, RESPEITO E AMOR!



Na condição de Obreiro da Arte Real, tenho observado com preocupação, o nível de beligerância presente, entre IIr.’. em muitas publicações e comentários, que leio, participo ou assisto.

Somos uma instituição, em que desiguais, se tratam por iguais, ao se chamarem de Irmãos!

Não importando sua profissão de fé, convicções ou linha de pensamentos.
Somos buscadores e Obreiros da Arte Real!

Civilidade é uma característica, que faz o mundo profano, de alguma maneira nos admirar.

Nossa liga se dá pelo respeito, que surge quando nascemos, quando a luz nos é dada.

Somos uma Ordem de homens justos, que se declara através da divisa:

Liberdade! Igualdade! Fraternidade!

Detentores do equilíbrio, tolerância e acolhimento.

Busquemos enxergar cada Irmão, dentro desta ótica e avaliação.

Respeitando o contraditório, aquilo que não nos é perfeito.

Debates de ideias, questões de conhecimento, são de vital importância para nossa sobrevivência, mas que não se transformem em dissensão, em nossa convivência.

Respeitar a posição de cada um, não é uma decisão, mas uma obrigação entre os que se unem, em Cadeia de União.

Perfeição esta deve ser a nossa busca, entendimento este deve ser nosso caminho, pois só através dele, serão derrubados os muros potenciais, que nos restringem, nos inibem e criam várias verdades, dentro de uma única razão.

Pois como bem diz o Profeta, no Livro de Eclesiastes:
Vaidade de Vaidades!

Tudo é vaidade.

Jaylton Reis

A Bigorna de Tubalcaim
Maçonaria sem Fronteiras
Hospitalaria sem Bandeiras


NA MAÇONARIA, SOMOS TODOS IRMÃOS MESMO?



Acreditar que todos somos iguais ou que ninguém é melhor que ninguém é uma amarga ideologia social.

Não somos iguais e entre nós existem aqueles que são melhores que outros sim, pois todo processo de avaliação tem um conceito subjacente como reverencial, todavia, o maior erro é tentar usar conceitos como dinheiro ou cor de pele para julgar quem é melhor que quem.

A referência de comparação entre humanos deveria ser a grandeza espiritual e a tendência a praticar o bem. Não tenho dúvidas que, usando tal como referência, não é difícil encontrar diferenças relevantes entre os humanos e perceber-se que existem sim, muitos irmãos melhores ou piores que outros.

O homem Maçom, nasceu pra praticar o bem e a gentileza, por algum motivo, muitos de nós nos perdemos no caminho.

Somos feitos do mesmo pó. Somos poeiras vagando em um mundo impuro. Somos partículas desse pó, e a única certeza é que a esse pó material, retornaremos e o nosso Espírito retornará a Deus que o deu. Ademais, tudo é vaidade!

Somos um conjunto de coisas que nos foram ditas no passado; a ideia não é ser isso, mas se for, que se seja com uma dose de consciência e coragem para assumir a ideia de que somos o que queremos ser a partir do momento que resolvemos nos livrar do julgo antes imposto.

Nisso, só há sentido quando soubermos o sentido que queremos dar na nossa vida dentro e fora da Maçonaria.

Fora disso, é perca de tempo e é assumir o fatalismo existente na inconsciência dos fatos que ladeiam a razão da nossa existência.

Voltando a temática inicial: SOMOS TODOS IGUAIS? Que Quão bom e quão suave fosse que realmente vivêssemos Unidos como irmãos!! Que realmente fossemos iguais, como irmãos.

Nós somos irmãos de famílias diferentes, não temos o mesmo sangue, mas carregamos o mesmo sentimento no coração. Os Maçons precisam aprender em a ter mais compaixão e menos vaidades pessoais e intolerância.

Precisam substituir a ganância por bondade, a inveja por solidariedade, o desespero por esperança. A Ordem Maçônica e o mundo precisam, acima de tudo, de amor. 

Mais amor, menos medo. O amor vai nos salvar; não o amor romântico, mas o amor de cada ser humano pelo outro. Somos todos irmãos aqui. Todos merecemos dar e receber amor.

Se os Irmãos valorizassem a bondade acima da força física ou do acúmulo de conhecimento, nossas Lojas e Orientes seriam um lugar melhor. A bondade é muito mais do que qualquer outra coisa. Ela é força do espírito, ela é sabedoria verdadeira. 

Ouvi do saudoso irmão Ítalo Natali, da Querida Loja Estrela do Mucuri, Oriente de Nanuque MG: “Irmãos são presentes que o universo nos envia para proteger e amar. Valorize essa união!”

Assim concluindo, sempre me lembro dessa frase dele. Somos presentes do Universo, mas para realmente sermos iguais em essência e em espírito, teremos que primeiro Amar aos nossos irmãos, valorizarmos suas qualidades individuais, protegermos nossos irmãos de nossos arroubos e intolerâncias e relevarmos quando eles nos tiverem ofendido, pois afinal, dentro da Maçonaria, um Ósculo e um abraço Fraternais devem ser o suficiente para apararmos quaisquer arestas. Esses dois atos são a Trolha, que deve corrigir nossas arestas e discrepâncias, para realmente afirmarmos: 

SOMOS REALMENTE TODOS IRMÃOS!!!!

Ir.’. Dario Ângelo Baggieri
Montanha - ES

LIBERDADE DE PENSAMENTO



Quando dizemos que a Maçonaria é uma Escola de filosofar, assim o fazemos porque entre nós se exige estudo, pesquisa, meditação.

No entanto, não tememos afirmar que nossa Ordem é fundamentalmente filosófica, uma vez que ela tem por mira alcançar um ideal superior.

A beleza do filosofar maçônico está no estudo comparativo dos sistemas filosóficos que a história nos proporciona.

A Maçonaria não se prende a uma escola ou a um determinado sistema, porque se tal o fizesse estaria tirando a liberdade de pensamento de seus membros, obrigando-os a seguir um único e mesmo caminho.

Haveria, então, é de supor-se, uma verdadeira lavagem cerebral.

Se tal ocorresse mais cedo ou mais tarde, nossa Ordem ou se desvirtuaria ou desapareceria.

O Maçom tem inteira liberdade de interpretação, pois o símbolo permite exegese variada e, muitas vezes, desigual.

Se houver uma uniformidade obrigatória de interpretação, isto seria um verdadeiro atentado contra um dos sagrados postulados que ela prega: liberdade.

Portanto, é impossível, maçonicamente, alguém pretender fixar determinada corrente ideológica.

A preocupação maçônica pelo ser, pelo conhecer, pelo alcançar a verdade, exige análises, debates, troca de ideias e, sobretudo, respeito ao pensamento alheio.

O esoterismo se sobrepõe ao exoterismo, porque os problemas interiores merecem maior atenção que os exteriores.

O Maçom deve conscientizar-se de que tem um compromisso consigo mesmo, com o seu pensar, com o que fazer de sua vida maçônica.

Ele não pode prescindir de si próprio, não pode prescindir de seus direitos e, sobretudo, de seus deveres, porque se o fizer, estaria negando-se como ser, como homem, como Maçom.

Não podemos escapar da grande verdade de que o saber humano, mormente o saber filosófico – vem do homem, pelo homem e para o homem.

Devemos ter sempre diante dos olhos esta verdade: a Maçonaria proporciona aos seus membros os meios necessários para que adquiram o saber.

Infeliz do Maçom que disto não se aperceber...

É necessário, no entanto, que tenhamos a melhor boa vontade em assimilarmos tudo àquilo que ela põe ao nosso dispor, não só para adquirirmos o saber, mas também para alcançarmos aquele Grau de educação maçônica que nos projetará como verdadeiros e autênticos Maçons.

Raimundo Rodrigues MM


O PAINEL NO GRAU DE APRENDIZ



Perdem-se na noite dos tempos, as origens do Painel do Grau de Aprendiz, sendo que, com a finalidade de representar os mais importantes Símbolos de nossa Ordem, o painel era desenhado a giz e carvão no chão dos locais onde se realizavam as reuniões, que geralmente eram realizadas em tabernas, sendo que após as mesmas, tinha-se o inconveniente de ter que apagar e refazê-los, o que acabou  levando algumas Lojas a desenhá-los sobre um tapete ou um pano, expostos nas sessões.

A origem da palavra painel provém do espanhol, significando “pano”, pois eram desenhados neste material, ou ainda pintado ou bordado em um tapete. Foi o irmão John Harris, que em 1820, desenhou os primeiros Painéis, que, existem até hoje, salvo pequenas modificações.

Nos graus simbólicos, existe um painel para cada um deles, ou seja, no Gral de Aprendiz, no Grau de Comp. e no Grau de Mestre, sendo eles, síntese dos mistérios de cada grau.

No Painel encontram-se presente todos os símbolos maçônicos, lembrando que os símbolos são essenciais para a nossa Ordem, sendo eles síntese dos mistérios de cada grau, sendo que o estudo da simbologia é uma obrigação do Maçom.

No nosso rito, o painel adotado pela grande loja, onde se vê as três colunas e a escada de Jacó, de acordo com Ir.·.Benone Rodrigues de Farias  MMI – 196.200 Or.·.de Aracaju – SE, Jul 2012 é original do Ritual de Emulação.

Ocorre que, quando da criação das Grandes Lojas, Mário Behring, à frente do Supremo Conselho do Grau 33 do REAA, necessitava fornecer os Rituais dos Graus Simbólicos para que as recém-criadas Grandes Lojas pudessem trabalhar. Como se desejava uma aproximação com as Grandes Lojas Brasileiras da Grande Loja Unida da Inglaterra e das Grandes Lojas Americanas, Mário Behring incluiu diversas características do Ritual de Emulação e do Rito de York aos seus rituais do REAA.

Existem, vários painéis do Grau de Aprendiz, pertencentes aos diversos ritos e mesmo no REAA. No entanto, sem entrar na discussão qual o real painel do Rito, vamos nos ater ao nosso, ou seja, da GLMG que, de acordo com vários estudiosos, não é o original.

Como pode se observar, nosso painel possui vários símbolos que passaremos a estudar, resumidamente.

A PEDRA BRUTA E A PEDRA CÚBICA

A esquerda do Painel do Aprendiz figura a PEDRA BRUTA, que simboliza as imperfeições do espírito e do coração que o Maçom deve se esforçar para corrigir, simbolizando a matéria a ser trabalhada, as imperfeições e nossos defeitos. 

Ressalte-se, que o trabalhar na pedra bruta é um caminhar ininterrupto na busca do ideal da perfeição, de nos tornamos melhores do que já somos.

O fim precípuo ao desbastarmos a PEDRA BRUTA, é lapidá-la para chegarmos a PEDRA POLIDA. Esta conquista representa a passagem do Grau de Aprendiz para o Grau de Companheiro.

A PEDRA POLIDA, encontra-se a direita do painel, próximo a segunda coluna. Essa pedra, sobre o qual os Companheiros devem aferir e afiar seus instrumentos simboliza o progresso que eles devem fazer na instituição e em seus relacionamentos com os Irmãos.

No entanto, para desbastar a Pedra Bruta, é preciso fazer uso do compasso, do esquadro, do nível, e do fio de prumo.

O COMPASSO E O ESQUADRO

O ESQUADRO como joia do Venerável Mestre, simboliza a retidão, e indica que ele deve ser o Maçom mais reto e mais justo da loja, devendo servir de exemplo para todos os obreiros.  Ele representa a conduta ética e moral que deve pautar a todos os maçons.

Em nossa   simbologia, representa a matéria, a vida justa e correta, ou ainda o equilíbrio.  Daí ser a joia utilizada pelo o Venerável.

No caso dos Ex-Veneráveis essa joia tem ainda pendurado entre os dois braços a demonstração do Teorema de Pitágoras, sendo que o próprio Esquadro, os braços estão na relação de três por quatro, como os dois catetos do triângulo retângulo dos Pitagóricos.

Enquanto isso, o COMPASSO representa a espiritualidade.  No Grau do Aprendiz, ele está embaixo do Esquadro, indicando que a Matéria predomina sobre o Espírito.
A conjugação destes dois instrumentos, constitui o símbolo mais conhecido da Maçonaria.

O esquadro, com as pontas viradas para cima, e o compasso, com as pontas viradas para baixo, simboliza a união do espírito com a matéria, o equilíbrio que deve reger o Universo.

O PRUMO E O NÍVEL

O NÍVEL representa a igualdade fraterna que deve reger todos os maçons, sendo a joia do 1º Vigilante.

É o NÍVEL que nos faz tratarmo-nos como Irmãos uns aos outros, fazendo-nos sentar lado a lado, sem diferença de classe social, de instrução, seja rico ou pobre, fazendo que não exista dentro de loja, as distinções que existem no mundo profano.

Assim, o NÍVEL é o símbolo da igualdade, com que todos os Maçons se reconhecem.

O PRUMO, conhecido como perpendicular no passado, é o símbolo da Retidão, da Justiça e da Equidade, simbolizando também o equilíbrio. Se o NÍVEL representa a Igualdade entre os homens, o PRUMO nos informa que o Maçom deve possuir uma retidão de julgamento.

Sendo também considerado o símbolo de profundidade e do conhecimento.
Quando o Aprendiz completa o seu tempo e após apresentar seu trabalho sobre o Grau, diz-se que está apto para passar da “Perpendicular ao Nível”.  É a Jóia do 2º Vig.’.

A RÉGUA DE 24 POLEGADAS

A RÉGUA, que se encontra ainda em nosso painel, é um instrumento de medida, onde através dela, pode-se conseguir a informação sobre a dimensão espacial.

Ela é de 24 polegadas, no sentido associado às horas do dia.  Em número de 24, divididas em três períodos iguais de oito horas, alerta que o homem deve ocupar com equilíbrio o seu dia dividindo-o em descanso, trabalho, e a serviço de Deus ou de um irmão necessitado.

A lição que o Aprendiz deve extrair da régua de 24 polegadas é da proporcionalidade e retidão com que deve ocupar o seu tempo.

Quando o irmão se desculpa de não ter tempo para ir as nossas reuniões ou atividades, demonstra um total descaso com os nossos princípios.

O MAÇO E O CINZEL

Estes instrumentos utilizados pelo Aprendiz são apresentados no Painel de forma associada, localizada acima da Pedra Bruta, indicando que quando se utiliza a inteligência, a força física com a força intelectual, mais o talento, e sempre aplicada na medida correta, permite o desbaste da Pedra Bruta, transformando em Pedra Cúbica.

Essa associação, do Maço e do Cinzel, indica a vontade e a inteligência, a força e o talento, a ciência e a arte, a força física e a força intelectual, quando aplicadas em doses certas, permitem que a Pedra Bruta se transforme em Pedra Polida.

O Maço simboliza a força de vontade do Aprendiz, indicando que ele deve ser firme e perseverante.

Mas o homem não pode agir desbastando a Pedra Bruta, se não tiver o auxílio do Cinzel.

A PRANCHA DE TRAÇAR

Na PRANCHA DE TRAÇAR, que se faz presente no painel, está gravado o esquema para a chave do alfabeto maçônico.

O esquema alfabético, que consta na Prancha de Traçar lembra ao maçom que ele deve sempre traduzir seu pensamento de uma forma justa e perfeita, realizando seu trabalho com retidão. Ela constitui um dos símbolos maçônicos, e indica que o Maçom deve traçar seus objetivos e lutar para conquistá-los, sem prejudicar a ninguém.

O SOL, A LUA E AS ESTRELAS

O Sol a Lua e Estrelas se fazem presentes nos Painéis, bem como também na decoração do Templo, simbolizando o Universo.

O Sol e a Lua representam o antagonismo da natureza, o dia e noite, positivo e negativo, masculino e feminino, presente na nossa vida maçônica ensinando-nos que tudo é equilíbrio, apesar de contrários.

O Sol é a fonte de luz e vida, o princípio ativo, a Lua, à noite, o princípio passivo, surgindo quando o Sol se põe e reina no céu da noite estrelado, não com sua própria luz, mas refletindo a luz solar.

O Sol, ativo, fica à esquerda, e a Lua, passiva, fica à direita do Painel.

Na Loja, os trabalhos são abertos simbolicamente ao Meio-Dia, quando o Sol esta em Zênite, e fechados à Meia-Noite, quando ele está no Nadir; nesse momento, supõe-se que a Lua esteja em seu pleno esplendor.

As ESTRELAS, vistas no painel simbolizam o infinito e o universo que está representado em nosso templo.  Ressalta-se que são 27(vinte) as estrelas dispostas no painel e, pela numerologia, é o equivalente ao número 9, ou seja, 3X9, número da trindade que carrega consigo a representação divina dos 3 planos existenciais: o mundo da alma, do espírito e da matéria.

O PISO MOSAICO

O Piso Mosaico é composto por quadrados que se alternam nas cores brancas e pretas, como se fosse tabuleiro de xadrez. Tem como significado, a união íntima que deve existir entre todos os Irmãos Maçons.

O Piso representa os contrastes existentes na vida, os opostos, a presença do Bem ao lado do Mal; o Corpo e o Espírito, Ativo e Passivo, Masculino e Feminino.

A ORLA DENTADA

A Orla Dentada simboliza a união e o amor fraternal que os Maçons devem ter um para com o outro, sendo que em forma de triangulo, tem correlação com a trindade divina, tendo as mesmas cores da orla dentada, alternando-se o preto com o branco, significando a diversidade de nossa Ordem.

Seus múltiplos dentes, entre várias interpretações, significam os planetas que gravitam em torno do Sol, os Maçons unidos e reunidos no seio da Loja.

AS TRÊS COLUNAS

As três Colunas que vemos no painel, significam a Sabedoria, a Força e a Beleza, representando, respectivamente, o Rei Salomão, Hiram, rei de Tiro e Hiram Abiff e são colocadas no Oriente, no Ocidente e no Sul, ás quais foram atribuídas às três ordens da Arquitetura Clássica:

 A Coluna Jônica para, simbolizando a Sabedoria, representada pelo Venerável Mestre, correspondendo ao Rei Salomão;

 A Coluna Dórica, simbolizando a Força representada pelo Ir.’. 1º Vigilante, correspondendo ao Rei de Tiro;

 A Coluna Coríntia simbolizando a Beleza, representada pelo Ir.’. 2º Vigilante, que corresponde ao Mestre Hiram-Abib por seu dedicado trabalho de ornamentação do Templo.

Aos pés de cada coluna, encontram-se as jóias das luzes da Loja, sendo o esquadro na coluna Jônica, joia do VM, na coluna Dórica, o Nível, joia do 1 Vig. e o Prumo, jóia do 2º Vig. na coluna Coríntia

O ALTAR DOS JURAMENTOS

O Altar dos Juramentos que se vê no painel, é onde está depositado o Volume da Lei Sagrada, tendo na posição do Grau, o Esquadro e o Compasso, sendo que acima do Altar começa a Escada de Jacó.

A ESCADA DE JACÓ

A Escada simboliza o caminho do céu, a que todo maçom. tem direito. Ela sugere como alegoria, o verdadeiro caminho iniciático do Maçom, para se atingir a perfeição, sendo que suas  escadas, representa as virtudes que um verdadeiro maçom deve ter.

Como se percebe, aparecem na Escada, vários símbolos. São eles: A CRUZ, ladeada pela Estrela de David, símbolo do judaísmo, e a Meia Luz, símbolo do islamismo, mais

A ÂNCORA e o CÁLICE.

A CRUZ, bem como a Estrela de Davi e a Meia Lua, símbolos das três religiões monoteístas, significa a FÉ, ou seja, os sentimentos de confiança e certeza e a crença na existência de um ente superior, uma entidade divina, ou seja, no Grande Arquiteto do Universo.

A ÂNCORA simboliza a ESPERANÇA, nos indicando que quando passamos por adversidades, devemos lançá-la para podermos nos fixar e não sermos carregados pelas adversidades. Sugere aos Irmãos a real segurança para alcançar os verdadeiros objetivos da vida. Tendo Fé, termos Esperança de dias vindouros melhores.

Já o CÁLICE ou a Taça indica a caridade a ser praticada pelo Maçom, significando ainda o verdadeiro amor que o Maçom deve ter não só aos necessitados, mas a toda humanidade, indicando que sempre deveremos auxiliar aos nossos semelhantes.

Ao alto, temos o HEPTAGRAMA: Estrela de Sete Pontas, representando os sete dias da criação, citado na Bíblia, ou a perfeição de DEUS. Os sete caminhos para a evolução ou iluminação, dos Budistas. A Estrela é um símbolo de integração espiritual.

E por último, podemos ver as pontas ou bordas da corda de 81 nós, em número de quatro, que representam as quatro virtudes do maçom: Temperança. Justiça Coragem e Prudência.

E, assim, terminamos por brevemente descrever o Painel de Aprendiz e sua simbologia.

Autor: Dermivaldo Colinetti Leonel Ricardo de Andrade
ARLS Rui Barbosa, Nº 46 – GLMMG - Oriente de São Lourenço

Referências

Os painéis da Loja de Aprendiz – Rizzardo Da Camino – Ed. Maçônica “A Trolha”
O Aprendiz Maçom – Rizzardo Da Camino – Ed. Madras
Revista “A Trolha” nº 201 – Trabalho: O Simbolismo do Esquadro e do Compasso - Ir\
José César B. De Souza – páginas 39 a 41 – Ed. Maçônica “ATROLHA”
Revista “A Trolha” nº 193 – Trabalho: A Simbologia Maçônica do Painel de Aprendiz - Ir.'.Alcides Pereira Filho – páginas 38 a 41 – Ed. Maçônica “ATrolha”
Ritualista Maçônica – Rizzardo Da Camino – Ed. Madras
Simbologia Maçônica dos Painéis – Almir Sant´anna  Cruz - Ed. Maçônica “A Trolha”.


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