O SILÊNCIO DO COMPANHEIRO



O Companheiro continua ainda sujeito à regra do silêncio. Não intervém em Loja, salvo quando é dispensado do dever de silêncio para apresentar uma prancha.

Em relação aos Aprendizes, já no texto O silêncio do Aprendiz procurei explicar a razão de tal determinação e as vantagens que a mesma traz para o Aprendiz. As mesmas razões valem para o Companheiro. Embora num estádio mais avançado, o Companheiro encontra-se ainda num processo de evolução, de formação.

O silêncio permite-lhe a necessária concentração. A desnecessidade de intervir liberta-o para mais bem se focar no seu trabalho. E mais rapidamente estará pronto para a Elevação a Mestre.

Um Companheiro já não é um Aprendiz e por isso efetuar já um trabalho diferente. E percebe que não é já tão proximamente acompanhado. A sua autonomia na Arte Real vai-se criando, a sua evolução vai depender cada vez mais de si mesmo e cada vez menos do auxílio dos Mestres. Sente-se cada vez mais próximo destes, cada vez mais como estes. E assim deve ser. O objetivo é que cada maçom seja Mestre de si mesmo, por si mesmo, com as suas próprias forças e capacidades.

Mas um Companheiro não é ainda um Mestre. Ainda tem um caminho a percorrer. Cada vez se sente mais seguro nesse caminho, mas ainda tem de fazê-lo. Por isso, ainda não tem a prerrogativa, dos Mestres, do uso da palavra em sessão.

O silêncio do Companheiro vai-se-lhe tornando progressivamente mais penoso. 

Porque se vai sentindo mais capaz. Porque, em cada sessão vai cada vez mais sentindo que teria algo de útil a dizer, a contribuir. Mas a penosidade é um preço que normalmente se tem de pagar para atingir o que vale a pena!

Também para a Loja cada vez é mais penoso o silêncio do Companheiro. Dia a dia, todos vão sentindo a sua evolução. Dia a dia, todos vão notando que teriam algo a ganhar com a contribuição deste Irmão. Dia a dia vêem o maçom iluminar-se e o profano de antanho esmaecer. Dia a dia anseiam pelo dia em que finalmente ouvirão o maçom. em Loja. Mas esse é o preço que o grupo deve pagar para ter mais um elemento válido e que cooperará no aperfeiçoamento de todos e de cada um.

O Companheiro e a Loja vão sentindo que aquele cada vez soletra menos e lê e escreve melhor. Mas um e outra esperam pacientemente pelo momento em que a voz se erguerá lendo com a perfeição que humanamente seja possível atingir. Porque um e outra não desejam, não buscam menos do que isso!

O silêncio do Companheiro é uma ajuda no início desta fase, um desconforto a meio, um fardo no final. Todos o percebemos. E quando vemos esse fardo a pesar, sabemos que à hora está a chegar, que a crisálida vai muito brevemente metamorfosear-se. E a Elevação acontece naturalmente.

O silêncio do Companheiro é a sua preparação para a sua Elevação a Mestre. Para que, quando tiver direito a usar da palavra, já saiba quando se deve calar! Para que entenda perfeitamente o valor da Palavra e a valia do Silêncio. Então estará pronto!

In Blog “A Partir Pedra” – texto de Rui Bandeira


OS DEGRAUS NO REAA




Nos Templos onde as Lojas trabalham sob a égide do REAA existem DEZ degraus que expressam uma hierarquia e, nós Maçons devemos procurar entender o significado da sua escalada, pois eles nos conduzem a uma liderança e quando galgados por Irmãos não preparados, levam a Loja a desarmonia, quiçá, desfazer-se.

Por unanimidade dos autores da literatura maçônica os degraus dos Vigilantes não têm nomes, os demais, segundo a maioria dos autores, possuem nomes com seus respectivos significados.

No Ocidente
Temos UM degrau na mesa do Ir.'. Segundo Vigilante e DOIS na do Ir.'. Primeiro
Vigilante significando, portanto, apenas uma hierarquia existente.

Do Ocidente para o Oriente
Temos separando o Ocidente do Oriente QUATRO degraus. É no Oriente o lugar dos
Mestres Instalados que ali chegaram através de estudo, experiência e vivência maçônica.

O primeiro degrau é o da FORÇA corresponde a todo o Ocidente da Loja e representa o conjunto da força física e espiritual dos Irmãos, em torno do Venerável e, quanto mais unidos estiverem, mais forte será esse degrau. Seguem-se os três degraus subsenquentes, entre as duas grades, pelos quais subimos para o Oriente.

O segundo degrau é o do TRABALHO que corresponde simbolicamente o desbastar da pedra bruta, o desbastar das nossas imperfeições no nosso caminho em busca da evolução.

Significa também trabalho de saber conduzir uma Loja mantendo todos os obreiros em harmonia. Significa ainda o exercício do honesto trabalho das oito horas diárias, para garantia do sustento digno para a nossa família.

O terceiro degrau é o da CIÊNCIA, que se consegue através do estudo. O aprendizado constante que leva à Sapiência ou à Sabedoria. É o conhecimento das coisas e das causas, que libera o nosso espírito para entender a filosofia que cultivamos (combate incessante a Intolerância, a Ignorância e ao Fanatismo).

É através da ciência que Deus se manifesta onde o homem é seu instrumento.
O quarto degrau é o das VIRTUDES, que habita o Ocidente e os quatro cantos da Loja, cuja prática é indispensável para a subida da Escada de Jacó, essa noção emblemática da nossa escola de Regeneração.

No Oriente
Nesse momento atingimos o Oriente e para chegarmos ao Santo dos Santos, que está abaixo do dossel, necessitamos ascender mais três degraus, antes de sentarmos na Cadeira de Salomão.

O primeiro degrau é o da PUREZA de sentimentos e de conduta diante do próximo, sem subterfúgios, calúnias, agindo com sinceridade e transparência, em todos os momentos da nossa vida. É o agir sem preconceitos e evitar a prática do mal.

O segundo degrau é a LUZ, a nossa opção contra as trevas. O caminho do bem, sempre pronto a combater o mal. A compreensão da sua existência sobre a Terra. A abertura da Inteligência a um nível mais alto.

A iluminação do espírito e da consciência, o momento esperado quando vemos a Estrela Flamígera, apanágio de poucos. A Luz que nos invade o corpo e nos enche de alegria que nos conduz à presença do Criador.

O terceiro degrau é o da VERDADE, de onde julgaremos e onde seremos julgados por todos, e se passarmos sem mácula e através de um procedimento justo, exemplar e reto, faremos a Loja progredir e brilhar. Neste patamar da escalada evolutiva mereceremos então receber o título de Venerável, aquele que deve ser honrado por sua Loja.

Concluo refletindo que o Oriente DEVE ser constituído de destacados e virtuosos Obreiros. Se a qualidade moral, cultural e ética das pessoas que compõem a Loja é ruim, de que adianta o mais sábio dos homens em sua presidência? Quem faz uma Loja, quem dá luz ao espetáculo, quem brilha de fato, não é o Venerável, o Grão-Mestre, são todos os Obreiros Unidos na Oficina e abençoados pelo Incriado.

Na ordem maçônica, o mestre Maçom está empenhado num processo de melhoria 'interminável', onde não deve ser visto o poder pelo poder, mas pelo servir.

Para obter sucesso o não servir coloca em cheque o que os degraus nos orientam, e quanto mais nós subirmos na hierarquia da Loja, mais empenhados deveremos ser em servir e isto nos proporcionará um verdadeiro e natural poder e Capacidade de refletir a Sabedoria gerada nos demais Quadrantes do Templo.


SALVEMOS O VENERÁVEL MESTRE



É costume que nesta fase do ano se iniciem os procedimentos para a escolha da pessoa que irá dirigir o rumo das Lojas Maçônicas por um determinado tempo. Na nossa Obediência, esse tempo está estabelecido e é de um ano, ou dois.

Proposta, votação, instalação, etc. Os termos são muitos, os títulos, cargos e graus, também; mas estes são apenas elementos da ritualística – de fato, somos todos e seremos sempre Obreiros e Irmãos.

Trata-se somente de selecionar um Irmão que irá por um período efêmero, dirigir os trabalhos da Loja e o rumo que esta continuará a trilhar.

Cada Loja, tal como qualquer grupo (a loja é um grupo) tem a sua própria personalidade. No caso de uma Loja, essa personalidade a que chamaremos cultura, é complexa porque resulta da soma nem sempre equitativa de todas as partes que a constituem – os irmãos.

Em cada ano, há sempre uma destas partes que se destaca e que se pretende que se destaque – o Venerável Mestre.

Queira-se ou não, cada Venerável Mestre transforma a Loja. Não pretendo dizer que a muda para melhor ou para pior (isso se verá no fim), mas não tenhamos ilusões – no final de cada Veneralato, a Loja estará certamente diferente do que era no seu início.

O que se pretende é que da influência de cada Venerável Mestre não resulte uma alteração diametral da cultura da Loja – que mude, sim, mas dentro do que é expectável pelos restantes irmãos. Se a Loja é aberta, pretende-se que continue a sê-lo; se é mais ou menos fraternal, que se mantenha assim. No fundo, que mantenha as suas característica base – a chamada mudança na continuidade.

Após ser instalado, o novo Venerável Mestre irá escutar repetidas vezes a palavra “saudar”. Será saudado inúmeras vezes e através de si, a Loja será também saudada.

Eu gostaria de introduzir outro termo – Salvar. Salvemos o Venerável Mestre. Como?
Se a Loja dispõe de um Secretário, que seja ele a cuidar da parte administrativa da Loja.

Se a Loja dispõe de um Tesoureiro, que seja ele a cuidar da Tesouraria.

Se a Loja dispõe de um Hospitaleiro, que seja ele a assegurar que os Irmãos estão bem e que a Loja os apóia se necessário.

Se a Loja dispõe de Vigilantes, que sejam eles a assegurar o futuro, formando excelentes Aprendizes e Companheiros

É evidente que o Venerável coordena estes trabalhos, mas não tem (não deve ter) de fazê-los. Então o que é que fica para o Venerável Mestre? Aquilo para que foi selecionado – dirigir os destinos na Loja. Assegurar o seu futuro, o seu equilíbrio, que a sua cultura se mantém ou que evolui na direção esperada.

Não se trata de restringir a autonomia do Venerável. Trata-se isso sim de ajudá-lo e de lhe facilitar o seu trabalho.

Também não se trata de substituí-lo. O Venerável Mestre foi eleito para desempenhar uma determinada função e deve ser ele a desempenhá-la.

É ajudar o Venerável Mestre, apresentar sugestões, ideias, propostas, estar disponível (nós dizemos “estar à ordem”)? Sim.

É ajudar o Venerável Mestre pretender fazer o seu trabalho? Não.

Não é possível falar sobre este assunto sem falar também de um bicho – o bicho Mestre Instalado.

O bicho Mestre Instalado, também conhecido por Antigo Venerável pode ter um papel muito importante, já que tem uma experiência de Veneralato, já vivida, que pode e deve ser colocada à disposição do Novo Venerável.

Que bicho, Mestre Instalado, não se lembra da primeira vez que se sentou na cadeira de Salomão – algo que se imaginava tão fácil -, e de descobrir que até já nem ler sabia e dar consigo a gaguejar o ritual?

Mas o bicho Mestre Instalado, que como já vimos, também é conhecido por Antigo Venerável, por vezes esquece-se do “Antigo”… e fica só Venerável.

Ora, um bicho Antigo Venerável que se esquece do Antigo pode transformar-se numa praga, daquelas que alastram e que chegam a cobrir toda a Loja – “o dono da loja”.

A Loja não tem donos, ou melhor, tem, mas são todos os Irmãos que a constituem. É importante que os Antigos Veneráveis assumam que estão à Ordem, para que não corram o risco de estar “em desordem”.

Salvar o Venerável Mestre significa ajudá-lo, e não, fazer o seu trabalho ou substituí-lo nas suas funções.

António Jorge


DECIDIR EM LOJA



O processo de tomada de decisão em Loja não tem necessariamente os mesmos trâmites e parâmetros da vida de relação em sociedade.

Claro que, quando a decisão a tomar se prende com uma eleição, as regras são as mesmas de uma sociedade democrática: um homem, um voto, voto secreto e é eleito quem tem mais votos. Mas, por exemplo, a admissão de um novo membro, também objeto de uma votação por voto secreto, não está sujeita à regra da maioria, antes de uma tendencial unanimidade. E digo tendencial, porque, em algumas Lojas, a existência de um ou dois votos contrários deve ser justificada, para se atribuir validade impeditiva da admissão do elemento sob escrutínio.

Mas a grande maioria das decisões não se toma por voto secreto, antes na sequência de debates abertos, em que cada um manifesta livremente a sua opinião. Procura-se, se possível, atingir um consenso. Mas, se não for possível, não é propriamente uma decisão por maioria que indica o caminho a tomar. Isto causará porventura perplexidade, nos dias de hoje, habituados como estamos a que a maioria decida e ponto final.

No entanto, o fato de uma maioria se inclinar para uma determinada opção não quer dizer necessariamente que essa posição é a correta. Nada nos assegura que não ocorre simplesmente uma situação em que se formou uma maioria de errados! Uma coisa é a maioria, a legitimidade conferida pela maioria, outra é o acerto.

Na sociedade, confiamos, em regra, que a maioria erre menos vezes que a minoria. 
Mas, ao menos, quando o erro acontece, aceitamos as consequências desse erro, procurando consolar-nos com o pensamento de que, se errou, ao menos foi a maioria que errou. Esquecemo-nos, ou fazemos por esquecer, que a tomada de decisão por maioria é vulnerável à demagogia, à ignorância, ao facilitismo.

Não querem estas palavras dizer que a Maçonaria recusa ou não defende os princípios democráticos. O passado da Maçonaria é bem demonstrativo de que esta preserva e luta por eles. Simplesmente, como um dia disse Winston Churchill, “a Democracia é o pior de todos os sistemas… exceto todos os outros!!!”. A Democracia não é perfeita, mas, para uma sociedade ou grandes grupos, não há melhor sistema de decisão.

A Maçonaria, porém, funciona normalmente em grupos de dimensão reduzida ou média, em que todos os elementos se conhecem uns aos outros. Consegue assim manter uma dimensão personalizada de contatos entre os seus membros, que permite combinar as regras democráticas com regras tradicionais, que eu me atrevo a classificar de regras de bom-senso. É através desta amálgama que se procura chegar às melhores decisões possíveis, sem deixar de ter consciência de que é completamente impossível excluir de todo a possibilidade de erro.

Para melhor se compreender como funciona o processo decisório em Maçonaria, deve ter-se presente que a Maçonaria Especulativa tem as suas raízes na Maçonaria Operativa dos construtores em pedra e respectivas Lojas de regulação do exercício da profissão e que a Maçonaria procura preservar, tanto quanto possível, a tradição que cada um recebeu dos seus antecessores.

Na Maçonaria Operativa, a Loja não era um espaço democrático. A Loja era dirigida pelo Mestre, que dirigia o trabalho, admitia e dirigia a aprendizagem dos Aprendizes e supervisionava o trabalho dos oficiais construtores (Companheiros). Em Loja, executava-se o que o Mestre dizia. Ponto final.

Este elemento de autoridade benigna, obviamente temperado pelas regras da democracia, permanece importante no processo de decisão em Loja.

Como se articulam então estes dois elementos aparentemente contraditórios? Conferindo-se legitimidade democrática a quem dirige a Loja!

Temos então que o processo de decisão em Loja resulta de se conferir poder autocrático a quem se elege democraticamente para tal, por um período determinado.

Traduzindo: o Venerável Mestre é democraticamente eleito, por voto secreto, para cumprir um mandato de duração determinada; durante esse período, a Loja e todos os seus elementos delegam o direito de decidir sobre quaisquer assuntos que respeitem à Loja no Venerável Mestre em funções.

Daqui resulta que o objetivo de um debate em Loja não é vencer a discussão ou arregimentar maioria. O objetivo que cada um prossegue num debate em Loja é contribuir com a sua informação, com a sua análise, com a sua opinião, para fornecer o máximo de elementos relevantes possível para permitir ao Venerável Mestre tomar a melhor decisão possível, decisão esta que é assumida como a decisão da Loja.

Assim, cada debate consiste em uma intervenção, no máximo duas, por cada Mestre que deseje intervir sobre o assunto. Cada um deve procurar dar a sua opinião tão fundamentadamente quanto possível. No final, um oficial da Loja, o Orador, extrai as conclusões do debate, isto é, resumem as posições expostas, os argumentos apresentados, podendo ou não opinar sobre se existiu consenso ou sobre a decisão que aconselha seja tomada. Finalmente, o Venerável Mestre decide e a sua decisão vincula a Loja.

Nenhum maçom é obrigado a executar a decisão, mas nenhum maçom. a pode violar. Isto é, pode omitir o seu cumprimento (primado da liberdade individual), mas não pode ir CONTRA o decidido.

Com este método de decisão, procura-se limitar o erro com apelo ao bom-senso, sem esquecer a democracia.

Esta está presente na escolha democrática daquele a quem é delegado o poder de decidir. Aquele decorre de o Venerável Mestre ouvir antes de decidir, ser aconselhado sobre a decisão a tomar antes de fazê-lo e, finalmente, saber que, se pode exigir que ninguém a desrespeite, só a valia e o acerto desta lhe garantem a execução dela (porque voluntária).

De tudo isto resulta, obviamente, por um lado que a margem de decisão do Venerável Mestre é mais reduzida do que aparenta. Não vale a pena o Venerável Mestre decidir branco se a generalidade dos obreiros opinou preto: ninguém executará o que não concorda.

Havendo divisão de opiniões, ou é possível retirar das posições expostas o denominador comum exequível e então deverá ser esse o caminho por que se opta (pois é aquele que mais elementos executarão, senão total, ao menos parcialmente), ou não é, e então o Venerável Mestre optará segundo o seu prudente arbítrio. E considera-se que é a melhor forma, porque não há vencedores nem vencidos.

Há a decisão tomada, o melhor possível, por alguém a quem se confiou a missão de tomar decisões, sempre que necessário. E, por essa legitimidade, será executada, porventura até por aqueles que dela discordem…

Não será um método de decisão perfeito. Mas seguramente procura evitar o erro e promover a harmonia e não nos temos dado mal com ele…

In Blog “A Partir Pedra” – texto de Rui Bandeira 


OS SEGREDOS MAÇÔNICOS OU O DEVER DE RESERVA DOS MAÇONS


Antes de mais, importa distinguir entre segredo, numa conotação negativa da palavra e assuntos internos de qualquer organização, seja de que natureza for.

Nenhuma organização é totalmente transparente existindo sempre assuntos, processos, decisões, formas de estar e de atuar que são para consumo interno.

Quando no mundo profano se fala de Segredos Maçônicos, faz-se normalmente uma tripla associação: o assunto interno passa a ser segredo e o segredo é normalmente uma coisa má; logo, os Maçons são maus.

Não é assim: nem todos os segredos são maus e nem todos os assuntos internos são segredos. Parece existir perante a Maçonaria uma exigência de total e absoluta transparência que não é feita para mais nenhuma organização.

Dos Maçons, queremos saber tudo… dos outros, nem por isso. Poucos assuntos atraem mais as atenções do que “aqueles segredos dos maçons” que naturalmente só existem porque eles (os maçons) querem dominar tudo e todos.

Por vezes fica-se com a sensação de que, quando qualquer jornalista não tem mais matérias sobre o qual se debruçar ou pretende incendiar os leitores, tem sempre a saída de meter os maçons ao barulho.

Pensa-se imediatamente em conspiração, até porque se os maçons estão metidos, não pode ser coisa boa. Os segredos parecem atrair as pessoas. Creio que já terá ocorrido a muitos Irmãos ao revelarem ser Maçons, serem metralhados com perguntas discretas ou abertas, insinuações e até provocações visando sempre saber mais; tentar descobrir o que ninguém mais descobriu ou até gerar desconfiança pela nossa Ordem.

Mas também creio que são os segredos uma das principais razões que levam profanos a tentar saber mais sobre nós: “quem são estes gajos que até têm segredos???”; “isto deve ser giro”.

Rapidamente se apercebem de que somos mais do que um “Clube do Bolinha” em que mulher não entra e que tem uns segredos formidáveis. E desse processo de tentativa de descoberta dos segredos, nasce por vezes um genuíno interesse pela Ordem e eventualmente um desejo de identificação e pertença que poderá levar a uma Iniciação. Que desilusão seria se soubessem que não há segredos, que a Maçonaria não é secreta, sendo unicamente discreta na sua atuação.

Que desilusão seria se soubessem que tudo o que há para saber sobre os maçons, já se sabe e que pouco ou nada resta por divulgar. Talvez esperem que nós separemos o trigo do joio e que sejamos nós a identificar entre tudo o que está publicado, o que é verdadeiro ou não.

Talvez um dos segredos que devamos tentar manter seja precisamente o não haver segredos. Por que o segredo? Deixem-me dar a minha interpretação para a reserva que devemos manter sobre alguns aspectos da nossa Ordem e vou centrar-me, sobretudo nas três cerimônias que considero marcarem o percurso de um Maçom: Iniciação, Exaltação e Instalação.

Creio poder afirmar que por mais recheada que seja a nossa vida maçônica e tendo todos nós provavelmente interpretações pessoais da nossa vivência durante essas cerimônias, todos as recordamos com especial ênfase e carinho. Destas três, destaco naturalmente a Iniciação.

É o fim de um percurso e o inicio de um novo. Mas então, se é tão marcante, porque motivo não as divulgamos e damos assim a toda à gente a possibilidade de vivê-las? Talvez pudéssemos até vender uns DVDs interativo ou até mesmo um jogo de computador em que o jogador poderia ir fazendo a sua própria cerimônia de Iniciação, talvez acompanhado pelos amigos e bebericando umas cervejotas.

Tentemos estabelecer um paralelismo com a visualização de um filme, sendo que existem basicamente três atitudes: Na primeira, alguém fez o favor de nos contar o filme do princípio até ao fim… e até já sabemos quem é o “bandido”.

Até podemos ir ver o filme, mas será tudo previsível, saberemos de antemão o que vai acontecer a seguir e até podemos ir buscar pipocas, pois saberemos sempre onde estamos. Todo ao fator surpresa, a descoberta e o inesperado não estão lá. 

Noutra, já lemos o livro, conhecemos a história toda, lemos as críticas e ate já o discutimos com os amigos.

Não há aqui muito por descobrir, sendo que o filme acaba por ser um espaço para comparações: se o filme corresponde ao livro, ou se fica aquém ou além deste; se a opinião do amigo A faz sentido ou até se os quadros descritos na história original estão bem retratados em filme.

Mais uma vez, o filme em si pouco importa… já sabíamos… Na terceira, pouco sabemos. Conhecemos o título, temos uma breve ideia sobre a história e conhecemos alguns dos atores, noutros filmes. Nesta, estamos atentos do princípio ao fim e acompanhamos cada cena tentando absorver o mais e o melhor possível. Este filme vai certamente deixar-nos algo.

Qual vos parece ser a melhor situação quando se trata de uma cerimônia maçônica? Uma iniciação ou um aumento de salário, por exemplo? Numa Iniciação Maçônica pretende-se criar um momento marcante para o Profano, algo que o acompanhe para o resto da vida e que constitua realmente um Nascer para a Luz. Ora isto só é possível se o Profano ainda não tiver lido o livro, nem ninguém lho tiver contado.

Se já o tiver lido ou já conhecer o enredo, então teremos uma cerimônia e um profano pouco focado na cerimônia. Estará ocupado a fazer comparações (“esta parte esteve bem representada…”,) ou a gerir o enredo: “a seguir vai acontecer isto…”, “este que está a falar é o VM.'. ou até, “falta muito (ou pouco) para isto acabar”. No final dirá… “comparando com o que já sabia, esperava mais (ou menos)”.

Em face de isto, diria que os tais segredos, que como sabemos não o são, são importantes e preservá-los não é um direito nosso, mas uma obrigação e uma dívida que temos e sempre teremos perante todos os profanos que vierem a ser iniciados.

Devemos-lhes o direito a terem cerimônias marcantes, inesquecíveis e com momentos que possam recordar para o resto da sua vida.

Resistamos à tentação de contar o que é para ser vivido.

Antônio Jorge R:. L:. Mestre Affonso Domingues, nº5 – GLLP/GLRP– Portugal Editor da página maçônica Freemason.pt (www.freemason.pt)

AS TRÊS JANELAS



Três janelas são figuradas no quadro de apr.’. primeira no Oriente, a segunda e a terceira no Ocidente, não há janelas no Norte. Estas três janelas são de grade.

Elas apresentam, diz Plantagenet: as três portas do Templo de Salomão, e esta evocação poderia se considerar como o isolamento da Of.’. Maçônica, parece pelo menos paradoxal. Não tem valor algum.

A grade que protege estas aberturas recorda que o trabalho dos Comp.-. é subtraída das vistas dos profanos cujas vistas não podem entrar nos templos, mas ele sublinha que se aquele devido maçom, não pode deter-se pelo mesmo obstáculo, suas perspectivas são essencialmente diferentes.

Não pode, com efeito, materialmente olhar a inútil agitação da rua , pois que em torno dele tudo é fechado, mas não deve pelo menos espiritualmente, determinar o movimento do mundo sensível, visto do ponto de vista onde se ache.

“A loja de Apr.’. não recebe nenhuma luz de fora”, escreve Wirth que acrescenta: “Ela recorda nisso as Criptas subterrâneas ou cavadas no flanco das montanhas, os hipogeus do Egito ou da índia, o antro de Trophonius etc.

A loja de Comp.’., pelo contrário, está em comunicação com o mundo exterior”, graças às três janelas.

Ora, portanto é o que podemos constatar o que consta nos antigos rituais maçônicos, que fazem menção de três janelas no grau de Apr.'..

Quanto a Plantagenet, ele fala das três portas do Templo de Salomão. Ora, diz a Bíblia (1° Livro dos Reis, VI, 4): ‘O Rei fez na casa (o Templo) janelas com grades fixas. Ignoram-se tudo quanto ao número e a disposição destas janelas. Sabe-se somente, de maneira certa, que o Templo se abria a Leste e não ao Ocidente como a maior parte de nossas Igrejas e Catedrais.

Era assim iluminado pelo Sol no seu levante. A orientação geral era a mesma que a das igrejas, isto é, o maior comprimento no sentido Leste/Oeste, mas é o Sol que ia de encontro ao Santo dos Santos.

Os maçons construtores orientaram os Templos sempre com a entrada no Ocidente e as três janelas do “Quadro”, seguindo a marcha do Sol. Não hã janela ao Norte, porque o Sol não passa por ali.

As janelas são de grade, não para interditar aos profanos de olhar no Templo, porque se o Templo era iluminado interiormente, não seria uma simples grade que iria impedir que se visse o que ali se passa, mas seria para simplesmente impedir o acesso ao mesmo.

Apesar de todos os comentários que pretendam justificar que estas janelas serviriam ao maçom para ter vista para o exterior, diremos que esta explicação é verdadeiramente errônea. Basta que as janelas sejam colocadas à uma certa altura para impedir-se de ver a agitação da rua.

O Templo é isolado do mundo profano e o maçom não deve ter nenhuma tentação de tornar-se um expectador deste mesmo mundo. É preciso, ao contrário, que ao sair do Templo, após ali ter tomado novas forças, o maçom toma a ser ator na turba anônima e espalha a Sabedoria, a Força e a Benignidade que ele acaba de adquirir ali.

A janela do Oriente traz a doçura da aurora, sua primavera de atividade; a do Meio Dia a força e o calor; a do Ocidente dá uma luz continuamente fraca que incita ao repouso.

O Norte, escuro, não recebendo nenhuma luz, não tem necessidade de janela. Os trabalhos dos maçons começam, simbolicamente, ao Meio Dia e se findam à Meia Noite. Eles começam ao Meio Dia quando o Sol irradia com toda sua força no Templo.

Os AApr.’. são colocados ao Norte, porque têm necessidade de serem iluminados, eles recebem assim a luz plena da janela ao Meio Dia. Os Ccomp.’. colocados ao Meio Dia, têm necessidade de menos luz, e a sombra vindo pelo muro do Templo os ilumina suficientemente. ´

Na mesma ordem de idéias, observar-se-á que o Ven.’, e seus assessoria recebem de frente a única luz do ocidente.

Pelo contrário, os Vvig.’. estão despertos desde a aurora pela luz que lhes vêm tocar.

Os catecismos maçônicos dizem textualmente que os Ccomp.’. se colocam ao Meio Dia porque eles estão bastante adiantados para suportar o clarão do dia. Eles dizem, por outro lado, que o iniciado do 2o grau é chamado a tornar por si mesmo um fogo ardente, espécie de calor e de luz.

Há de convir-se que existe aí um pleonasmo e que as “fontes de luz” não têm verdadeiramente nenhuma necessidade, pois se acrescenta o seu clarão ao do dia.

R. Leite do Amaral Coutinho.

MARY’S CHAPEL – A LOJA MAÇÔNICA MAIS ANTIGA DO MUNDO



Quem passa em Hill Street junto à porta nº 19, não deixa de reparar no invulgar do seu aspecto, desde as colunas jônicas laterais até um misterioso emblema gravado por cima da entrada, que tem sido motivo das mais desencontradas leituras por aqueles que desconhecem estar diante da Mary’s Chapel nº 1 de Edimburgo, a mais antiga Loja Maçônica ativa do Mundo.

Este emblema esculpido em pedra sobre a entrada principal portando a data 1893, nasceu de um projeto apresentado pelo Venerável Mestre Dr. Dickson no Lyric Club em 6 de Outubro desse ano e que se destinava a ser colocada aqui. Consiste num hexalfa dentro de um círculo tendo ao centro a letra G resplandecente.

O hexalfa ou estrela de seis pontas com dois triângulos opostos entrelaçados circunscrito pelo círculo designa a Harmonia Universal, a Alma Universal alentada pelo G raiado indicativo de Geômetra, o Grande Arquiteto do Universo, portanto, God ou Deus, que como Espírito (triângulo vertido) elabora a Matéria (triângulo vertido), ambos os princípios não prescindido um do outro (triângulos entrelaçados) para que a Grande Obra do Universo (a sua evolução e expansão incluindo todos os seres viventes dele) seja justa e perfeita, o que se assinala no círculo.

Em linguagem Maçônica, isso quer dizer que os trabalhos de Loja possuem retidão e ordem. Em linguagem hermética ou segundo os princípios de Hermes, o Trismegisto, significa “o que está em cima é como o que está em baixo, e vice-versa, para a realização da Grande Obra”.

Neste emblema aparecem também muitas marcas em forma de runas pictas (isto é, a dos primitivos habitantes da Escócia, os pictos, que estabeleceram o seu próprio reino) e símbolos de graus maçônicos que vêm a designar em cifra, correspondendo à marca Maçônica pessoal, os nomes dos Oficiais da Grande Loja da Escócia e da Loja de Edimburgo nesse ano de 1893 da qual esta Loja de Mary´s Chapel faz parte como número 1.

Com efeito, entre os triângulos e o círculo aparece a sigla LEMC nº1, “Loja (de) Edimburgo Mary´s Chapel nº 1”, e dentro dos triângulos 12 símbolos correspondentes aos 12 Oficiais desta Loja, enquanto os 4 símbolos fora do círculo designam os 4 Oficiais da Grande Loja presentes quando se aprovou esta peça artística. Como exemplo único evitando indiscrições, repara-se no H com o Sol Levante por cima: é a marca pessoal de George Dickson, Venerável Mestre desta Loja de Edimburgo em 1893.

Leva a designação atual de Loja de Edimburgo porque Mary´s Chapel (Capela de Maria), onde a Loja funcionou originalmente, não existe mais.

Ela foi fundada e consagrada à Virgem Maria, no centro de Niddry´s Wynd, por Elizabeth, condessa de Ross (Escócia), em 31 de Dezembro de 1504, sendo confirmada por Carta do rei James IV em 1 de Janeiro de 1505. A capela foi demolida em 1787 para a construção de uma ponte no sul da cidade.

Esta Loja é a número 1 na lista da Grande Loja da Escócia (estabelecida em 30 de Novembro de 1736) por lhe ser muito anterior possuindo a ata de uma sessão Maçônica datada de 31 de Julho de 1599, constituindo o documento maçônico mais antigo do mundo e num tempo de transição entre a Maçonaria Operativa e a Maçonaria Especulativa, posto a existência de esta Ordem poder repartir-se por três períodos distintos:

Maçonaria Primitiva (terminada com os colégios de artífices romanos, os Collegia Fabrorum);

Maçonaria Operativa (terminada em 1523);

Maçonaria Especulativa (iniciada em 1717).

Por este motivo, foi nesta Loja de Mary´s Chapel que William Shaw (c. 1550-1602), Mestre de Obra do James VI da Escócia e Vigilante Geral do Ofício de Construtor, apresentou os seus famosos Estatutos Shaw datados de 28 de Dezembro de 1598, apercebendo-se pelo texto que ele além de pretender regular sob sanções a Arte Real dos artífices, procurava estabelecer uma separação entre os maçons operativos e os cowan, isto é, profanos.

O fato de aqui se redigir uma ata Maçônica em 1599, pressupõe que a Loja é anterior a esse ano e estaria organizada e ativa desde data desconhecida.

Seja como for, esta também foi a primeira Loja Maçônica antes de 1717 a admitir membros que não fossem construtores: Sir Thomas Boswell, Escudeiro de Auschinleck, Escócia, foi nomeado Inspetor de Loja em 1600, o que constitui a primeira informação relativa a um elemento não profissional recebido em Loja de Construtores Livres.

Outros autores dão o nome como John Boswell, Lord de Auschinleck, admitido como Maçom aceito nesta Loja. Este John Boswell é antecessor de James Boswell, que foi Delegado do Grão-Mestre da Escócia entre 1776 e 1778.

As atas de 1641 desta Loja Mary´s Chapel igualmente indicam que maçons especulativos foram iniciados nela. Nesse ano foram iniciados Robert Moray (1609-1673), general do Exército Escocês e filósofo naturalista, Henry Mainwaring (1587-1653), coronel do Exército Escocês, e Elias Ashmole (1617-1692), sábio astrólogo e alquimista.

Reconheceu-se aos três novos membros o título de maçons, mas como não gozavam dos privilégios dos autênticos obreiros, pois o cargo era somente honorário, foram denominados como accepted masons.

Ainda sobre Robert Moray, Roger Dache, do Institut Maçonnique de France, informa que quando da sua iniciação Moray recebeu como marca Maçônica pessoal o pentagrama ou estrela de cinco pontas, muito comum na tradição dos antigos construtores, com a qual se identificou bastante e a utilizou nas assinaturas de diversos documentos.

Ainda sobre Elias Ashmole, G. Findel, na sua História da Maçonaria, diz que há uma confusão nas datas sobre a sua iniciação Maçônica: Ashmole terá sido iniciado em 16 de Outubro de 1646 numa Loja de Warrington, Inglaterra, mas o fato é que o próprio escreve no seu Diário ter sido iniciado em Edimburgo em oito de Junho de 1641.

Em 1720, o artista italiano Giovanni Francesco Barbieri apresentou na Loja Mary´s Chapel um trabalho lavrado, reproduzindo com muita fidelidade a Lenda de Hiram, ou seja, o fenício Hiram Abiff que era o chefe dos construtores do primitivo Templo de Salomão, em Jerusalém. Sabendo-se que esta Lenda foi incorporada ao ritualismo maçônico, cerca de 1725, conjectura-se que Giovanni possa ter sido um dos maçons aceites da época e que a Lenda já era parte da ritualística Maçônica em Mary´s Chapel desde muito antes.

Há ainda o registro da visita de Jean-Theophile Désaguliers (1683-1744) à Loja Mary´s Chapel em 1721, visita estranha do filósofo francês Vice-Grão-Mestre (em 1723 e 1725) da recém-formada Grande Loja de Inglaterra.

Os maçons escoceses duvidaram do seu estatuto e sujeitaram-no a rigoroso inquérito em 24 de Agosto de 1721, até finalmente acreditarem nele e aceitarem-no com as regalias do cargo. Seja como for, não parece que as pretensões de Désaguliers tenham obtido o êxito que procurava, talvez por motivos de recusa de sujeição dos maçons escoceses aos maçons ingleses, o que recambia para a antiga questão independentista.

Foram ainda iniciados nesta Loja de Edimburgo o príncipe de Gales, depois rei Eduardo VII (1841-1910), e o rei Eduardo VIII (1894-1972), que abdicaria do trono britânico para poder casar com a americana Bessie Wallis Warfield.

A caneta com que assinaram o documento da sua iniciação é conservada no museu desta Loja, que o visitante pode ver entre outros objetos relacionados com a longa história dos maçons de Mary´s Chapel.

Aqui fica, em síntese simplificada para o leitor não familiarizado com estes assuntos, a história da Lodge of Edinburgh nº 1 (Mary´s Chapel), aliás, desconhecida de muitos maçons apesar de ser a mais antiga da Escócia e do Mundo.

Vitor Manoel Adrião


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