O MAL QUE NOS DESTRÓI




A Maçonaria foi instituída não para separar os homens, mas para uni-los, deixando a cada um a liberdade de pensamento.

 O MAÇOM

Se a Instituição Maçônica, em sua doutrina – assim como muitos sistemas religiosos e filosóficos – são perfeitos; os homens são apenas perfectíveis, ou seja, passíveis de aperfeiçoamento e é por isso que se tornam *Maçons:.* .

E aí está a grande meta, que é a beleza intrínseca da prática maçônica, aperfeiçoar o Homem, polir a sua mente, o seu intelecto, para que ele alcance a maturidade e a lucidez espiritual, que lhe permita vencer as paixões, amar o seu semelhante e fazer com que uma Lei Fundamental não se torne letra morta.

Se todos os homens fossem perfeitos, a Maçonaria perderia a sua finalidade.

A Maçonaria: vem praticando essa Lei desde a sua fundação por diversos meios, sendo o principal deles a imposição de uma fraternal convivência, a começar pelo tratamento de Irmão entre os seus membros.

A ÉTICA MAÇÔNICA

 A lei que regula a Ética Maçônica tem sido burlada, postergada, embora esteja claro que as atitudes maçônicas são designadas para as relações dentro da fraternidade, onde os Irmãos têm de tentar todos os remédios antes de procurar o socorro das Cortes.

Com Lojas e Obediências sendo arrastadas à Justiça profana, em questões onde a caridade fraternal está ausente e onde imperam as discussões, as discórdias, os propósitos caluniosos e as maledicências.

Há inúmeros casos em que a solidariedade maçônica foi esquecida e homens que deveriam ser Irmãos tornaram-se inimigos irreconciliáveis.

A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou as muralhas do ódio e nos tem feito andar em marcha lenta para a amargura.

Nas disputas pelo poder, os interesses particulares, muitas vezes, sobrepujam os gerais, a dano da coletividade maçônica e do princípio de fraternidade.

As vaidades pessoais, as paixões de momento, os melindres, têm cavado fossos quase intransponíveis entre homens que se deveriam amar como Irmãos.

Importante é a recomendação de não se recorrer  à justiça profana, para abordar os assuntos internos da Maçonaria.

Essa recomendação, como mostra a História, tem sido largamente desrespeitada, em todos os tempos, pois, quando entram em jogo interesses pessoais e de grupos, os homens  - falíveis e imperfeitos, embora a instituição seja doutrinariamente perfeita,  esquecem a lei, a moral e a ética.

É papel essencial  de a *Maçonaria* exigir esta Ética primeiro de seus membros, tanto dentro quanto fora da Ordem, e depois lutar para que a Ética se torne apanágio de todos os outros, principalmente daqueles que nos afetam com sua desonestidade  e falta de lisura.

A Maçonaria nos ensina a ser ético individualmente, através dos Rituais que nos treinam para o sistema maçônico de pensamento, para que possamos, depois de agir com correção a partir de nossa própria vontade, unir vontades de muitos Irmãos numa luta maior.

OS INIMIGOS DA MAÇONARIA

 Alguns ingressam na Ordem certos de poder contar, nas suas dificuldades, com proteção e amparo material. E, não encontrando, como de fato não poderiam, em nenhuma hipótese, favores dessa natureza, afastam-se.

E a cada afastamento, mais um inimigo da Ordem se forma, Inimigo que nós criamos. Inimigo de nossas ideias e de nossos propósitos. Inimigo que nós próprios fomos buscar no mundo profano. O grande inimigo da Maçonaria é aquele que jamais nela deveria ter ingressado. Nossa imperfeita seleção, escolha e sindicância devem ser revistas.

Os responsáveis pela cegueira e teimosia em pactuar pela omissão ou comodidade, acarretam prejuízos incalculáveis à Instituição.

O grande inimigo da*Maçonaria é aquele que se contenta com o hoje, os imediatistas, aqueles para os quais basta uma Maçonaria contemplativa, “de rótulo” ou “de fachada”, com suas “festas” e fotografias estampadas em dispendiosas revistas sem nenhum testemunho prático, sem nenhum estudo, realização ou participação, levaria, se fosse só, a Maçonaria de nossos tempos a simples sinais, batidas de malhetes, crachás, exibição de adereços, anéis, chaveiros, canetas, gravata, abotoaduras, distintivos, condecorações, sempre com o clássico conjunto de Esquadro, Compasso e letra G usados no peito ou na lapela, com fita ou com laço para alimentar vaidades.

Contudo, o grande inimigo da fraternidade é aquele que carrega a vaidade dentro de seu coração; que não conhece o seu próprio valor e o valor de seus Irmãos.

Aquele cujo espírito não admite que os outros sejam líderes porque, na mesquinhez de sua futilidade e ostentação, acredita ser melhor do que os demais e único capaz de poder empunhar a bandeira da liderança.

O QUE É PRECISO MUDAR

É lamentável constatar que, se a Independência do Brasil, a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República dependessem hoje, de propaganda feita à custa de cotização dos Obreiros, elas jamais seriam feitas.

Estas são constatações dolorosas, mas absolutamente verdadeiras, pois o que mais se vê, na atualidade, é inação e uma completa má vontade, com raras e honrosas exceções, que confirmam a regra.

Cotizações para a manutenção de obras assistenciais, de construção de Templos próprios para as Lojas, de se erigir sedes dignas para a Obediência, são sempre motivos de descontentamento e de consequente afastamento de Obreiros.

E com isso vem o inadimplemento, causando sérias consequências, com prejuízos para a Maçonaria, de maneira geral e, em particular, para os Obreiros que cumprem os seus compromissos financeiros e que acabam suportando uma carga que deveria ser dividida entre todos.

E o montante dessas obrigações é, geralmente, bem pequeno, numa quantia inferior a despendida na “sessão gastronômica” (ágape) de que muitos participam, depois da Sessão Maçônica, com mais gastos.

DAMIÃO ROCHA GONÇALVES:.33°:

DESMESTIFICANDO A FIGURA DO BODE NA MAÇONARIA




Dentro da nossa organização, muitos desconhecem o nosso apelido de bode. A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado temos necessidade de voltarmos no tempo.

Por volta do III ano d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela região.

Procurando saber o porquê daquele monologo foi difícil obter resposta. Ninguém dava informação, com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em relação aquele fato.

Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foi informado que aquele ritual era usado para expiação dos erros.

Fazia parte da cultura daquele povo, contar alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas, ficaria mais aliviado junto a sua consciência, pois estaria dividindo o sentimento ou problema. Mas por que bode? Quis saber Paulo.

É por ­que o bode é seu confidente. Como o bode nada fala o confesso fica ainda mais seguro de que seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino.

A Igreja, trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre confessor - nesse ponto a história não conta se foi o Apóstolo que levou a ideia aos seus superiores da Igreja, o certo é que ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio, o povo passou a contar as suas faltas.

Voltemos em 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe dos 18 Brumários, se apresentava como novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as instituições que não governo ou a Igreja.

Assim a Maçonaria que era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação do país.

Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições. Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons.

Chegando a ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu superior: - “Senhor este pessoal (Maçons) parece BODE, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”.

Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os inquisidores, esta denominação: “BODE” - aquele que não fala, sabe guardar segredo.

José Castellani


COMO ENTENDER E ESTUDAR O SIMBOLISMO




Deve ser lembrado, antes de tudo, que o maçom deve ter um comportamento essencialmente prático em suas ações e idéias, principalmente quando à origem de certos objetos ligados à maçonaria.

Em outras palavras, uma explanação simples e obvia de um símbolo maçônico, é preferível a uma explanação fantástica, altamente imaginativa ou romântica.

Seis pontos devem ser considerados:
· A ordem (franco maçonaria) tem origem nas Guildas Maçônicas na fase Operativa, na idade média.

· As várias referencias Egípcias e Orientais nos rituais maçônicos representam acréscimos ou adições, feitas de tempos em tempos nos rituais originais, mais antigos.

· O simbolismo só se transformou em algo proeminente, notório, na maçonaria, em tempo passado, relativamente curto.

· A posse de nossos símbolos por outros corpos organizacionais, Sociedades e Ritos, e vice-versa, não indica, por si, nenhuma conexão entre essas organizações e a Maçonaria, ou, de nenhuma maneira, indica a origem da nossa Ordem Maçônica.

· A influencia que possa ter existido na maçonaria, de Rituais de antigos Ritos Iniciáticos, na certeza, não ocorreu antes da terceira década do século XVIII.

· Com respeito a alguns Maçons que acham que a Maçonaria é derivada dos “mistérios” do Antigo Egito e, que todos nossos símbolos são de origem egípcia, deve se ficar esclarecido que esses “mistérios” não são bem conhecidos e muitos deles estão totalmente perdidos.

Finalmente deve ser dito que alguns objetos encontrados na Maçonaria, que numa primeira visão parecem ser Símbolos Maçônicos, mas que, com uma análise mais rigorosa, veremos que não são.

É necessário o devido cuidado para distinguir entre genuínos Símbolos Maçônicos daquelas coisas chamadas “Símbolos”, devido uma fértil imaginação e/ou um super entusiasmo maçônico.

(livre tradução de livros ingleses e neozelandeses).


MAÇONARIA: UMA LUZ NA ESCURIDÃO



Lembro-me de que, há muitos anos, apanhar um voo noturno de Los Angeles para Atlanta – era um voo de seis ou sete horas no meio da noite.

Foi a primeira vez que voei à noite e dormi a maior parte do voo. De vez em quando, acordava e olhava pela janela. Eu pensei que era estranho que toda vez que eu acordava e olhava pela janela, nós estivéssemos a voar sobre uma cidade grande.

As luzes da cidade eram lindas na paisagem abaixo. A última vez que acordei, olhei pela janela e vi que mais uma vez estávamos a sobrevoar uma grande cidade. De repente, percebi que não era uma cidade abaixo de mim! Estávamos a voar por vastas áreas rurais, e aquelas luzes abaixo eram luzes dos celeiros de todas as pequenas fazendas espaçadas ao longo das milhas abaixo.

Nós estávamos voando tão alto que aquelas pequenas luzes pareciam muito próximas, mas na realidade poderiam estar um quilômetro ou mais separadas umas das outras.

Eu estava a pensar sobre isto novamente em Novembro, quando o presidente George H. W. Bush faleceu. Ele fez uma observação no seu discurso de nomeação em 1988 sobre milhares de pontos de luz que confundiam muitas pessoas. Ninguém parecia realmente entender de que é que ele estava a falar. Ele repetiu esse conceito de mil pontos de luz no seu discurso de posse em 1989.

O que tem sido esquecido é que ele estava a falar de organizações comunitárias como a nossa. Pequenos pontos de luz num mar de trevas fazendo boas obras – construindo homens, construindo comunidades mais fortes, servindo como pilares da comunidade, ajudando aqueles que são menos afortunados. Eu sabia do que o presidente estava falando, porque me lembrei daquele voo e de como todas aquelas pequenas luzes abaixo pareciam, vistas de muito acima.

É muito fácil sentirmo-nos por vezes desencorajados, como Maçons. Nós aspiramos a viver de acordo com um conjunto de regras muito diferente do que os outros homens, e isso pode fazer-nos sentir muito sozinhos às vezes.

Podemos sentir-nos como se estivéssemos vivendo a nossa vida por padrões que parecem ultrapassados para muitas pessoas na nossa sociedade moderna.

Nós olhamos para os problemas do mundo moderno, e perguntamo-nos se todos os nossos esforços para nos melhorar a nós mesmos e para tornar este mundo um lugar melhor não serão uma gigantesca perda de tempo.

Eu sinto-me assim de vez em quando, e quando eu começo a pensar assim, eu apenas olho para o mapa. Eu tenho um mapa na minha parede de casa, da Eastern Masonic Area of Illinois. Eu tenho todas as cem Lojas naquela área marcadas no meu mapa com um alfinete – de cima, o meu mapa parece-se muito com aquela vista da janela do avião há tantos anos – que o mapa é coberto por alfinetes.

E se eu fosse marcar as casas de todos os maçons que pertenciam a todas aquelas lojas? Adicione todas as igrejas, templos e sinagogas e as casas de todos os seus membros. Adicione o Odd Fellows Lodges e seus membros. O Lions Club. Rotary Club. American Legion. Boy and Girl Scouts. E há muitos mais grupos e indivíduos entre nós, não há? Por que sentir-se desanimado? Creio que se marcássemos todos aqueles grupos e indivíduos no nosso mapa, não seríamos capazes de ver todos os pinos!

Nós não estamos sozinhos neste esforço de tornar o mundo um lugar melhor – cada um de nós carrega uma luz e, como maçons, as nossas Lojas nos ajudam a focar essa luz. Estamos espalhados por todo o estado de Illinois, pelo país e pelo mundo. Mas dificilmente estamos sozinhos nesse esforço.

Milhões de pessoas estão conosco e temos uma tremenda vantagem como luzes no mundo – até mesmo uma luz muito pequena na escuridão pode ser vista por muitos e muitos quilômetros.

O Presidente George H. W. Bush fez outro comentário no seu discurso inaugural de 1989 que, em minha opinião, se aplica aos maçons em particular. Ele disse:
“As velhas ideias são novas de novo, porque elas não são velhas… são intemporais”.

Uma versão deste artigo foi originalmente escrita e publicada no Valley Echos Newsletter,  do Scottish Rite Valley of Danville (IL)
Todd E. Creason
Tradução de António Jorge


MAÇONARIA, UM MAR REVOLTO...



A Maçonaria para mim é como um mar bravio, caudaloso passando sem qualquer controle, levando tudo que estiver ao seu redor. Passa tão furiosamente levando inúmeros defeitos do ser humano que estão aglutinados em suas cercanias como a vaidade, a arrogância, a inveja, o desrespeito, a petulância, o orgulho, a destemperança, a prepotência, a insensatez, a discórdia e tantos males que assolam a natureza humana.

Com seus rodamoinhos inclementes os deixam nas profundezas mais longínquas, guardando na superfície somente virtudes como a bondade, a misericórdia, o amor ao próximo, o bom senso, e benevolência, a beneficência, a gratidão, a simplicidade, a harmonia e a fraternidade. 

Com a sua fúria inclemente determina que os maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os homens esparsos pela superfície da terra, combatendo, terminantemente, o recurso, à força e à violência para a consecução de quaisquer objetivos.

O oceano é, para nós, um símbolo do povo, a cujo serviço dedica-se os verdadeiros Maçons. Inerte na calmaria, ele é agitado e revolto pelo maior movimento que lhe dão os ventos. Açoitado pelas tempestades, as suas vastas ondas vêm atirar-se de encontro às praias.

A sua instabilidade e a sua fúria retratam bem os caprichos vários e as vinganças cruéis de um povo desgovernado. As suas correntes são como as da opinião popular, de que as nações são parte. Assim como o marinheiro se lança aos riscos dos naufrágios e de ser tragado pelas ondas, assim também o patriota, que quer servir ao povo, deve arriscar-se a tornar-se-lhe mesmo odioso e a ser esmagado pela sua fúria cega.

O mar na sua gigantesca e desmedida forma, não tem largura e nem profundidade possíveis de serem mensuradas e pode ser confundido com a quantidade de maçons espalhados mundo afora, que mesmo a estatística moderna teria inúmeras dificuldades para calcular.

O oceano com a sua desmedida força e perigos incalculáveis que fazem com que o marinheiro veleje o seu barco com coragem e perspicácia para não correr o risco do afundamento iminente é como a vida do maçom, repleta de armadilhas que ele terá que delas se desvencilhar com toda a prudência, sabedoria e também coragem, tantas serão as tentações que ele terá que enfrentar e ultrapassar para não correr o risco de ter a sua honra enlameada ou correr o risco de cair numa lixeira fétida e ser acometido de doenças terríveis...

Embora possamos encontrar abundância de água nos rios e no mar, podemos afirmar que não há nenhuma cisterna ou mina no mundo que possa produzir água tão pura e benfazeja como as gotas de lágrimas de um calejado e experiente ancião. 

Aqui cabe uma pergunta. Por que tendo uma gota d água, um lago, um rio, um mar ou um oceano, por que tantos ainda morrem de sede?

Fazendo um breve retrospecto, lembramo-nos que no dia da iniciação maçônica, no momento do seu juramento o recém iniciado assume, caso não cumpra o que está prometendo, que lhe seja arrancada a língua, tenha o pescoço cortado e seu corpo enterrado nas areias do mar, onde o fluxo e o refluxo das ondas o mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com Deus, e desonrado para com os homens.

Já pensaram na profundidade e responsabilidade deste compromisso assumido, ainda que simbolicamente dentro de um Templo maçônico? A água doce de um rio pode representar o liquido da boa sorte, aquele que nos traz momentos de alegria, de enlevo e de satisfação, enquanto que a água salgada do mar, pode representar os momentos e instantes de tristeza, de preocupação, de angústia, de aflição e de sofrimento pelos quais todo ser humano um dia sorverá.

Embora tenhamos intitulado este trabalho chamando a atenção para a revolução do mar contra todo mal, temos Fé e Esperança que o Grande Arquiteto do Universo possa um dia fazer com que os maçons se tornem numa força uníssona fazendo com que todos se unam eternamente e que tenham os braços entrelaçados para valorizar cada vez mais o verdadeiro amor entre os maçons, homens livres e de bons costumes.

É bom lembrar ainda que o verdadeiro líder não é aquele que chega sempre na frente ou em primeiro lugar, mas sim, aquele que faz com que todos cheguem juntos e é importante descobrir não quem é o mestre, o santo, o líder, mas porque você o segue.

Ir.’.Adalberto Rigueira Viana
Or.’. de Viçosa - MG

MAÇONARIA E O TRABALHO DE CONSTRUÇÃO DA GRANDE OBRA



A Gnose, como dito por Albert Pike, é a essência e o miolo da Maçonaria. Por Gnose, devemos entender aqui o Conhecimento tradicional que constitui o fundo comum de todas as iniciações, cujas doutrinas e símbolos se têm transmitido, desde a mais remota Antiguidade até os nossos dias, através de todas as Fraternidades secretas, cuja extensa cadeia, jamais, foi interrompida.

Toda doutrina esotérica pode unicamente transmitir-se por meio de uma iniciação e cada iniciação inclui, necessariamente, várias fases sucessivas, às quais correspondem outros tantos graus diferentes.

Tais graus e fases podem ser reduzidos, em última instância, sempre a três; podemos considerar que marcam as três idades do iniciado, ou as três épocas de sua educação e caracterizá-las respectivamente com estas três palavras: nascer, crescer e produzir.

A este respeito, Oswald Wirth escreveu: “A iniciação maçônica tem como objetivo iluminar os homens, a fim de ensinar-lhes a trabalhar utilmente, em plena conformidade com as finalidades mesmas de sua existência.Ora, para iluminar os homens, em primeiro lugar se faz necessário liberá-los de tudo o que pode impedi-los de ver à Luz. Isto se consegue submetendo-os a certas purificações, destinadas a eliminar as escórias heterogêneas, causas da opacidade das estruturas protetoras do núcleo espiritual humano. Quando as mesmas se tornam cristalinas, sua perfeita transparência deixa penetrar os raios da Luz exterior, até ao centro consciente do iniciado. Todo o seu ser, então, se satura progressivamente, até chegar a converter-se num Iluminado, no sentido mais elevado da palavra, vale dizer de um Adepto, transformado já num foco irradiante de Luz”.

Consequentemente, a iniciação maçônica contempla três fases distintas, consagradas sucessivamente ao descobrimento, à assimilação e à propagação da Luz.

Estas fases estão representadas pelos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, que correspondem a tripla missão dos maçons, que consiste em buscar primeiro, para possuir depois e, finalmente, poder difundir a Luz.

O número destes graus é fixo: não poderia haver nem mais nem menos que três. A invenção de diversos sistemas chamados de altos graus levou a confundir os graus iniciáticos, estritamente limitados a três.

Os graus iniciáticos correspondem ao triplo programa perseguido pela iniciação maçônica. Esotericamente, levam à solução das três questões do enigma da Esfinge: De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? E com isto respondem a tudo quanto pode interessar ao homem.

São imutáveis em seus caracteres fundamentais e, formam, em sua trindade um todo acabado, ao qual nada se pode subtrair nem agregar: os graus de Aprendiz e de Companheiro são os dois pilares que sustentam o Mestrado.

Os estados transitórios da iniciação permitem ao iniciado penetrar com mais ou menos profundidade no esoterismo de cada grau; dai resulta um número indefinido de maneiras distintas de se apreender os graus de Aprendiz, de Companheiro e de Mestre.

Pode-se apreendê-los em seu significado exterior, isto é, pode-se entender a letra e não a compreensão; na Maçonaria, como em todas as partes, há, sob este aspecto, muitos que foram chamados e poucos eleitos, já que somente aos verdadeiros iniciados lhes é dado a conhecer o espírito íntimo dos graus iniciáticos.

Nem todos chegam, por outra parte, com igual êxito; pouquíssimos, apenas, logram superar a ignorância esotérica, sem marchar de maneira decidida até o Conhecimento integral, até a Gnose perfeita.

Esta última, representada na Maçonaria pela letra G, da Estrela Flamígera, aplica-se simultaneamente ao programa de busca intelectual e do treinamento moral dos três graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

Com a Aprendizagem, buscasse penetrar no mistério da origem das coisas; com o Companheirismo, descobre o segredo da natureza do homem, e revela, com a Maestria, os arcanos do destino futuro dos seres.

Ensina, ademais, ao Aprendiz a potenciar ao máximo suas próprias forças; mostra ao Companheiro como captar as forças do meio ambiente e ensina ao Mestre a reger soberanamente sobre a natureza obediente ao centro de sua inteligência.

Não há que olvidar, de fato, que a iniciação maçônica se remonta a Grande Arte, a Arte Sacerdotal e Real dos antigos iniciados. Sem querer entrar na complexa questão das origens históricas da Maçonaria, recordaremos tão somente que a Maçonaria moderna, tal como a conhecemos atualmente, deriva de uma fusão parcial dos Rosa-cruzes, que haviam conservado a doutrina gnóstica desde a idade média, com as antigas corporações de Maçons Construtores, cujas ferramentas, por demais, foram empregados como símbolos pelos filósofos herméticos, tal como pode se ver, em particular, numa figura de Basílio Valentin.

Mas, deixando por um momento de lado o ponto de vista restrito do Gnosticismo, por nossa parte faremos repetir no feito de que a iniciação maçônica, como toda iniciação, tem como fim a conquista do Conhecimento integral, que é a Gnose no verdadeiro sentido da palavra.

Podemos dizer que este Conhecimento mesmo o que, falando com propriedade, constitui realmente o segredo maçônico e por esta razão o dito segredo resulta ser essencialmente incomunicável.

Para concluir e a fim de evitar qualquer mal entendido, agregaremos que, para nós, a Maçonaria não pode nem deve sujeitar-se a nenhuma opinião filosófica particular, que ela não é mais espiritualista que materialista, nem tampouco mais deísta que ateia ou panteísta, no sentido que habitualmente se atribuiu estas diversas denominações, posto que ela deve ser pura e simplesmente a Maçonaria.

Cada um de seus membros, ao entrar no Templo, deve despojar-se de sua personalidade profana e fazer uma abstração de quanto seja dos princípios fundamentais da Maçonaria, princípios cujo redor de todos deveriam unir-se para trabalhar em comum na Grande Obra da Construção universal...

Rene Guenon

O VITRIOL E A BUSCA CONSTANTE PELO AUTOCONHECIMENTO



“Conheça-te a ti mesmo!” Esse aforismo grego que muitos atribuem ao filósofo Sócrates, outros a Tales de Mileto, Heráclito e até mesmo a Pitágoras vem nos revelar, enquanto seres pensantes e em constante estado de evolução, a importância que há para o homem em conhecer a si mesmo a fim de que dessa forma busque o seu autoconhecimento descobrindo e aprimorando suas potencialidades interiores ocultas no mais íntimo do seu eu interior.

A maçonaria simbólica moderna, chamada de especulativa, buscando fazer com que os maçons iniciados em seus augustos mistérios se empenhem ao máximo na busca do conhecimento através do desenvolvimento do autoconhecimento, adotou a sigla do V.I.T.R.I.O.L., termo atribuído ao monge beneditino e alquimista alemão Basile Valentin que significa "Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem", ou seja, visita o centro da terra, retificando-te, encontrarás a pedra oculta.

Esta frase em latim, adotada pelos maçons do mundo inteiro, serve como elemento de provocação para que o homem renascido busque nos recônditos do seu ser a essência de sua alma humana para que através dessa busca ele possa desenvolver capacidades e habilidades que somente os iniciados terão acesso.
                                                                                 
O maçom, por ser um construtor social e a pedra bruta ser o objeto de seu contínuo e laborioso trabalho, tomou como representatividade de sua essência a pedra bruta que recebe o nome de pedra do sábio.

À medida que o maçom descobre a localização de sua pedra oculta, ele passa a trabalhar dedicadamente buscando o seu aprimoramento, aparando-lhe as arestas, burilando suas imperfeições de modo a lhe dar forma e contornos geométricos utilizando para isso as ferramentas indispensáveis ao labor do pedreiro livre.   
            
Ao se visitar e se deparar com o seu próprio eu interior, o maçom encontrará suas imperfeições e terá que vencer suas paixões ignóbeis que atuam como obstáculos e percalços no curso do seu processo evolutivo.

A partir do momento que essas imperfeições forem sendo identificadas, o maçom deverá retificá-las de forma a transformar sua pedra bruta em pedra polida, ou pedra filosofal. Este trabalho na pedra bruta é árduo, continuo e deve ser motivado através de sua própria vontade em se tornar um ser humano melhor em todos os aspectos possíveis.

O trabalho na pedra bruta encontra momentos difíceis no burilar os quais requerem maior atenção, força de vontade e zelo no emprego das técnicas que vão sendo aprendidas, desenvolvidas e aprimoradas ao longo do tempo na prática perene do ofício.

Embora não seja obrigatório este uso, é comum encontrar a inscrição do “VITRIOL” nas paredes das câmaras de reflexões, local onde um maçom está sendo gestado e se encontra compenetrado em seus próprios pensamentos aguardando o momento de receber a luz para uma nova vida onde buscará incessantemente se livrar dos vícios da vida profana que fora deixada para trás.   
     
O maçom operativo utilizava o maço e o cinzel como ferramentas para trabalhar a pedra bruta; com o advento da maçonaria moderna dos aceitos, essas ferramentas ganharam conotações simbólicas que, ao invés da utilização no lapidar da pedra bruta, o maçom moderno/especulativo passou a utilizar esses objetos com o fim de esculpir o seu caráter e erigir o seu edifício moral.      
     
Portanto, a busca do maçom pelo conhecimento deve partir, primeiramente, da busca do conhecimento de si próprio para depois buscar o conhecimento externo.

A pedra do sábio deve ser trabalhada até que se torne pedra filosofal; dessa forma, todo o conhecimento passará por um filtro que permitirá ao obreiro da arte real perceber aquilo que melhor lhe será útil.

Como na alquimia que se acreditava poder converter metais comuns em ouro e prata, o conhecimento e o saber também têm essa capacidade de transformar o mundo a nossa volta por meio de boas ações e pelo comedimentos dos nossos atos que sempre devem ter por objetivo maior tornar feliz a humanidade através do aperfeiçoamento dos costumes ea busca constante pela verdade para a honra e glória do GADU.

Trabalho maçônico concluído em 01/04/2019 pelo Ir.. Murilo Américo da Silva, membro da A.’. R.’. L.’. S.. Onofre de Castro Neves nº 2.555, Or.. Carangola/MG.

A MAÇONARIA E A RECONSTRUÇÃO DE COLUNAS



Peço-lhes que, ao lerem este artigo, não me interpretem como adepto das “teorias da conspiração” nem como o resultado de devaneios esotéricos. Imagino, de boa-fé, que escrevo para uma classe de pessoas acostumadas à REFLEXÃO através de símbolos e questionamentos da razão. 

O arcano XVI do Tarô boêmio, colocado na ilustração deste texto, é apenas uma provocação.(1) Repetiu-se ontem, 15 de abril de 2019, na cidade de Paris, uma catástrofe análoga àquela ocorrida em 11 de setembro de 2001 contra o World Trade Center, na cidade de Nova York.

As circunstâncias podem não ser as mesmas. Nem pretendo questionar se o incêndio na Catedral de Notre-Dame foi acidental, provocado ou causado por algum tipo de negligência. O tempo dirá.

Por infeliz semelhança, entre o 11 de setembro e o 15 de abril deste ano, o Brasil, sem glória nenhuma, alinhou-se com grandes potências perdendo, na noite de 2 de setembro de 2018, o Museu Nacional.

Estamos nos acostumando a perder, inclusive no futebol, no carnaval e no samba. Onde mais? Prejuízos de alta conta não são de hoje. Nós maçons sabemos (ou deveríamos saber) que pedreiros de toda a Inglaterra, sob as ordens do arquiteto da Loja central de Londres, Christopher Wren, foram convocados para a reconstrução da cidade após o incêndio ocorrido entre os dias 2 e 5 de setembro de 1666.

Naquele incêndio ficaram destruídas dezenas de igrejas e milhares de casa em Londres. Repercussões houve também na cultura maçônica, pois James Anderson cita esse fato nas “Constitutions of the Free-Masons” de 1723:
 “Após as guerras, tendo sido recuperado o domínio da Família Real, a maçonaria também foi restaurada, particularmente após o infeliz incêndio de Londres, Ano 1666.”

Mas... me perdoem; citar James Anderson entre modernosos maçons brasileiros ficou “démodé” ˗ palavra francesa para “fora de moda”, antiquado.

Mas eu sou. A fala de James Anderson vem em bom momento, especialmente para os citados “moderninhos” da maçonaria que, antes de saberem o que significam sues aventais, querem abolir os antigos costumes, a tradição, os Landmarks, os preceitos de Anderson e o caráter simbólico das Lojas, acrescentar e tirar partes do Ritual. E para isso, não precisam de nenhum incêndio real com fogo de verdade: basta a bem conhecida “fogueira das vaidades”.

Após essa digressão ˗ certamente uma inútil tergiversação de minha (me desculpem, sou um velho) ˗ voltemos à significação, significância e trágica importância de se abaterem colunas (ou torres) nesses últimos dezoito anos: o World Trade Center e a Catedral de Notre-Dame.

O Século XXI é, sem dúvida, a culminância da “revolução” iniciada em 1968 quando o líder estudantil Daniel Cohn-Bendit inflamou as ruas de Paris e o mundo, desencadeando, entre outras coisas, a cultura pop, a contracultura a pós-cultura, o pósmodernismo e as violentas reações perpetradas pelo terror das ditaduras. (2) Paralelamente a isso, o Papa eleito em 1963, Giovanni Battista Montini (vulgo Paulo VI) nunca recebeu bons créditos por ter concluído o Concílio Vaticano II iniciado por seu antecessor.

Ele simplesmente “manteve todos a bordo nos tempos tumultuados que se seguiram” (palavras de Michael Sean Winters, colunista do National Catholic Reporter). Paulo VI manteve-se ambivalente diante dos muitos problemas que a Igreja enfrentava.

O compromisso dele com o diálogo e a aceitação das complexidades não foram os melhores elementos, diz Sean Winters (artigo publicado em 13/12/2016). As esquerdas ˗ alinhadas com o finado Papa João XXIII ˗ desistiram de Paulo VI depois da encíclica de 1968, Humanae Vitae (“sobre a vida humana”).

Diante das pressões, Paulo VI voltou-se para os corredores do Vaticano e reformou as estruturas da Igreja para alinhá-las com os Concílios Vaticanos, mas nem sempre obteve sucesso. E alterou os rituais e liturgia da Igreja, abrindo as portas para uma miríade de novas interpretações, teologias e dissidências (a mais significativa foi a do arcebispo francês Dom Marcel Lefebvre que resistiu às reformas e criou um movimento tradicionalista católico).

Essas foram nossas heranças da década de 60: uma avalanche de desafios nunca superados. E as quedas de torres são os preços que estamos pagando no Século XXI. Oscilamos perigosamente entre o abatimento de colunas ˗ em Nova York e agora em Paris ˗ símbolos ocidentais do World Trade (o comércio mundial) e Notre-Dame (a "nossa senhora" do ideal cavalheiresco Templário e a Virgem das tradições cristãs).

Edifícios podem ser reconstruídos; mas as cultura, não. “Flores para los muertos”, diriam os mexicanos. “Dia de ira!” ˗ rugia o Requiem da Igreja Católica ˗ “quando o mundo será reduzido a cinzas. Quanto temor haverá então quando vier o Juiz para julgar com rigor todas as coisas. Um livro será trazido no qual tudo está contido e pelo qual o mundo será julgado.

O que eu, miserável, poderei dizer quando apenas o justo estará seguro?”(3)

(1) “La Maison Dieu” traduz-se por “a casa de Deus”.

(2) No que se refere especificamente ao Brasil, aconselho a leitura do livro “1968: o Ano Que não Terminou” do jornalista Zuenir Ventura, publicado em 1989 e relançado pela editora Nova Fronteira em 2006. Sobre os subterrâneos do Vaticano indico a leitura de “Em Nome de Deus”, do repórter investigativo David Yallop. 

MAS NÃO CONFUNDAM com o outro livro de Karem Armstrong, nem com os filmes de Clive Donner ou de Peter Mullan. O título “Em Nome de Deus” foi várias vezes utilizado para ofuscar o livro de David Yallop que está “esgotado” ou desaconselhado (proibido?). Quem desejar uma cópia em pdf, pode solicitar-me em separado.

(3) Tradução do texto latino da Igreja Católica. No original, “Dies iræ dies illa solvet sæclum in favilla. Quantus tremor est futurus quando judex est venturus cuncta stricte discussurus. Liber scriptus proferetur in quo totum continetur unde mundus judicetur. Quid sum miser tunc dicturus cum vix justus sit securus?” (Requiem)

José Maurício Guimarães (Em Memória)

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