A CONDUTA DO MAÇOM


Qual o estado de ânimo do maçom ao chegar a Loja?

1º - Cumprimentar seus irmãos com alegria e ser amável ao abraçar cada um, demonstrando a satisfação em participar daquela reunião.
2º - Se necessário, ajudar na preparação da loja e aproveitar a oportunidade para ensinar aos aprendizes os porquês de cada objetivo e seu significado.
3º - Procurar cumprir e estimular os Irmãos para que a reunião tenha início no horário previsto.
4º - Abandonar os problemas ditos "profanos" antes de entrar na sala dos passos perdidos.
5º - Tudo o que for realizar, faça com amor e gratidão, pois muitos desejariam estar participando e não podem.
Lembre-se: MAÇONARIA ALEGRE E CRIATIVA DEPENDE DE VOCÊ (SABER-QUERER- OUSAR-CALAR)

Você pretende ir à Loja hoje?
1º - Sua participação será sempre mais positiva quando seus pensamentos forem mais altruísticos.
2º - Participação positiva será daquele que, com poucas palavras, conseguir contribuir muito para as grandes realizações.
3º - Ao falar, passe pelo crivo das "peneiras", sejam sempre objetivo e verdadeiro em seu propósito. Peneiras: 1) Verdade 2) Bondade 3) Altruísmo.
4º - Às vezes um irmão precisa ser ouvido; dê oportunidade a ele para manifestar-se.
5º - Falar muito quase sempre cansa os ouvintes e pouco se aproveita. Fale pouco para que todos possam absorver algo de importante e útil que você tenha a proferir.

Entendendo meus irmãos.
1º - Eu não posso e não devo fazer julgamentos precipitados daqueles que comigo convivem.
2º - Estamos todos na escola da vida aprendendo a relacionar-nos uns com os outros, e o discernimento é diferente de pessoa para pessoa.
3º - Quanta diversidade existe nas formações individuais. Desejar que o meu Irmão pense como eu é negar a sua própria liberdade. Caso deseje fazer proposta, primeiro converse com o secretário da Loja e verificar se o assunto é pertinente ao momento da Sessão.
4º - Temos a obrigação de orientar, ensinar, mas nunca impor pontos de vista pessoais inerentes ao nosso modo de ver, sentir e reagir.
5º - Não é por acaso que nos é sempre cobrada a tolerância. Devo aprender a ser tolerante primeiro comigo mesmo e, então, estende-la aos demais.

Dia de reunião! Você já sabe o que tem a fazer?
1º - Hoje é dia de reunião, vou dar uma lida no meu ritual para não esquecer os detalhes!
2º - Mesmo que eu já saiba de cor o ritual, não devo negligenciar meu cargo ou minha função em Loja.
3º - Se o irmão cometer alguma falha corrija: se possível, com discrição, sem fazer disso motivo de chacota e gozação.
4º - Quando a cerimônia é desenvolvida por todos de forma consciente e com amor, todo o ambiente reflete a atmosfera de paz e tranqüilidade entre todos.
5º - O ritual deve ser cumprido em todos os seus detalhes. Quando participado com boa vontade, tudo fica mais belo, sem falhas, sem erros, proporcionando um bem estar geral.

Como devo me apresentar em loja?
1º - O templo é o lugar onde acontece a reunião dos Irmãos imbuídos do desejo de evoluir e contribuir para a evolução dos demais.
2º - Valorizar a reunião apresentar-se com sua melhor roupa, ou seja: Despido de toda maldade, manter os pensamentos nobres e altruísticos, valorizando cada Irmão e cumprindo com todas as regras existentes.
3º - Traje limpo, com bom aspecto, revela a personalidade de quem o usa e influenciará diretamente no relacionamento entre os participantes daquela reunião. Tomemos cuidado, pois!
4º - Aquele que é fiel no pouco será fiel no muito, aquele que é infiel no pequeno será igualmente infiel no grande. Cuidado com os relapsos, eles não respeitam nem a si próprio!
5º - Bom seria que todos fossem responsáveis; cabe a cada um de nós criticar construtivamente, visando sempre ao progresso do Irmão imaturo cujo comportamento nos causa constrangimento.

Elegância.
1º - Como é gratificante constatarmos a elegância de um Irmão; verificar em seu comportamento a expressão de uma educação fina e irrepreensível.
2º - É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
3º - A elegância deve nos acompanhar desde o acordar até a hora de dormir; devemos manifestá-la sempre, nos mais simples relacionamentos, onde não existam fotógrafos nem câmeras de televisão.
4º - Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando para só depois mandar dizer se atende.
5º - Se os amigos, os Irmãos, não merecem certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la. Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe, não é frescura. É A 

ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO. .

O Iniciado
1º - Quando vossos olhos se abriram para a verdadeira luz, uma infinidade de objetos, novos para o vosso entendimento, atraiu a vossa atenção.
2º - As diversas circunstâncias que rodearam a vossa recepção, as provas a que fostes submetidos, as viagens que vos fizeram efetuar e os adornos do templo em que vos encontraste tudo isso reunido deveria ter excitado a vossa curiosidade, e para satisfazê-la não há outro caminho senão o da busca do conhecimento e da verdade.
3º - A maçonaria, cuja origem se perde na noite dos tempos, teve sempre por especial escopo agremiar todos os homens de boa vontade que, convencidos da necessidade de render sincero culto à virtude, procuram os meios de propagar o que a doce e sã moral nos ensina.
4º - Como esses homens desejam trabalhar nessa obra meritória com toda tranqüilidade, calma e recolhimento, reúnem-se para isso nos Templos Maçônicos.
5º - Os verdadeiros Maçons trazem constantemente na sua memória não somente as formas gráficas dos símbolos maçônicos, como, e muito principalmente, as grandes verdades morais e científicas que os mesmos representam. Sejamos então todos verdadeiros.

Livre e de bons costumes. 
1º - Para que um candidato seja admitido à iniciação, a maçonaria exige que ele seja "livre e de bons costumes".
2º - Existindo os servos, durante a idade média, todas as corporações exigiam que o candidato a Aprendiz para qualquer ofício tivesse nascido livre", visto que, como servo ou escravo, ele não era dono de si mesmo.
3º - De bons costumes por ter orientado sua vida para aquilo que é mais justo, mais elevado e perfeito.
4º - Essas duas condições tornam o homem qualificado para ser maçom e com reais possibilidades de desenvolver- se a fim de tornar-se um ser perfeito.
5º - Verdadeiro Maçom é: "Livre dos preconceitos e dos erros, dos vícios e das paixões que embrutecem o homem e fazem dele um escravo da fatalidade.

O que não devo esquecer.
1º - A maçonaria combate a ignorância, de todas as formas com que se apresenta.
2º - Devo cultivar o hábito da leitura para enriquecer em conhecimento, ajudar de forma consciente todos aqueles que estão a minha volta.
3º - Estar atento e lembrar sempre a meus irmãos que um maçom tem de ter uma apresentação moral, cívica, social e familiar sem falhas ou deslize de qualquer espécie.
4º - Não esquecer: as palavras comovem, mas os exemplos arrastam! Tenho como Maçom que sou, de servir sempre de exemplo, em qualquer meio que estiver.
5º - Lutar pelo princípio da eqüidade, dando a cada um, o que for justo, de acordo com a sua capacidade, suas obras e seus méritos.

O tronco de beneficência.
1º - Possui várias denominações, como: Tronco de solidariedade, de Beneficência, dos Pobres, da Viúva, etc.
2º - A segunda bolsa é conduzida pelo Hospitaleiro, que também faz o giro, obedecendo à hierarquia funcional; oferece a bolsa aos Irmãos sem olhar para a mão que coloca o óbolo.
3º - Contribuir financeiramente para a beneficência é um dos deveres mais sérios de todo maçom, uma vez que, junto com o seu óbolo, lança os "fluidos espirituais" que o acompanham, dando afinal muito mais que os simples valores materiais.
4º - "Mais bem aventurado é o que dá, do que o que recebe", é um preceito bíblico que deve estar sempre em nossa mente.
5º - Quando colocamos o nosso óbolo, devemos visualizar o destinatário, enviando-lhe nosso carinho e votos de prosperidade.

Simples, não? Por que alguns complicam tanto a nossa Sublime Instituição? Caso algum Ir. '. tenha a resposta, envie por e-mail!
TFA

Postado por Ir.'. Humberto Siqueira Cardea


A INSTRUMENTAÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DO MAÇOM! (2)


Praticamente, a grande maioria dos escritores maçons, em algum momento de suas obras, dedicou importantes e substanciais linhas, senão trabalhos e livros inteiros, a discorrer sobre a importância da simbologia para a Maçonaria.

Torna-se praticamente impossível referir-se à Ordem Maçônica, sem aludir aos símbolos que a representam e àqueles utilizados no processo de repasse de sua doutrina e ensinamentos. Cada vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise, por mais que seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original.

A visão que se possui sobre um símbolo é, sempre, pessoal e intransferível. São estas múltiplas visões que dão à Ordem Maçônica o caráter dinâmico e de adaptação aos novos tempos e as novas ideias que constantemente surgem.

Segundo Fernando Pessoa, em nota preliminar ao seu livro “Mensagem”, o entendimento e a assimilação das mensagens contidas em um símbolo dependem de cinco qualidades ou condições consideradas básicas: Simpatia; Intuição; Inteligência; Compreensão ou Discernimento; Graça ou Revelação.

 Na Maçonaria, a maior parte dos símbolos e metáforas que são utilizados, provem da antiga atividade profissional e corporativa dos pedreiros medievais.

Construtores que eram, principalmente de Igrejas, grandiosas Catedrais, sólidos castelos e fortalezas, os pedreiros medievais, corporativamente organizados, constituíam a Maçonaria Operativa, que evoluiu para as Organizações Maçônicas Simbólicas e Especulativas contemporâneas: “Embora, não haja documentação que o comprove, deve-se admitir que os Maçons Operativos, os franco-maçons, usavam seus instrumentos de trabalho como símbolos de sua profissão, pois, caso contrário, não se teria esse simbolismo na Maçonaria Moderna.

A existência desse simbolismo é a mais evidente demonstração de que houve (...), contatos diretos entre os Maçons Modernos e os franco-maçons profissionais, e demorados o suficiente para que essa transmissão se consolidasse (...)” (PETERS, 2003) O escritor Ambrósio Peters, coloca-nos, ainda, que aqueles que seriam os símbolos principais e essenciais à existência da atual Maçonaria Especulativa (Simbólica).

Cabe destacar, também, que são desses símbolos que os Maçons, metaforicamente, retiram os princípios básicos e os seus principais ensinamentos éticos e morais: “O trabalho dos franco-maçons, limitava-se aos canteiros de obras e à construção em si.

Os instrumentos que eles usavam eram o esquadro, o compasso e a régua, para determinar a forma exata das pedras a serem lavradas; o maço e o cinzel, para dar-lhes a forma adequada; o nível e o prumo, para assentá- las com perfeição nos lugares previstos na estrutura da obra.

Eram, portanto, três diferentes grupos de instrumentos, cada qual representando uma etapa da obra (...)” (PETERS, 2003) Podemos, com base no trabalho desenvolvido pelos pedreiros medievais, concluir que existiam três diferentes grupos de instrumentos operativos.

Cada um destes instrumentos estava ligado a uma das fases da construção. Cada fase exigia do construtor um nível diferente de conhecimento para a sua execução e finalização: A medição ou especificação do tamanho e do formato das pedras; O desbaste, adequação das formas e o polimento para dar o acabamento adequado às pedras; A aplicação e o assentamento das pedras na construção.

Estes conjuntos de instrumentos, que são necessários à execução de cada etapa da obra, indicam na Ordem Maçônica, simbolicamente, os diversos Graus que nela existem. Cada Grau representa na Maçonaria, todo um conjunto de conhecimentos que são necessários ao aperfeiçoamento e ao crescimento moral e ético dos Maçons.

Uma das muitas certezas que a vida em sociedade e a evolução do conhecimento humano nos deram, foi a de que nem todos os homens assimilam de maneira semelhante às mensagens da Simbologia Maçônica. Como se coloca em alguns rituais: devemos pensar mais do que falamos.

A reflexão e a consequente meditação são essenciais à compreensão da linguagem maçônica. O avanço pelos diversos graus, portanto, não deve ser considerado pelo tempo que está sendo empregado, não deve ser conduzidos pela pressa.

O que deve ser levado em conta é o esforço individual e o desprendimento pessoal de cada Maçom, conforme o seu potencial e capacidades para poder galgar, com segurança e sabedoria, os degraus da Escada de Jacó.


Roberto Bondarik

A COROA

Quando o Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito passa ao Grau de Mestre, todos os seus Irmãos, independente de Grau, identificam-no por um sinal visível externo; é um Chapéu, que simbolicamente representa uma coroa.

Esta coroa une o que está debaixo dela, o homem, com o que está acima, o divino, servindo de limite entre quem a carrega com sua componente transcendental. E através desta coroa que o Mestre Maçom alcança decisões racionais que estão muito acima da escravidão sensorial.

Esta conexão propicia capacidades que vão além do simples pensar. Se persistir, for dedicado e estudar, este homem será capaz de desenvolver potencialidades elevadas até então desconhecidas para ele.

A coroa do Mestre Maçom sobre sua cabeça é um Chapéu de feltro de abas moles e caídas, sem o qual ele não comparece em Câmara do Meio.

Quando em Sessões de outros Graus é como se esta coroa ali estivesse, pois dentro do Templo, em Loja constituída, é o local onde ele desenvolve sua capacidade de discernimento e visão equilibrada, objetivo de todo Maçom que escala a escada de Jacó.

O chapéu faz de sua aparência uma pessoa eminente, um Venerável Mestre, à semelhança do monge da Idade Média que dirigia construções feitas em pedra. Por terminar em forma de domo, o chapéu afirma uma soberania absoluta sobre si e confirma que ele continua desenvolvendo em sua caminhada de Aprendiz.

Ao elevar-se acima da cabeça, o Chapéu é insígnia de poder e luz, significando conhecimento. Comparar o Chapéu a uma coroa é dar a este o significado de uma capacidade sobre-humana, transcendente. Este paramento simboliza a obliteração do mundo material e concentra simbolicamente capacidades na solução de problemas da humanidade, é o persistir na tarefa de desbastar a Pedra Bruta.

A coroa é como uma antena que simbolicamente se conecta a outra dimensão, uma potencialidade construída na mente. Em sendo negro, sabe-se pelas leis da física que esta ausência de cor absorve todos os comprimentos de onda do espectro da luz visível e invisível aos olhos materiais. Isto permite especular que até linhas de campos de força e outras manifestações energéticas mais sutis podem ser atraídas por esta coroa.

O chapéu do Mestre Maçom funciona assim qual antena que, simbolicamente, o conecta com aquilo que lhe propicia o sopro de vida e que o faz igual a todos os seres viventes da biosfera. Ciente de sua relação com o resto das formas de vida, em suas mais diversas constituições e aparências, o Mestre Maçom se integra com a natureza e desenvolve o amor fraterno para com os seus iguais, para com toda a vida espalhada pelo Universo, inclusive com outras possíveis biosferas de galáxias diversas da que abriga o Sol.

E importante estar desperto e consciente que o Chapéu do Mestre Maçom é apenas um paramento, um artefato material, um Símbolo; o que faz a diferença está debaixo do chapéu, a cabeça, a capacidade intelectual do portador da coroa e o que este intelecto constrói simbolicamente fora e acima do Chapéu.

Ela constitui a recompensa justa da prova que o Maçom faz ao longo da vida, por Edificar Templos à Virtude e Cavar Masmorras ao Vício. Simboliza dignidade, poder, realeza, acesso a um nível de forças superiores, sobrenaturais.

Exige-se esforço pessoal para superar, conhecer e mandar em si próprio, pois é apenas sobre si mesmo que cada ser tem poder absoluto, incontestável. O iluminado subjuga sua mente e corpo e, para progredir, bate implacavelmente nas nódoas que levam ao vício e degradação. Mesmo que sucumba diante da tentação, o simbolismo do Chapéu o fará voltar para a linha reta que conduz ao Oriente, em direção à luz, ao conhecimento, à sabedoria.

O Chapéu representa o verdadeiro poder que está dentro de si, a inclinação interna positiva, o coração que ama fraternalmente, tudo em resultado da capacidade de pensar, afiada constantemente por leitura, estudo e meditação.

O Mestre Maçom tem o ministério de ensinar Aprendizes, Companheiros e outros Mestres Maçons. Aquele Mestre Maçom que desta obrigação se esquiva não é merecedor da coroa. O Irmão que se desenvolveu em sapiência, aprendeu na prática que, ao ensinar outros, o seu próprio conhecimento fixa-se mais, os conceitos e princípios morais que despertam em sua mente agarram-se mais firmemente ao coração e à memória.

Na sua missão de ensinar deve constantemente provocar, instigar, distribuir os seus pensamentos em palavras e participar de forma proativa, conciliadora e entusiasta de todos os debates com temas com os quais a Maçonaria, nos diversos Graus, o provoca.

Debaixo do Chapéu, o Mestre Maçom ouve atentamente as peças de arquitetura, oratórias e discussões de temas com os quais os Irmãos se presenteiam e provocam. É o Chapéu que o freia prudentemente em todas as ocasiões em que fica ordeiramente esperando os outros Irmãos falarem. E nestas ocasiões que treina a arte de ouvir do líder. Debaixo do chapéu ele fica concentrado, calado, ouvindo e anotando o que os outros Irmãos dizem.

Depois ele analisa e absorve o que está ao seu alcance para suprir seu autoconhecimento, monta estratégias e colabora empaticamente no tema com seu parecer, postura e comentário. E ao auxiliar a assembleia de Irmãos com a força do seu pensamento, transmitido por sua capacidade de oratória, além de ajudar aos outros, ele ajuda principalmente a si próprio.

Servir no ensinar não é apenas mais uma razão para tornar-se merecedor do prêmio, a coroa que está sobre sua cabeça, o Símbolo do seu poder, é a principal razão de ele lecionar na escola de conhecimento da Maçonaria. Não existe magia ou mistério; é o servir e a presença constante no grupo que lhe dá poderes que ele nunca imaginava existirem. E este é um poder natural que ninguém usurpa.

O Chapéu representa uma estrutura educacional apoiada em Três Pontos: racional, emocional e espiritual; um apóia o outro, formando um tripé. E do equilíbrio propiciado pelo que simboliza o Chapéu que desabrocha a pessoa completa. Esta educação e o condicionamento elevam o portador do Chapéu à realeza dos Iniciados nos diversos Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, onde é livre para pensar e ajudar seus Irmãos através de uma razão esclarecida.

E pelo estudo diligente, pelo treinamento dos sentidos, pela convivência constante que ele atinge o ideal, e este lhe confere realeza, da qual o Chapéu, apesar de sua aparência grosseira, é o Símbolo mais expressivo. Debaixo do Chapéu é a maneira mais nobre de viver o amor fraterno, a única ação capaz de salvar a humanidade de um existir miserável. Debaixo do Chapéu aflora a capacidade de ouvir, ensinar e treinar em Loja, o que faz do Mestre Maçom um líder natural.

Primeiro é importante cuidar de si, porque quem não estiver forte, como ajudará aos outros? Quem não se ama como amará ao próximo? Na relação com outros e consigo mesmo desenvolve a capacidade de tornar-se o amigo sincero e serve ao Irmão no que deve ser feito e não no que aquele deseja; o contrário seria escravidão. E servindo que aflora o líder. Amor fraterno é ação, não sentimento.

O Mestre Maçom que desonra o Chapéu e trata seus Irmãos de forma infame e autoritária, suas ações podem até estar alicerçadas na lei escrita em papel, mas ele não é um líder nato, é um tirano. O líder natural é semelhante ao poder que tem uma mãe sobre seus filhos, ela não precisa impor sua vontade e apenas faz o que deve ser feito para seus rebentos; ela é o melhor exemplo do líder natural. A mãe que tem necessidade de usar do chicote para dirigir sua casa já não tem mais capacidade de liderança natural e exerce poder despótico.

O Mestre Maçom que alcança este Grau de entendimento e perfeição, em sua capacidade de liderança, tem no seu Chapéu a representação simbólica do poder que ele exerce sobre a comunidade.

Ele serve ao Irmão não porque aquele é Maçom e o juramento o exige, mas porque ele próprio é Maçom e depende igualmente dos confrades. O Chapéu representa a capacidade de liderança, é o Símbolo da autoridade que não outorga poder de comando sobre os outros, pois ele próprio fica sujeito a Obediências que lhe são impostas. O Chapéu traduz a perfeita igualdade que deve pairar entre seus pares.

Mas como falar em igualdade nos diversos Graus entre pessoas desiguais? Todos são iguais quanto à essência, por estarem providos do mesmo sopro de vida. Na Maçonaria, quanto mais o Maçom cresce, mais ele se conscientiza que deve servir aos que estão degraus mais baixos da simbólica escada de Jacó.

E o exercício da humildade que lhe dá o devido valor, e é transmitida pela rota, mole e disforme coroa, confeccionada a partir de um tecido ordinário. Ela poderia muito bem ser produzida em aço e cravejada de jóias preciosas, entretanto, de que vale um bem material que pode ser subtraído pelo ladrão ou destruído pela ferrugem? As preciosidades estão debaixo do Chapéu, na forma de pensamentos e ações, valores que ladrão algum deseja e apenas a morte destrói.

O Chapéu induz seu portador a naturalmente usar do dever de governar de acordo com a necessidade da coletividade. O Chapéu representa que seu usuário está fortalecido e não se curva perante desmando, futilidade ou arbitrariedade. E o Chapéu que impede aquele que o usa de transformar-se em déspota. Isto é muito bem retratado quando em sua Loja o bom Mestre Maçom ouve e serve aos outros. E o Chapéu que inspira o propiciar dos meios de concentrar forças para produzir os nobres e elevados anseios dos Irmãos do Quadro.

Longe de exercer a autoridade emanada do Chapéu de forma cruenta, o humilde e prudente Mestre Maçom torna-se líder natural. Ao obter poder servindo ao próximo, ele já é parte da realeza que representa o seu Chapéu, e isto lhe dá a distinção de participar da natureza celeste de seus dons sobre- -humanos, transcendentes. E do Símbolo do Chapéu, do que está debaixo deste, que provém a ação e a capacidade de influenciar os outros a fazerem o que precisam fazer para se tornarem felizes. E a ação do amor em benefício da humanidade. E a ação de construir Templos à Virtude. 

E a ação 4ª vivência do amor fraterno debaixo da orientação dos eflúvios provenientes da coroa, do poder que emana do Chapéu do Mestre Maçom servidor.

A sapiência é a busca das energias e coisas mais elevadas; algo bem diferente de sabedoria. Enquanto a sabedoria pode ser confundida com prudência, pois diz respeito apenas aos assuntos materiais e de como o homem age, a sapiência é muito mais importante. A Maçonaria trabalha a sabedoria que leva à luz da sapiência. A filosofia maçônica é sapiente.

A Coluna da Sabedoria é a antena simbólica de onde emana uma luz de modo que cada um que porta um reles chapéu mole, cada um a sua maneira, desenvolve sua sapiência para as coisas mais elevadas. 

O Chapéu como paramento, Símbolo que o Mestre Maçom usa qual coroa em câmara do meio, torna-o igual aos demais, nivelando-o a todos os Irmãos Maçons espalhados pelo Universo, para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo, de onde todos recebem a luz da sapiência.

Autor: Charles Evaldo Boller
Fonte: Revista A Trolha

Bibliografia

BAYARD, Jean-Pierre. A Espiritualidade na Maçonaria: Da Ordem Iniciática Tradicional às Obediências. Tradução: Julia Vidili. I a ed. São Paulo: Madras, 2004; BENOÍT, Pierre; VAUX, Roland de. A Bíblia de Jerusalém, título original: La Sainte Bible, tradução: Samuel Martins Barbosa. I a ed. São Paulo: Paulinas, 1973; BOUCHER, Jules. A Simbólica Maçônica: Segundo as Regras da Simbólica Esotérica e Tradicional, título original: La Symbolique Maçonnique. Tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros. I a ed. São Paulo: Pensamento Cultrix, 1979; FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria: Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História. 4a ed. São Paulo: Pensamento Cultrix, 1989; HUNTER, James C.. O Monge e o Executivo: Uma História Sobre a Essência da Liderança, título original: The Servant, tradução: Maria da Conceição Fornos de Magalhães. I a ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2004; PARANÁ, Grande Loja do. Ritual do Grau de Mestre Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito. I a ed. Grande Loja do Paraná. Curitiba, 2004.

A CORDA DE 81 NÓS, O SIMBOLISMO E A UNIÃO ENTRE OS MAÇONS


O Dicionário de Termos Maçônicos nos diz que Corda de Oitenta e Um Nós é a corda que circunda a Loja, que simbolizam a União e a Fraternidade que deve existir entre todos os maçons da face da Terra.
A Corda de 81 Nós é um dos ornamentos do templo maçônico, em alguns ritos, e é encontrada no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas zodiacais (no caso do REAA).

Sua origem mais remota parece estar nos antigos canteiros - trabalhadores em cantaria, ou seja, no esquadrejamento da pedra informe - medievais, que cercavam o seu local de trabalho com estacas, às quais eram presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local.

O nó central dessa corda deve estar acima do Trono (cadeira do V.:M.:) e acima do dossel, se ele for baixo, ou abaixo dele e acima do Delta, se o dossel for alto, tendo, de cada lado, quarenta nós, que se estendem pelo Norte e pelo Sul; os extremos da corda terminam, em ambos os lados da porta ocidental de entrada, em duas borlas, representando a Justiça (ou Equidade) e a Prudência (ou Moderação).

Embora existam cordas esculpidas nas paredes, em alto relevo, o ideal é que ela seja natural - de sisal - com os nós equidistantes em número de oitenta e um mesmo, coisa que nem sempre acontece, na maioria dos templos, tirando o simbolismo intrínseco da corda. E ela deve ter 81 nós, por três razões:
1. O número 81 é o quadrado de 9, que, por sua vez, é o quadrado de 3, número perfeito e de alto valor místico para todas as antigas civilizações: três eram os filhos de Noé (Gênese, 6-10), três os varões que apareceram a Abraão (Gênese, 18-2), três os dias de jejum dos judeus desterrados (Esther, 4-6), três as negações de Pedro (Matheus, 26-34), três as virtudes teologais (I Coríntios, 13-13). Além disso, as tríades divinas sempre existiram em todas as religiões: Shamash, Sin e Ishtar, dos sumerianos; Osíris, Ísis e Hórus, dos antigos egípcios; Brahma, Vishnu e Siva, dos hindus; Yang, Ying e Tao, do taoismo, etc., além da Trindade cristã.

2. O número 40 (quarenta nós de cada lado, abstraindo-se o nó central) é o número simbólico da penitência e da expectativa: quarenta foram os dias que durou o dilúvio (Gênese, 7-4), quarenta dias passou Moisés no monte Horeb, no Sinai (Êxodo, 34-28), quarenta dias durou o jejum de Jesus (Matheus, 4-2), quarenta dias Jesus esteve na Terra, depois da ressurreição (Atos dos Apóstolos, 1-3).

3. O nó central representa o número um, a unidade indivisível, o símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo; o número um, desta maneira, é considerado um número sagrado.
Embora alguns exegetas afirmem que a abertura da corda, em torno da porta de entrada do templo, com a formação das borlas, simboliza o fato de estar, a Maçonaria, sempre aberta para acolher novos membros, novos candidatos que desejem receber a Luz maçônica, a interpretação, segundo a maioria dos pesquisadores, é que essa abertura significa que a Ordem maçônica é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade, já que não pode ser maçom aquele que rejeita as idéias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.

Observamos ainda que o simbolismo e a utilização físicada Corda é bem mais antigo, o Escritor Maçônico Irm.'. C.W Leadbeater nos diz que na antiga Maçonaria no começo do século dezoito se marcava no solo, com giz, os símbolos da Ordem, e este diagrama era circundado por uma corda pesada, ornamentada de borlas, e até hoje os franceses a descrevem como sendo "uma corda com lindos nós, que rodeia o painel".

 Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união fraternal e espiritual, que deve existir entre todos os maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e de objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta, simbologia que todo maçom deve ter em sua mente em toda circunstância de sua vida.

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA
" O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática" , José Castellani
"A Vida Oculta na Maçonaria", Charles Webster Leadbeater

António Dagoberto de Jesus Rios, A.'. M.'.
ARLS Fibra e Força Valentense, Valente - BA, Brasil.


A CULTURA NA MAÇONARIA


Sinopse: Influências das mais variadas origens na cultura maçônica.

O Universo material foi criado pelo Grande Arquiteto do Universo a partir do átomo, do quase nada, de uma maneira magistral, assombrosa e até aterradora. Sua arquitetura fundamenta-se numa diversificação tão rica, que leva o entendimento humano à confusão ao ser confrontado com o caos desta aparente desordem.

Num esforço de ordenar a sua perturbação, a criatura humana passa a estabelecer referenciais, criar padrões, de tempo, medida, sensibilidade e probabilidade. O resultado deste trabalho, a faz movimentar-se no Universo, modificar e transformar a obra original, gerando com isto o conhecimento, criado a partir de pensamentos, modelos e referenciais; pois nenhuma verdade lhe é revelada de imediato.

É apenas com o acumulo de conhecimentos, pelo uso da razão, da intuição e do discurso que a realidade é entendida. Na intuição intelectual, o critério é a evidência, é aquela ideia clara, que se impõem por si só à mente.

Na intuição pragmática, é exigido o aporte de um resultado prático. A intuição lógica exige coerência. Em tudo se busca equilibrar razão e intuição, vivência e teoria, concreto e abstrato. E para atingir a certeza da verdade, submete-se o pensamento ao ceticismo, fundamentado na dúvida, na observação e na consideração, ou ao dogmatismo, alicerçado em princípio ou doutrina.

A ideia na teoria do conhecimento segue a linha do racionalismo, que tudo submete à razão; ao empirismo, que considera a ideia derivada da experiência sensorial; e do criticismo que tenta equilibrar o racionalismo e o empirismo.

Em resumo: alguém é levado a divulgar uma ideia de forma positiva e afirmativa a qual se denomina tese. Outra pessoa interpela este pensamento, o absorve e critica, com base em seu próprio referencial, e faz nova proposta, gera uma segunda ideia, a antítese. Juntando estas duas ideias de forma conciliadora e compositiva gera-se um terceiro pensamento, que é diferente dos dois que lhe deram origem, obtendo-se a síntese.

Se o processo for repetido diversas vezes, gera-se um infinito número de ciclos de teses, antíteses e sínteses, que no fluxo do tempo geraram todo o conhecimento que existe.

Longe da confusão para entender as modernas teorias da complexidade, o antigo egípcio desenvolveu o método de transmitir conhecimento através da figura. 

Baseado na visualização do concreto, o observador desperta para o aprendizado intuitivo intelectual. Mesmo que o aprendiz seja de pouco ou nenhum preparo acadêmico, ele é conduzido a um elevado grau de entendimento abstrato, em tema até complexo, que faz despertar sua intuição sensível, intelectual e inventiva.

Os pedagogos conhecem bem a técnica de transmitir conhecimento por associar a ideia a uma imagem real, pois auxilia na compreensão e na memorização, e ao transmitir a informação assim, ela se atualiza automaticamente, haja vista que fica alicerçada na evolução geral de cada geração que a interpreta. Mesmo que a interpretação mude, o símbolo nunca muda a ideia original, a sua representação gráfica, o invólucro da ideia, acaba preservado ao longo do tempo.

E como a evolução do homem ocorre em diversos segmentos, qualquer mudança afeta a maneira de como um símbolo é interpretado. Esta é a importância de nunca alterar ou modificar um símbolo na Maçonaria; por exemplo, trocar a espada do guarda do templo, símbolo da honra, por um fuzil AR-15; seria uma aberração. É a razão de a Maçonaria manter-se sempre atual; mesmo sujeita ao vento da mudança, ela está sempre atualizada porque os seus símbolos são mantidos inalterados, mas as suas ideias não.

E por estranho que num primeiro instante pareça, mesmo que considerada tradicionalista, ela é progressista. Tudo está condicionado ao fato de sua simbologia a tornar insensível ao impacto da dinâmica social, tornando-a elegível a projetar-se num futuro bem distante, porque sua simbologia é a mesma, mas a sua interpretação é dinâmica no tempo e adapta-se à herança cultural de cada individuo e de cada segmento da história.

Convém observar que entre dois símbolos usados pode estar um século e até um milênio de transformação e adaptação histórica, bem como grande espaço geográfico. E de nada adianta tentar alcançar sua origem porque a transformação do pensamento conectada com um símbolo muda permanentemente, a cada instante, de pessoa para pessoa, de cultura para cultura.

Assim como o átomo, a oficina maçônica que para no tempo fica vazia. Se for dinâmica e operosa, reflete a luz do conhecimento e produz pessoas de valor com sua metodologia baseada em símbolos. A Maçonaria é uma escola de conhecimento que ensina moral, ética, e desenvolve qualidades sociais e espirituais.

É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à religião. Sua alegoria ensinada por símbolos leva o diligente estudante a desenvolver e a elevar a consciência de seu dever na sociedade e na família, constituindo a base da cultura que enriquece sua mente.

Está assim equipado para conquistar respeito e admiração do meio social em que está inserido, onde sua ação positiva o faz progredir em sentido financeiro, político, moral, emocional, material, espiritual, em todos os seus valores. E este conhecimento o aperfeiçoa e motiva a tomar seu lugar na sociedade humana para transformá-la em resultado de seu trabalho.

Seu diligente preparo o afasta da aviltante ignorância que tanto prejudica a sociedade. Assim equipado, equilibrado, devotado, generoso, livre, igual, praticando a virtude, reprimindo o vício, auxiliando seu irmão, a quem está ligado por laços de amor fraternal, contribuirá para a humanidade se tornar mais pacífica, manterá o povo emancipado e progredirá em todos os sentidos. O amor fraternal é a única possibilidade de solução de todos os problemas da humanidade de forma cabal e é o alicerce da Sublime Instituição.

A Maçonaria não gerou sua própria simbologia e neste sentido tem muito pouco de autêntica. A maioria dos símbolos que usa é copiada, absorvida de outras culturas, de outras linhas de pensamentos e influências.

Observado de uma ótica isenta de mitos e ficções, quando se afirma ser ela originária dos tempos em que se construiu o templo em Jerusalém, isto não é verdade! Tudo não passa de lenda para abrilhantar a sua mensagem composta de alegorias e símbolos. Entretanto, na dinâmica do tempo, esta alegoria veio a se estabelecer como verdade indiscutível, dogmática, e sabe-se que, por princípio, a ordem maçônica não tem dogmas.

É na sua flexibilidade que se baseia sua riqueza cultural. Se não for elástica, tolerante, com certeza quebra, entra em colapso. Ela não é formada por um grupo social que vive isolado, ou que defende dogmas autônomos; ela é resultado da massa da sociedade como um todo, daí sua capacidade de penetração. E ao ser tolerante, admite toda linha de pensamento que venha ao encontro da construção de homens que submetem sua cognição e emoção à sua espiritualidade.

Mesmo que todos os símbolos por ela usados para interpretar o Universo sejam originários de outras culturas, estes foram introduzidos intencionalmente, com o objetivo de torná-la ágil, elegante e adaptável na linha do tempo.

Podem-se citar algumas fontes principais de onde foi importada a sua cultura:

A Alquimia, com seu caráter altamente místico, gerou farta simbologia da qual a Maçonaria se apropriou. Mas a melhor herança que a Ordem obteve desta ultrapassada ciência foi o cultivo do amor fraterno, o "ouro potável" que nada mais é que um coração que extravasa "amor". Foi uma ciência dedicada principalmente a descobrir uma substância que transmutaria os metais mais comuns em ouro e prata, e a encontrar um meio de prolongar indefinidamente a vida humana. Foi a predecessora da química.

A Arquitetura na Maçonaria é a sua arte básica e a grande preocupação da Ordem é a construção do homem completo em todas as suas dimensões: física, emocional e espiritual. Por simbolizar o trabalho planejado, a semelhança de aperfeiçoar o homem através de um trabalho constante e digno, usa a energia do grupo para gerar homens mais fortes e corretos.

Na construção destes homens melhorados sempre há algo para fazer, refazer, realizar e aperfeiçoar, tudo no encontro de sua própria felicidade. Fica evidente que na criação do homem completo e livre tudo depende do esforço individual. Esta arte é o resultado do trabalho do arquiteto e mesmo a construção do Universo, da Terra, visões e sonhos possuem projetos e definições baseadas na arquitetura.

Na Maçonaria o único uso que se faz da Astrologia, a ciência dos astros, a antiga astronomia, é nas manifestações artísticas das abóbadas celestes pintadas nos templos, onde aparecem constelações de estrelas, o sol e a lua, para relaxar a mente e influenciar aos maçons reunidos em seus trabalhos. Significa também que o templo não tem teto, onde, para o Grande Arquiteto do Universo tudo é revelado.

A Maçonaria tentou incluir o conhecimento esotérico hebreu da Cabala em seu meio, porém, sem sucesso. É o ensino judaico da tradição de Jeová. Seria o princípio de toda expressão religiosa, porém, esta apenas serve para alguém que conheça a língua hebraica onde existe uma relação numérica entre o som de cada letra do alfabeto e um número. Para os acidentais existe a Numerologia que pretende fazer algo parecido.

O Cristianismo está filosoficamente ligado aos graus da Maçonaria, em todos eles existem elementos que remetem aos textos da bíblia judaico-cristã.

O Egito contribuiu com sua mitologia e religião com farta simbologia para a Maçonaria, sendo também o berço das primeiras sociedades Iniciaticas.

A Geometria é a ciência que provê boa parte de todo o simbolismo da Maçonaria, associada à Arquitetura, arte principal da Ordem. Parte da interpretação dos símbolos geométricos estão ligados à Escola Pitagórica, numerologia, alquimia e mestres construtores da idade média. O Grande Arquiteto do Universo é considerado o Grande Geômetra.

Maçonicamente, o Hermetismo é apenas uma referencia histórica à tradição primitiva dos alquimistas. Relaciona-se ao estudo dos arcanos, vulgarmente conhecidos como as lâminas do Tarô, onde está simbolizada toda a cosmogênese e antropogênese da antiguidade. O Hermetismo foi uma "doutrina" esotérica baseada na revelação mística da ciência, ligada Hermes Trismegistos, antigo iniciado do Egito.

Mesmo sem relação com a Maçonaria, o Hinduísmo influi nela com a manifestação da cultura hindu através da filosofia brâmane e vedanta.

As lendas Maçônicas estão alicerçadas nas escrituras da bíblia judaico-cristã e parte dos seus rituais estão ligados aos princípios religiosos judaicos. O Judaísmo é à base do desenvolvimento da religião cristã, e berço da Maçonaria. As escrituras gregas, ou cristãs, estão profundamente ligadas às escrituras hebraicas e à Tora.

Na Maçonaria a Numerologia é estudada em profundidade e está bastante arraigada nos rituais. É a ciência que define o valor dos números. Avalia o número em seu aspecto qualitativo, mágico e filosófico. Pitágoras foi sua maior expressão e é básica na aritmética e na Cabala.

Uma fraternidade às vezes confundida com a Maçonaria é o Rosacrucianismo. Até possui relação com ela, pois o Martinismo é a pratica da Maçonaria nos moldes daquela organização. O que existe é a cultura Rosa Cruz assimilada em alguns dos princípios esotéricos. É uma ordem secreta e esotérica oriunda do intuito de cristianização dos mistérios egípcios. Grande parte dos símbolos usados pela Ordem maçônica é oriunda desta vertente.

A mais poderosa ordem em sentido militar, intelectual, religioso e econômico do século XII foi a dos Templários. Sua finalidade foi a de proteger os peregrinos que se dirigiam ao santo sepulcro. A Maçonaria incorporou grande parte da cultura, e enriqueceu a sua filosofia a partir das heranças culturais deixadas pelos Cavalheiros. Existem especulações que seriam os remanescentes desta Ordem a verdadeira raiz da Maçonaria.

Existem também teorias de que algumas das tradições maçônicas sejam originárias do Zoroastrismo, uma religião, resultado da designação de todos os sucessores de Zaratustra, o grande legislador persa e seu fundador.

Adicionalmente, podem-se listar as seguintes influências na cultura da Maçonaria: Agnosticismo, Antropologia, Aritmética, Arqueologia, Astronomia, Biologia, Chacras, Escultura, Filosofia, Geografia, Gramática, Lógica, Logosofia, Matemática, Mitologia, Música, Ontologia, Pintura, Poesia, Retórica, Sociologia, Teologia, Teosofia, Vedas, e outras.

Muitas são influências da cultura maçônica, e mesmo tendo acesso a tudo isto, é necessário que ao final, cada maçom se torne bom, sábio e virtuoso, e para isto, cultura sozinha não é suficiente. É necessário que o homem seja moldado internamente.

E isto ele deve desejar ardentemente, deve ser seu principal alvo, senão toda esta cultura é inútil, uma frustrante tentativa de alcançar o vento na corrida. Ser bom até pode ser característica da própria pessoa, ser virtuoso é o resultado de uma disciplina enérgica, mas a sabedoria, esta exige, além de cultura e conhecimento, colocar em prática tudo o que aprendeu de forma inteligente e racional.

Bibliografia:

1. BOUCHER, Jules, A Simbólica Maçônica, Segundo as Regras da Simbólica Esotérica e Tradicional, título original: La Symbolique Maçonnique, tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros, ISBN 85-315-0625-5, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 400 páginas, São Paulo, 1979;

2. CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora Ltda., 413 páginas, São Paulo, 2001;

3. FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 550 páginas, São Paulo, 1989;

4. PUSCH, Jaime, ABC do Aprendiz, segunda edição, 146 páginas, Tubarão Santa Catarina, 1982.

Data do texto: 02/09/2008
Sinopse do autor: Charles Evaldo Boller, engenheiro eletricista e maçom de nacionalidade brasileira. Nasceu em 4 de dezembro de 1949 em Corupá, Santa Catarina. Com 61 anos de idade.
Loja Apóstolo da Caridade 21 Grande loja do Paraná
Local: Curitiba
Grau do Texto: Aprendiz Maçom
Área de Estudo: Filosofia, História, Maçonaria, Simbologia


A IMPORTÂNCIA DO PADRINHO


Geralmente pedimos ou tomamos “bença” a nossos pais e parentes mais próximos, ao acordar, na hora de dormir, e alguns sempre que encontramos, a qualquer hora.

Aprendi que, às vezes, a melhor compreensão vem de uma consulta ao dicionário. Pois bem, Benção é a ação de benzer ou de abençoar, e Benzer, por definição é “tornar feliz, tornar bendito”.

Existe uma classe a mais que nos abençoa, os Padrinhos, e meu texto de hoje trata sobre:

A Importância do Padrinho
O Livro de São Lucas Cap.6, vers. 43-44 nos diz: “Porque não é boa a árvore que dá frutos maus, nem má a árvore que dá bons frutos”.

Inegavelmente, as árvores são conhecidas pelos seus frutos.

Sabemos que a Instituição fica, e os homens passam, mas hoje gostaria de valorizar os homens desta casa, pois a renovação dos quadros das Lojas se dá pela ação do Padrinho apresentar candidatos.

E, antes que haja qualquer sindicância, é importante lembrarmos que o primeiro estudo parte de quem apresenta um candidato profano, pois ele (o Padrinho) empenha sua credibilidade e respeito perante os demais Irmãos do Quadro.

Camino nos diz: “Onde o homem tentar refazer um traçado, com o pretexto da existência de um livre-arbítrio, corre o risco de provocar um desmoronamento da obra”. Usemos então nossas lembranças: após o 1º Experto deixar o Neófito quando este recebe a luz, cabe ao Padrinho a tarefa e o compromisso de ser o seu ponto de apoio.

A mim foi ensinado que a romã é o símbolo da união como elemento para nosso sucesso, e a ausência do Padrinho em loja, ou fora dela, desafia este símbolo, a não ser que o iniciado seja adotado por outro Irmão, e este o incentive a perseverar nos estudos e a meditar de forma dedicada, a ponto de se tornar um bom obreiro, capaz então de indicar outros bons candidatos, essenciais à perpetuação da nossa Sublime Instituição.

Autor: Fabrício Iracy Simões
*Fabrício é Mestre Maçom, membro da ARLS Deus, Pátria e Família, 154, do Oriente de Corinto, jurisdicionada à GLMMG. 


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