LIMPEZA DA LOJA


Em todas as casas periodicamente há necessidade de se fazer uma grande limpeza.  

É certo que no dia a dia se procura manter a casa apresentável, que a rotina semanal nos habitua há dedicar algum tempo a limpeza mais metódica.

Mas, em regra anualmente ou bi anualmente, há necessidade de se fazer uma limpeza geral e completa, tudo arejar, verificar o estado das coisas, limpar os cantos mais escondidos e inacessíveis, enfim fazer uma limpeza a fundo que reponha o espaço nas melhores condições de higiene e de condições de nele se viver.

Similarmente, também numa Loja maçônica existe a necessidade de periodicamente se fazer uma limpeza no respectivo quadro de obreiros.

Quem entra para a Maçonaria faz normalmente com a melhor das intenções e com o propósito de participar.

Mas, seja porque se esperava algo diverso, porque se não logrou a desejável integração ou porque as condições de vida são o que são em cada momento e, por vezes, impossibilitam à execução das melhores das intenções, alguns acabam por se desinteressar, por não comparecer, por se afastar.

Tal como, mesmo não sendo a mais agradável das tarefas, não podemos deixar de, em nossas casas, efetuar periódicas limpezas, também na Loja maçônica, mesmo sem termos qualquer gosto nisso, não se pode prescindir da tarefa de verificar o que se passa com os obreiros do Quadro e fazer as mudanças que se mostrem pertinentes, efetuar os arranjos necessários, providenciar a reciclagem do que afinal não se coaduna com o resto do conjunto.

Esse trabalho, que eufemisticamente apelidamos de "administrativo", vai sendo permanentemente controlado e assegurado pelo Secretário e pelo Tesoureiro, quando necessário com a intervenção do Orador ou do Hospitaleiro (a tarefa do "dia a dia"), pontualmente atalhando algum caso mais evidente com providência imediata e casuisticamente decidida (a "rotina semanal") e periodicamente metódica e expressamente realizado (a "limpeza a fundo").

Quando é tempo de efetuar a revisão geral das situações, dois parâmetros iniciais são verificados em relação a todos os obreiros do Quadro: a assiduidade e o cumprimento das suas obrigações pecuniárias para com a Loja.

Considera-se haver normalidade com a verificação da assiduidade ao menos no nível mínimo definido pela Loja e o cumprimento, ao menos sem atraso significativo, das obrigações pecuniárias.

Entende-se haver motivo para preocupação e verificação da necessidade de intervenção quando, num dos parâmetros, o nível mínimo, regulamentarmente fixado, não é cumprido. Fazem-se soar os sinais de alarme quando esses níveis mínimos de cumprimento são incumpridos em relação aos dois parâmetros.

Várias situações podem ocorrer, aconselhando diversos graus e tipos de intervenção. 

Quando se verifica que, embora mantendo o nível mínimo de cumprimento das obrigações pecuniárias, ocorre uma degradação da assiduidade, impõe-se a determinação da causa do que está a acontecer.

Se o obreiro está deslocado no estrangeiro ou longe do local de funcionamento da Loja, não será uma situação preocupante, havendo apenas que determinar se perspectiva que essa situação se mantenha por pouco ou por muito tempo e se será mais aconselhável providenciar uma transferência de Loja ou simplesmente aguardar que o impedimento cesse.

Neste tipo de casos, é normalmente determinante a expressão da vontade do interessado.

Pode também verificar-se que a ausência decorre de anormal acumulação de trabalho ou afazeres do faltoso. Também nesta situação importa verificar se a circunstância é temporária ou se perspetiva com foros de permanência.

Se for meramente temporária, de expectável curta duração, pode-se perfeitamente aguardar que a situação melhore, mantendo contatos à distância ou informais.

Mas se as causas do impedimento tendem a manter-se por tempo significativo, será oportuno considerar a pertinência da solicitação e emissão de atestado de quite, com adormecimento do obreiro até superação da situação, retomando este a sua atividade quando de novo estiverem reunidas as condições para fazê-lo.

Mas pode também ocorrer que a ausência decorra de problemas de saúde do obreiro ou de seus próximos. Aí e então o que importa, em primeiro lugar, é verificar, em conjunto com o Irmão, de que forma é possível e útil que a Loja dê uma ajuda na superação da situação ou minimização das suas consequências. É hora de entrar em cena o Hospitaleiro da Loja.

Pode também suceder que o afastamento decorra ou de desinteligência com outro ou outros obreiros da Loja ou de dificuldade de integração do obreiro no grupo.

Nessas situações, há que procurar as soluções para sanar a situação. Cabe, em primeira linha, ao Orador "passar a trolha" sobre o problema que tenha surgido, alisando as divergências e limpando os mal-entendidos, de forma a que a harmonia se restabeleça.

Quanto a eventuais problemas de integração detectados, deve, sem demora, de eles dar-se conhecimento aos padrinhos do obreiro que os sofre (normalmente é um elemento recentemente admitido na Loja) e a toda a Loja, para que o que estava a correr mal passe a correr bem.

A integração de um obreiro na Loja é uma tarefa que se desenrola em ambos os sentidos. Ambos, o obreiro e a Loja, identificados que seja o problema, têm de cooperar para resolvê-lo.

Finalmente, pode suceder que a ausência derive apenas de desinteresse do obreiro. É o que familiarmente designamos por "erro de casting"...

Nessa situação, e porque a integração numa Loja maçônica é um ato estritamente voluntário, se conclui que a Loja ou a Maçonaria não corresponde às expectativas do obreiro, razão geradora do seu desinteresse, só há uma forma de resolver a questão: a saída do obreiro de algo de que se desinteressou.

Essa saída pode ser feita de duas maneiras: com honra e consideração mútuas, através do pedido de atestado de quite; ou, não havendo a consideração de pedir formalmente a desvinculação, mediante uma decisão de exclusão por parte da Loja.

Pode, por outro lado, suceder a verificação de falta de cumprimento das obrigações pecuniárias, designadamente falta ou atraso sensível no pagamento de quotas, por parte de obreiro que até cumpre os critérios de assiduidade.

É uma situação que assume alguma gravidade para a Loja. Por um lado, porque esta tem de pagar à Grande Loja uma (importante) percentagem da quota mensal dos seus obreiros, independentemente da regularização desses pagamentos por eles - o que implica que os pagamentos das percentagens das quotas em atraso tem de ser satisfeito mediante o recurso aos fundos próprios da Loja, que são obviamente finitos.

A não resolução atempada do problema cedo ou tarde conduziria a Loja à bancarrota. Por outro, porque, pura e simplesmente não é justo para os que pagam que se permita, sem medidas, que, podendo fazê-lo, outros assim não procedam.

A falta de cumprimento das obrigações pecuniárias normalmente resulta de uma de duas situações: dificuldades econômica do obreiro ou desinteresse.

No caso de dificuldade econômica do obreiro, dependendo da situação concreta, do grau de gravidade, da duração previsível da situação, opta-se por várias e diferentes medidas: estabelecimento de plano de pagamentos do atrasado, durante um período mais ou menos prolongado, até recuperação da situação, sendo que, estabelecido um plano de pagamentos, durante e mediante o seu cumprimento o obreiro é considerado em dia perante a Loja; assunção pela Loja da responsabilidade pecuniária do obreiro, mediante empréstimo sem prazo e sem juros, pelo Tronco da Viúva, do montante que for preciso, pelo tempo necessário, até que a sua situação econômica melhore - quando estiver em condições para tal, o obreiro diligenciará o reembolso do Tronco da Viúva, como é apanágio dos homens livres e de bons costumes; nos casos mais graves e previsivelmente de indisponibilidade prolongada, pode o obreiro pretender pedir o seu atestado de quite (o que pressupõe que esteja quite) - nesses casos, o Tronco da Viúva assume, a título de empréstimo sem prazo e sem juros, o pagamento do que está em atraso, para que o obreiro possa receber o seu quite, e, se e quando puder pagar, pagará se e quando puder e quiser regressar, regressará.

Só nos casos em que o incumprimento das obrigações pecuniárias ocorra por desinteresse ou falta de vontade de fazê-lo é que a Loja decide a exclusão do obreiro, de forma a deixar de ser responsável pelo pagamento à Grande Loja da capitação a ele referente.

Por muito bem que funcionem o Secretário o Tesoureiro, o Orador e o Hospitaleiro, é conveniente que, desejavelmente uma vez por ano, no mínimo de dois em dois anos, esta tarefa de verificação geral e resolução proativa dos problemas detectados seja feita.

Só assim se tratam situações que deveriam já ter sido tratadas e que, por erro, negligência ou simples inércia estão por tratar, com risco de agravamento.

Só assim, por iniciativa organizada da Loja, se obtém, por vezes, a noção de que um Irmão atravessa dificuldades e não revela tal fato aos seus Irmãos, seja por que razão seja.

Só assim a Loja logra obter uma imagem global do que se passa com os seus obreiros, do que está a Loja a fazer para auxiliar os que necessitam de auxílio e do que tem de modificar ou diligenciar para bem cumprir o dever de Solidariedade que une todos os maçons.

Tal como nas nossas casas, a limpeza semestral ou anual não implica só deitar coisas fora, mas também detectar o que precisa de ser reparado e providenciar pela reparação e efetuar as mudanças que sejam convenientes, também a limpeza da Loja não se limita à exclusão daqueles que é necessário excluir.

Muito mais há a fazer, para, além disso: reparar o que houver a reparar, providenciar o que houver a providenciar, auxiliar o que se houver de auxiliar pela forma que se puder fazê-lo.

Tal como nas nossas casas, efetuar periodicamente a limpeza da Loja é imprescindível para o bom funcionamento desta e fortalece os laços entre todos.

Rui Bandeira 


O QUE LEVA O HOMEM A SER MAÇOM?


A primeira premissa esclarece que a Maçonaria é uma Fraternidade.
Ora, o substantivo feminino fraternidade designa o parentesco de irmãos, o amor ao próximo, a harmonia, a boa amizade, a união ou convivência como de irmãos. Isso leva à conclusão de que, na organização designada, genericamente, como Maçonaria, ou Franco-Maçonaria, definida como uma Fraternidade deve prevalecer à harmonia e reinar a união ou convivência como de irmãos. Do livro “Fragmentos da Pedra Bruta – José Castellani
Estive meditando, nos últimos dias….
O que leva o homem a ser maçom?
Devemos inquirir nossos conhecimentos de prima facie, relembrando que o homem maçom é escolhido dentro a sociedade profana, como que um diamante ainda em estado bruto, pois assim o determina os antigos costumes, de forma que ele somente toma pé de onde e o que o espera, quando da sua iniciação.

Sabemos que hoje, não mais como ontem, o indicado, indaga-se e prepara seu espírito, quando lhe é informado que será iniciado, certamente pelas ferramentas disponíveis na internet e em outros meios de comunicação, certamente toma nota e assimila um conteúdo considerável a respeito da sublime ordem.

Mas, muito provável, muita coisa que lerá, será apenas falácias, enquanto outros se apresentação muito maiores que possa imaginar a sua vã expectativa.
Nestas falácias, muita coisa, escrita, ou não se enquadra no seu rito ou não é operada ao pé da letra por sua futura loja ou potência. Podendo traduzir num permeio de desolação e decepção quanto ao que esperava.
Noutro mote, há expectativas geradas pelos próprios futuros irmãos de ordem, que acreditam piamente e esperam algo que não se traduz em realidade tangível, mas apresentam-se apenas como expectativas.
Assim, o candidato e a oficina se apresentam com enorme expectativa, desde a sua iniciação até o dia que o laço de rompa, seja pela saída do obreiro, desligamento obrigatório ou a sua passagem para outro oriente.
Pois bem, há nítido jogo de interesses, não manejo o interesse com o intuito depreciativo, mas sob a ótica construtiva, o interesse como objeto de vontade, a loja adquirindo um obreiro atenda as suas expectativas enquanto membro, maçom, pai de família, pessoa da sociedade e o iniciado aglutinando outras visões de interesse, de lapidar seu conhecimento de si, adquirir novas amizades, provem um meio social coerente a si e a seus familiares, etc.

Quando não esta tudo caminhando. Afirma-se que a “egregora” não esta condizente. Particularmente não gosto desta afirmação!

Mas, certo é que também discordo da afirmação de que a maçonaria escolhe grandes homens, e entre eles, haverá diferenças maiores quanto mais for à capacidade e a liberdades daqueles.

A afirmação alhures é tipicamente profana. Vale fora dos nossos templos.

Não poderia vingar quando falamos de relações entre maçons. Que deve ser uma relação alicerçada nas leis naturais, nos antigos costumes e num sistema que tem como meta algo mais que uma boa relação entre irmãos.

Lembramos que combatemos o despotismo, a iniquidade, levantamos templos à glória do criador, em honra da virtude e sepultamos nas profundezas todas as formas de vícios.
Neste permeio de locuções é que busco a resposta para a indagação que me trouxe até estas linhas, aquele profano imaginário, não sabia de anda disso, se sabia o seu horizonte não imaginaria como os olhos de um maçom vêem a tudo isso.
Por tal é recebido maçom, um homem, que circula por dentre a descortinação do grande espetáculo da luz da verdade, o caminho solar do escocismo. Viaja por dentre as luzes da sabedoria, aprende nas ciências e sente a existência da força e embebedam-se pelos caminhos da beleza, situações que sustentam todo o arcabouço do aprendizado maçônico.
Arrancam-lhe o juramento. São lhes deferidas às obrigações, assentindo é feito maçom!
Descobri o que leva o homem a ser maçom?

É guardar consigo não grandes segredos. Mas o segredo da vida, ser feliz, amar ao próximo, lutar, vencer, sorrir e chorar e não tripudiar dos oprimidos, não blasfemar, não vilipendiar, não deixar de lapidar-se, aprender a praticar a iniciação em si mesmo dia a pós dia.

Ivair Ximenes Lopes


VOCÊ ME CONHECE?



Nasci em 26 de setembro de 1918 e estou para completar 96 anos de vida.
Naquele dia chovia torrencialmente e por isso muitos dos que presenciaram o meu nascimento deixaram de assinar o livro de presenças, dando trabalho para um de meus fundadores, que teve que procurá-los em seus locais de trabalho ou residência, em bairros na época considerados distantes, como a “freguesia da Gávea”. 

Quando nasci, estávamos independentes de Portugal há quase um século (96 anos) e o Brasil era uma jovem República que estava para completar 29 anos. Todos os meus fundadores nasceram no Brasil Imperial e seus irmãos participaram ativamente desses dois acontecimentos históricos.

Por ter nascido no mesmo mês do da Independência do Brasil, meus fundadores tiveram a feliz idéia de me batizar com o nome da nossa pátria. Eu e meus filhos nos orgulhamos do nome que me deram. 

No ano do meu nascimento, o Presidente da República era o Dr. Venceslau Brás, que fora eleito 4 anos antes por um acordo entre os partidos predominantes de Minas Gerais e São Paulo, em plena política do "café com leite".

Na época o Grão Mestre era o Dr. Nilo Peçanha, ex-presidente da República e então Ministro do Exterior, pasta notabilizada por um seu irmão, o Dr. José Maria da Silva Paranhos Junior, o Barão do Rio Branco, que a ocupou durante 10 anos, inclusive durante parte do mandato de Venceslau Brás.

No ano anterior, o Brasil declarara guerra à Alemanha, que havia afundado o navio brasileiro Macau. Era a Primeira Guerra Mundial.

Após o torpedeamento de outros seus navios, no ano em que nasci o Brasil enviou uma frota para a Europa, que retornou do porto africano de Dacar, capital do Senegal, em virtude da morte de 156 tripulantes, vítimas da gripe espanhola. Essa gripe, só no ano em que nasci, no Rio de Janeiro, então capital da República, vitimou mais de 6 mil pessoas.

Nos registros do meu nascimento consta, numa redação impecável e de um realismo impressionante, o seguinte: "... uma epidemia desconhecida, uma gripe pestífera, que o vulgo denominou Hespanhola, invadiu a nossa Capital, de uma forma tão intensa, como jamais nenhuma outra moléstia o fez, ceifando uma tão grande parte da população, de uma forma tão rápida, que os cadáveres ficavam apinhados, como se fossem achas de lenha, sem caixões e sem covas para serem enterrados, n'uma promiscuidade dantesca...".

Nasci no Rito de York, até então praticado unicamente em inglês, e tiveram que traduzir os rituais para o português para que eu pudesse iniciar os meus trabalhos. Admito que fui volúvel no passado: depois do Rito de York, trabalhei no Rito Adhoniramita, voltei para o Rito de York, mudei para o Rito Brasileiro e finalmente adotei o Rito Escocês Antigo e Aceito, nele trabalhando desde 1961.

Durante todos esses anos, dei a luz a muitos homens livres e de bons costumes, que me remoçam a cada ano. Continuo tão jovem, bonita e produtiva como quando nasci. 

Aliás, sou imortal. Além disso, como boa mãe, semanalmente recebo todos os meus filhos em nossa casa, mesmo aqueles que já foram chamados pelo GADU, que obtêm Dele licença especial, pois, juntos, promovemos o bem estar da humanidade, levantando templos às virtudes e cavando masmorras aos vícios.

Sou a Augusta, Respeitável, Grande Benfeitora e Estrela da Distinção Maçônica Loja Simbólica Brasil, nº 953, jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil no Estado do Rio de Janeiro e federada ao Grande Oriente do Brasil.


Irm.'. Almir Sant'Anna Cruz, M.'.I.'. da Loja Brasil. 

RITUAL: QUEM PRECISA DELE?


A resposta é curta: “nós precisamos.”


Explicar porque, requer um pouquinho mais.

Em um sentido muito real, é o ritual da Maçonaria que faz o trabalho da Maçonaria. Ritual é o canal através do qual a Maçonaria ensina.

Mas é mais que isto.

Porque o ritual é tão importante para a Maçonaria, é valioso tomar um pequeno tempo para falar acerca da natureza do ritual em si mesmo e porque é tão central para a vivência Maçônica.

Primeiro de tudo, ritual é uma virtual necessidade para todos os humanos, de fato para quase todos os animais.

Isto é tão verdadeiro que todos os cérebros humanos vêm “equipados com circuitos” para responder à ritual. (Maravilhoso, ao seu próprio modo. Muito poucas coisas em seres humanos são instintivas – quase tudo é comportamento aprendido. Mas a resposta para ritual foi localizada por anatomistas na parte mais antiga e primitiva do cérebro, bem acima da estrutura central do cérebro, na mesma área que controla a atenção e as emoções. É tão “natural” para nós como o amor, ou a agressão, ou a cooperação.)

Todos nós estamos engajados em ritual todo o tempo – nós somente não o reconhecemos sempre. A maioria de nós tem uma rotina matinal, por exemplo. Alguns de nós fazemos a barba antes do banho, alguns fazem a barba após o banho e alguns se barbeiam enquanto se banham, mas, qualquer que seja o modo, usualmente fazemos sempre do mesmo modo.

O Ritual é uma ferramenta poderosa de ensinar

De fato, foi provavelmente a primeira ferramenta de ensinar. Sabemos de rituais de caça entre algumas tribos, cujo propósito era ensinar os jovens como caçar efetivamente.

Mnemônicos (frases ou logos que nos ajudam a lembrar coisas através de associações) são rituais, como é aprender o alfabeto por cantar a canção do alfabeto.

Os militares desenvolveram muitos rituais (padrões de comportamento repetidos) para ensinar os recrutas como manter armas.

O Ritual ajuda a nos dar um senso de identidade.

Pode parecer estranho, mas pessoas freqüentemente definem a si mesmo pelas suas ações (sou um vendedor, um mecânico, um professor, projetista de moinhos, etc.)

 Isto não é limitado ao que fazemos para viver. Nossos rituais, nossas ações, dão um senso destacado de realidade para nossas vidas. Sentimos-nos “certos” ou “completos” quando seguimos certos rituais.

O Ritual ajuda o nosso preparo – nos ajuda a “entrar no clima” do que vem a seguir

Se o evento é uma missa na igreja ou se é um jogo de futebol, a maioria dos eventos repetitivos tem um ritual de algum tipo que ajuda a dar o tom emocional.

E nos podemos ter um forte sendo de “erro” se estes foram violados – se uma missa na igreja iniciou com uma banda de musica e dançarinas ou se um jogo de futebol começou com uma procissão litúrgica, por exemplo.

O Ritual nos deixa condensar muito em pouco tempo

Ritual enriquece uma vivência por concentrá-la. Ao invés de envolver a exposição completa, como uma palestra, ritual faz referencias a coisas e nos deixa pensar acerca dela e preencher os detalhes por nós mesmos. Para ilustrar com uma porção do ritual da igreja, considere última linha da Doxologia – “Louvar o Pai, o Filho e o Espírito Santo.”

O conceito de Trindade é um conceito muito difícil para a “fazer a cabeça”. Ao invés de dar muitas horas de discussão que seria necessário para explorar este tópico, o ritual simplesmente o menciona, e o deixa para nós elaborarmos o pensamento se estivermos assim inclinados.

O ritual da Maçonaria envolve tudo isto e mais...

• O ritual da Maçonaria – a abertura e o fechamento, os Graus, até o ritual de votar – organiza os eventos e assegura que tudo aconteça como deveria.

• Nos ajuda a definir nós mesmos como Maçons e estreita os laços fraternais que nos unem como Irmãos. E este efeito é internacional e trans-cultural. Sabemos que temos vivencias compartilhadas com Maçons de todo o mundo.

• É uma ferramenta de ensinar – as lições e os valores da Maçonaria são ensinados através do ritual e de símbolos.

• Ajuda a montar o tom e o clima da reunião – nos ajuda a remover da mente as preocupações do mundo exterior e colocar foco nas grandes verdades de natureza humana e espiritual.

• Ritual Maçônico obviamente condensa vivência. Contém elementos que levantam questões importantes, mas que deliberadamente são deixados inexplorados porque quer que o Maçom pense sobre eles através de si mesmo.

• Ritual Maçônico proporciona uma total extensão para os Maçons explorarem os seus próprios interesses. Muitos dos meus melhores amigos amam aprender e apresentar o ritual.

Eu mesmo me interesso em lidar com a interpretação do ritual e dos símbolos que usa – e especialmente com os efeitos que o ritual é projetado para produzir nas mentes dos iniciados e os modos nos quais estes efeitos são produzidos.

Outros são especialmente interessados na história do ritual e os modos que ele mudou e se desenvolveu através dos anos.

Um Maçom que conheço é interessado no ritual do ponto de vista de um antropólogo cultural, e tem prazer em traçar os modos que o ritual se relaciona com as grandes tradições iniciáticas da história.

E o ritual é grande o bastante e complexo o bastante para acomodar todos estes interesses e muito mais.

Então, novamente, a resposta para a questão “De qualquer modo, quem precisa de ritual?” é “Todos nós precisamos”.

O ritual da Maçonaria atende muitas necessidades e muitos interesses.
Não é a mesma coisa que Maçonaria

- não mais quanto um sermão é a mesma coisa que uma igreja

- mas é um modo primário que nós ensinamos e aprendemos.

É a cola (cimento) que nos mantemos juntos. É importante. Faz-nos sermos, nós.

W. Bro. Jim Tresner


COMO A MAÇONARIA OPERATIVA SUCUMBIU DIANTE DA MAÇONARIA ESPECULATIVA




Diversos historiadores maçons se dedicaram a contar e recontar a história do surgimento da Maçonaria Especulativa como conhecemos hoje. As versões são geralmente bastante similares entre si e, pelo conteúdo, se parecem com as histórias contadas para crianças antes de dormir:
“Era uma vez, há muito tempo atrás, os maçons operativos, que construíam castelos e catedrais. Eles começaram a aceitar nobres, burgueses e intelectuais na Maçonaria, chamados de “Aceitos” ou “Especulativos”.
Esses se apaixonaram pela Maçonaria e trouxeram outros nobres, burgueses e intelectuais.
Em pouco tempo, eles se tornaram maioria. E com o passar dos anos, a Maçonaria foi se aprofundando nos aspectos filosóficos e intelectuais, até que não se via mais maçons operativos na Maçonaria. E os maçons especulativos viveram felizes para sempre.”
Parece uma ótima história para explicar ao seu filho de cinco anos de idade o motivo de você ser um “pedreiro-livre” e não construir casas.
Mas, definitivamente, não serve como História da Maçonaria, em pleno século XXI, a ser ensinada ao novo maçom de hoje, que possui nível superior e um mínimo de senso lógico e crítico.
Não se pode contar a história da Maçonaria e de sua transição de Operativa para Especulativa sem considerar o contexto histórico e os aspectos socioeconômicos da época.
A extinção da Maçonaria Operativa não se deveu por um simples processo de evolução interna dentro da Maçonaria, que teria então evoluído para Especulativa. Não foi um movimento interno, impulsionado pelos membros “aceitos”, que assumiram a liderança da instituição e promoveram seu desenvolvimento por uma via mais intelectual e elitista.
Na verdade, foi um movimento estritamente externo e incontrolável pela Maçonaria. Para se compreender o fenômeno, deve-se, antes de tudo, contextualizá-lo:
A Maçonaria, sendo antiga e ocidental, teve logicamente origem no Velho Mundo: a Europa. Documentos históricos como a “Carta de Bolonha” (Século XIII), o “Poema Regius” (Século XIV), os Manuscritos de “Cooke” e “Estrasburgo” (Século XV) e alguns outros confirmam essa teoria, apresentando a Maçonaria Operativa, com suas cerimônias e Antigos Costumes, antes mesmo do descobrimento do Novo Mundo. 
Assim sendo, nada mais natural do que as primeiras Grandes Lojas terem surgido na Europa, nas primeiras décadas do Século XVIII.
O documento mais antigo citado, a “Carta de Bolonha”, evidencia que, já no século XIII, maçons especulativos conviviam com os operativos. Quando do surgimento da primeira Grande Loja, na Inglaterra de 1717, é sabido que, das quatro Lojas fundadoras, três eram compostas predominantemente por maçons operativos.
Há inúmeros relatos e documentos que indicam que, durante quase todo o século XVIII, Lojas Operativas conviveram com Lojas Especulativas em boa parte da Europa. Isso significa que, por pelo menos 500 anos, meio milênio, os maçons operativos conviveram com os especulativos, sendo os operativos a maioria.
Afinal, o que então aconteceu com os maçons operativos? Por que eles desapareceram da Maçonaria no final do século XVIII?
O que exterminou a Maçonaria Operativa não foi a Especulativa, nem mesmo um processo de evolução cultural. O que pôs fim à Maçonaria Operativa foi… a Revolução Industrial. A mudança no processo produtivo, originada pelas invenções de máquinas e impulsionada pelo surgimento das indústrias, pôs fim à era de produção manual baseada nas guildas.
O trabalho estritamente manual foi substituído pelo trabalho de controle de máquinas. 
A iniciativa inglesa rapidamente se espalhou pela Europa, promovendo um êxodo rural e o abandono dos ofícios artesanais e manuais para atender a demanda por mão-de-obra industrial.
Ao fim do século XVIII, o maçom operativo não teve outra escolha a não ser se tornar operário fabril e trabalhar uma média de 80 horas por semana.
Muitos dos países europeus, preocupados em consolidar o novo modelo econômico, chegaram a adotar leis proibindo a Maçonaria Operativa. Esse foi o caso do famoso Ministro Turgot, da França, que determinou que:
“Proibimos todos os mestres e companheiros, operários e aprendizes do direito de formar associações, ou mesmo assembleias entre eles, sob qualquer pretexto. Em consequência, suprimimos todas as confrarias que possam ter sido estabelecidas tanto pelos mestres dos corpos e comunidades, como pelos companheiros e operários, das artes e ofícios”.
Fonte: Recueil Général des Anciennes Lois Françaises. 1774-1776.
Leis como essa foram o tiro de misericórdia para as poucas Lojas Operativas que ainda tentavam sobreviver aos primeiros anos da Revolução Industrial. 
Dessa forma, a Maçonaria Operativa desapareceu de vez, ficando a Maçonaria Especulativa como única e legítima herdeira de sua essência, responsável por preservar e passar adiante seus ensinamentos.
Por Kennyo Ismail
Essa é a história real. Sem contos de fadas.
fonte: http://www.noesquadro.com.br/2012/03/historia-da-maconaria-para-adultos.html


A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL COMEÇA POR NÓS


Segundo o Artigo 1 da Constituição do GOB, "A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, progressista e evolucionista.

Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.

Seus fins supremos são: LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE"

Como se vê, a Maçonaria é uma instituição eclética que pretende, em última análise, a transformação do mundo em que vivemos em um mundo melhor. Para isso, procura lapidar os iniciados, de forma a que estes concorram para o atingimento daquele desiderato, promovendo a necessária TRANSFORMAÇÃO SOCIAL. Portanto, a transformação social começa por cada um de nós.

VISITA INTERIORA TERRAE RECTIFICANDOQUE INVENIES OCCULTUM LAPIDEM (Visita o interior da Terra, retificando encontrarás a Pedra Oculta), o "VITRIOL" gravado na C.’.das Rref,’. não está ali por acaso.

Pretende transmitir para os iniciados uma mensagem de capital importância, que se pode sintetizar por "conhece-te a ti mesmo".

Sem dúvida, é um convite a escavação de nosso Eu interior, uma indicação de que nos conhecendo melhor, poderemos encontrar a centelha divina existente no âmago de cada um de nós e, assim, poderemos nos transformar, pelo autoconhecimento, em homens melhores - Maçons - que, pelo exemplo, possibilitarão que aqueles que nos cercam se transformem também em homens melhores. 

Por um processo de irradiação, semelhante aos círculos produzidos na superfície da água quando nela se atira uma pedra, um dia, efetivamente, alcançaremos o BEM ESTAR DA HUMANIDADE, realizando a TRANSFORMAÇÃO SOCIAL. 

Nesse dia, os VÍCIOS estarão definitivamente encerrados em MASMORRAS e as VIRTUDES aflorarão de nossos TEMPLOS INTERIORES.

Tudo depende de cada um de nós. 

Façamos a nossa parte. 

Sem viajarmos ao interior de nós mesmos, sem nos conhecermos melhor, não haverá a almejada TRANSFORMAÇÃO SOCIAL.


Simbologia Maçônica dos Painéis

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