Solstícios são os
pontos que a órbita elíptica da Terra descreve num ano em torno do Sol quando
este está em sua máxima distância ao sul ou ao norte da linha imaginária do
Equador. Duas vezes por ano, nos meses de junho e dezembro, acontecem os
solstícios, variando o dia e a hora.
No verão, a duração do
dia é a mais longa do ano, ocorrendo o contrário no inverno, quando a noite é a
mais longa do ano. Tudo isso graças à inclinação de 23,4 graus do eixo de
rotação da Terra que, combinado com o movimento de translação, permite que a
incidência desigual dos raios solares sobre os dois hemisférios defina as
quatro estações do ano, fazendo com que a Natureza cumpra seus ciclos de
nascimento e ressurreição.
Os equinócios e
solstícios receberam o nome de portas do céu ou das estações do ano. E se a
Terra não tivesse a Lua, a inclinação do eixo em relação à vertical teria
variação caótica, comprometendo a vida complexa, tornando-a inabitável.
Enquanto passamos pelo
solstício de verão, aqui no hemisfério sul, marcando o início dessa estação, os
habitantes do hemisfério norte enfrentam a entrada do inverno. O solstício de
verão é sempre previsto para o dia 21 ou 22 de dezembro, de acordo com cálculos
astronômicos, quando a radiação solar incide verticalmente, o Sol está no seu
zênite ou está “a pino”, sobre o Trópico de Capricórnio.
No solstício de
verão do hemisfério norte, que ocorre no dia 21 ou 22 de junho, os raios
solares incidem perpendicularmente à superfície da Terra no Trópico de Câncer.
Em 2016, o solstício
de verão ocorreu as 10h44min UTC – 8h44min (horário de verão em
Brasília), do dia 21 de dezembro. A diferença de tempo entre à hora local e UTC
(do inglês, Tempo Universal Coordenado), também conhecido como horário Zulu é
de menos 3 horas (-180 minutos).
No horário de verão,
que começou em 16 de outubro e vai até o dia 19 de fevereiro de 2017,
diminui-se uma hora nessa diferença, nas regiões onde é adotado. O sistema de
horário de verão, aplicado por decreto nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste,visa aproveitar a maior incidência da claridade desses dias mais
longos e economizar energia elétrica.
Por sua vez, os
equinócios são pontos da órbita da Terra ao redor do Sol, quando este corta o
equador na sua marcha aparente do hemisfério sul para o norte e em seu regresso
do norte para o sul, e a sua luz solar incide de maneira igual e exatamente na
linha imaginária que corta os dois hemisférios.
Por isso, diz-se
que é equinócio de outono para o hemisfério que está indo do verão para o
inverno e equinócio de primavera para o hemisfério que está indo do inverno
para o verão.
No passado, esses
fenômenos astronômicos tinham grande importância para a agricultura e as
religiões dedicavam cultos especiais para marcar as transformações que se
esperavam.
O ciclo do Sol e da
Lua à volta da Terra sempre esteve ligado ao ciclo de cultivo de alimentos. Antigas
civilizações elevaram o Sol, como fonte de luz e calor, à condição de soberano
do mundo e rei dos céus, detentor dos poderes divinos que criam Vida,
imaginando os solstícios como aberturas opostas do céu, como portas, por onde o
Sol entrava e saía, ao terminar o seu curso, em cada círculo tropical.
Tanto os Maias,
como os Incas, Egípcios, Romanos e Gregos adoravam o sol e tinham os seus
cultos a ele dedicados. Muitas dessas tradições foram conservadas e adaptadas
pelos povos no curso da história.
Também a Maçonaria
especulativa, absorvendo as tradições da Maçonaria operativa, incorporou
aquelas comemorações e celebra as festas equinociais e as solsticiais,
reconhecendo-as no seu simbolismo. Assim, tradicionalmente, a nossa Assembleia
Geral Plenária reúne-se ordinariamente quatro vezes ao ano, nas semanas em que
os equinócios e solstícios ocorrem, conforme previsto nos artigos 47 – II e 49
da Constituição da GLMMG, com um pequeno ajuste em dezembro, com vistas a não
comprometer as festas de final de ano.
Nos nossos Templos
Maçônicos, as Colunas “B” e “J” representam os solstícios de Inverno, ao Norte,
presidido por São João Batista, e o solstício de verão, ao Sul, presidido por
São João Evangelista, ambos os Patronos da Maçonaria.
É tradição em várias
Lojas a realização de Banquete Ritualístico ou Ágape Maçônico, também conhecido
como Loja de Mesa, nos meses de junho e dezembro, em honra aos santos,
tratando-se, portanto, de Festas Solsticiais. Essas celebrações têm um caráter
de saudação e de confraternização, evocando os laços que unem os irmãos.
No auge da maturidade do Sol, estaremos recepcionando o tão
esperado Verão, sempre ligado a festas, férias, viagens e novas vibrações.
Época também de avaliação da colheita quase amadurecida do ano que se encerra e
elaboração de projetos para um novo ciclo que se reinicia com a chegada de um
novo ano e novas preocupações ou velhas restauradas. Mas, apesar de todos os
agitos que a vida insiste em impor-nos a cada dia, não podemos perder a
sensibilidade para os ciclos que a natureza preserva através do equilíbrio das
forças que a movimentam.
Precisamos também
buscar esse equilíbrio, aproveitando os ares de um novo ano e praticarmos a
introspecção e o autoconhecimento, essenciais para que estejamos preparados
para encarar de forma corajosa os desafios diários que sempre se renovam.
Enfim, nessa nossa
provisória solidão cósmica, enquanto únicos seres conhecidos se questionando
sobre o mundo, que tenhamos todos um feliz solstício de verão e uma próspera
nova órbita nos preciosos 365 dias e seis horas que continuaremos nossa viagem
a bordo desta nave de massa/peso equivalente a 5,9 sextilhões de toneladas, medindo
510 milhões de km², que se desloca a uma velocidade média de 1.675 km/h em
torno de seu eixo e a uma velocidade orbital média de 107.266 km/h, conforme
estabelecido pelo Grande Arquiteto do Universo.
Um “Pálido Ponto Azul…
um grão de pó suspenso num raio de sol” (Carl Sagan)…
“Isso é tudo o que
temos.” (Al Gore)
Autor: Márcio dos
Santos Gomes
Márcio é Mestre
Instalado da ARLS Águia das Alterosas – 197 – GLMMG, Oriente de Belo
Horizonte, membro da Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D’Almeida, da
Academia Mineira Maçônica de Letras.
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