Somos imperfeitos.
Uma eterna pedra bruta em processo de lapidação.
Ninguém é dono da verdade.
Errar é humano. Nossa ordem é composta por obreiros, homens
livre e de bons costumes, mas mesmo assim sempre haverá falhas.
Todas as afirmativas que foram lidas são máximas que nos
acompanham cotidianamente nas nossas oficinas, sempre estamos falando ou
ouvindo alguém pronunciá-las. Todas elas carregam consigo a fragilidade humana,
a necessidade de aperfeiçoamento.
Mostramos que devemos melhorar sempre, que de fato somos seres
inacabados, pedras imperfeitas. Mas até quando usaremos estas máximas como
escudos para as nossas eventuais falhas?
Até quando usaremos estas expressões para continuarmos
denegrindo a instituição que participamos?
Até quando as usaremos para mantermos nossas lojas no submundo
da injustiça e da imperfeição?
Se o ser humano é realmente um ser deplorável em todos os
lugares deveria ser um péssimo lugar para se viver.
Nenhum lugar prezaria pela tentativa de se fazer as coisas
certas, de procurarem o bem comum, de buscaram a justiça e a dignidade, de pelo
menos tentarem transformar o local onde moram em um lugar decente.
Temos tantos exemplos que poderíamos seguir mundo afora. Existem
povos que pelo menos buscam ser melhores.
Poderíamos citar os japoneses, finlandeses, noruegueses,
canadenses, suecos, ingleses, alemães, australianos, enfim, são povos que
conviveram com o caos e souberam dar a volta por cima, souberam construir nos
seus países uma sociedade mais digna.
Se não são perfeitos, pelo menos procuram ser. É justamente este
o grande dilema que deveríamos pensar.
Por que não tentamos também?
Se quisermos nós, brasileiros, poderemos construir um país mais
justo e perfeito, grupos sociais mais justos e perfeitos, uma sociedade mais
justa e perfeita.
Torna-se muito simples, mesmo dependendo de um constante esforço
de cada um de nós. Muito pouco ou quase nada adiantará nossas reclamações, se
nossas ações se escondem por detrás da máxima da imperfeição.
Sabemos que a imperfeição é real, mas ficar, como medíocres, se
justificando através dela, aí já é demais. É querer sofrer, contentar com o
caos, ver o fim de tudo que não deveria ter fim e não se importar.
Se existem exemplos bacanas é porque é possível o ser humano ser
melhor. Caso contrário não restaria nenhum lugar que prestasse.
O que somos já diz tudo, somos seres humanos, que pensam, que
amam, que têm compaixão, somos seres que podem melhorar sempre e isto é bom
demais!
Por isso é preciso acreditar nisto, viver isto, e pautar nossas
atitudes neste propósito na eterna busca de sermos justos e perfeitos. Quem
sabe assim nossos dias se tornam melhores, nossas instituições, entre elas
nossas oficinas, se tornam mais dignas e merecedoras de respeito.
E como sonhar não custa nada quem sabe nosso país se transforme
naquilo que todos queremos, num país em que o povo procure ser justo e
perfeito, que tenha coragem de lapidar a pedra bruta.
Walber Gonçalves de Souza
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