BURACO NEGRO MAÇÔNICO (O ANTIGO VENERÁVEL)




Você fez o seu caminho para o Oriente. Planear esse objetivo consumiu-o; saturou a sua vida. Pensamentos sobre orçamentos e programas preencheram o seu cérebro até que não houvesse espaço para mais nada e, sim, houve grande parte que você teve que memorizar.

Então chegou lá. Deu vida a esses programas. Geriu o orçamento. Foi atingido pelo inesperado e deu resposta… e venceu.

Agora o seu ano está a chegar ao fim. Onde, pergunta-se você, foi o tempo? Tudo passou tão rapidamente. De repente, você percebe que está a viajar perto da velocidade da luz em direção ao horizonte de eventos… aquele ponto sem retorno… do grande buraco negro da Maçonaria: a vida depois de se ser o Venerável Mestre da sua Loja.

Talvez isto não o atinja imediatamente. Oh, aquelas primeiras semanas após o final do seu mandato… aquela doce época em que a responsabilidade é nula, o peso da liderança repousa sobre os ombros de outra pessoa; quando vai a Sessões, não planeia nada, não faz nada e usa aquele novo avental de Antigo Venerável, em estilo desportivo… é um nirvana reservado para poucos… o novo Antigo Venerável júnior, recém-empossado.

Mas é uma ilusão. Você acaba por perceber que foi sugado para o grande vazio. O esquecimento aguarda. Você não se pode sentar no Norte, perturbando a performance ritual para sempre. Você pode ouvir atentamente os debates sobre o menu para o próximo jantar, ler as atas e reclamar da ultrajante conta para consertar o ar-condicionado.

Você percebe que eles podem fazer tudo isto sem si. Semanas atrás, você era a pessoa mais importante da Loja. Agora você é, pelo seu padrão, irrelevante. Você nem é o mais importante de todos os Antigos Veneráveis. Você está no fundo da lista.

E como qualquer coisa que alcance a singularidade num buraco negro, você desaparece. A experiência mostra-nos que isto acontece com muitos, possivelmente a maioria dos Antigos Veneráveis. Gradualmente, param de comparecer às reuniões, desaparecem e deixam-nos a imaginar o que lhes terá sucedido.

Ao tentar combater esta tendência, em vez de “de onde é que eu vim?”, surge uma nova pergunta: “para onde é que eu vou?” ou, mais simplesmente, “e agora?”. O fato é que a maioria de nós não quer ficar sentado sem fazer nada. Precisamos de relevância, algo para fazer, um objetivo, um projeto, uma responsabilidade, uma razão de ser.

Parte do seu planejamento ao se aproximar do Oriente deve ser o de descobrir o que você fará quando tudo acabar. A sua Loja tem muitas necessidades a que você pode atender: talvez precise de um novo Oficial de Educação da Loja, que preencha um lugar de Oficial, um mentor para os novos iniciados, um historiador da Loja, alguém para assumir o comando de um projeto cívico ou, Deus o livre, um novo Secretário.

Também existem órgãos anexos a serem considerados. Os Ritos York e Escocês em particular, oferecem mais oportunidades para a educação, comunhão e serviço comunitários maçônicos que almejamos. Os comitês da Grande Loja precisam sempre de pessoal. Pode até escrever um artigo para os Midnight Freemasons.

Faça o que fizer, prometa que vai permanecer ativo; e as atividades que escolher deve incluir aquelas que o façam voltar aos alicerces da nossa Fraternidade – a sua Loja.

Steve Harrison
Tradução de António Jorge

Fonte
Midnight Freemasons


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários anônimos não serão ACEITOS. Deixe seu nome completo e e-mail para resposta.
Contato: foco.artereal@gmail.com

Postagem em destaque

A AUTÊNTICA INICIAÇÃO

  Introdução Como sabemos a Maçonaria é uma ins­tituição iniciática por excelência, onde todo candidato para pertencer à Ordem precisa pas...